Homem-Aranha: Assunto de Família escrita por FH


Capítulo 1
Capítulo 1: Grandes Poderes, Novas Responsabilidades (Parte 1)




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CAPÍTULO 01

Grandes Poderes,

Novas Responsabilidades (Parte 1)

A vida pode ser definida como um conjunto de metamorfose ambulante. À medida em que crescemos, passamos a ter que dar maior relevância para o que realmente achamos importante. Isso se chama responsabilidade. E Peter Parker sabe muito bem o peso que essa palavra pode exercer na vida de alguém, afinal ele havia recebido da vida, uma dura e eterna lição sobre poder e responsabilidade. E com ela, nascia um novo homem, destinado a tomar tal encargo, onde pudesse ajudar qualquer um que necessitasse de sua ajuda. Como... agora.

A noite fazia companhia ao mar de luzes que envolvia a movimentada cidade que nunca dorme, ainda mais se tratando de final de semana, onde as pessoas saem para se divertir e explorar o que a cidade tem para oferecer. Mas o barulho das pessoas logo dá a lugar a uma explosão. Diante do pânico da multidão que tentava fugir do local, vemos a silhueta de quatro pessoas saindo de uma agência bancária que acabara de ser explodida:

— Hehe! Agora sim, tamo nadando na grana!

— Até que você deu bola dentro dessa vez, Destruidor! Com os super-idiotas fora de campo, ninguém pode parar a Gangue da Demolição!

— Deu trabalho, mas calculei muito bem esse plano… Coincidência ou não, praticamente todos eles estão ocupados: o Quarteto Fantástico foi pro espaço, os Vingadores estão na Latvéria e os X-Men sumiram! Não tinha dia melhor para fazermos nossa limpa no banco!

E quando o quarteto estava prestes a deixar o local, são impedidos pela chegada de viaturas da polícia que cercam o local e tentam em vão, impedir que eles levem o dinheiro roubado:

— Parados, aqui é polícia! Rendam-se e levantem as mãos, ou… – O policial não pôde concluir a frase, já que sua tropa acabou recebendo um ataque feito por uma bola de ferro que é a arma do criminoso que faz jus ao seu nome: Maça.

— Aí seu policial, não acha que essa frase tá meio batida, não? Vocês podem estar em maior número, mas nós somos a Gangue da Demolição!

— É isso aí, palermas! Acham mesmo que essas balas irão nos ferir? Para nós, uma bala dessas e uma de festim são a mesma coisa! Já que eu, o Destruidor, estou de bom humor hoje, que tal darem meia volta e ficarem trancados em suas casas para não se machucarem?

A Gangue da Demolição era um grupo de criminosos que não eram em nada sortudos. Vira e mexe estavam fugindo sempre da prisão e consequentemente, sempre alguém (um super-herói precisamente) os colocava de volta ao local. E para o azar comum de praxe deles, nem todos os super-heróis estavam ocupados demais para não verificar se alguma arruaça acontecia na cidade, como um certo amigão da vizinhança…

— Ei! – Reclamou o líder da gangue, Dirk Garthwaite, também conhecido pelo seu codinome Destruidor, ao se surpreender com seu inseparável pé de cabra ser tomado por uma fiação branca que o arrancou de sua mão. E então ao olhar para cima, eis que estava um homem que fazia valer a pena, o significado da palavra ″espetacular″:

— Sério, você de bom humor Destruidor? Então acho que você não se importa se eu fizer algumas piadas, não?

— HOMEM-ARANHA! – Exclamou o criminoso.

— Ué, porque estão surpresos, Gangue da Decepção? Esperavam quem, a Garota Esquilo?

— Não fiquem aí parados, peguem-no!

O pedido que Destruidor deu aos seus comparsas não era tão simples de ser atendido. O Homem-Aranha era notável por sua agilidade, conseguindo pular do poste ao chão, momentos antes de Aríete jogar seu corpo contra o objeto. E sua agilidade vinha junto a sua genialidade, acompanhada também pela sua experiência, afinal aquele não era mais o Peter Parker que acabara de perder o tio e era incerto sobre quanta responsabilidade ele havia ganho com seus poderes. Aquele era um Peter no qual a vida lhe tirou muitas coisas, inclusive pessoas no qual ele se importava, entretanto, ele havia ganho muitas outras.

— Antes de eu fazer minha apresentação triunfal, estava ouvindo a conversa de vocês… realmente você teve uma sacada de gênio, Destruidor! Todos os heróis fora da cidade. Mas sabe o que é, é que eu tinha esquecido meu pijama para dormir, afinal a viagem seria longa e vai que eu fosse dormir lá mesmo. É uma pena, mas seu plano falhou, assim como todos vocês são falhos!

— Será que você não pode fechar essa matraca não?

— Por que, Maça? O papo tá tão legal… Já sei! A verdade dói, não é?

E o que se viu ali foi uma típica cena de ação executada pelo herói aracnídeo: O Maça primeiramente tentou utilizar sua pesada bola de ferro na direção ao aranha, mas mais astuto, Peter dispara sua teia no rosto de Elliot, impossibilitando-o de enxergar e em uma rápida ação, o aracnídeo dá uma rasteira nele, fazendo o cair no chão:

— Sabe Maça, você não devia andar com esses fracassados, já está ficando tão lerdo quanto eles!

Em seguida, foi a vez de Bate-Estaca. Ele pegou um enorme pedaço de concreto da explosão causada por eles mesmos e o atirou na direção do Homem-Aranha, mas rapidamente, o nosso querido herói utilizou sua teia e devolveu o na direção do lançador original, o atingindo em cheio.

— Sabe, para uma equipe, acho que vocês tão sendo individualistas demais. Por acaso sabem o significado do termo trabalho em equipe?

Aríete procurou se aproximar lentamente do Homem-Aranha, acreditando que o mesmo estivesse distraído o suficiente de tanto tagarelar. Mas ele havia cometido um erro, já que Peter possuía um sentido precognitivo que o alertava de qualquer tipo de ameaça, do qual batizou-o de "sentido aranha". Parker simplesmente apenas esperou Aríete se aproximar e no momento certo, golpeá-lo nos pontos certos, assim como Punho de Ferro lhe havia ensinado:

— É, parece que aquelas aulas com o Punho de Ferro surtiram efeito!

Três já estavam no chão, sem condições de prosseguir lutando contra o Homem-Aranha. Só restava mesmo um enfurecido Destruidor que não aceitava o fato do plano que ele havia demorado tanto para executá-lo, estar desmoronando como dominós enfileirados tão facilmente. Entorpecido pela ira, Destruidor veio voando como um touro para cima do herói que sem dificuldades, esquivou-se:

— Eita, pra quê isso, amigão?

— Demorei meses para fazer esse plano dar certo! Era tudo tão simples, não tinha como dar errado! E você estragou tudo! Eu te odeio!

—  "Odiar " é uma palavra muito forte, cara. Estou magoado, acho que vou te tirar da minha página de amigos do Facebook!

— CALE A BOCA, SEU MALDITO!

— Está certo! Menos falatório e… mais ação!

Aquele era o "gran finale": Peter deu uma cambalhota para se aproximar do Destruidor, que procurou desferir um soco, mas tudo que encontrou foi o ar. Já o Homem-Aranha se aproximou o suficiente para deixar uma pequena lembrancinha para o azarado meliante. Um pequeno dispositivo circular que continha o característico símbolo de uma aranha avermelhada nele. Inofensivo talvez para os olhos de muitos ou do próprio Destruidor, que não havia reparado no instante em que Peter o colocou, mas que na realidade era um aprimoramento de uma invenção antiga:

— Agora é só contar… em 3, 2, 1…

E mal terminou a contagem, o resultado estava feito. O dispositivo simplesmente explode, liberando uma rede de fios que se alastraram rapidamente sob o corpo de Destruidor, ao ponto dele nem conseguir mais ficar em pé, caindo no chão imediatamente.

— Gostou Destruidor? Chamo isso de "Teia de Impacto". Não é uma invenção minha realmente, é de um velho amigo… mas resolvi dar uma aprimorada, conseguindo colocar nesse pequeno dispositivo que inseri no seu traje cafona. Espero que o pessoal da prisão goste de receber prisioneiros embalados. E quanto a vocês três, é bom que fiquem com as mãos bem amarradas – Disse, utilizando sua teia para amarrar os braços dos membros restantes da Gangue da Demolição.

— Nossa, graças a Deus que você apareceu. Tudo bem que lidamos com bandidos, mas esses aí são da pesada!

— Não precisam agradecer, estou aqui para isso! E olha, vocês que são os heróis, eu só apenas um cara que procura ajudar…

Mas a fala do Homem-Aranha seria interrompida pelo barulho estridente do que parecia ser um foguete ou um propulsor, mas que na realidade era a chegada de um outro herói conhecido:

— Ia perguntar se precisava de uma mãozinha… mas acho que esse não é o caso aqui. – Disse Tony Stark, gênio, bilionário, playboy e filantropo, que dedica sua vida também a combater o crime sendo o Homem de Ferro.

— Sim, deve ser a primeira vez que você chega atrasado para uma festa. Mas parando para pensar, os Vingadores estão na Latvéria, então o que houve? Te colocaram no banco de reservas?

— Eles não precisam de mim em carne e osso, quando eu posso monitorar outras armaduras à distância. E isso foi muito engraçado vindo de alguém que também é um vingador agora.

— Touché. Eu havia pedido pro Capitão para me ausentar dessa viagem. Tinha compromissos importantes.

— Fugindo de suas responsabilidades? Não é do seu feitio.

Aquela frase dita por Tony, incomodou profundamente Peter. Na realidade, era justamente o contrário: ele não estava fugindo da responsabilidade.

— Na verdade, é minha filha. Ela teve febre e achei melhor ficar aqui em Nova York…

— Espera um pouco. Você tem uma filha?

— Exato. Algum problema com isso?

— Não… é que você não tinha comentado nada comigo e nem com os outros Vingadores…

— Só comentei isso mesmo com o Capitão porque achei que ele deveria saber como líder. Bem, acho que eu posso deixar os trapalhões ali com você e com a polícia. Se me der licença, eu tenho uma princesinha me esperando no castelo junto a mamãe dela.

— Espere Peter…!

Tony exclamou em vão, já que Peter havia disparado sua teia e deixado o local. Ainda assim, ele continuava a estar pensativo, refletindo nas falas de Peter, o que chamou a atenção da I.A. que fica dentro de sua armadura, Friday:

Há algo de errado, Tony?

— Por que estaria?

Eu te conheço há anos. E fazendo um balanço mental, diria que está bastante pensativo sobre Peter Parker, o Homem-Aranha.

— Touché. Parece que eu não consigo esconder nada de você mesmo, Friday.

Será que é por que fui programada para isso?

— Juntamente com o meu sarcasmo. Friday, faça me um favor: procure todos os números telefônicos residenciais em Nova York que estejam no nome de Peter Benjamin Parker ou de Mary Jane Watson-Parker. Inclua também os números de celulares.

Foi um longo e extenuante dia, mas o esforço valeu a recompensa, acreditava Peter Parker. Por sorte, ele havia encontrado a Gangue da Demolição em Nova York e conseguiu pôr em ação, a sua câmera para registrar tudo no melhor ângulo e na melhor qualidade, a luta do Homem-Aranha contra os criminosos e vende-las para o Clarim Diário. Se pegasse J.J.Jameson em um bom dia, a grana poderia ser ótima. Mas encontra-lo de bom humor era tão raro quanto nevar nos trópicos. Contudo, o trabalho como fotógrafo já não era mais atrativo para Peter como foi nos tempos de juventude. Agora tudo parecia ser diferente, a responsabilidade passou a ser maior e isso também incluía o estado financeiro. Estava ficando cada vez mais difícil continuar vivendo com o pouco dinheiro que ele estava ganhando como fotógrafo:

— Estou em casa… – Disse, adentrando-se pela janela dos fundos de seu apartamento.

Não era um apartamento muito espaçoso, apenas carregava o básico e pouco mais: havia dois quartos, uma sala pequena, uma cozinha minúscula e um banheiro. A janela da cozinha dava acesso a um outro prédio, mostrando ter sido muito mal planejada, mas para Parker, era uma benção, pois é através dessa fresta que ele pode entrar e sair como o Homem-Aranha sem ser visto por alguém. Estava localizado em Clinton Hill, um bairro localizado na região do Brooklyn:

— Graças a Deus você chegou! Eu vi a luta pela TV… – A ruiva soltava um semblante de alegria, enquanto dava papinha de jantar para sua filha, a pequena Anne May Parker.

— Não foi nada demais. Toma. – Peter pegou sua mochila de teia e retirou dela a fralda que Mary Jane havia solicitado – Já pode dizer a frase “meu herói”!

— Muito engraçado. Pelo menos dessa vez se lembrou de comprar uma fralda de verdade em vez de fazer uma fralda de teia!

— Só foi uma vez! Você adora se lembrar disso, viu?

— Nunca é demais lembrar, “senhor papai”.

— Bem, eu acho que nem vou tomar banho. Melhor ir direto pra cama…

— Nem pensar! Sei muito bem que isso é uma desculpa pra não tocar a fralda da Annie! Além disso, precisamos conversar…

De repente, alguém começa a bater na porta rudemente, o que interrompe a conversa dos dois:

— Quem será a essa hora?

Parker se arrumou rapidamente, escondendo o traje de Homem-Aranha debaixo do sofá. Mas ele se arrependeria de abrir aquela porta, ao encontrar de cara, o rosto desagradável de sua senhoria, a senhora Burgess. Na visão de Peter, todas as senhoras idosas, eram iguais a sua Tia May: carinhosas, educadas e até frágeis. Mas com a senhora Burgess, ele percebeu que sempre há uma exceção para tudo: afinal, ela era uma pessoa ranzinza, implicante e nenhum pouco amistosa:

— Senhora Burgess…? Boa noite, eu não esperava ver…

— Poupe-me da ladainha, Parker! Pague o aluguel!

— Bem… eu ainda não consegui arrumar o dinheiro para pagar o aluguel, sabe…

— Sabe quanto tempo você não paga o aluguel regularmente, senhor Parker? Três meses!

— Eu sei disso, inclusive eu havia pago o quarto mês atrasado, semana…

— Acho que estou sou boazinha demais com os meus inquilinos, sabe? Até demais para um casal que tem uma criança que só sabe chorar o tempo todo e não me deixa dormir de noite! E… que cheiro é esse?!

O casal percebeu que o olfato detectava um cheiro desagradável, mas bem familiar para os dois. Ambos olharam para trás e encararam uma garotinha sapeca sorrindo da “surpresa” que havia acabado de dar para todos ali:

— Hã… parece que tem alguém aqui que resolveu aprontar mais cedo…

— Céus, era por isso que eu não queria crianças neste prédio…, mas fazer o quê né, Abe? Você é tão gentil, tão bondosa… até demais com certas pessoas irresponsáveis! Escute bem, eu te dou até uma semana para pagar pelo menos um dos três aluguéis que deve, senhor Parker. É isso ou rua! Passar bem!

E assim aquela "adorável" mulher deixava seu desolado inquilino ali com a cara no chão, enraivecido por não poder dar uma resposta à altura por causa de dois motivos: o primeiro era de que alguma forma ela poderia estar certa, ele não estaria agindo de acordo com a responsabilidade que ele carrega; o segundo era que ele estava a mercê da senhoria. Qualquer ato impensado poderia ser uma justificativa o suficiente para tirar ele e sua família dali.

— Nossa, ela faz parecer com que o Jameson seja a pessoa mais agradável de se conversar no mundo!

— Era disso que eu queria falar…

— Não se preocupe MJ, eu darei um jeito.

— Peter, você sabe como as coisas estão difíceis. Você já retirou parte do dinheiro do aluguel para comprar remédios para Anne, além da fralda que eu lhe pedi. E mal conseguimos pagar as outras contas, todas elas estão atrasadas!

— Ei, eu sei disso. Mas sempre dei um jeito e não será agora que eu perderei as esperanças. Eu tirei algumas fotos da luta que tive com aquelas patetas e espero que o Jameson me dê uma boa recompensa por isso. Apenas acredite na velha sorte dos Parker, eu sei que sairemos dessa!

— Eu quero acreditar… só que as coisas não caem do céu.

Mary Jane poderia estar aparentemente enganada em sua declaração, quando ambos ouviram o telefone do apartamento tocar. De início, pensaram em se tratar de alguma cobrança de contas atrasadas, mas a insistência foi tamanha que Peter não resistiu e atendeu, sem saber que aquela seria a possível resposta para os problemas: as soluções poderiam não cair do céu, mas vinham em telefonemas:

— Nossa, que demora para atender um telefone. Agora acho que entendo como as mulheres se sentem sobre mim no dia seguinte.

— Tony? Por que está me ligando?

— Realmente, é bem estranho um cara bilionário convidar um outro homem a essa hora da noite em um Sábado. Talvez eu queria te convidar para uma festinha…

— Tony!

— Ok, ok. Você partiu sem terminar aquela nossa conversa horas atrás. Sabe aquela história toda que você me falou, da sua esposa, da sua filha… olha, o quero dizer é que, família é algo muito importante. Por acaso você tem tempo livre amanhã?

— Olha, eu precisarei ir no Clarim Diário…

— Se puder comparecer amanhã no edifício das Indústrias Stark, não haverá problema. Eu tenho uma proposta a oferecer para você.

CLARO QUE CONTINUA...


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