A Escolhida escrita por kesiagarcia


Capítulo 4
Capítulo 3




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Capítulo 3

 

 

O imenso salão de baile estava cheio de saia de babados e luvas brancas de diversos tamanhos. Estavam na moda os vestidos de seda e veludo, de corpete curto e muito ajustado, com anquinhas na cintura. Embora com o vestido de seda azul que deixava os ombros nus, as luvas de pelica e os brincos de diamantes de sua avó encaixavam a perfeição naquele ambiente, Bella olhou à multidão e sentiu um calafrio.

 

 

O calor e o ruído se acumulavam no seu interior, pondo-a a beira da loucura, e a cabeça lhe dava voltas depois de ter dançado com o visconde. Depois de repensar, chegou à conclusão de que simplesmente não podia o ter na lista de pretendentes. Os sádicos pensamentos daquele homem entraram em sua cabeça espontaneamente e a deixaram tremendo.

 

 

Observou os rostos na multidão com nervosismo, mas não encontrou a de seu irmão. Estava-se pondo cada vez mais nervosa, razão pela qual os pensamentos dos que a rodeavam estavam a ponto de esmagá-la. Em nome de Deus, onde ele havia se metido?

 

 

Em nome de Deus, Onde está o Henry?

 

Uma taça de vinho do Porto é o que eu preciso.

 

Será que vai chover amanhã?

Puta! Eu vou lhe ensinar!

 

Cansado. Morto de cansado.

 

 

Angélica foi tampar seus ouvidos com as mãos, mas se deteve a meio caminho. Não poderia sossegar as vozes embora os tampasse. A cabeça lhe dava voltas; necessitava ar.

 

 

— Bella, querida, o que faz aqui sozinha? —A recriminação de sua tia não poderia chegar em melhor momento. Bella precisava recuperar o equilíbrio e Lady Dewberry era uma distração limpa.

 

— Emmett está prestes a voltar, tia — disse. Lady Victoria não sorriu, antes bem juntou as sobrancelhas com preocupação. Com suas maçãs do rosto salientes, seu largo e aristocrático nariz e sua bem conservada figura, sua tia parecia uma mulher temível; mas Bella não estava preocupada. Lady Victoria não estava acostumada a ter maus pensamentos e se ocupou de seu irmão e dela na morte de seus pais. Claro que tampouco os recolheu exatamente, mas Bella não podia culpar a sua tia por esse motivo. Sabia que Lady Victoria era uma mulher reservada a que gostava de viver sozinha e que não sentia um afeto especial pelos meninos. Assim embora o normal fosse que só vissem sua tia algumas vezes no ano, a mulher queria ter uma influência positiva nela.

 

 

— Apesar de tudo, não é adequado que uma jovem solteira como você esteja sozinha. Faz que pareça o papel floreado da parede, e embora eu saiba que não o é, sobre tudo depois de haver visto você dançar com cinco homens na última hora, outros poderiam pensá-lo.

 

 

Bella sabia que era preferível lhe dar a razão a protestar, porque do contrário, sua tia era capaz de converter aquilo em outra conversa sobre o comportamento feminino.

 

 

— Claro tia. Terei mais cuidado da próxima vez.

 

 

— Bem, bem. — Lady Victoria elevou a voz até adotar um tom agudo e muito de senhora. — Sempre foi uma boa garota.

 

 

Bella logo que pôde conter a risada enquanto sua tia percorria o salão com os olhos. Sabia perfeitamente que a sua senhora tia a considerava um caso desesperado e que sofreu várias “indisposições” por culpa do que deu em denominar “a má disposição da Bella a amar a sociedade que a amava”.

 

 

— Ah, você está aqui, Lady Elisabeth!

 

Angélica se voltou para a senhora que sua tia se dirigia com tanta formalidade.

 

— Princesa Swan, eu gostaria de apresentá-la lady Elisabeth Barrows.

 

Bella conseguiu sossegar os pensamentos das pessoas que a rodeavam até convertê-los em um murmúrio ininteligível, mas os pensamentos da formosa Lady Elisabeth eram tão claros como o céu de verão.

 

 

Pois sim, muito impressionante! Não é nem a metade de formosa do que diz as pessoas. Por exemplo, seu nariz é muito pequeno, e seus olhos, de um chocolatel muito escuro para o que pede a moda. Sem esses preciosos brincos, não seria nada absolutamente.

 

 

— É uma honra conhecer-lhe, princesa Swan. Ou deveria dizer Lady Isabella? — Elisabeth arqueou uma sobrancelha e observou com desdém à mulher a que considerava uma adversária. — Verdade que tem uma genealogia mestiça.

 

 

A Bella não precisava ler a mente daquela mulher para saber que considerava a “mestiçagem” uma degradação.

 

 

— Meu pai era um príncipe russo e minha mãe uma senhora inglesa. É muito simples, mas não precisa se preocupar com a confusão que tão facilmente podem causar dois títulos, Lady Elisabeth; pode me chamar princesa Swan. — Bella sorriu e assentiu com a cabeça à mulher, que cambaleou ao lhe fazer uma reverência.

 

 

Haverá querido ofender-me esta puta russa?

 

 

Bella esticou os dedos ao ouvir aquele pensamento, mas o que podia fazer? Chamar-lhe a atenção por algo que não havia dito, a não ser só em pensamento?

 

 

Ela engoliu a frustração, como tantas outras vezes ao longo de sua vida. Quão único podia fazer era desejar que a senhora se fosse o quanto antes. Maldita seja, tinha que controlar suas emoções, deixar de ficar nervosa… era a única forma em que deixava de escutar!

 

 

— Angélica? — ao ouvir a voz de Emmett, olhou por cima do ombro de Lady Elisabeth e viu os olhos de seu irmão fixos nos seu enquanto se aproximava.

 

 

Lady Elisabeth, que acabava de vê-lo, tremia de emoção ante a iminente chegada do príncipe Swan. A mulher não deixava de sorrir estupidamente, ao igual a muitas outras quando Emmett andava perto. Enojada, Bella deixou de olhar a seu irmão e posou os olhos na senhora, para que ele soubesse qual era a causa de sua dor de cabeça.

 

 

Emmett captou a indireta e, embora para qualquer outro o olhar que dirigiu à mulher poderia ter parecido simpática, Bella sabia que não o era. Seus ombros tensos e sua mandíbula rígida eram sinais claros de cólera contida.

 

 

Quando chegou ao pequeno grupo, Emmett se dirigiu lady Victoria.

 

 

—Tia, far-me-ia a honra?

 

 

Franzindo o sobrecenho pela incorreção de Emmett, Lady Victoria fez as apresentações.

 

 

—Príncipe Swan, apresento lady Elisabeth Barrows. Lady Barrows, o príncipe Emmett Belanov Swan.

 

 

Enquanto Emmett fazia uma reverência cortês, os pensamentos de Lady Elisabeth irromperam na cabeça da Bella como balas de canhão.

 

 

Meu deus é o homem mais interessante de todo o salão. Esses olhos azuis pecaminosos e essa forte mandíbula… OH, e a incrível forma de seu corpo. Aposto que todas as mulheres o desejam. Eu não me importaria fazer o que fosse necessário para consegui-lo. Será meu.

 

 

Bella não sabia se surpreendia ou não da natureza agressiva dos pensamentos daquela mulher, mas lhe pareceu prudente advertir ao seu irmão de suas intenções. Não queria que aquela caprichosa senhora o pusesse em uma situação comprometedora!

 

 

— Evite querer os cantos escuros e as salas vazias, Emmett? — disse Bella em russo, enquanto que Lady Elisabeth olhava para ela com indisfarçável hostilidade.

 

 

Seu irmão assentiu com a cabeça e arrastou Lady Elisabeth à pista de baile sem mais preâmbulos.

 

 

— Detesto ter que dizê-lo, querida, mas falar em uma língua que outros não entendem é de muito má educação — a repreendeu amavelmente Lady Victoria.

 

 

— Peço perdão, tia. É um costume muito arraigado que estou tratando de vencer. Não queria ser mal educada.

 

 

— Está tudo bem, querida — disse a dama, sorrindo e acariciando a luva de Bella. — OH! Acabo de ver uma boa amiga, mas temo que deixar você só está fora de questão. Todos os homens que estiveram circulando a nosso redor meditando a maneira mais inteligente de apresentar-se avançariam sobre você. — Lady Victoria pôs-se a rir, encantada de que sua protegida tivesse tanto êxito.

 

 

Bella se aferrou à possibilidade de passar uns momentos a sós.

 

 

— OH, não se preocupe, tia. Estava a ponto de pedir que me acompanhasse ao toalete. Mas em lugar de me acompanhar, pode ir ver sua querida amiga. Asseguro a você que não demorarei nada.

 

 

Sua tia acessou, embora seguisse tendo dúvidas.

 

 

— Muito bem, querida, mas não fique muito tempo. Não é apropriado que esteja sem acompanhante nem sequer por pouco tempo.

 

 

— Não se preocupe tia. Já volto.

 

 

Assim que Lady Victoria deu meia volta, Bella dirigiu para uma planta de grande tamanho que tinha visto antes. Tudo que queria era esconder-se detrás daquelas grandes folhas. Senhor, que pensamento tão ridículo!

 

 

Movendo-se a toda velocidade que o decoro lhe permitia, que não era muito, atravessou o salão de baile.

 

 

Os rostos que a rodeavam se foram esfumando, assim como suas conversas, mas seus pensamentos eram tão incrivelmente claros que os ouvidos podiam lhe estalar em qualquer momento. Tratou de concentrar-se em algo, qualquer coisa, para afogar as vozes, mas estava muito cansada.

 

 

Olhou a seu redor, esquivando os olhares de admiração, até que se fixou em um homem que estava ao lado de sua planta. Teria se rido de si mesmo por pensar que a planta era de sua propriedade se não estivesse muito ocupada olhando.

 

 

O homem era um ímã. Sobressaía-se quase trinta centímetros por cima dos que lhe rodeavam e, vestido com um formal traje negro, chamou a atenção de Bella como nenhum homem até então. As vozes que a rodeavam se apagaram, mas não se deu conta. Só via ele.

 

 

Bella viu que várias mulheres olhavam na mesma direção, umas sem dissimular seu interesse, outras com um indício de temor. Entendeu a reação destas últimas, pois ela também notava sua energia à distância. Aquele homem não pertencia a aquele brilhante salão onde os bailarinos se moviam ao som dos tediosos passos da equipe e as matronas procuravam avidamente algum que outro rumor. Quem seria?

 

 

Com uns olhos de cor cinza escuro em um rosto anguloso e o cabelo tão escuro como a noite, parecia perigoso, como um vingador cumprindo uma missão. De onde procederia esta idéia?

 

 

Bella demorou um tempo em dar-se conta de que estava ao alcance do objeto de sua admiração. Como podia haver-se avoado tanto? Sorte que ele não a viu, ou possivelmente má sorte. Resultava desconcertante compreender que desejava que ele notasse sua presença.

 

 

Conheceu muitos homens atraentes, mas nenhum lhe havia feito sentir-se assim, tão desorientada e confundida. Devia encontrar-se bastante pior do que acreditou no princípio se um simples rosto a afetava daquela maneira.

 

 

Tratando de não pensar muito naquele fato, Bella chegou à planta e se colocou detrás rapidamente. Respirou fundo várias vezes para que seu coração se acalmasse e notou que diminuía a freqüência de seus batimentos. Depois de contemplar as grandes folhas verdes durante longos cinco minutos, os nervos da Bella se acalmaram.

 

 

— É um bom lugar. Deveria haver me ocorrido. — Ao ouvir aquela voz profunda com um ligeiro timbre de desenvoltura, ruborizou-se até as orelhas e fechou os olhos com profunda confusão.

 

 

— Não me importaria que lhe ausente; ao menos assim poderia fingir que não tenho razões para me sentir tão envergonhada como me sinto.

 

 

O estranho não fez caso de sua petição e pôs-se a rir.

 

 

— As pessoas falam de você sussurrando nos salões, mas ninguém me advertiu de seu senso de humor.

 

 

Bella abriu os olhos de súbito e se voltou para ver quem a descobriu. Ao ver seus olhos lhe correram pela coluna estranhas sensações. Eram de um castanho escuro e sorriam com bom humor. Não eram de um cinza resistente e a desconcertou ter esperado que fossem.

 

 

— As minhas mais sinceras desculpas, perdi as maneiras. Lorde Jocob Black, ao seu serviço.

 

 

Com sua estatura, sua mandíbula quadrada, sua expressão bondosa e suas formosas mãos, Lorde Jocob Black seria o homem mais atrativo que Bella viu em sua vida… se não fosse o seu homem misterioso.

 

 

Seu homem misterioso, sim! Devia estar ficando surda. Mais irritada consigo mesma que com o homem que estava a seu lado, disse-lhe:

 

 

— Meu senso de humor está intacto, Lorde Black, embora me atrevesse a dizer que a perspectiva de ser objeto de rumores nos salões não me resulta absolutamente divertida. Além disso, não consigo entender como me reconhece e me assinala como objetivo de tais conversas quando ainda não lhe disse meu nome.

 

 

— Em questões de inteligência e de senso de humor, suponho que deveria andar com pés de chumbo. — Quando Lorde Black viu que Bella arqueava uma sobrancelha, voltou a rir. — Você tem dificuldade em dominar este gesto? Não há muita gente capaz de realizá-lo mantendo o rosto sério.

 

 

Bella sorriu; a risada daquele homem era muito contagiosa.

 

 

— Muito melhor assim, verdade?

 

 

— Sim, certamente. É agradável sorrir quando não é obrigatório.

 

 

— E em assuntos tão pouco entretidos encontramos pouca diversão e muitos sorrisos — disse ele, assinalando com a cabeça aos bailarinos do salão.

 

 

Ao ver sua expressão, Bella o considerou uma alma gêmea.

 

 

— O que estão fazendo aqui, Lorde Black?

 

 

— Jocob, por favor, já que tenho intenção de lhe chamar Isabella.

Bella pôs-se a rir e cobriu a boca com a mão para que não os descobrissem.

 

 

— E o que está fazendo aqui, Jocob, e como demônios sabe quem sou?

 

 

Jocob deu de ombros com despreocupação.

 

 

— Não pergunta o que dizem de você nos salões. É impossível que haja outra mulher com esse cabelo castanho avermelhado e esses olhos turbulentos da cor de um mar de chocolate, e nenhuma me deixou sem fôlego até agora. E como você tem essas três qualidades, não me cabe a menor duvida de quem é.

 

 

— É um libertino — decretou Bella.

 

 

— Com muita dificuldade, mas agora tenho que abandonar este refúgio seguro e enfrentar à multidão, se não meu tio nos encontrará juntos e não irá parar de importunar-me até que nos tenhamos casado.

 

 

Bella pôs-se a rir outra vez e permitiu-lhe agarrar a mão.

 

 

— Então será melhor você sair ou minha tia se unirá a seu tio e então será impossível escapar.

 

 

Jocob ficou sério ao depositar um beijo sobre a magra malha que cobria a palma feminina, dando a Bella a impressão de ser um homem totalmente diferente.

 

 

— Não estou seguro de que desejo escapar. Até nosso próximo encontro, Isabella.

 

 

Bella manteve a mão inerte junto ao lado. A desconfiança lhe brotou das vísceras enquanto o via afastar-se. Encantador, divertido, pouco ortodoxo, mas amável em conjunto, Lorde Jocob Black parecia perfeito. As coisas raramente eram o que pareciam.

 

 

Sem alterar-se, repreendeu-se por haver-se deixado levar. Acabava de conhecer um marido em potencial. Agora o único que tinha que fazer era assegurar-se de que Jocob fosse rico, o que pelo aspecto de sua vestimenta impecável parecia seguro, e se converteria em uma sólida possibilidade.

 

 

Era uma pena que o assunto fosse tão calculado e frio, mas não tinha escolha. Do que outro modo podia casar uma mulher em cinco curtos meses?

 

 

A idéia do matrimônio a pôs nervosa e antes que se desse conta, o momento de paz se desvaneceu para ser substituído pelos pensamentos enfastiados dos que a rodeavam. Acalme e as vozes desaparecerão; você só tem que se acalmar, disse-se uma e outra vez.

 

 

—Tenho que sair daqui — murmurou, afastando-se da planta. Sua tia ainda estaria falando com sua amiga, ignorante dos preciosos momentos que Bella roubou para si, mas Emmett estaria procurando-a.

 

 

Ao vê-lo escassa distância, reduziu o ritmo de seus passos. Perigo!, Gritou sua mente. Segue andando e não olhe em sua direção.

 

 

Outro beco sem saída! Maldita seja, temos que encontrá-lo antes que volte a matar.

 

 

Vacilou quando sentiu entrar aquelas palavras em sua mente. Antes que volte a matar? Quem estava pensando aquilo?

 

 

Quem é?

 

 

Deu um coice para ouvir em sua cabeça aquela voz brusca, quase irada. Um calafrio lhe percorreu a coluna enquanto se voltava para olhar cara a cara com seu homem misterioso.

 

 

Ele a olhava atentamente, contemplando com seus duros olhos cada polegada de seu rosto ruborizado. Seu poder era quase tangível.

 

 

Bella ficou paralisada, incapaz de dar um passo. Não era possível. Não podia haver falado a ela. Mentalmente. De maneira deliberada.

 

 

Seus olhares se encontraram um momento antes que ele afastasse a vista e seguisse olhando ao seu redor. Bella sentiu mais só que nunca. Como se durante apenas o instante em que o homem formou parte de seu mundo sentiu-se completa; agora… agora já não se sentia assim.

 

 

Confundiu-se, isso era tudo. O homem não lhe falou de propósito. Claro que não, era uma parva por havê-lo pensado. Quanto aos estranhos pensamentos, devia ter entendido mal. Já lhe aconteceu outras vezes. Bella seguiu andando e sorriu a uma amizade travada fazia pouco enquanto lhe vinham à mente as conjeturas de Shakespeare.

 

 

— Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que freqüentemente poderíamos conseguir se não tivéssemos medo a tentá-lo — sussurrou fracamente.

 

 

E se Shakespeare tinha razão? E se havia mais pessoas como ela? E se não se equivocou?

 

 

Não, impossível. Só estava confundida; naquele baile havia muita gente. Sempre se sentia desorientada entre a multidão. Tensa e desorientada; tinha que ir-se.

 

 

Quando terminou a quadrilha, a orquestra começou a tocar a primeira valsa da noite. Os casais envoltos em elegância e perfumes se aproximaram da pista de baile e, finalizando a conversa, ficaram a dar voltas sobre o gentil chão. Bella viu uma mulher de brilhante cabelos avermelhados que passava com um janota grudado nos seus calcanhares. Captou seus pensamentos.

 

 

Seguir-me-á por todo o salão?

 

 

Caracóis! Tem os menores pés que vi em minha vida.

 

 

A comicidade daqueles pensamentos representou um alívio. O casal fez Bella rir, que cobriu a boca com a luva, e a tensão a abandonou. Senhor, aquilo era totalmente novo! As maiorias de seus conhecidos olhavam o peito da mulher, os quadris ou mesmo a cintura, mas nunca ouviu um homem fazer um comentário semelhante, nem sequer mentalmente.

 

 

Você deve ter de viver escondida se nunca ouviu falar do fetichismo dos pés.

 

 

Bella conteve a respiração ao ouvir novamente aquela voz dentro de sua cabeça. Profunda e rouca deu-lhe tal susto que quase a deixou sem sentido. Alguém lhe falava mentalmente!

 

 

Os dedos lhe intumesceram enquanto olhava a seu redor, às dúzias de rostos que a rodeavam.

 

 

Quem é? —pensou com força. — Por favor, me diga quem é!

 


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Notas finais do capítulo

Obrigados pelos review, espero que vocês estejam gostando.

bj* e até o próximo capítulo!

NÃO ESQUEÇAM DOS REVIEW's para ter novos cap.