O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 18
Capítulo 17: Escolhas.


Notas iniciais do capítulo

Eu: Bem-vindos novamente ao OPSV. O nosso convidado é Alfred, pai de todos, o que sempre possui um conselho na mente, o que não teme ninguém, o que cuida de Bruce e protege Sweet e Felicity. Esses sãos seus títulos principais, perdoem se me esqueci de outro, esse senhor possui muitas conquistas! Pode entrar, Alfred.
Alfred: Olá, crianças.
E: Diga-nos, como é cuidar de Bruce, Sweet e Felicity? Pessoas que são cheias de problemas.
A: Com o tempo você se acostuma. Ajudar pessoas com problemas é um dom que poucos possuem, nem todos aguentam e suportam.
E: Belas palavras! [Aplausos da plateia] Agora vamos ao capítulo.



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Eu prometo, você não tem que sentir medo

Eu esperarei, o amor está aqui e está aqui para ficar

Então deite sua cabeça em mim

Sete anos atrás:  

Minha mala já está pronta. Não preciso de muitas coisas, apenas de dinheiro e roupas para me estabilizar. Não sei para onde irei quando eu terminar tudo, contudo irei garantir que haja uma maneira para eu sobreviver e começar verdadeiramente minha vida.  

A cada minuto que passa me faz realmente perguntar se eu não estou sonhando, pois não acredito que estou perto de conseguir, de vingar minha mãe e minha irmã. Só há uma coisa que está no meio disto: Bruce. Quando eu pôr fim a nós dois, estarei livre para acabar com o homem que cuidou de mim a vida inteira, que me deu a vida. Meu próprio pai.  

Nessas últimas horas estive pensando. Eu realmente terei coragem em matá-lo? Acabar com a vida do homem que apesar de me dar a vida, ele a destruiu também. Talvez. Mas a morte será boa para ele. Eu quero justiça. Quero fazê-lo sofrer, como eu continuo sofrendo. Quero vê-lo preso, como me prendeu. Quero que ele deseje a morte, como desejei. Sentir o que sinto. Isso sim será justiça para mim.  

— Irá para algum lugar, menina? - questiona Alfred surgindo do nada como ele sempre faz. Noto certa preocupação em seu olhar. Eu não quero fazer isto, ele cuidou de mim, mesmo não precisando, não sendo sua obrigação. Me sinto ingrata em dizê-lo adeus.   

— Sim. Eu preciso resolver uma coisa - digo e me aproximo dele. - Quero agradecer por tudo que me fez, saiba que serei eternamente grata.  

— O que está dizendo, menina? Para onde vai? - tento me manter firme, parecer que não há nenhum arrependimento ou dúvidas sobre minha partida.  

— Irei colocar fim a um assunto inacabado - eu o abraço e me sinto aliviada quando seus braços me envolvem também. - Você é um homem muito bom, Alfred.  

— Não há como eu convencê-la ficar?  

— Infelizmente não.  

— Então, a única coisa que posso fazer é lhe dar um pouco de sabedoria, minha menina. Lembre-se que, depender do que for fazer, não haverá voltas - nós se afastamos do abraço. - Cuide-se.  

— Digo o mesmo para o senhor, cuide de Bruce também, ele precisa de você. - ele abre um pequeno sorriso que me faz sorrir também. No entanto, nossos rostos se fecham ao escutar o som da porta se abrindo. Bruce chegou. Alfred me dá um último olhar antes de sumir na escuridão, deixando-me sozinha com o homem que quebrarei o coração.  

— O que está acontecendo? - pergunta Bruce ao notar minha pequena mala. 

— Eu estou indo embora. - declaro colocando a mão sobre a alça.  

— Embora? - sua testa frisa. - Por quê?  

— Há uma coisa que preciso resolver, mas não posso fazer se eu continuar aqui. - minto. Não quero que saiba sobre minha real intenção, sobre eu querer torturar um humano, pois tenho certeza de que ele irá se decepcionar ainda mais comigo. 

— Lembro-me que você disse não ter família e nem ninguém, então, como há uma coisa que precisa resolver? - seu tom de voz se eleva. 

— Sinto muito, não irei contar.  

 - Alguém está ameaçando você? - sua mão toca em meu braço, não para me segurar, mas para tentar transmitir que ele está aqui, que irá me ajudar.  

— Não tem ameaça - retiro meu braço e sinto uma dor em meu peito ao fazer a afirmação que irá magoá-lo. - Você tem que me deixar ir. - peço me virando de costas para ele.  

— Você prometeu que não iria me deixar. - sua afirmação me faz arrepiar. Havia vezes que nós conversávamos sobre o nosso futuro, muitas dessas vezes eu ficava em silêncio, apenas o deixando falar. Eu sempre soube as coisas que irão me acontecer, mas acabei me deixando levar em uma ideia dele, na qual nós podíamos mudar o seu quarto do jeito que agradasse a mim também. Acabei dando a ele algumas ideias e isto o fez pensar que nosso relacionamento seria duradouro.   

— Eu nunca prometi isto. - sinto meus olhos lacrimejarem. Por que eu estou assim? Eu posso deixar tudo isso de lado e ficar com ele, nós podemos ser felizes, podemos viver uma vida juntos. Um seria o apoio do outro. No entanto, não será justo. Eu não o amo. Não como ele deseja. 

— Por quê? Diga-me o motivo de estar fazendo isto. Pare de mentir. - ele puxa meu braços bruscamente me fazendo encará-lo. Os seus olhos deixam claro os seus sentimentos, há raiva, há magoa e há tristeza. E eu sou o motivo dele sentir tudo isto.  

Pensei que seria fácil me despedir dele, mas ele não está convencido. Nada que eu diga, nada que eu peça será suficiente para fazê-lo me deixar ir. A única maneira de fazê-lo me soltar, de me deixar partir sem vir atrás de mim, será destruindo seu coração. Algo que eu não queria fazer, mas será necessário e pelo bem de ambos. No fundo, ele sabe que nosso relacionamento sempre foi fadado a um terrível fim. Se não fosse por mim, seria por ele.  Bruce merece alguém que melhor.  

— Quer saber o real motivo? Eu estou encarando ele agora - digo seca. - A sua maneira de vida é perigosa, não posso continuar com um homem que arrisca a própria vida todos os dias. Não quero vê-lo morto na rua porque tentou salvar uma pessoa. - dou um olhar gélido.  

— Eu posso abandonar minha promessa - ele afirma e segura os meus dois braços, apesar de seu aperto estar forte, não me machuca. - Não me deixe. - pede com desespero.  

— Acontece que eu não quero fazê-lo quebrar sua promessa, sabe que um dia acordará e irá se arrepender, não quero ser a causa do seu arrependimento - me desvencilho de suas mãos e puxo a alça de minha mala. - Cuide-se, Bruce.  

— Se sair por aquela porta, não volte nunca mais. - declara frio. Apenas solto um suspiro e começo andar até a porta, sem nem dar um último olhar, não quero encarar os seus olhos negros, pois sei que eles refletiram a dor que estou causando a ele. 

Quando saio completamente da casa, sinto um ar gelado em minha pele e percebo o que acabei de fazer. Não há mais nenhuma volta, eu fiz minha escolha.  

Atualmente:  

Estou pronta. Bem, pelo menos minha aparência está. Já minha mente? Não está preparada para essa noite. Talvez eu deva dizer que estou doente, acabar sem querer batendo a cabeça em uma mesa e ir para o hospital... Caramba, não me lembro da última vez que fiquei tão nervosa assim! Não é uma noite simples ou comum como todas as outras. Esta noite será para mim decidir. Devo aceitar o fato de que não há um jeito para afastar Oliver e simplesmente deixá-lo perto de mim? Ou devo fazer algo terrível igual fiz a Bruce uma vez?  

— Pelo amor, Babydoll! - diz Sweet, ao me chamar pela segunda vez para que eu saia do quarto. - Você está encarando esse espelho a minutos. Alguns convidados já chegaram!  

— Eu sei, eu sei - me viro para encará-la e sinto uma leve vontade de escondê-la do mundo. Não há como negar que Sweet Pea é uma belíssima mulher. O vestido que escolheu vai até os pés, possui um corte na coxa e a cor é preto. Seus cabelos louros estão soltos, apenas a parte da franja está presa e com volume, fazendo parecer um topete. - Só estou tomando coragem suficiente. 

— Não precisa! Você está linda e tenho pena de Oliver, pois será difícil não querer levá-la para cama - brinca um tanto maliciosa, no entanto, seu comentário não me ajuda, muito pelo contrário, me faz sentir ainda mais nervosa. - Ah, eu desisto - declara colocando as suas mãos para o alto. - Só há uma pessoa que talvez possa convencê-la sair. - ela abre a porta e permiti que um homem de cabelos grisalhos entre.  

— Alfred! - digo enquanto vou até seu encontro para abraçá-lo.  

— Menina - sinto meus olhos lacrimejaram. Nem me lembro qual foi a última vez que eu o vi. - Não chore, irá borrar sua maquiagem. - deixo uma risada escapar.  

— Eu senti saudades. - confesso feliz.  

— Eu também senti. - ele se distância um pouco para me encarar. - Agora quero saber quem é o sortudo.  

— Sortudo? - questiono não entendendo.  

— Bem, eu acho que o homem é um sortudo por estar lhe deixando nervosa.  

— Não há ninguém! - falo espantada.  

— Não há? 

— Talvez haja. Não sei!  

— Está muito confusa, menina.  

— Sempre fui. - dou de ombros.  

— Deixe-me tentar ajudar.  

— Eu estou tentando ajudar ela já faz um tempinho. - comenta Sweet me fazendo lembrar que não estou sozinha com Alfred. 

— Sai daqui! - digo rindo.  

— Como é educada você, hein? - ela também ri. - Vou deixá-los a sós. Por favor, não demorem! - pede fechando a porta para nos dar privacidade.  

Volto meu olhar para Alfred que apenas espera que eu diga o que está me afligindo. Desde o momento em que o vi, eu sempre soube que podia confiar nele. Alfred é como um pai para mim, um verdadeiro pai, não apenas um homem que me deu a vida. Sinto que posso contá-lo sobre tudo para ele, pois sempre cuidou de pessoas com vários problemas. Cuidou de mim, de Sweet e de Bruce, todos nós temos demônios e mesmo assim Alfred está disposto a ajudar e proteger. 

— Há um homem, seu nome é Oliver e ele quer se relacionar comigo. Não quer que sejamos apenas amigos. - encurto a história para chegarmos ao ponto.  

— E percebo que você também não quer apenas ficar na amizade – declara avaliando. - Este Oliver, é o arqueiro-verde? - assinto. Confio em Alfred e sei que não irá contar, além do mais, ele iria acabar sabendo uma hora ou outra que Oliver é o arqueiro-verde. - Agora estou entendendo.  

— O que está entendendo? Pois eu não estou entendendo nada. - digo ainda mais confusa.  

— Está com medo. - afirma sério, desvio meu olhar e começo encarar ao chão.  

— Sim, estou – murmuro. - Me preocupo o que acontecerá comigo caso algo aconteça com ele. Oliver vive arriscando sua vida, pode morrer a qualquer momento... 

— Não - ele me corta. - Este não é o seu medo. Seu verdadeiro medo é o que você pode fazer a ele. Sabe que se permiti-lo, se deixá-lo entrar em seu coração, não haverá volta. Se algo acontecer com você, Oliver ficará devastado. E você não suportar pensar que pode causar a ele uma dor indescritível.  

— Você tem toda razão - sinto meu peito doer. - Eu não posso ser egoísta. Não posso fazer isso com Oliver. Não quando eu sei de todos os riscos. 

— Acontece que ele também sabe. - Alfred pega em meu queixo para que eu possa encará-lo. - Sabe, quando duas pessoas se amam, é propicio a ambos poderem destruir um ao outro. Mas, também é propicio que ambos curem um ao outro. E você, minha menina, precisa de alguém que possa curá-la. - ele oferece o braço e com sua outra mão abre a porta. - Pronta?  

— Sim! - afirmo sorrindo e aceito sua proposta. - O que seria de nós sem você? - questiono colocando minha cabeça em seu ombro e começamos a andar.  

— Provavelmente seriam perdidos. - diz abrindo um pequeno sorriso. - Aquele é o sortudo? - aponta a cabeça para o Oliver que está de costas para nós olhando um quadro estranho. 

— Ele mesmo.  

— Então, é melhor eu deixá-la ir falar com ele, pois podemos perceber que ele está olhando a paisagem apenas para não se sentir desconfortável com tanta gente, pelo visto achamos alguém parecido com Bruce. - comenta e eu me seguro para não rir alto.  

Antes de Alfred ir ao encontro de seu filho adotivo, ele beija o topo da minha cabeça e me deseja sorte. Com isto, sinto-me mais confiante, o suficiente para encarar Oliver e seu mar.  

— Desculpe-me, mas, notei que está apreciando há muito tempo este quadro e com toda certeza deve ter entendido o sentido da obra, poderia me explicar, por favor? - digo parando ao seu lado. Ele me olha de soslaio e abre um sorriso.  

— Bem, está vendo aquela cor azul?  

— Sim. Não há como não ver. - afirmo segurando o riso.  

— O azul está transmitindo a beleza de seus olhos - explica. - O vermelho, que está quase se misturando, serve para nos dizer que essa é a cor que combina com você. - ele se vira de lado para me olhar melhor. 

— Muito obrigada por me dizer, vejo que reconhece muito bem uma obra prima. - comento sorrindo. Seus olhos descem e sobem pelo meu corpo, seu sorriso se abre ainda mais e me sinto feliz. Pelo visto acertei em tudo. Meu vestido é vermelho, possui um corte na coxa e ele vai até os pés. O meu cabelo está preso em um coque e decidi ousar ao passar um batom vermelho. 

— Sim, aliás, estou olhando para uma - diz malicioso me fazendo revirar os olhos. Confesso que seu comentário me fez desejá-lo ainda mais, já não basta ele estar delicioso usando este terno cinza com uma gravata azul. Eu não aguento.  

Pego em seu braço e começo a puxá-lo. 

— Venha, irei mostrar a casa devidamente – eu o levo até o cômodo da sala, onde não há tanta gente. - Aqui você perceber uma grande sala, luxuosa, mas não é tão bonita quanto a sua. - explico.  

— Felicity, por mais que esteja sendo divertido vê-la apresentando a casa, posso fazer uma pergunta? - questiona me fitando. 

— Acabou de fazer. - respondo nervosa. - Brincadeira, pode perguntar. 

— O que aconteceu entre Bruce e você? A história que ele me contou não bateu exatamente com a sua. - diz e sinto meu estomago revirar. 

— O que ele chegou a dizer? - eu tenho noção de que Bruce não iria falar algo para me ferrar, mas sei que pode acabar soltando algumas informações que não contei.  

— Apenas disse que o relacionamento de vocês terminou antes dele conhecer a sua amiga. Mas me lembro de você ter dito que ela o roubou de você.  

— Podemos dizer que eu exagerei um pouco... - digo evasiva e seus olhos me encaram com curiosidade. - Deixei eu te contar o que realmente aconteceu - continuamos a andar pelo corredor. - Quando fui para Gotham, eu era jovem, quando conheci Bruce, eu era jovem. Enquanto ele comandava uma empresa, eu nem se quer tinha feito faculdade. Houve um tempo em que moramos juntos, Bruce era o meu porto seguro, qualquer coisa que me acontecesse, ele estaria lá para cuidar de mim. E então, eu recebi uma novidade que me mostrou que o meu relacionamento com Bruce não era bom, pois ele era o único que cuidava, que amava.  

— Está dizendo que nunca o amou? 

— Eu o amei, mas não como desejava. Meus sentimentos por ele não passavam de uma atração, pois quem não iria se sentir atraída por ele? Um homem bonito, rico, bem de vida, um verdadeiro cavalheiro. Mas por todas essas qualidades pude notar que eu não era boa o suficiente para ele, nunca fui. Então fiz minha mala e fui embora.  

As lembranças daquele dia me volta a mente, mas continuo a contar:  

— Não me lembro quanto tempo passou, mas eu estava mais madura e cheguei a cogitar que talvez eu conseguiria ficar com ele, que poderíamos ter uma vida juntos e com essa ideia voltei para cidade, mas já era tarde. Minha melhor amiga já o havia conquistado e ambos estavam apaixonados.  

— Uma história em tanta. - declara Oliver. Eu acabei me envolvendo com minha narração que nem se quer percebi que nos levei para o meu quarto.  

— Agora diga-me você. - o pirraço. - Oliver Queen, o homem que amou tantas mulheres que podemos criar um filme sobre isso. O que acha deste nome: Queen e seus antigos amores.  

— Eu não tenho culpa em ter um coração cheio de amor. - ele brinca. - Além do mais, vai me dizer que nunca se apaixonou?  

— Eu? Nunca.  

— Sério? - seus olhos azuis parecem olhar em minha alma, buscando ver se realmente estou dizendo a verdade. Acontece que, meu coração nunca mentiu para mim.  

— Uhum... - mordo o lábio. - Nota-se que sou um pouco lerda nesta área e, tristemente, gosto de colocar todo mundo na zona da amizade.  

— Isso eu notei - ele abre um sorriso. - Acha que uma hora irá se apaixonar por mim? - pergunta sincero o que faz os meus olhos arregalar de surpresa.  

— Não!  

— Não?  

— Sim! Quer dizer, é claro que não!  

— Está dizendo que não irá se apaixonar por mim? - pergunta com um sorriso sacana e se aproxima. 

— Oliver, eu não sou facialmente conquistada. - explico. - Acho que o amor não é para mim, porque eu não consigo me apaixonar.  

— Você irá se apaixonar.  

— Como sabe? 

— Eu irei garantir que se apaixone por mim. - declara se aproximando ainda mais, fazendo com que nossos lábios se toquem e eu sinta a maciez deles.  

Seus olhos não desviam do meu, suas mãos estão em minha cintura. De repente, nada parece importar. Sua língua pede passagem e eu permito, quero sentir seu gosto novamente, pois ele é viciante. Uma droga que me faz alucinar, implorar por mais.  

Com a falta de ar, nós se afastamos, mas Oliver não quis parar por aqui, ele começou a beijar o meu pescoço, me arrancando suspiros. Suas mãos vão para o zíper do meu vestido e começam a abri-lo. Contudo, eu o puxo para que nossos lábios possam se encontrar novamente. É uma dança, nada romântica, nada animal, apenas somos dois seres que querem saciar a necessidade um do outro. E esta necessidade é grande, pois não parece que chegará ao fim.  

Apesar de perder alguns sentidos, meu instinto me fez colocar a mente no lugar quando Oliver tentou arrancar o meu vestido. Eu não posso deixá-lo ver meu corpo. Apesar dele ter me visto de toalha, ele nunca viu o meu corpo exposto totalmente, nunca viu as verdadeiras cicatrizes.  

Dou a ele um empurrão e começo a tentar fechar o zíper.  

— Se controle, Oliver! - digo afirmando. - Nós não vamos fazer o que está pensando.  

— Eu não pensei em nada. - fala como se fosse inocente. 

— Imagine se pensasse? - fecho o meu vestido e começo a colocar no lugar. 

— Mas apenas para questionar, por que não? - ele levanta meu queixo para encará-lo. 

— Há um tempo certo para cada coisa. - desvio o meu olhar. 

— Como saberei a hora certa? - ele me prende contra a parede e deposita mais beijos em meu pescoço.  

— Não saberá - afirmo arfando. - É melhor voltarmos, esqueceu-se que estamos em um jantar? 

— Infelizmente não. Eu gostaria de esquecer e ficar aqui neste quarto - ele decide me olhar. - Você não? - sua voz pergunta rouca.  

— Talvez... - abro um pequeno sorriso. - Mas, eu preciso voltar. Sou a madrinha principal, preciso dizer algumas palavras para o meu casal favorito.  

— Está bem, você venceu - meu sorriso se abre ainda mais. - Existe algo que você não consiga me fazer ceder? Mesmo com tantas discussões, no final, você sempre ganha.  

— Sou bastante persuasiva. - pisco para ele e pego seu braço para sairmos da casa. Será bom para nós dois um pouco de ar fresco.  

A maioria dos convidados estão do lado de fora da casa. Só agora eu sai para poder reparar as decorações que fizeram. Está realmente agradável, várias mesas com a toalha na cor preto (nem consigo imaginar o motivo de sempre ser preto) nas mesas há velas, o que deixa o ar mais romântico, pois estamos sobre o luar e as estrelas.  

Há também uma pequena banda que está tocando uma música calma, no entanto, não há ninguém dançando.  

Procuro por alguém conhecido, além de Bruce, Sweet e Alfred. Mas a grande parte é pessoas da empresa de Bruce, a outra parte são alguns familiares de Sweet. Aposto que Rocket iria adorar tudo isto, ver a irmã mais velha casando, não duvido de que ela tentaria colocar a mim e as outras meninas para fazerem uma brincadeira com Sweet. Provavelmente Bloondie iria insistir para não fazermos nada, Amber iria falar que nós somos loucas, e eu iria ajudar com toda certeza. Seria incrível, divertido e memorável.  

— Está tudo bem? - pergunta Oliver me tirando da minha imaginação. 

— Sim - forço um sorriso. - Apenas estava lembrando de algumas pessoas.  

— Quem?  

— Elas já morreram, não importa. - digo desviando o olhar. 

O seu silêncio me deu a entender de que ele não irá insistir no assunto, talvez porque não queira estragar a noite, pois percebeu uma certa tristeza em mim. Quem sabe outro dia ele pergunte, mas não será agora.  

— Você quer dançar? - questiona calmo.  

— Não há ninguém dançando. - aponto para o espaço que está aberto para dançarmos como bem entendermos.  

— Vamos ser os primeiros. - ele estica sua mão para que eu a pegue. Hesitando, coloco minha mão na sua e sinto borboletas no meu estomago. Pare de agir feito uma idiota!  

— Eu aceito, mas apenas porque sei que o senhor anda praticando aulas de dança. - nos viramos de frente um para o outro. 

— Não acredito que Thea te contou. - suas ambas mãos pousam em meu quadril e eu coloco as minhas em volta de seu pescoço. 

— Aposto que também não irá acreditar que eu e sua irmã saímos para fazer algumas compras. - abro um pequeno sorriso.  

— Desde quando viraram amigas? - ele puxou minha cintura com força, fazendo nossos corpos chocarem. Eu o encaro surpresa. 

— Desde o momento em que ela percebeu que você está interessado em mim! - comento rindo. - Você tinha que vê-la falando, dizia cada coisa sobre a sua pessoa. - o provoco.  

— Precisarei falar com ela - sua voz sai séria, mas noto diversão em seus olhos. - Então, já que você sabe algumas coisas a mais sobre mim, poderia me dizer algo que eu não sei de você?  

— De mim? Não há muita coisa... - digo evasiva. Não quero mentir para ele, não agora que estamos começando algo novo.  

— Claro que há. Para mim, você é um mistério que precisa ser desvendado. - diz me fitando, sabendo que os olhos são a porta para as emoções.  

— Para mim, eu sou uma confusão que precisa que alguém a arrume. 

— Que tal me dizer algo sobre sua família? - tenta puxar alguma informação. 

— Eu não tenho mais - confesso. - Todos estão mortos, Oliver. - ele me encara surpreso. Me questiono o que está passando em sua cabeça ao saber dessa novidade, pois foram poucas as vezes que comentei sobre minha família, sempre tentei não dizer nada sobre eles.  

— Sinto muito. - pede clemência.  

— Não se preocupe, já faz muito tempo – penso um pouco antes de continuar a dizer. - Eles foram assassinados, mas pegaram o culpado.  

O assunto se encerrou e eu coloquei minha cabeça em seu ombro, para evitar os seus olhos. Por mais que o silencio entre nós não seja desconfortável, pela primeira vez senti a necessidade em saber o que se passa na cabeça de Oliver. Começo a olhar em volta e reparo em outros casais dançando. Oliver teve razão, nós fomos o incentivo para outras pessoas começarem a dançar.

Apesar de minha história não ser mentira, apenas resumida, me veio em mente dizer a ele o verdadeiro acontecimento, para ver sua reação ao saber que a mulher que ele tanto insiste em proteger das maldades, já vivenciou muitas coisas ruins.  

Começo a olhar em volta e reparo em outros casais dançando. Oliver teve razão, nós fomos o incentivo para outras pessoas começarem a dançar.

Para tentar confortá-lo, tentar dizer sem usar as palavras de que eu estou aqui, junto nossas cabeças, colo nossas testas uma na outra e  fechos os olhos.  É estranhamente confortável o arrepio que sinto quando nossas pele se tocam. 

 No entanto, paramos de dançar ao escutarmos Sweet Pea bater na taça e pede a atenção de todos. Para não deixar Oliver sozinho, pego em sua mão e o arrasto até a mesa em que Alfred está.  

— Há muitas coisas pela qual eu quero agradecer - ela começa a dizer. - Primeiro, por vocês terem vindo até aqui. Segundo, por meu noivo maravilhoso. E terceiro, por você, Felicity. - sinto meu coração apertar quando seu olhar cai sobre mim. - De todas essas coisas, Felicity é a mais importante, pois devo minha vida a ela. Quando pensei não haver mais esperanças, ela mostrou-me um outro caminho, salvou minha vida e de brinde me fez conhecer Bruce. Hoje estou aqui apenas por sua causa – ela levanta uma taça. - Um brinde para ela. - vejo o seu lábio se curvar em formato de sorriso, aposto que deve estar se divertindo por eu estar com uma expressão de surpresa. 

— Você vai dizer algumas palavras para ela? - pergunta Oliver sussurrando em meu ouvido. Apenas assinto e abro um grande sorriso.  

— Está na hora de contar alguns podres dela - pisco para ele e me levanto. - Por favor, a atenção de todos - peço e muitos olhos focam em mim. - Como madrinha, quero dizer algumas palavrinhas para o meu casal favorito – Sweet se senta e concorda levemente com a cabeça para que eu continue. - Vamos começar do princípio, quando conheci esta maravilhosa noiva. Na primeira vez que nos vimos, ela me olhava com desdém e eu me perguntava o motivo dela estar sendo tão má comigo, eu não havia feito nada para ela. Para ver que nós nos damos tão bem de cara, ela me empurrou e eu acabei caindo no chão na frente de muitas mulheres.  

Várias pessoas dão risada, inclusive a mim e Sweet. 

— Naquele momento, caída no chão, pude perceber que ela não seria nada fácil, eu tentei várias vezes me aproximar dela, mas ela sempre me afastada. Então, um dia, quando aconteceu a pior coisa comigo, quando eu estava chorando e pensando em desistir de tudo, ela apareceu, se sentou ao meu lado e me abraçou. Lembro-me de dizer para ela que ia desistir, que minhas esperanças haviam se esgotado. E pela primeira vez, eu a vi chorar. Com a voz fraca, ela me pediu para não desistir, continuar lutando. Eu a questionei falando: por que continuar? Você também está desistindo. Sua única resposta foi: Eu ainda não desisti, você me impede de fazer isto, você e sua maldita esperança.  

Sinto meus olhos lacrimejarem e tento me manter séria, senão irei cair em lágrimas. 

— Depois daquele dia, nós viramos amigas. Melhores amigas. Apesar de algumas vezes ela querer me socar ou me estapear, apesar de passar alguns meses ou anos sem nos vermos, nós continuamos unidas - pisco para ela.  

Eu a vejo sussurrar um obrigado, apenas aceno com a cabeça e direciono meu olhar a Bruce.  

— Agora vou falar do mal-humorado. Pensou que eu iria sair desta sem ser testado? - vejo sua testa franzir. - A primeira coisa que vi em Bruce, foram os seus olhos, neles haviam tristeza. Me chamou tanta atenção que eu precisava saber o motivo, queria desvendar a razão dele sempre carregar uma carranca no rosto. Então, decidi trabalhar para ele, nos primeiros dias, eu sempre pensava em desistir, jogar tudo para o alto e chutar a bunda de Bruce Wayne. Mas não fiz, pois eu sabia que era exatamente isso que ele queria. Depois de muita convivência, ele aceitou o fato de que teria que me aguentar. Bruce nunca sorriu para mim, talvez para manter a pose de ''chefão'', mas um dia, ele não conseguiu manter a carranca. Nós estávamos jogando cartas, Alfred e eu, depois de muitas vitórias minha, Bruce decidiu entrar, para mostrar que não há ninguém que consiga vencê-lo. No entanto, eu venci e ele me perguntou: Como? Vocês tinham que ver o rosto dele de surpresa. Minha resposta fora simples: Um mágico nunca revela seus truques. Fingi parecer séria, mas no final não resisti e acabei rindo até minha barriga doer, e foi quando eu ouvi a risada de Bruce. Acreditem em mim, foi assustador vê-lo rir.  

Fingi uma cara de assustada e todos começaram a rir. 

— Eu conheci essas duas pessoas maravilhosas e vê-las juntas me enche de felicidade, pois ambos tentam ser melhores um para o outro, pois ambos se amam. Todas as vezes que eu olho para vocês - abro um sorriso ao ver os dois me fitando. - Eu estou olhando para uma verdadeira prova de amor - pego a minha taça e a levanto. - Um brinde para esse casalzão da porra!  

Todos brindam e eu volto a me sentar. 

— Lindas palavras, minha menina. - comenta Alfred sorrindo.  

— Digamos que eu aprendi com o melhor. - pego em sua mão.  

— Não vai me apresentar ao rapaz? - incita ele. Aposto que apenas quer conhecer Oliver apenas para tirar conclusões se ele realmente é um homem de valor.  

— Oliver Queen este é Alfred Pennyworth - ambos esticam a mãos para se cumprimentarem. - Pronto, estão apresentados. 

— Então você é o homem que está interessado em minha menina? - diz Alfred dando a ele um olhar que nunca vi em seu rosto. - Quero que saiba que se fizer algo com ela, eu sei o seu nome e qual cidade mora.  

— Não se preocupe, não farei nada errado. - afirma Oliver como se não tivesse recebido nenhuma ameaça de vida.  

— Não está entendendo, rapaz. Felicity é única, não é igual aos casos que teve ao longo da vida. Se vacilar, se cometer um único erro, não haverá volta. Então, antes que faça qualquer coisa, pense se não irá causar a perca da única mulher que pode te fazer feliz.  

— Eu entendo que ela é única - seus olhos voltam para minha direcionada. - Demorei um tempo para perceber, mas agora que sei, não pretendo deixá-la fugir de mim.  

— Bom, bom - Alfred volta a sua expressão normal, como se a segundos atrás não tivesse ameaçado Oliver. - Se me dão licença, preciso falar com Bruce. - ambos concordamos.  

Esperamos Alfred sair completamente da mesa para nós voltarmos a falar.  

— Caramba, para um senhor, ele sabe ameaçar. - suspira Oliver.  

— Sim! - eu dou risada. - Eu nunca o vi fazer isso com alguém.  

— Só para perguntar: Como ele sabe que estou interessado em você? - questiona com um sorriso  

— Eu contei a ele. - desvio os meus olhos. - Digamos que eu não sabia o que fazer em relação a você, então pedi o conselho dele.  

— Por que não sabia o que fazer em relação a mim?  - sua sobrancelha se levanta,  

— Olha, eu amo trabalhar na empresa e amo ajudar na cidade. Imagina se algo entre nós não dá certo? Seria torturante para mim deixar todas essas coisas que amo fazer.  

— Mas não seria necessário. Já namorei com Laurel e mesmo assim as coisas não são estranhas entre nós.  

— Não são? Você não percebe, mas para ela é torturante vê-lo, pois ela ainda o ama. 

— Me ama? - sua testa frisa. - Isso é impossível.  

— Apenas para você. - suspiro negativamente. - Por isso eu peço que isto que está acontecendo entre nós fique em segredo, vamos focar primeiramente nas coisas a nossa volta, quem sabe depois de um tempo, quando nós tivermos certeza de que estamos funcionando juntos, nós contamos? 

— Podemos fazer do seu jeito, mas, eu irei falar com Laurel, deixar claro meus sentimentos.  

— Seus sentimentos? - pergunto curiosa em saber. 

— Preciso deixar claro que estou apenas interessado em você. - ele pega minha mão e começa a brincar com ela.  

— Ainda bem, pois não quero que isto aqui vire um triângulo amoroso.  

— Não irá virar. - garante para mim. 

Agora estou observando ele brincar com minha mão, mas vejo seu maxilar rígido. Será que há algo que ele quer me falar, mas está hesitando? No entanto, qual será o motivo de hesitar? Céus, nunca senti tanta vontade em saber ler pensamentos quanto estou sentindo esta noite.  

Isto me incomoda pelo simples fato de que, quando não havia nenhum sentimento sem ser amizade, Oliver me dizia tudo que pensava, mas agora, é estranho vê-lo hesitar. Gosto de saber o que passa na cabeça dele, pois assim consigo ajudá-lo, não gosto de me sentir inútil. 

— Felicity, me permite uma dança? - desvio o meu olhar do rosto de Oliver para encarar o do homem a minha frente. Eu não havia percebido que Joseph Stuart, o funcionário da empresa, está aqui. Nós dois nos damos muito bem, sempre estamos trocando algumas ideias. Ele também trabalhou uma época para Bruce, quando eu estava na cidade, depois decidiu mudar-se para Starling City em busca de novas oportunidades.   

— Eu não sabia que estava aqui! - eu me levanto para abraçá-lo. - Olha, eu até dançaria, mas não posso deixar Oliver sozinho.   

— Ah, olá Sr. Queen. - ele desvencilha do meu abraço e estica a mão para cumprimentar Oliver. - O senhor não se importa se eu pegar Felicity para uma dança, se importa?  

— Para falar a verdade sim – o responde sério. - Ela está aqui para me acompanhar, coisas de negócios – seria loucura minha em dizer que há uma pitada de ciúmes no modo que Oliver falou?  

— Por favor, aposto que ela está entediada em ficar aqui sentada – declara Joseph sem ter noção do perigo.   

— Aposto que ela não está, certo, Felicity? - agora os dois homens me encaram esperando uma resposta. Suspiro pesadamente e pego no braço de Joseph.   

— Façamos o seguinte: eu irei dançar uma música e depois volto, está bem? - tento contemporizar a situação, mas como Oliver nada responde, eu aceito como um sim.   

Para mim nunca foi desagradável ficar na presença de Joseph, pois ele trabalha na área de TI, então sempre estamos conversando. Além do fato de que ele é um homem muito bonito. Seu cabelo é castanho escuro, possui uma barba mal feita que dá a ele um charme, seu corpo é razoável, não possui todos os músculos e gominhos de Oliver, mas serve. Seus olhos são azuis, contudo não me fazem sentir os mesmos sentimentos turbulentos que sinto ao encarar os de Oliver, não há nenhuma borboleta em meu estomago quando encaro os olhos azuis de Joseph, meu corpo não se arrepia ao sentir seu toque ou sentir seu cheiro no ar. Não há nada de diferente.   

— Está muito bonita, Felicity. - declara ele sorrindo como bobo. Por mais bobo que pareça, me sinto  estranha ao sentir suas mãos em meu quadril, elas não são iguais aos de Oliver.   

— Obrigada. - coloco meus braços em cima de seu ombro, mas não os envolvo em volta do pescoço.   

— Estou tão feliz em estar aqui para poder vê-la usando mais um vestido de tirar o ar. - seus olhos brilham de emoção. Isto está muito estranho.   

— Não quero parecer chata, mas Bruce o convidou? - questiono por puro instinto. Sweet garantiu a mim que ninguém entraria neste jantar sem ser convidado, não haveria nenhuma surpresa, é para esta noite ser memorável no bom sentido. Sem invasões de inimigos como teve no evento.   

— Infelizmente não. Mas isto não me impediu de vir aqui para vê-la - diz manhoso. - Caramba, você cheira tão bem. - ele se aproxima para perto do meu pescoço e eu apenas ignoro seu comentário.   

— Joseph, como entrou aqui? - sinto a preocupação começar a surgir em meu peito. Se ele conseguiu entrar, há como mais alguém estar aqui sem ser convidado?  

— Não se preocupe!  - pede sorrindo. - Um cara foi convidado, mas ele não pôde vir. Então, para não fazer de desfeito, deu o convite para mim e pediu para colocar meu nome na lista.   

— Este homem não veio por que não podia, ou por que você o fez não vir? - isto aqui está ficando muito suspeito. Joseph está agindo diferente, estou acostumada com seus elogios, mas desta vez ele está ultrapassando os limites. Além do fato de estar deixando bem claro que sua intenção é apenas em me ver. Para quê?  

— Oras, Felicity, eu precisava dar um jeito de vir até aqui. Por você - seu olhar fica mais sério. - Há algo que apenas hoje consegui coragem para dizer.  

— O quê é? - o encaro esperando sua resposta.  

— Eu amo você. - declara e quase engasgo com sua afirmação. O que diabos está acontecendo aqui? - Você também me ama, não? - sinto que se eu dizer algo que não seja de seu gosto, ele irá fazer uma cena, o que eu menos quero. Esta noite não é para haver nenhuma briga ou discussão, preciso resolver isto do lado de fora. Colocar fim a esta loucura que surgiu para mim.  

— O que acha de irmos para sua casa? - pergunto abrindo um falso sorriso. - Aqui não dá para eu fazer nada com você. Não o que eu tenho em mente. - no mesmo minuto que ofereço a proposta, ele puxa o meu braço e começa a nos levar para fora.   

Antes de sair completamente do local, meus olhos procuram por Oliver e os encontram, felizmente ele está nos observando e achou estranho a nossa saída repentina. Com isso se levantou e espero que agora esteja nos seguindo. 

— Falaram para mim que eu não conseguiria conquistá-la, pois você nunca ficaria com alguém do trabalho e como eu mas quando vi você com Oliver, percebi que o trabalho não ficará entre a gente. O que realmente importa são os nossos sentimentos, certo? - indaga Joseph insanamente.   

— Claro – concordo rapidamente. - Mas apenas por dúvida, como você ficaria se eu recusasse seus sentimentos? Se eles não fossem correspondidos?  

— Ficaria bravo e insistiria. - sua testa franze, provavelmente não entendendo minha pergunta.   

— E se mesmo assim eu não aceitasse? - puxo o meu braço para fazê-lo me soltar.   

— O que está fazendo? - questiona confuso. - Nós vamos para o meu apartamento.   

— Não, ela não vai. - ouço a voz de Oliver declarar atrás de mim. Instintivamente, começo a recuar para me aproximar dele.   

— Por que está aqui? - o tom de Joseph se eleva. - Eu e Felicity estamos indo embora do jantar. - declara irritado.   

— Eu não vou com você! - digo alto. Ainda bem que não há ninguém além dos seguranças, assim ninguém prestará atenção no que está acontecendo perto dos portões.   

— Vai sim. - ele tenta pegar em meu braço novamente, mas, Oliver se coloca na minha frente, como um escudo e rapidamente dá um soco em seu queixo, fazendo Joseph cair no chão.  

— Não toque nela. - afirma com uma voz grossa e começa a me puxar para andarmos. Eu permiti que me levasse para onde entendesse, pois querendo ou não, Oliver me ajudou. Claro que eu podia resolver isto facilmente, mas ser protegida por Oliver é realmente encantador. - Quem era aquele? - questiona irritado.  

— Joseph trabalha para nós, não se lembra dele? - franzo o cenho. - Tenho certeza de que foi você quem o contratou. 

— Na realidade, não o conheço. - paramos em frente ao carro de Oliver. - Por que ele queria levar você para o apartamento dele? E por que não me chamou? 

— Eu apenas queria tirá-lo do jantar, para eu poder recusar seus sentimentos. - explico. - Não te chamei porque não queria fazer cena, mas não achei que fosse acontecer tudo isto.  

— Que sentimentos? - questiona levantando uma sobrancelha.  

— Nada demais. - ironizo. - Ele apenas disse que me ama e que agora nós dois podemos ficar juntos. Mas, antes que vá insinuar algo, eu nunca me demonstrei interessada nele. Não sei de onde surgiu toda essa ideia e doidice. Joseph nunca agiu assim, como um louco obsessivo.  

— Entendo, mas teremos que pesquisar sobre ele, se você não o contratou e nem eu. Como ele trabalha nós? - apenas assinto.  

Sua linha de raciocino é correta, nunca me ocorreu que Joseph podia ser um louco, pois não demonstrou esses sinais, sempre agiu tão certinho, mas parando para observar, ele sempre esteve perto de mim. Desde quando trabalhou para Bruce, nós chegamos a nos ver uma vez, depois eu fui embora da cidade e então, quando apareço em Starlig City, Joseph também aparece. Tirando o fato de que, algumas vezes, nós se víamos depois do expediente, quando eu saia para me encontrar com Oliver e ajudar na arque - apenas nos cumprimentávamos e seguíamos caminhos diferentes. Para mim, isto sempre foi uma coincidência, mas, agora está tudo muito suspeito. A maneira como agiu hoje, me lembra de Blue. Será possível que, Joseph trabalha para Blue? Não. Eu não posso acreditar que todo esse tempo que agi legal com ele, que gastei meu tempo com ele, suas únicas intenções era me trair, me prender.  

— Vamos embora. - pede Oliver com gentileza e abre a porta para mim. 

— Para onde irá me levar? - questiono ao entrar dentro de seu carro. - Para arque? 

— Não. - ele responde entrando na parte de motorista.  

— Então, para onde?  

— Nós vamos para minha casa.


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Notas finais do capítulo

Roupas do capítulo: https://goo.gl/QYfRdN
Ator que interpreta Joseph: https://goo.gl/Kbd6bb
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A história de Joseph será explicada, como também fato dele enlouquecer assim de repente.



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