O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 10
Capítulo 9: Dentro ou fora.


Notas iniciais do capítulo

Nem acredito que demorei tanto assim! Sinto muito... Pela demora e pelos acontecimentos que irão acontecer! HAHAHHAA



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736705/chapter/10

 

Você mal sabe que todos os meus erros 

Estão me afogando aos poucos 

 
 

Oito anos atrás:  

Passei a manhã inteira ajudando Amber com sua punição e eu não era a única, as meninas decidiram ajudar também, por fim acabamos de limpar tudo na hora do almoço. Depois de dias apenas comendo restos, hoje tivemos um almoço digno! Comemos frango e arroz, não estava gostoso, mas era melhor do que apenas comer um sanduíche ruim. No período da tarde, a madame nos chamou para treinarmos, aprendemos alguns passos novos, mas nada disso importa.  

O que realmente importa é que chegou à hora de nós nos arrumarmos. Todas nós estamos ansiosas pela noite que teremos pela frente, pois vamos pôr meu plano em ação. 

 As meninas se vestem perfeitamente. Sweet Pea, em minha opinião, é a que está mais sedutora, pois decidiu vestir uma saia curta com um laço preto, uma blusa preta que mostra suas costas, um salto alto na cor preta, batom vinho, sombra na cor roxa e um perfeito delineador, seu cabelo está preso em uma trança que faz parecer como uma tiara. 

Blondie é a mais fofa, com um vestido com desenhos de borboletas sem parecer infantil, salto alto na cor prateada, as maquiagens leve sempre caiu bem nela, por isso passou um batom claro e um delineador com dourado e preto, sem ser chamativo, colocou uma tiara com pequenas florzinhas.  

 Rocket está linda com sua saia azul e sua blusa branca com listras pretas que mostram suas costas, uma bota pequena com salto alto azul, ela realçou mais seus cílios e usou pouca maquiagem, deixando mais amostra sua beleza natural, no seu penteado, fez uma belíssima franja que esconde um pouco dos seus olhos causando um ar misterioso.  

De todas, Amber foi a que mais me surpreendeu, ela sempre foi bonita, mas vestida daquele jeito, ficou devastadora. Um vestido preto com babado, que em sua parte de cima, tem tantas pedrinhas que eu poderia ficar contando por horas, seu salto alto na cor branca, maquiagem escura que a deixou com um ar de destruidora, sua sombra preta com brilhos e um batom na cor preta, e para finalizar, seu cabelo solto com algumas pontas onduladas.  

O meu visual é o mesmo: saia, blusa e peruca loira. 

— Estão lindas. – comento admirada por tanta beleza em minha volta. 

— Tudo pelo plano! – Rocket responde animada. 

— É, é... – Sweet parece o contrário de sua irmã. – Agora você precisa ir, senão Blue desconfiara de algo.   

— Deixei conosco, iremos fazer tudo que for possível. – a voz de Amber sai confiante e faz com que minha ansiedade diminuía um pouco. 

— Cuidem-se! – dou um último olhar para elas antes de sair do camarim. 

Sigo o mesmo caminho que costumo seguir desde que Blue me explicou a minha função. Eu apenas preciso sorrir e dançar para todos os homens que passam por mim. Na primeira noite eu havia ficado em cima de um palco, mas, muitos homens me queriam mais perto deles, então Blue decidiu me colocar do seu lado, enquanto eu faço pequenos passos de dança (nos quais eu ainda me considero ruim e não sei como as pessoas se encantam) os homens ficam conversando com ele, entretanto, com os olhos fixos em mim. 

— Tenho algo para você. – sussurra a madame, começando a caminhar comigo. Ela é a única mulher que fica perto de mim, sem ela, eu ficaria rodeada de homens nojentos. 

— O que é? – tento não demonstrar curiosidade. Nós apenas nos falamos algumas vezes e ela não me dava presentes ou insinuações como aquela. Será que ela descobriu o beijo que Blue tinha me dado? 

— Encontrei alguém. – declara. 

— Alguém? – pergunto sem entender. 

— Sim, mas, este cara quer apenas conversar com você. – ela ri. – Quem é o idiota que paga uma grande quantia apenas para conversar?  - ironiza. – Siga-me, esta noite será como um teste, iremos ver se sabe ser agradável com um cliente. 

Penso em dizer que não será bom se eu sair de onde estamos, contudo, vendo o olhar sério dela, eu sei que nada que eu falar irá servir de algo.  

Fomos ao corredor que eu costumo chamar de o corredor da dor, paramos em frente a última porta que tem nele. Blue e alguns homens estão parados ao lado da porta, por algum momento eu achei que tudo isso não passava de um plano da madame, para ela conseguir me matar sem levantar suspeitas, mas com a presença do chefão, vejo claramente que não morrerei hoje. 

 - Se ele te tocar, grite. Estaremos do outro lado da porta. – seu sotaque russo deixa as coisas ainda mais sombrias. Entretanto, não hesito em entrar no quarto. Eu não irei ser abusada, sera apenas uma conversa. 

O quarto não está muito iluminado, apenas com algumas velas e um abajur, a cor das paredes são vermelhas, o chão com piso branco, uma cama de madeira enorme e apenas uma poltrona no qual o meu ‘’cliente’’ está sentando, não consigo vê-lo direito e por isso acho que será um senhor de 50 anos, mas não. Decido me aproximar mais perto e fico surpresa com a aparência do homem, ele parece ter cerca de seus 20 e poucos anos, a cor dos olhos eu não sei definir, parecem ser castanhos com pitadas de verdes. Seu rosto é inexpressivo, então decido avaliar suas roupas. Um belo terno azul escuro com gravata de borboleta e um relógio que deve ter custado o olho da cara. Ele é rico. 

— Sente-se. – aponta para a cama que está ao seu lado. 

— No que gostaria de conversar? – disse com um tom de voz doce. Este seria o meu primeiro cliente e talvez com ele eu consiga praticar o meu plano, seduzi-lo e convencê-lo a me tirar daqui. Na minha cabeça parece ser mais fácil, mas, me esqueço de que não tenho muitas ideias de como seduzir alguém. 

—Q ual é seu nome? – pergunta calmo. 

— Babydoll.  – falo automático, depois de tanto colocarem na minha cabeça que eu não tenho mais o meu nome antigo, comecei a usar o apelido que Blue me dera. – E o seu? 

— Bruce Wayne. – seus olhos desviam do meu e olham para o relógio, será que nós tínhamos apenas minutos? – Escute-me garota, a senhorita gosta deste lugar? 

— Não muito. – dou um olhar sensual e pela sua reação funciona, ele parece surpreso. – Mas é o que tenho. 

— Eu achei que não fosse esse tipo de mulher. – diz enigmático.   

— Que tipo de mulher? – finjo estar pensante enquanto mordo meu lábio. Ok, não era fácil tentar ser sedutora, eu gostava mais de atacar as pessoas com o meu humor irônico. 

— Daquelas que se vendem, achei que fosse melhor que elas. – ele se aproxima mais perto e pude reparar melhor seu rosto. Ele está deixando a barba crescer e tem uma pinta na bochecha. Ele me lembra de alguém. 

— Espere ai. – falei sem me importar se minha voz está sendo sexy ou não. Eu consigo reconhecê-lo, ele veio aqui na noite anterior e ficou me observando, ele também estava com a madame na hora que Blue atirou no velho.  – O que você quer? 

— Quero saber se você é diferente das mulheres daqui. Eu te vi defendendo aquela mulher, não teve medo e não ficou assustada com alguém morrendo na sua frente. – começa a me avaliar. – E então, você é? 

— Isso importa? – reviro os olhos. – Sim, sou diferente. Sei fazer um passo de dança que nenhuma delas sabe. – ironizo. 

— Não temos tempo para graça, garota. – falou irritado. 

— Para que quer saber, mal-humorado? 

— Quero tirá-la daqui. 

Minha respiração paro. Isto daqui só pode ser um sonho. Talvez eu tivesse desmaiado por ter me esforçado muito nesses dias, talvez esse dia nem sequer começou e que eu estou ainda dormindo. Não tem como isso ser real, talvez seja um teste, Blue quer testar minha confiança, talvez ele tenha descoberto meu plano e queira me pegar em ação. 

— Como sei que isso é verdade? – digo desconfiada. – Como posso confiar em você? 

— Por causa disso. – ele puxa uma arma. – Dentro dela tem tranquilizadores. Agora preciso que me escute com atenção. – eu apenas concordo, ele tinha conseguido minha total atenção. – Os homens não estão vigiando nossa conversa, mas não temos muito tempo, eles me deram alguns minutos para conversar com você. Esconda essa arma e apenas use-a quando for à hora. – me entrega a arma que parece ser pequena em sua mão, mas quando passa para mim, parece crescer de repente. 

— Qual será a hora certa? 

— Você saberá. – seu tom de voz sai com confiança. – Eu voltarei mais tarde e colocarei esse lugar para baixo. 

— Precisa me explicar mais. – peço. 

— Faz pouco tempo que consegui uma informação deste lugar. Precisei ver com os meus próprios olhos para confirmar minhas suspeitas, agora está na hora do local fechar.  – ele olha para seu relógio novamente e seu rosto ficou tenso. - Não temos mais tempo. Guarde a arma e a mantenha perto de você. – ele não precisa repetir duas vezes, a arma é pequena, então a guardo no meu sutiã. - Alias, preciso que minta e diga que eu tentei algo com você, roubar um beijo, um toque, algo que eles acreditem. – explica. 

— Agora? – franzo o cenho. Ele apenas concorda. 

Monto as peças do quebra-cabeça e entendo o motivo para eu precisar encenar algo. Será muito suspeito apenas o cara querer conversar e nada mais, mas, se ele tentar algo comigo, ninguém suspeitará das suas verdadeiras ações. Então, o que faço em seguida chega até ser engraçado: dou-lhe um tapa em seu belo rosto. A reação dele é de surpresa, ele não esperava que eu fosse fazer isso, certo vermelho aparece em sua face e só aí começo a gritar que ele está tocando em mim. Antes dos homens levarem Bruce à força, ele abre um meio sorriso para mim e grita: 

— Nos veremos de novo, garota! – para todos, aquilo soava uma ameaça. Para mim, aquilo foi uma confirmação de que ele irá voltar e que em breve eu e as meninas estaremos livres. 

— Ele te machucou? – pergunta Blue tocando em meu ombro. Apenas nego com a cabeça. – Então venha, você precisa voltar para o seu papel. 

— O que vai acontecer com o homem? – tento fingir estar com repulsa, mas certa preocupação surge dentro de mim. E se Blue decidisse matá-lo? 

— Ele quebrou o trato, isto significa que nunca mais voltara aqui, caso ele tente, será morto. – um alivio toma conta de mim, Bruce não será morto e melhor ainda, sairá daqui para poder nos ajudar.   

Passo o resto da noite desconfortável, uma parte do meu desconforto foi porque a arma de tranqüilizante que está em meu peito ficou incomodando muito, e a outra parte foi porque tive que esconder minha ansiedade. Eu quero contar minha novidade para as garotas, mas não sei se é certo. Não quero enchê-las de esperança para depois Bruce nunca mais retornar. Com essa perspectiva, decido não contar a elas.  

Ao terminar de atender todos os clientes, retorno ao meu quarto e encontro todas as meninas animadas e me esperando.  

— Eu conversei com o meu cliente e talvez eu tenha o convencido. – Amber declara quando fechei a porta do quarto. 

— Digo o mesmo do meu! – Rocket dá pulinhos de alegria. – Mana, conseguiu algo? 

— Fingi estar apaixonada pelo meu cliente e joguei muitas ideias de como seria maravilhoso ser apenas dele. – Sweet não está contagiosa igual às outras. Na realidade, está prestando atenção mais ao seu cabelo em vez do assunto. 

— Eu comecei a reclamar do quão mal os homens são comigo e menti dizendo para meu cliente que, ele é o único que não me trata mal, e comentei também o quanto eu quero ser mãe dos seus filhos. – conta Blondie que está ao lado de Amber. 

— Blondie tem apenas rostinho angelical, porque sabemos que ela é a mais safada de todas nós! - a japonesa fala rindo. 

— É melhor irmos dormir. – disse me espreguiçando e cortando o assunto. 

— Babydoll, aconteceu algo? – a pergunta veio de Sweet Pea que agora está com os olhos fixos em mim em vez do seu cabelo. 

— Não, apenas cansada de hoje. – minto, mas ela não parece acreditar. 

— O que está escondendo? – sua voz sai mais intimidadora do que o normal. 

Eu decido contar para elas, mas sou interrompida por barulhos de tiros, de pessoas começando a gritar e uma sirene tocar. 

Esta é a hora que Bruce Wayne tinha falado. 

Atualmente: 

— Felicity acorde! Vamos, Felicity. – uma voz conhecida me chama e essa pessoa balança meu corpo sem parar.    

— O que houve? – meus olhos começam a se abrir lentamente e me dão visão de um Oliver preocupado.   

— Você estava sonhando e começou a gritar. 

— Oh. – foi à única coisa que consegui dizer. Algumas vezes no meio da noite eu acordava gritando por causa dos pesadelos que tinha. – Sinto muito acordá-lo. 

— Não, está tudo bem, eu já estava acordado. – ele solta meus ombros que estava segurando para me balançar. 

— Já? – Franzo o cenho. – Que horas são? 

— Passou do horário de almoço, mas creio que dá para eu comprar algo para você. 

— Ai, Oliver! Não acredito que não me acordou na hora que levantou. – levanto-me, mas sem ideia do que fazer. 

— Eu ia te acordar. Só que te vi dormindo tão calma e relaxada que opinei por deixá-la assim mesmo. 

— É porque eu estava dormindo! – afirmo irritada. – Não acredito que perdi metade do dia. 

— Felicity, respire. – fala calmo e vai em direção a uma muda de peça de roupa. – Aqui, tome um banho e se vista. 

— Essas roupas parecem com as minhas... – falo avaliando e então peguei a calcinha. – Elas são minhas! Como as conseguiu? 

— Sara e Laurel foram até seu apartamento pegar. 

— Elas foram? – ele concorda. – Acharam algo? – eu não deixava nada na minha casa que fosse entregar a minha identidade secreta, mas, Blue poderia ter feito alguma coisa, deixado um bilhete. 

— Não, está limpo. Pelo que parece, ele apenas queria você. – não consigo entender o motivo de Oliver ficar com seu rosto sombrio quando fala do que houve em meu apartamento.  Eu tinha que perguntar? Não, se ele quisesse que eu soubesse o motivo, ele me contaria. 

— Entendo. Por acaso as meninas trouxeram maquiagem? Quero ver se sou boa em esconder esses vermelhos igual sou boa em rastrear pessoas. – pego uma mecha de cabelo e coloco na frente do meu rosto. – Ou talvez eu deva andar igual à Samara do poço? Cuidado, não olhe, posso matá-lo.   

— Eu já te falei que não está ruim. – ele ri e coloca a mecha que eu tinha soltado atrás da minha orelha. Seus olhos fixam no meu e ele se aproxima inclinando a cabeça. Por um momento, acho que vai me beijar e apenas pensando nisso faz com que eu me arrepie toda, mas ele não faz o que eu quero. Ele joga uma parte do meu cabelo para o outro lado e seus olhos vão para o meu pescoço. Ousado, quer começar a me beijar por aí. Droga, eu preciso parar de ter esses pensamentos, preciso parar de colocar tudo para o lado nada correto. – Eles te enforcaram? –  pergunta quebrando o silencio e fazendo a minha cabeça parar de pedir por seu toque. 

— Algo assim... – falo evasiva. – É melhor eu tomar meu banho. – saio de perto dele e caminho até o pequeno banheiro que temos no esconderijo, ele é simples e sem animo, mas ficou menos deprimente quando coloquei uma pequena flor artificial para enfeitar. 

Odeio admitir, mas Sweet tem razão. Algo está diferente. Quando Bruce me tocava, eu não sentia nenhum choque, mas, agora quando Oliver apenas fica perto de mim, eu sinto uma eletricidade entre nós. Antes eu achava que tínhamos isso porque éramos uma ótima dupla: Eu o cérebro e ele a força. Mas agora é algo a mais do que isso, é como se juntos fossemos melhores. Não acredito em alma gêmea, não acredito que estávamos destinados apenas a uma pessoa, pois isto seria muito triste. 

Visto minhas peças intimas que são na cor preta, a única coisa que eu não uso no colorido. O vestido que trouxeram para mim é na cor salmão e junto com ele visto uma jaqueta branca. Como sapato, um belo salto alto na cor parda, prendo meu cabelo em um ótimo rabo de cavalo. Aproveito para me dar uma olhada no espelho e ver a situação do meu rosto. Não está tão ruim quanto pensei. Se eu colocar um pouco de maquiagem tampará e ninguém saberá que levei socos no meu rosto.  

Saio do banheiro e vou em direção aos meus bebês (os computadores) e vejo Roy, Laurel, Sara, Diggle e Oliver mexendo nos meus preciosos. Provavelmente estão pesquisando algo sobre o homem que eu fingi reconhecer, parte de mim quer apenas ter escutado os boatos em vez de vivê-los. Entretanto, a outra parte sabe que com isso conseguiremos resolver o problema mais rápido. 

— Pessoal, afastem dos meus computadores antes que baixem algum vírus neles! – com isso todos para de focar nas máquinas e olham agora para mim. 

— Como está se sentindo? – Diggle pergunta. 

— Bem na medida do possível. – sorrio fraco para ele. – Conseguiram alguma informação? 

— Sim e não. – diz Sara. – Sabemos que apelidaram este cara como Blue Jones e que saiu da prisão há pouco tempo. Depois de sua liberdade, não há mais nenhuma informação dele, é como se tivesse sumido do mapa.  

— Eu acho estranho este cara estar em Starling City, por que essa cidade entre tantas? – especula Roy. 

— Talvez porque ele considerou essa cidade a mais fácil de recomeçar seus negócios. Sabemos que sequestrava mulheres e as fazia vender o corpo pela sobrevivência. É melhor ficarmos ligados em relação a mulheres desaparecidas. Vocês podem avisar o Quentin? – Oliver e suas manias de me surpreender. Blue realmente vai reabrir seu negócio, mas está aqui também por vingança. 

— Claro, eu e Sara vamos agora avisá-lo – dito isso, as duas loiras vão em direção à saída. 

— Fico feliz que esteja bem, Felicity. – diz Roy que me dá um abraço apertado. – Agora vou conferir como Thea está. – apenas concordo e deixo que vá embora. 

— Preciso ver minha amiga. – declaro para os dois homens que estão comigo. 

— Não é seguro sair. 

— Concordo com Oliver. – ótimo, ativei o modo protetor dos dois. 

— Relaxem. A Srta. Wayne tem seguranças, além do mais, ela pode ter mais informações sobre esse tal de Blue. – explico calmamente. 

— Ainda sim é arriscado, Felicity. – preocupa-se Diggle. 

Eu admiro demais essa necessidade de ambos querem me proteger, mas, não é disso que eu preciso agora. Minhas reais preocupações estão em Sweet Pea, ela não sabe ainda que Blue observou a nossa luta de ontem à noite, e se por acaso ele a visitou igual fez comigo? Acabei não a informando ontem e com isso ela pode ser pega de surpresa igual a mim. 

— Preciso que vocês me entendam, meninos. Eu não quero ficar aqui. Eu quero a minha melhor amiga. – a minha voz transmite a verdadeira emoção da qual eu quero expressar: necessidade. Eu estou necessitando de conferir se Sweet está à salva e segura, já para Oliver e Diggle isto pode parecer necessidade de conversar com alguém que não seja eles. 

— Está bem, desde que a senhorita mande mensagens de texto confirmando que está segura.  – concordo com a proposta de Diggle e aceito o celular temporário que me entrega. – E também pegue meu carro, assim terá como vir e voltar. 

Diggle não precisou dizer duas vezes, peguei a chave do seu carro e sai da arque-caverna, quando entrei no automóvel, apertei o acelerador e deixei minhas preocupações de lado, está na hora de me concentrar.  

Não demoro muito para chegar à casa que Sweet alugou temporariamente. Seu portão de entrada é lindo, na cor branca e com um belo jardim para ser visto pelo lado de fora, o mato é verde e tem aquelas pedras que indicam o caminho, do lado tem alguns enfeites de jardim, e um pouco mais distante, há uma fonte com três andares, no primeiro andar, em cima tem uma estátua de uma mulher que segura um jarro.   

Estaciono o carro na garagem da casa e caminho o mais rápido que consigo para chegar à porta da casa. Sweet tinha dito que quando fosse eu, não precisava avisa-la de minha chegada, isto significa que ela não sabe que estou aqui. Toco a campainha da casa e espero ansiosa, se eu fosse outra pessoa, Sweet nunca iria deixar transparecer que houve algo com ela, mas comigo, ela me contara tudo.  

Finalmente, depois de aperta mais duas vezes a campainha e de pensar que seria necessário arrombar a porta, ela abre para mim. 

— O que aconteceu? – pergunta confusa. Seu olhar caí sobre meu rosto e ela já nota algo diferente. - Quem fez isto com você? - poucas vezes eu e ela trocamos afetos uma com a outra, isso é difícil para nós duas, pois somos duronas. No entanto, isso não me impede de se importar com ela e vice-versa. 

— Foi por isso que eu vim. – falo entrando na casa. 

Eu não estava mentindo quando disse que ficaria segura com Sweet, por causa de Bruce, ela teve que contratar alguns seguranças que rodeiam a casa e tentam deixa-la o mais segura possível. Antes de começar a contar o que houve na noite passada, enviei uma mensagem para Oliver dizendo que tinha acabado de chegar a salvo na casa dela. Não obtive nenhuma resposta e com isso foquei no que tinha que dizer a loira que me olha aflita. 

— Eu estou morrendo de fome, tem algo para eu comer enquanto te conto o que aconteceu comigo? – ela apenas concorda e seguimos até a cozinha. Enquanto preparo, digo a ela sobre o que houve. 

— Não acredito que Blue fez isso! – exclama furiosa. 

— O pior é que ele viu Oliver, não irá demorar muito para descobrir que ele é o arqueiro. – termino de dizer para morde meu lanche. 

— Está difícil esconder nossas identidades. Além do fato que, você não saiu inteiramente do time de Oliver. – diz sincera. Sei que ela está correta, mas, o que eu não sei é o porquê de eu não conseguir sair, o que me impede? 

— Se o time estiver procurando por Blue pode ser mais fácil nosso trabalho.  

— E mais arriscado. – acrescenta. 

— Tem razão - suspiro. - Ou eu estou dentro ou eu estou fora, e neste momento, eu preciso estar fora. Focar-me na nossa promessa. 

— Sim, mas isso não impede de fazer algumas coisas que seja normal. Como por exemplo, como está a sua relação com a de Oliver? 

— Está péssima! Graças a você, qualquer coisa que ele faz, eu acho que vai terminar em um beijo. – reviro os olhos. 

— É porque uma hora vai! - ela ri. – Olha, um de vocês tem que ter a coragem de avançar a relação. 

— Como tenho certeza de que ele sente algo assim por mim? 

— Esta é a questão, você está em dúvida, não sabe se ele sente ou não. Isto quer dizer que a senhorita viu alguns sinais que fizeram questionar a certeza que tinha: a que ele não sentia nada por você além de amizade. 

— Isto não ajudou em nada! – apenas me confunde ainda mais, penso. – É melhor vermos se conseguimos descobrir algo de Blue. - mudo drasticamente o assunto.  

Ela apenas concorda e me entrega seu tablet, enquanto busco por algumas informações, ela me conta as coisas que eu perdi da reunião, pois ficou ouvindo a conversa mais do que a mim. Ela escutou que a última reunião será hoje, mas não foi falado o local, opinaram por todos receberem a informação por email. Com isso, começo a tentar hackear o email do único cara que reconheci daquele encontro, Elvis Adams. Este cara é apenas rico e já foi preso por espancar uma mulher. Não demoro muito para conseguir hackear e obter o que preciso. O lugar no qual irão se encontrar é na parte mais longe da cidade, em um restaurante abandonado a mais de dez anos. 

— Não temos mais o que fazer por hora. - Sweet se espreguiça - Está a fim de me ajudar a escolher qual tipo de flor eu coloco na mesa do bolo? 

— Achei que usavam copos de leite, é muito usada em casamento. 

— Acontece que não gosto das coisas que todos usam. – ela cruza os braços. – Venha, comprei 20 estilos de flores diferentes, precisa me ajudar a escolher, senão, para que serve a madrinha do meu casamento? 

— Para dizer que vai ser lindo? – rimos. – Ok, vamos lá. 

Usamos duas horas inteiras para escolher qual flor usar. Uma era mais linda que a outra, entretanto, ambas se apaixonaram pela mais simples, a petúnia roxa. Concordamos que ela ficará linda na mesa do bolo, já que o bolo não vai ser branco. Será preto com pequenos enfeites brancos. Gosto da ousadia de Sweet, além do mais, o casamento é dela e será do jeito que irá agradar os dois, por isso, fico feliz. 

Paramos com tudo quando vimos que já está perto da reunião começa. Nos trocamos rapidamente, e pude perceber um rasgo na meia-calça da Sweet, mas não tínhamos tempo para pegarmos uma nova para ela. 

 Antes de sairmos da casa, mando outra mensagem para Oliver, afirmando que eu ainda estou segura e com uma ótima novidade. De novo, ele não me responde, então decido deixar o celular na casa e não ir com o carro de Diggle.   

Nós ficamos surpresas ao encontrar seguranças do lado de fora e muitos carros estacionados, cerca de doze carros. Será que por ser a ultima reunião, todos os membros decidiram aparecer? Não podíamos nos arriscar e por fim decidimos apenas colocar uma escuta, não foi fácil, mas conseguimos deixar uma perto o suficiente para ouvir o que eles estão conversando.  

Íamos ficar dentro do carro escutando, contudo, parece que Oliver nunca deixará de nos perseguir, porque novamente ele está aqui. Só que desta vez, se precaveu, trouxe com ele o time inteiro. A única coisa que Sweet e eu podemos fazer é fugir, esta luta nós não podemos ganha, nós até somos boas, mas não boas o suficiente para derruba-los, talvez se tentássemos conseguiríamos levar apenas Diggle, Laurel e Roy, os que não têm tanto treinamento de luta. No entanto, não seria o suficiente para ganharmos a luta. Oliver e Sara conseguiria nos prender sem esforço.  

Começamos a correr, no entanto, duas flechas veem em nossa direção e eu preciso parar para impedir que as redes nos prendam. Após eu garantir que as redes não podem nos prender, acaba me atrasando e fazendo com que os outros consigam se aproximar mais. Laurel e Sara usam o grito supersônico, e não adianta mantermos nosso equilíbrio, pois Roy e Oliver atiram novamente flechas com rede e eu não sou rápida o suficiente para corta-las. Diggle aponta sua arma para Sweet - eu sei que as armas não contem balas e sim tranquilizantes, mas isto será pior do que um tiro de verdade, porque se ela dormir, nunca conseguirá sair dessa e nem eu. 

Um barulho do tiro ecoou, mas não acertou nenhuma de nós duas. Meus olhos estavam presos nos da Sweet, pois desta maneira nós conseguíamos se comunicar sem dizer nada. Só que quando percebi que a bala atirada não acertou nenhuma de nós, eu desvio os meus olhos do dela e olho para frente. Com isso descubro o motivo do tiro não nos acertar. Foi porque uma figura enorme surgiu em nossa frente, com uma armadura e uma capa preta. 

Finalmente o Batman resolveu aparecer. 

Aproveito a chance e, com dificuldade, corto a rede que me prende, no caso da Sweet, consigo liberta-la mais fácil. Enquanto eu nos libertava, Bruce lutava contra o time inteiro e me senti culpada, pois ele realmente está dando trabalho para o pessoal. Mando que pare e que para irmos embora, ele não contrária minha ideia, joga fumaça no chão para evitar de sermos seguidos, mas antes de nos distanciarmos, ele ruge: 

— Nós estamos tentando ajuda-los.  – dito aquilo, saímos. 

Tivemos que deixar o carro na garagem alugada, na qual fica perto da casa que Sweet alugou, provavelmente tudo esquematizado e pensado. Assim, ninguém irá notar no Batmovel que é um automóvel muito chamativo e diferente.  

Ficamos em silencio no caminho inteiro e só resolvemos nos falar quando entramos na casa deles sem sermos vistos pelos seguranças. Com isso, concluo que os seguranças não são muito bons e por mim deveriam ser demitidos.  

— Bruce! – Sweet o abraça mesmo ele usando aquela armadura. – Por que não avisou que estava vindo para cá? – sua pergunta sai em um tom de advertência, mas sabemos que ela está mais feliz do que brava. 

— Queria fazer uma surpresa. – diz ele depois de tirar sua máscara. Fazia um bom tempo que eu não vira, provavelmente desde que me mudei para Starling City. – Ola, garota. – sua voz se direciona a mim. 

— Ola, mal-humorado. – o cumprimento. – Demorou muito para vir até sua futura esposa. O que houve? 

— Problemas na cidade. O de sempre – apenas concordo. - E também parece que o Pinguim está expandindo seus horizontes e decidiu participar dos negócios de Blue. 

— Ah, não. – eu e Sweet Pea exclamamos juntas. – Aqueles doze carros devem ser dos novos integrantes. Provavelmente Pinguim estava lá também. – afirmo cansada. 

O celular que Oliver me deu começa a tocar e atendo no primeiro toque. Ele apenas ligou pedindo que eu fosse até a arque-caverna, pois precisa dizer as coisas que aconteceram, já aproveito e cito que tenho informações novas. Concordei e falei que não demoraria muito para chegar. Entretanto, uma ansiedade toma meus sentimentos, ou eu estou dentro ou eu estou fora, aquele pensamento invade minha mente novamente. 

— Era o Oliver. Vou me trocar e deixar os pombinhos a sós. – ambos concordam. 

— Deixarei uma cama separada para você. – Sweet sabe das minhas intenções e sabe que precisarei de um lugar para ficar. 

Não demoro a me vestir, hoje tive sorte em não ganhar nenhum ferimento novo para esconder. Então, decido sair sem me despedi do casal, logo estarei de volta.  

Eu consigo, eu consigo. – repito para mim mesma tentando me encorajar a fazer o que é correto. Eu já penso no plano que usarei para sair da equipe e dessa vez sairei mesmo, não haverá mais nenhuma ajuda minha, a não ser que aconteça algo grave, e então me faça voltar para dar uma força. 

— Estão todos bem? – pergunto caminhando em direção a Roy. Coitado, sempre o que mais sofre. 

— Não, o meu orgulho foi totalmente ferido. – choraminga. – Como aquele cara conseguiu derrubar nós cinco? 

— Ele tinha uma armadura e bons equipamentos. – Sara diz dolorida. 

— Felicity, qual é a boa novidade que tem? – a voz de Oliver faz com que meu coração comece a bater mais rápido. 

— Na realidade são duas. Uma boa e outra ruim. A boa é que Bruce Wayne está na cidade, podem pedir a ele que contrate alguns policiais. A ruim é que eu não quero mais fazer parte do seu time. – a ultima parte falo correndo para que eu não perder a coragem. 

— De novo você com este assunto de sair do time. – Oliver diz irritado. – Não há como sair. Eu já disse isso.  

— Desta vez eu preciso. Não estou psicologicamente recuperada, o que aconteceu no meu apartamento me assustou e preciso de alguns dias longe de tudo isso. Talvez eu ajude por telefone, não sei. A única coisa que sei é que não quero mais isso daqui. – aponto em volta da arque. 

A equipe se entreolham. 

— Entendemos seu motivo, Felicity. – Laurel desce da mesa que está sentada e caminha até mim. – Mas tente nos entender também. Estamos enfrentando coisas maiores do que nós mesmos, sem a sua ajuda, não iremos conseguir vencer. 

Agora compreendo o motivo de Oliver ter se apaixonado por ela. Ela realmente sabe convencer as pessoas. Dentro ou fora, penso. Se eu sair, conseguirei me concentrar completamente na missão? Não, ficarei preocupada com o que está acontecendo com o meu time. Sei que fiz uma promessa, mas, também me comprometi com eles. Se eu jogar nos dois lados, conseguirei obter mais informações, está na hora de fazermos a mesma coisa que Blue fez: arranjar aliados. Batman e Sweet serão ótimos aliados, eles querendo ou não. 

— Estou dentro.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Roupas do capítulo:

Passado:

Blondie: https://goo.gl/DwFXNR
Amber: https://goo.gl/Nosja2
Rocket: https://goo.gl/nANhtf
Sweet Pea: https://goo.gl/F7xNN7

Presente:
Traje de Sweet: https://goo.gl/vcj3cq

—--------------------------

Notamos que, Felicity muda de decisão rapidamente, uma hora diz que irá sair e outra hora fala: opa, estou dentro.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Passado Sempre Volta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.