O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 5
Capítulo 4: Hora do Show.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelo comentário ''Nanda LisboaUmb4nd4Queen'' e
''Olicity e Delena''
Aproveitem :D



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Debaixo de tudo, estou mantida em cativeiro
Pelo buraco interno
Eu tenho sido segurado pelo medo
Que você possa mudar sua mente

Oito anos atrás:

— Vocês nem me chamaram! – Amber entrou no mesmo cômodo que Rocket e eu estamos. Eu estava tão interessada em saber quem era a Madame, que acabei me esquecendo o que era para fazer. Haverá um grande show para esta noite e eu sou a atração principal.

— Chega mais japonesa. – Rocket disse rindo e eu ri com o apelido.

— Como vamos vesti-la? – ela olhou para Rocket e depois para mim. Provavelmente me avaliando e pensando em algo que pudesse cair bem no meu corpo.

— Algo muito chamativo, o jeito gótico dela não atrairá muita atenção dos clientes, a não ser é claro se for para assustar. Sem ofensas Babydoll, você é linda, porém os clientes não vão querer uma deprimida, eles querem alguém possa animá-los, se é que me entende. – ela pegou na minha mão e apertou.

— Olha, faz apenas algumas horas que eu estou aqui. Não está sendo fácil engolir tudo isto. – falei meio sem jeito e apertando de volta sua mão.

Minha mente está tentando, mas tudo isso é difícil de acreditar. Eu ainda acho que tudo isto pode ser um pesadelo e que em breve irei acordar. Quando eu abrisse meus olhos, minha irmã e minha mãe estariam do meu lado falando que era apenas um pesadelo, o pior já havia passado. Para minha infelicidade, isto está longe de ser um sonho ruim, isto aqui é um pedaço do inferno.

— Já sei! – Rocket disse animada e soltando minha mão. – Podemos colocar nela esta peruca loira, junto com a mais nova peça de roupa que ganhamos. A maquiagem será combinada, batom vermelho escuro que irá realçar seus lábios, um brinco preto e uma bota com salto preto. – ela colocou em mim uma peruca loira e esperou pela resposta de Amber.

— Acho que não tem como ela ficar mais perfeita do que você está imaginado! – brincou ela.

— Então vamos começar a transformação!

As meninas me levaram até uma porta e quando entrei pude ver que era um banheiro. Por sorte só estávamos nós três no banheiro, pedi privacidade para tomar o meu banho e elas concordaram. Elas também brincaram falando que seria só daquela vez, porque nas próximas vezes o lugar vai estar tão lotado que eu irei desejar que apenas esteja duas pessoas comigo. Apenas concordei e falei que então eu preciso aproveitar esta minha primeira e última vez de privacidade.

Quando a água do chuveiro ligou e elas começaram a cair sobre meu corpo, eu me permiti chorar. Essa é a única coisa que eu consigo fazer e que fiz nesses últimos dias. Ainda não consigo aceitar que minha irmã morreu, até quatro dias atrás ela estava feliz e cantando animada pelos lados, também não consigo aceitar o fato de que ela foi assassinada e não moveram um dedo para prender o verdadeiro assassino.

Decidi parar o choro quando desliguei o chuveiro. O ultimo pingo de água caiu sobre mim frio e dizendo que se eu ainda estou viva é  por algum motivo. Mesmo com toda esta tristeza eu ainda continuo viva, está na hora de lutar por esta chance, eu podia ter sido morta, mas não fui e agora estou com estas mulheres que sofreram mais do que a mim.

É isso que elas precisam, de uma heroina. De alguém disposta a arriscar a própria vida para salvá-las, e é isto que eu irei fazer, salvá-las. Foi por isso que eu fui manda para cá, é um meio de me redimir por não ter conseguido salvar minha mãe e nem minha irmã. Esta é a minha chance.

Após eu sair do banheiro, as meninas estavam na porta esperando, dirigi-me até elas com um pequeno sorriso, demonstrando confiança. Eu irei chamar a atenção que eu preciso para hoje. Eu irei consegui convencer alguém de que este lugar é errado. Nem que eu precise morrer para provar isso.

Elas me arrumavam com animação e um pouco de medo, talvez estivessem com medo porque se elas não conseguissem agradar Blue, ele poderia puni-las. Uma coisa que descobri que não é nada bom para ninguém.

— Só falta o ultimo retoque... E pronto! Você está maravilhosa. – Rocket e Amber falaram juntas surpresas com o que viram.

Elas haviam me impedido de olhar no espelho até que eu estivesse pronta. Na hora que me virei para ver, até eu mesma fiquei surpresa. Eu não estou mais com o ar de depressiva, só os meus olhos que possuem uma tristeza, mas tirando isso, eu pareço ser uma pessoa feliz. A peruca caiu bem em mim, na verdade, tudo ficou bom, a maquiagem, a roupa e o sapato.

Agora é a vez das meninas se arrumarem, elas tinham que tomar banho (outras garotas já estavam no banheiro), então elas pediram para que eu fique esperando sentada no camarim. Não descordei, me sentei em uma cadeira perto e espero ansiosa. Eu não sei como irei fazer o meu plano, o único homem de exemplo que eu tivera foi o meu pai (mau exemplo), os outros podem ser piores, porque se alguém vem aqui e paga para conseguir uma mulher mesmo sabendo que é errado, não aparenta querer ajudar. Se eu conseguir fazer algum deles se apaixonar por mim... Sei que é impossível, mas uma tentativa continua sendo uma tentativa.

— O que está fazendo aqui sentada? – perguntou a Madame entrando no camarim.

— Esperando. – falei como se fosse à coisa mais óbvia.

— Eu estou vendo. – bufou. – Mas por que não esta se preparando para o grande show? – ela colocou suas mãos na cintura e continuo a me avaliar.

—Eu já estou pronta. – quase, quase que revirei os olhos para ela, mas me contive, ela é como um general aqui.

— Você está longe de estar pronta! – ela veio até minha direção. – Você acha que vai ficar parada como um manequim? Não! – gritou brava, fazendo com que eu me levantasse e ficasse pronta para qualquer tentativa dela em me bater. – Você precisa ensaiar pelo menos alguns passos, falta apenas duas horas para todos estarem aqui e babar por você. Agora pegue aquele rádio e coloque uma música. – ela se acalmou e apontou para um rádio que está conectado na tomada, em cima de uma mesa que está com algumas roupas em cima.

Fui devagar ainda esperta caso ela tentasse qualquer violência, peguei e apertei o botão de ligar. Escolhi um dos CDs de música que estava do lado do radio e coloquei. A música começou a tocar e a voltei encarar esperando alguma reação dela. Ela fez um sinal com a mão falando para prosseguir, significa que eu terei que dançar. Algo no qual eu nunca fui boa, se eu terei que seduzir alguém com minha dança, eu estou ferrada.

Comecei a dançar lentamente tentando seguir o ritmo da música. Eu encarei a parede que está atrás da Madame, assim eu evito ficar muito tímida. Minha mente viajou e começou a focar nos meus planos para esta noite. Eu dançarei para vários homens que irão me desejar, mas não poderão me tocar. Blue deixou claro que, para hoje, não precisarei me deitar com nenhum homem e que de certa maneira ele tentará trazer o prefeito. Agora percebo o fato de eu não saber em qual cidade estou, eu posso estar em qualquer cidade ou país. Não, não tem como eu ter saído do país, fiquei acordada metade do percurso e avistei algumas placas. Pense, o nome do hospício era como mesmo? Como? Hospício de Gotham City! Isto, eu estou em Gotham City. Nunca ouvi falar neste nome, mas é longe de Eco City suponho. Pelo menos tenho noção em qual cidade eu estou, mas não sei como esta cidade funciona. Os crimes são permitidos aqui? Policiais corruptos? O prefeito tem noção de que este lugar existe? Talvez tenha, mas não aprova uma coisa dessas, porque se todos fossem corruptos o lugar não se chamaria hospício e sim Prostituição de Gotham City.

— Você por acaso era uma dançarina profissional? – perguntou-me a Madame.

Meu olhar voltou para ela, enquanto eu pensava na minha vida e olhava para parede, eu não tinha percebido que as meninas tinham entrado para se arrumarem. Todas elas me encaram, algumas contentes e outras com raiva. Eu estou sem fôlego e a música já parou de tocar.

— Não. – afirmei sem entender sua pergunta.

— Pelo visto temos uma garota que nasceu com talento de dançarina. – seu tom de voz saiu com orgulho mesmo com o seu rosto demonstrando seriedade. – Você será a maior estrela que tivemos aqui. Agora vocês meninas comecem a se arrumar, as coisas irão ficar quentes. – dito aquilo ela saiu.

— A Madame nunca elogiou alguém. – Rocket me abraçou, ela está com uma toalha em sua cabeça.

— Até parece que eu fiz alguma coisa. – falei, eu não estava prestando atenção em meus passos, mas mesmo assim não dancei como uma profissional.

— Está brincando? Chegamos ao final do seu show e mesmo assim surpreendeu a todas nós. – falou Blondie animada.

— Eu não fiz um show. – revirei os olhos.

— Se isto é apenas um ensaio, imagine na hora? – Amber brincou.

— É melhor continuar dançando assim Babydoll, caso o contrário, você ficará ferrada. – Sweet Pea disse sutilmente.

— Você é gentil como uma granada em mana?! Estragou a diversão. – Rocket fez bico fazendo com que eu abrisse um pequeno sorriso em meus lábios.

— Agora não é hora de diversão temos que nos arrumar, parem de papo e comecem a se maquiar. – mandou Sweet Pea. Todas concordaram e começaram a ser arrumar.

Faltava menos de vinte minutos para os clientes começarem a chegar quando todas as mulheres ficaram prontas.

— E ai como estou? – perguntou Rocket dando uma girada para vermos seu visual. Seus fios de cabelo estão com mechas verdes, à blusa que usa é na cor verde, seu sapato verde, batom verde e maquiagem verde.

— Por que tudo verde? – perguntei. – Você está linda, mas é interessante esta quantidade de verde.

— A cor favorita do meu cliente é verde, então ele sente prazer... Algo do gênero. – ela deu de ombros.

— Babydoll. – chamou-me a Madame aparecendo no camarim novamente. – Venha comigo. – pediu. Apenas concordei com a cabeça, mas antes de segui-la, olhei para trás e pelo olhar desejei sorte para as meninas, elas teriam muitas coisas pela noite.

A Madame me levou ao cômodo em que vi meu pai pela ultima vez, mas desta vez, o cômodo esta enfeitado e todo escuro, as únicas luzes que tem são pequenas que parecem como fogo. Tocou a mesma música que eu tinha usado para dançar no camarim. A mesma mulher que me guiou pediu para que eu subisse em cima do palco, onde será que eu ficarei visível para todos. Ela falou para apenas fazer a mesma coisa que tinha feito no camarim. Então foi assim que a noite passou. Dancei para homens desconhecidos que enquanto se direcionavam até suas devidas ‘’mulheres’’ me olhavam com luxúria e desejo. Algum desses homens será o que irá nos livrar desse inferno, eu preciso escolher bem.

Alguns homens perguntavam qual era o meu nome e se eu estava disponível, mas Blue sempre interferia e respondia por mim. Ele pedia para que eles divulgassem sua nova estrela e quem sabe eles poderiam ter uma noite comigo. Muitos ficaram animados com isso. Alguns homens ficaram a noite inteira me vendo dançar, fazendo com que eu sentisse certo enjôo.  Blue ficava do outro lado me encarando e recepcionando seus clientes, até ele mesmo me olhava com luxúria.

Não sei que horas era quando todos os homens estavam indo embora e prometendo voltar por mim, só sei que me sentia muito cansada.

— Você foi bem com a platéia, Babydoll. – disse Blue se aproximando de mim enquanto eu descia do palco á pedido dele. Apenas concordei com a cabeça. – Pelo visto você ainda me dará trabalho. – ele pegou em meu rosto e acariciou, fiquei desconfortável, mas tentei não demonstrar. Quando ele parou de me acariciar, pegou em minha mão e me puxou para outro corredor que ficou com a porta fechada o dia inteiro, apenas agora que está aberta.

Eu pude perceber que este é o lugar onde nós – mulheres - podemos descansar. Havia varias portas no corredor, todas estavam abertas e dava para vê-las descansando. Blue me levou até a última.

— Achei que seria melhor você dormir com as mulheres que te receberam bem... Boa noite, Babydoll. – ele depositou um beijo em minha bochecha e começou a sair.

Respirei fundo, odeio a maneira como ele me toca sem permissão, como se eu pertencesse a ele. Mesmo o odiando, eu estou cansada, exausta e sonolenta. Abri a porta e pude ver duas beliches e um colchão no chão.  Rocket está deitada no colchão, eu não sei por que, mas suspeito que o colchão fosse para eu deitar, não ela. Penso em acordá-la, mas ela dorme calmamente, diferente de como ela é acordada. Então eu apenas deitei na parte de baixo que sobrou para mim. Agradeceria amanhã.

Atualmente:

Depois da Sara ameaçar, ela e Laurel usaram o grito supersônico, fazendo com que eu e Sweet fossemos jogadas para uma curta distância, nós não caímos porque temos um bom equilíbrio, mas aquilo deu vantagem a elas, fazendo com que elas nos separassem. Eu estou contra Laurel, Sweet Pea contra Sara. Diferente de mim, Sweet não tinha ideia de como Sara lutava, apesar de nós possuirmos um treinamento bom, Sara está com um nível acima de nós, afinal, ela fez parte da Ligas dos Assassinos. Laurel não quer me ferir gravemente e nem eu a ela, a diferença é que eu não quero feri-la por saber quem ela é, mas já Laurel não quer me ferir para saber quem está embaixo da minha mascara. Ela tenta me acertar com o seu cassetete, mas eu sou mais rápida e consigo desviar. Eu só estou me defendendo e recuando, não quero machucá-la, Laurel sempre foi um exemplo de mulher forte para mim, mas quando escuto Sweet gritar de dor, vacilo e olho para onde ela está, Sara tinha acabado de acertar o cassetete nela, com este vacilo Laurel me deu uma rasteira e usou todo seu corpo como peso para me impedir de levantar.

Seu corpo não me deixa movimentar minhas pernas, minhas costas estão doendo porque nela está minha espada, Laurel pegou seu cassetete e tentou colocar sobre o meu pescoço, entretanto, eu consegui usar as forças dos meus braços para evitar que ela conseguisse realizar aquilo. Penso, a única coisa que eu consigo movimentar é minha cabeça e com isto dou uma cabeçada bem forte nela fazendo com que ela saia de cima de mim e fique tonta por um tempo, eu mesma fiquei atordoada por um tempo, mas me levantei rápido para evitar que ela pule em cima de mim novamente. Nós ouvimos Sara gemer de dor e foi à vez de Laurel vacilar, ela olhou para o lado e conferiu se sua irmã está bem, afinal ela não sabia se nós somos assassinas.

Aproveitei minha chance e chutei seu estômago fazendo com que ela desse um grito alto e recuasse para trás, aparentemente Sara não gostou disto e utilizou novamente o grito supersônico, fazendo com que minhas orelhas sangrassem e eu ficasse sem escutar direito. O grito nos jogou novamente para trás, mas eu e Sweet conseguimos nos equilibrar. Pude ver no olhar de Sara que ela não irá perdoar aquilo, ela veio até mim, deixando Laurel lutar com Sweet agora. 

Sara está sendo agressiva e eu só consigo ficar na recuada e desviando. Com seu cassetete, Sara tentou acertar minha cabeça em vez de meu corpo, com aquele movimento consegui me defender e acertá-la um chute, mas aquilo não foi o suficiente para derrubá-la.

Decido então que está na hora de acabar com isso. Pego minha espada e tento parecer agressiva, mas com a força que eu estou usando é suficiente apenas para fazer pequenos cortes, fiz um movimento com a espada conseguindo derrubar o cassete de sua mão e chutá-lo para longe, ela pode tentar usar novamente o grito supersônico, mas opina por lutar corpo a corpo, mesmo eu estando usando uma espada. Percebo então que aquela é a minha oportunidade, recuo um pouco evitando que Sara me acerte e guardo minha espada atrás das costas. Está na hora de encerrar esta brincadeira. Pego minha pistola que contém um sedativo dentro dela em vez de balas, e atirei. Não em Sara, em Laurel que estava em cima de Sweet Pea tentando desmaiá-la, na hora que acertei o tiro, Laurel caiu no chão dura, o sedativo é forte, porém Sara não sabe que aquilo é um sedativo e pude ver desespero no seu olhar ao ver sua irmã no chão - com aquilo - ela usou o grito supersônico para nos empurrar para longe e dando oportunidade a ela em pegar Laurel e tirá-la desta luta. Quando me recuperei do grito, elas já não estão mais aqui, o que foi bom, Sara podia acabar comigo e com Sweet Pea, mas isso colocaria Laurel em risco, no qual Sara preferiu não arriscar.

Corri para ajudar Sweet a se levantar e nos tirei imediatamente do local, porque minutos depois da Sara desaparecer com Laurel, o pessoal da reunião havia saído, aparentemente não queriam arriscar que alguém soubesse que estava havendo uma reunião secreta de malvados. Provavelmente com os gritos supersônicos deu para eles saberem que havia pessoas no lugar que não era para ter ninguém além deles. Como nos tínhamos falhado em conseguir novas informação com aquela reunião, decidi levar Sweet para meu apartamento que será mais seguro em vez de ir para sua casa, a onde nós tínhamos se encontrado quando ela havia falado que tinha conseguido saber o local da reunião.

— Não sei se conseguirei esconder estes machucados. – falou Sweet pegando o kit médico que eu oferecia a ela.

— Você conseguirá inventar alguma desculpa. – dei de ombros. Diferente de mim, Sweet estava sendo agressiva na luta e com isso foi mais ferida. – Eu não acredito que não conseguimos as informações. – comecei a tirar meu traje.

— Só por que não conseguimos as informações, não quer dizer que não conseguimos fazer nada. – falou ela enigmática.

— O que está dizendo? – perguntei franzindo o cenho.

— Estou falando que conseguimos atrasar a reunião, então, haverá mais uma reunião, o que significa que arrumamos um pouco mais de tempo.

— Grande diferença. – falei irônica. Eu estou irritada comigo mesma, por isto estou descontando sem querer nela.

— Um dia faz diferença, Babydoll. – disse serena. Querendo ou não, ela possui razão.

Antes que eu pudesse abrir minha boca para dizer outra coisa, o telefone da minha casa começou a tocar. Olhei para Sweet e com o olhar, nós se entendemos. Meu apartamento não é grande, o telefone fica na sala, nós estamos em meu quarto, porque geralmente guardo o kit-médico no banheiro, enquanto vou para cozinha, pego meu celular que está em cima da minha cama desligado. Quando liguei, vi cerca de dez mensagens, algumas de Oliver, outras de Roy e Diggle. Eu acabei me esquecendo deles.

— Alo? – perguntei ao pegar no telefone que toca freneticamente.

— Felicity! – gritou Oliver do outro lado da linha. – Onde você estava? Mandei mensagens e telefonei para você umas mil vezes! – pensei em falar que ele está exagerando, mas é melhor não irritá-lo pelo telefone.

— Desculpe, não estava em casa e me esqueci de levar o celular. – inventei a primeira desculpa.

— A equipe precisa de você, duas mulheres lutaram contra Laurel e Sara, uma delas atirou em Laurel, porém não foi um tiro a bala. Não demore. – ele desligou o telefone.

— Sweet. – chamei-a indo até meu quarto. – Preciso dar uma passada na arque, preciso confirmar se eles conseguiram nos identificar ou qualquer coisa. Limpar a nossa cola entende? Você ficara bem? – abri a porta do meu guarda-roupa e tirei um vestido e comecei a vesti-lo.

— Claro. Garanta que eles não saibam da gente. – concordei com a cabeça. Levei poucos minutos para colocar o vestido, sapato e um casaco. Estou pronta, pego as chaves de meu carro e saio do apartamento.

Eles não me descobriram, porque se tivessem me descoberto, Oliver não ligaria para mim com aquele seu tom habitual, provavelmente ele viria como arqueiro e tentaria obter respostas, algo do gênero. Afinal, eu teria o traído. Dei uma olhada no retrovisor do carro para conferir meu visual: um vestido vermelho, meu rosto não demonstrava nenhum arranhão e nem o resto do meu corpo. Como eu consegui ficar mais na defesa, não me machuquei tanto, os roxos estavam sendo tampados pelo meu casaco.

— O que aconteceu? – perguntei ao ver Laurel ainda inconsciente sobre uma mesa, Sara está segurando sua mão, enquanto Oliver, Roy e Diggle olham a gravação da nossa luta, pelo que parece tinha uma câmera em algum poste que conseguiu gravar.

— Havia duas mulheres loiras e com mascaras, elas não pareciam ser ameaças, Laurel e estávamos dando conta delas, até que a loira que eu estava lutando sacou uma arma e tirou na minha irmã. Tem uma quantia de sangue porque perfurou a pele dela, porém não é uma bala de arma, porque não encontramos nenhum cartucho, tem como testar o sangue ou algo do tipo? – doeu ver que ela está agoniada com tanta preocupação por Laurel. Eu não podia deixá-la ficar deste jeito.  

— Se não foi uma bala de arma, talvez seja um sedativo, não pode ser veneno porque como podemos ver ela não esta suando ou demonstrando algum efeito de veneno. É provável ser realmente um sedativo. – ela me escuta com atenção e concorda.

— Então teremos que esperar passar? – perguntou. Geralmente os sedativos normais passavam em questão de horas, o meu era diferente e especial.

— Sim, mas existem sedativos que podem demorar mais do que o normal. O melhor é nós tentarmos acordá-la. – falei indo em direção a uma seringa que possuí um tipo de droga que acelera o coração.

— Faça o que você achar que dará certo. – é incrível ver Sara confiando em mim. Nós não somos melhores amigas, nem tão intimas, somos apenas duas mulheres que salvam a cidade de maneiras diferentes.

A seringa foi aplicada no pescoço de Laurel, se fosse direto ao coração podia acabar fazendo com que ela entrasse em parada cardíaca por acelerar tanto os batimentos. Esperamos por alguns segundos até que ela acordou e Sara suspirou de alivio.

— Laurel, você está bem? – Oliver se aproximou perguntando, Diggle e Roy também focaram nela.

— Sim, apenas com dor. O que foi que aconteceu? – ela saiu de cima da mesa e quase caiu quando seus pés tocaram no chão, o sedativo é forte e ainda está passando o efeito.

— A loira que estava lutando comigo atirou um sedativo em você... E elas fugiram. – Sara começou a ajudar a irmã.

— Eu não acredito que você preferiu cuida de mim a prender as duas. – falou ela como se aquilo fosse um absurdo.

— Nós iremos se encontrar com elas de novo, não se preocupe. – Oliver falou calmo e todos olharam para ele. – Não da para reconhecê-las, mas elas não parecem ser do tipo que só ira aparecer uma vez. Na próxima vez, nós iremos conseguir prendê-las. – todos concordaram com a suposição dele.

— Eu acho que sei como conseguir reconhecer uma delas. – Laurel falou enquanto abria sua mão e pudemos ver fios de cabelo, ninguém além de mim poderia reconhecer aqueles fios. Eles pertencem a Sweet Pea. – Felicity acha que pode tentar fazer um reconhecimento de DNA com estes fios de cabelos? – perguntou olhando esperançosa para mim, os outros também me encaram curiosos com a minha resposta.

— Posso tentar. – falei pegando os fios e os levando até meu microscópio. Fingi estar avaliando, para que eles não desconfiassem antes de mentir. – Não tem nada. – menti.

— Como assim não tem nada, Felicity? – Oliver falou irritado.

— Apenas não tem. Estes fios não possuem nada que possa me ajudar, eles até parecem ser de peruca. – revirei os olhos para ele.

— Felicity, eu tenho certeza que nenhuma delas estava usando perucas, aqueles cabelos loiros eram delas, sem peruca. – afirmou Sara.

— Olha pessoal, sei que estão loucos para saber quem são essas duas, mas esses fios de cabelos não irão ajudar. Sinto muito. – todos eles suspiraram e aceitaram o fato.

— Pelo visto teremos que nos encontrar com elas novamente para podermos conseguir informação, da próxima vez eu irei. – Oliver falou socando a mesa.

— Espero que tenha mais sorte, Senhor Esquentado. – revirei os olhos novamente. – Agora, se me dão licença, amanhã preciso acordar cedo porque haverá uma reunião. – peguei as chaves do meu carro.

— Reunião? – os olhos azuis de Oliver se focaram em mim.

— Sim, reunião. A Senhorita Wayne ligou hoje à tarde pedindo que eu marcasse uma reunião com você. Espero você às 8:00h. - conclui. 

Sai de lá antes que Oliver pedisse para eu inventar uma desculpa para remarcar a reunião. Aproveitei e levei comigo os fios de cabelo que eu peguei sem o pessoal ver. Logo os joguei no ar deixando que voassem para qualquer lugar nesta noite fria. 


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Notas finais do capítulo

Roupa das Meninas na hora do show:

Felicity (Esta roupa que ela usou no show, ela também usa para lutar, então este seria seu traje): http://www.polyvore.com/traje_de_felicity_opassadosemprevolta/set?id=219093282
Steew Pea: http://www.polyvore.com/sweet_pea_show_opassadosemprevolta/set?id=219681279
Rocket: http://www.polyvore.com/rocket_show_opassadosemprevolta/set?id=219680733
Amber: http://www.polyvore.com/amber_show_opassadosemprevolta/set?id=219679911
Blondie: http://www.polyvore.com/blondie_show_opassadosemprevolta/set?id=219679716

A luta foi mais ou menos assim: http://files.pivot-video.webnode.com.br/200000024-edf9ceef09/Luta%20Marrom%20VS%20Preto.gif

Na hora que Sara tenta acertar o cassetete na cabeça de Felicity: http://2.bp.blogspot.com/-iNPTSS9eZ20/UZU91mOvufI/AAAAAAAAVoE/oV25ScSMGRs/s1600/tumblr_lrqmbnbvVy1qffe9jo2_500.gif

Chute que Felicity da na barriga de Laurel: http://38.media.tumblr.com/889ae75a9a43272c1c064ee1be1c3adb/tumblr_n9elayYEtK1sg9gi2o1_500.gif



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