Proibida Pra Mim escrita por TessaH


Capítulo 34
28.


Notas iniciais do capítulo

À AccioPudim.



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{Quero ficar com você numa montanha

 

 

Quero me banhar com você no mar

 

 

Eu quero ficar assim pra sempre

 

 

Até que o céu caia sobre mim}

 

 

Truly Madly Deeply - savage garden

 

 

 

28|

Scorpius Malfoy

— As provas acabaram, espero que ninguém aqui tenha sido burro em ficar de recuperação! - o treinador Ernest gritou para meu time naquela manhã de sábado. -  E não é por que o inverno chegou que vamos parar! Ponham seus agasalhos e se aqueçam por uma hora! Agora, andem!

Com certeza, não eram nem cinco da manhã e já estávamos correndo pelos jardins próximos ao campo. De fato, o frio estava aumentando, parecendo que nem o moletom conseguiria me aquecer. O time verde e cinza começou com o aquecimento, logo depois Ernest colocou o vermelho e amarelo para correr junto. Era mais uma manhã em que todos os times masculinos se juntavam para aquecer, com a proximidade do campeonato todo mundo queria ser escolhido para jogar pelo colégio  na Liga.

— Sempre acho que vou morrer quando corremos de casaco nesse frio. Um contraste muito grande - Alvo surgiu ao meu lado.

— Muito escroto esse seu casaco vermelho, hein, Alvo.

— Como se o seu preto fosse o mais bonito, né? - meu amigo pirraçou e rimos. - Espero que a Grifinória tenha a chance de se destacar nesses jogos, você sabe que os olheiros vêm.

— Claro que sim. - assenti. Os melhores jogadores seriam escolhidos pelos olheiros para acompanhar a Liga Internacional após as férias de fim de ano, e todos queriam esse destaque. - Você tá interessado? Achei que ia se dedicar aos estudos.

— Tenho tempo pra isso, queria jogar para distrair.

— Malfoy e Potter! Parem de conversar e se ponham a correr!

— Ninguém merece os gritos de Ernest a essa hora. Vou lá. - Alvo bateu em meu ombro e se virou para voltar ao covil vermelho e dourado.

Eu gostava do tempo em que tínhamos para nos dedicar ao esporte. Também queria viajar mais um ano com a Liga, representando o rugby. Havia sido escolhido uma única vez, no meu quinto ano, e tinha sido uma experiência grandiosa. Percebi que era mais que hobby para mim, o esporte me dava vida.

— Amanhã temos jogo, ouviu? Sonserina e Corvinal, vamos para as eliminatórias! E não quero ouvir muxoxo de mais ninguém, quem não for jogar amanhã pode sair!

Sobramos os dois times e Ernest só faltou tirar nossa pele. Eu me sentia morto, no final do treino, e só queria poder tomar banho no vestiário, porém, ao passar pelo porta e retirar a blusa com um único puxão pela cabeça, alguém esbarrou em mim de propósito, virando-se para olhar com um sorriso maldoso.

— Que porra é essa, Miles? Você agora tá cego? - exclamei, com uma raiva aflorando em mim ao observar que ele tinha feito com a intenção de chamar atenção. Tirou o próprio moletom da Corvinal e seus amigos já nos rodeavam no banheiro.

— Calma, Malfoy, foi só um empurrãozinho. Depois que começou a namorar ficou sensível, foi?

Os outros riram com ele.

— Não estou entendendo esse seu ataque, Miles. Me deixa em paz - tentei passar e deixá-lo falando sozinho.

— Ei, ei, tá ficando mesmo a flor da pele, hein, rapazes? O que será que a Puritana deve estar oferecendo pra você não querer dividi-la com ninguém?

— Não fala dela desse jeito! - rugi e quando me dei conta, já estava com Miles imprensado em uma das paredes, empurrando-o pelo pescoço. - Nenhum de vocês tem sequer a dignidade de poder falar dela, porra!

— Como se você fosse o cara certo para merecê-la, Malfoy? Larga ele! - alguém me puxou para livrar Miles e seu risinho idiota da parede.

— Deixa ele, rapazes, deixa se iludir achando que um dia a Weasley vai querer ficar com ele, que não aguenta um rabo de saia por aí, depois ela saí à procura de outro.

— Você é um imbecil! - meu soco foi certeiro e no nariz de Miles que fez um estrago. O burburinho começou e já estavam nos separando antes mesmo de ele se levantar do chão, ensanguentado.

— Ficou louco, porra? O que 'tá acontecendo aqui, Scorpius?! - alguém me segurou pelo braço, mas fiz força para me soltar.

— Não se atreva a falar dela desse jeito novamente, ouviu? Nenhum de vocês! Pouco me importa o que falem de mim, mas ela não merece, não é como a gente!

— Ainda bem que você sabe que ela é bem diferente. - alguém teve a audácia de comentar e tive que ser empurrado para longe.

— Não pode sair socando todo mundo, Scorpius, para! Você não pode ser deposto do jogo de amanhã, não quer parar na diretoria, quer? Vai embora! 

— Circulando todo mundo, caralho, homem é muito besta, só quer brigar! - um conhecido gritou no corredor e o resto foi se dispersando. 

— Te acalma, Malfoy, e só volta quando tiver certeza que só vai tomar banho, ok? - Ryan, do meu time, me alertou e depois voltou para o banheiro.

Eu que não voltaria para lá, embora adorasse a ideia de ver a cara de Miles e seu novo nariz. Optei por pegar minha roupa do chão e sair dali na mesma hora, sem me importar em passear pelo colégio sem camisa e com a mão vermelha.

— Uau, galera, apreciem essa obra-prima desfilando entre vocês! Fala, meu querido! Acabei de acordar! - Thomas me abordou quando passei por ele sem nem parar, no salão comunal. - Porra, você está me ignorando, Malfoy? Me explica isso agora mesmo.

— Me deixa em paz, Thomas, quer levar um soco também?

— Opa, também? Isso me cheira a briga, desembucha. - meu insuportável amigo bateu a porta de nosso quarto quando entramos e me dirigi ao banheiro.

— Thomas, não me enche a paciência.

— Eu quero saber das novidades e você não quer conta, puto? Depois todos sabem e eu, o melhor amigo, não ficarei sabendo! Fala, Scorpius!

— Sai do banheiro, idiota, quer me ver pelado, agora? - provoquei Thomas enquanto ele me olhava de braços cruzados dentro do banheiro. Fiz menção de descer o short e descer a cueca.

— ECA, SCORPIUS, MEU DEUS! Meus olhos! 

— Muito bom saber que você lutou contra sua vontade de me olhar e saiu! - tranquei a porta, mas ainda ouvi seus resmungos. Logo depois, Thomas começou a batucar na porta e passar a me irritar.

— Caralho, Thomas, não posso tomar banho? Sai daí, porra.

— Me conta o que houve! Vou arrombar a porta!

— Vai me ver pelado e eu sei que você quer! - rebati, mas ele era insistente. Continuou me azucrinando durante todo o banho até que terminei, me vesti e abri a porta.

— Tu parece uma mulher nessa demora de banho, Malfoy, me fala logo, porra.

— Miles e sua turma tirando uma com a minha cara por conta de Rose.

— Mas o que tem sua namoradinha? - Thomas arqueou as sobrancelhas, fazendo gracinhas. - Ainda acho lindo meu queridinho Scor namorando sério, own... Primeira namorada, né?

— Porra, é, você sabe como ser irritante, Thomas. Dei um soco no Miles e quis fazê-lo engolir as palavras dele ao insinuar pornografias sobre Rose estar comigo e afins.

— Nossa, violentinho você, ficou com ciúmes?

— Espero que um dia você sinta isso, Thomas, e eu estarei ao seu lado para gargalhar. Agora, podemos descer? Está tudo certo para minha surpresa? Conseguiu a porra da chave, imbecil?

— Assim você não vai ganhar muito de mim, me trata direito - Thomas retrucou ao tentar me acompanhar. - Toma aqui, fica lá até a hora que combinamos e depois vaza, ok? Tem outras pessoas que a querem também, aqui socializamos tudo! 

— Valeu, cara - peguei a chave estendida e sorri com a perspectiva de levar Rose para um lugar desconhecido. - Estou livre da sua babaquice agora?

— Scorpius, falando sério agora... Você sabe que os caras vão estranhar você namorando sério, vão falar e pensar merda pra te irritar, mas não vai poder sair brigando com todos, ouviu? Pode ser expulso!

— Eu entendi, mas também vou adorar bater em todos. Podemos ir agora?

— Passa logo, puto.

Despedi-me de meu amigo apenas para sair à procura de Rose. Estava se tornando um pouco incômodo - até pra mim - andar pelo colégio sob olhares. E cochichos, conversas que eu sabia que existiam pelas costas. Ignorei todos os olhares e segui meu caminho, tendo o privilégio de passar por Miles e seus amigos e ainda notar o curativo em seu nariz. Bom pra ele.

Foquei meus olhos na dupla ruiva que discutia na base da escada do quinto andar.

— Lily! Para com isso, Lily, você não pode fugir disso pra sempre, amanhã tem jogo, vai jogar e ele vai ver, se quiser falar com você vai sair correndo como agora?! Para, Lily! - a minha ruiva segurava a prima pelos pulsos, cuja dona parecia querer sair por entre os dedos de Rose.

— Não consigo! Fico nervosa, meu coração dispara, Rose, eu estou tendo um ataque cardíaco e você nem quer cuidar de mim! AH, seu namorado chegou, Rose, me solta!

— Oi - Rose se virou para me notar e o sorriso, doce, surgiu. Afrouxou o aperto na prima e me abraçou.

— Olá, namorada, já vinha raptá-la, mas está mais fácil você me raptar. Olá, Lily Pimentinha.

Eu tinha ouvido Rose conversar várias vezes com a prima e sabia que ela não aparentava gostar do apelido, então eu também provocava. 

— Oi, Loiro Azedo, obrigada por me salvar, lá vou eu! - Lily correu e escapou de nós.

— Essa menina vai me deixar careca de preocupação! - Rose bufou e alisei suas costas quando a abracei. - Que bom que você está aqui, tudo bem? Teve treino pela manhã, não foi? As meninas ficaram com o outro horário.

— Estou bem - plantei um beijo no alto de sua cabeça e busquei sua mão. - Tive treino logo cedo, amanhã vou jogar. Vai torcer por mim?

— Vou ser pé quente, será? - ela brincou. - Pra onde está me levando, namorado?

— Adoro o som dessa palavra, furacão. Uma surpresa, mas tem que fechar os olhos, consegue?

— Hmmm, quer dizer que você gosta de fazer surpresinhas, é? Pode me vendar! - empolgada, Rose sorriu.

— Gosto de receber, principalmente, mas vamos com calma.

— Para com esse riso malicioso, garoto - Rose me deu um tapa no ombro e tentei me esquivar.

— Vem logo, menina, fecha os olhos, vou te levar.

Passei minhas mãos em seus olhos e a fui guiando até o subsolo, com o caminho deserto e aproveitando para roubar um beijo aqui e lá.

— Já chegamos? - ela suspirou quando passei os lábios na curva de seu pescoço quando paramos em uma parede. - Ai, Scorpius, me diz.

— Já vi que não posso te deixar curiosa que assim não ganho nem um agrado.

— Vai ganhar se me mostrar logo a surpresa! Cadê? - ela perguntou, com os olhos azuis levemente arregalados, me mostrando que ela podia ser mais linda ainda quando não sabia que o era.

A boca vermelha, as sardas pela pele e o sorriso, eu não achava que poderia querê-la ainda mais.

— Vamos nadar, meu amor - sussurrei quando abri a porta e a deixei passar.

— Uau, Scorpius, onde estamos? - sua voz tinha assombro e encantamento. Os olhos passeavam atentos por todo ambiente enquanto eu trancava a porta para termos privacidade. Eu também tinha ficado igualmente espantado quando me mostraram o lugar. Era como um rio por debaixo de rochas. Uma iluminação vinha de cima, com foco de luz na água que corria para longe. A água subterrânea era de um azul que me encantava e agora eu entendia o fascínio pelos olhos de Rose. Eram do mesmo tom.

— Como tem um lugar desse aqui no colégio?! Uau, é muito lindo! 

— Como você, mas agora... Tem medo de água gelada, furacão? 

— Claro que não - ela riu, ainda espantada. Desabotoei minha camisa e a deixei no chão, ali próximo. - Mas o que você tá fazendo, Scorpius Malfoy?

— Te seduzindo, tá dando certo? - brinquei, ela riu, e continuei com a calça. - Não fica vermelha em me ver de cueca, Rose, é como sunga!

— Espero que não nade pelado! - ela protestou, com o rosto da cor do cabelo, e imaginei se ficaria corada, algum dia, de baixo de mim.

— Você me faz ter pensamentos obscenos, minha querida - murmurei para deixá-la ainda mais constrangida e balancei a cabeça. Pulei na água.

— Ai, Scorpius! Não acredito, você é maluco!

— Vem, Rose!

— Não vou ficar de calcinha e sutiã, Scorpius, pirou?!

— Vai dizer que não quer vir comigo? - nadei até o foco de luz e depois voltei para próximo a ela. - Não fica com vergonha, já olhei você toda.

— Meu Deus, Scorpius! - Rose cobriu o rosto com as mãos, mas ria.

— Vem, furacão, eu trouxe toalha depois, não pensa nisso, você pula bem rápido.

— Só se você ficar de costas até eu entrar!

— Vou perder o show? Como assim, furacão?! 

— Vai, Scorpius! - ela bateu o pé, ainda tão vermelha que fiz sua vontade, me virando. Ouvi o barulho de Rose tirando o sapato. 

— Não acredito que estou perdendo um striptease exclusivo. - brinquei só para ouvi-la reclamar.

— Já trouxe alguém aqui?!

— Não, você é a única! Posso me virar, namorada?

Não esperei resposta porque apenas queria um vislumbre dela. Já estava sem a saia, desabotoava a camisa e acho que fiquei de boca aberta, sem fala, porque Rose gritou comigo e fui incapaz de me mover.

— Vou embora, seu idiota, se vira, Scorpius!

— Não consigo, tô hipnotizado. Você é linda, quer ajuda? - eu já saía da água e molhava tudo.

— Ai, eu não acredito nisso, Scorpius - ela murmurou, toda envergonhada, ainda segurando uns botões da camisa. - Você é péssimo em cumprir o que te peço.

— Não pode me negar nisso, linda - disse, bem próximo a ela, pedindo com o olhar pra que meus dedos gelados substituíssem os seus para tirar a blusa.

— Não sei onde estou com a cabeça. - ela reclamou, baixinho, mas tirou a mão e só faltei morrer ali mesmo.

— Posso?

Ela anuiu, fazendo o cabelo ruivo ficar na frente do rosto. Era uma tortura retirar aqueles botões, mas nem sua pele desnuda eu olhava. Os olhos azuis me focavam e não pude desviar. Não sobrou mais nada, então tirei sua blusa. Passei as pontas dos dedos por seu colo e suspirei. 

— Você tem um cheiro só seu, Rose - murmurei, sendo incapaz de não plantar um beijo na base de seu pescoço.

— Vamos pra água - a voz dela saiu como um fiapo.

— É muito gelada! - Rose riu quando pulou e afundou. Tratei de me aproximar dela para pegá-la. - Sei nadar, Scorpius, não vou morrer, calma.

— Estou calmo, só quero ficar perto de você, vem pra cá. - tentei levá-la até o centro da luz que vinha do alto e vê-la se encantar com a beleza do lugar.

— É muito bonito, obrigada pela surpresa.

— É um prazer. - respondi ao abraçá-la, me aproximando para beijá-la e ser envolvido por suas pernas. - A senhorita já sabe o que fazer, não é?

— Meu corpo reage ao seu, só isso - Rose respondeu, me abraçando mais forte, os lábios pingando e o olhar em minha boca. - Na verdade... Nunca fiz nada, Scorpius.

Demorei alguns segundos para entender suas palavras e o que de fato significavam, mas depois senti meu coração bater mais rápido.

— Eu também não.

— Deixa de mentir, idiota - Rose me deu um tapa no ombro, rindo.  - Estou falando sério.

— Vamos no seu tempo, relaxa, agora só... me beija.

O sorriso apareceu novamente em seus lábios que fiz questão em tomar. Era - se possível - ainda melhor me conectar a ela com a água entre nós. Eu podia tocá-la com mais liberdade, explorar partes que eram inacessíveis. Não ultrapassei o limite, usando de todo meu autocontrole, para deixá-la à vontade, era uma opção e, caso ela pedisse, eu faria com maior prazer.

Suas costas, seus braços, suas pernas ao me enlaçar. Seu rosto molhado, seus suspiros e seu cabelo vermelho que a tornava tão diferente. Então vez ou outra seus olhos azuis se abriam, me encantavam e eu não sabia dizer se existia algo mais bonito do que tê-la em meus braços, debaixo da única luz que iluminava o azul da água e de seus olhos. Era a garota mais bonita que já vi.

Me tomava, me segurava, ao mesmo tempo em que me libertava. Beijá-la sofregamente era a única coisa que eu queria e ter meu desejo atendido me desnorteava.

— Scorpius... - ela murmurava, tão baixo que eu me sentia vibrar ao poder escutá-la venerar meu nome. Suas mãos já ganhavam liberdade comigo, me dedilhavam as costas, os músculos e as reentrâncias. Arranhavam-me de leve o corpo e eu ficava feliz em poder depois ter marcas de seu descompasso.

Ficamos juntos até não aguentarmos mais. Eu sabia que tinha um horário para que eu pudesse devolver a chave, mas era viciante estar com Rose. Nossos dedos já estavam enrugados quando saímos da água e conseguimos nos secar. Ela voltou a ficar vermelha quando apanhou a roupa no chão e voltou a vesti-la, sob meu atento olhar.

Era linda, não deveria ter vergonha nenhuma. 

— Para de me olhar assim, Scorpius... Não gosto muito dessas sardas. - confessou-me quando jogou o cabelo para o lado e terminava de fechar a blusa.

— Eu acho lindas. Te torna diferente, combina com você. Se veja com meus olhos e vai entender porque eu estava te olhando de outra forma. - a segurei pelos ombros para roubar mais um beijo em sua nuca. Ela riu e se virou.

Tinha a aparência mais leve ainda ao sair de um banho, as sardas marcando cada ponto em seu rosto.

— Obrigada pela surpresa - disse, colada em meus lábios. - Acho que fico devendo uma, não é?

— Já pensei em algumas formas de você me pagar, hein. -  voltei a beijá-la e a fazê-la rir.

— Você é um idiota.

— Mas um idiota com boas ideias, não negue.

— Temos que ir agora, senhor Malfoy, já estou pensando no que vão falar ao nos ver molhados, Scorpius, meu Deus.

— Estou nem aí, fico ainda mais bonito - passei a mão pelo cabelo e Rose riu. - Você também, não se preocupa com isso, vamos. Estou morrendo de fome!

— Beijar dá fome, é?

— Não brinque comigo, senhorita Weasley. Outra coisa dá mais fome, ouviu? Vou querer um banquete!

Ela ficou vermelha com o pensamento e a trouxe para meus braços, rindo de seu embaraço. Saímos do subsolo, abraçados e felizes.

— Estranha essa sensação de paz que me invade.

— Eu sou o motivo? - a sobrancelha ruiva levantou.

— Sua petulante, pode ser que sim e pode ser que não.

— Olha que eu arranco esse riso idiota da sua cara, Scorpius, junto com todo seu cabelo!

— Eu tenho uma namorada muito violenta, socorro!

Os corredores estavam vazios e conseguimos conversar durante o caminho. Separamo-nos quando ela precisou subir para seu dormitório para buscar algo e então seguiríamos juntos para o jantar.

— Pronto, namorado, desculpe a demora - ela me sorriu quando desceu. Tinha ido arrumar o cabelo, mas continuava linda. - Continua com fome?

— Sempre!

Estávamos para entrar rindo, de mãos dadas, quando o salão inteiro se virou para nos observar. Rose, ao meu lado, estancou, provavelmente nervosa e assustada com tantos olhares. Alisei sua mão com o polegar e sussurrei em seu ouvido que estava tudo bem, eu a levaria até a mesa e ficaria tudo normal. Ela assentiu, pálida de repente. Andamos sob os olhares e cochichos até que reparei que todos seguravam uma espécie de panfleto e que, na frente, havia uma foto de Rose. 

Provavelmente era antiga; seu corte não tinha mudado, estava toda agasalhada e segurava uma montanha de livros no braço, bem como eu a conheci antes. E com letras garrafais, em cima da foto, estava: a aposta da Puritana.

Meu sangue pareceu escapar do corpo. Gelei, com as mãos frias, paralisei. Rose me olhou, confusa, mas depois percebi quando focou os olhos no mesmo papel na mão de alguém.

— Não está sabendo, Puritana? Hayes confessou ter feito uma aposta com Scorpius. - alguma voz quebrou o silêncio.

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