Proibida Pra Mim escrita por TessaH


Capítulo 24
21.


Notas iniciais do capítulo

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Son De Amores - Agapornis



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{São de amores, amores que matam
Amores que riam, amores que choram, amores que amargam
São de amores, amores que enganam
Amores que incomodam, amores que divertem, amores que faltam.

Porque você não esta louca, louca, louca
Deixa de chorar e seca essas lágrimas de cristal
Que o tempo voltará seguro pra te resgatar de
Toda essa fantasía, fantasía}

SonDe Amores - Agapornis

 

 

 

 

 

 

21|

Lily Luna Potter

O dia da apresentação de música estava cada vez mais próximo. A comissão organizadora - que eram os cdfs da turma de música - já tinha organizado o espaço e a decoração, contratando serviços de fora e tudo mais. Como seria o aniversário da nossa queridíssima diretora, tudo tinha que estar impecável.

Lá estava eu em mais um ensaio com meu grupo. Obviamente, eu estava me estressando porque eles tinham a incrível capacidade de se dispersaram com facilidade!

— Minha gente, concentração, pelo amor! Nina, para de cochichar coisa pro Isaac, caramba! Alvo! Alvo, me ajuda! - gritei por ajuda enquanto as conversas não paravam.

Meu irmão estava sentado de braços cruzados perto da janela e seu olhar estava lá fora. O que, porra, estava acontecendo?

— Alvo, irmãozinho, você precisa me ajudar! Gente, temos que fazer tudo lindamente, temos que ser os melhores! Alvo! - cheguei perto dele e o sacudi, aparentemente tirando-o de um estado de torpor.

Seus olhos verdíssimos piscaram muitas vezes antes de me focarem.

— Ah, o que foi, Lily?

— O que foi, irmãozinho? Tô te chamando há séculos e nada! Tá pensando na morte da bezerra?

Um sorriso mínimo apareceu em meu irmão e fiquei preocupada ao perceber que aquele ato estava ficando escasso nele.

— Alvinho, por que está assim? Tudo bem na sua vida? Sabe que pode falar qualquer coisa pra sua irmãzinha.

Alvo sorriu quando me lancei em seus braços. Ele me afagou e deu um beijo no topo da cabeça.

— Estou bem, Luna. Por que nós não ensaiamos pra que você fique mais calma?

Eu sabia que Alvo estava me despistando, porém entendia que ele não queria falar. Não agora.

Como boa irmã, dei mais um abraço e concordei. Gritei junto com Alvo e finalmente tivemos a atenção de todos.

— Bom, gente, temos que ensaiar essa merda direito porque eu não quero fazer feio! Passa logo pra bateria, Alvo, e a percussão se junte a ele! Cadê os vocais? Isaac, vem cá!

Fiquei procurando entre todos por alguém até que esse alguém apareceu na porta. Minha prima Rose apareceu arfando e se desculpou pelo atraso. Fiquei observando suas atitudes e em como um risinho idiota não saia da cara dela.

Depois de alguma coisa em sua vida, minha prima escolheu ser outra pessoa, tanto por fora quanto por dentro e, agora, me aparentava bem melhor, até porque ela se sentia melhor.

Usava uma saia jeans e as botas pretas, com a camisa branca desabotoada no primeiro botão. Os cabelos estavam revoltos e ela tentava ajeitar.

— Hm, Rosinha, por que seus cabelos estão tão arrepiados?

Não me contive e fui para perto dela.

— O que?? Ah, Lily, você sabe como cabelo é, tem lá seus dias ruins, só isso.

— Uhum... - fingi acreditar em suas recentes desculpas.

Há mais ou menos duas semanas ela chega atrasada em alguns lugares comigo e Una, e sempre ficávamos observando como se comportava, perguntávamos, mas ela tinha o dom da retórica e sempre nos enrolava.

Algo me alertava fortemente sobre Rose e um peguete, mas eu tinha minhas ressalvas, já que, bom... Ela não era de ficar. Ainda mais escondido.

— Ei, Lilian! Suba já aqui! - alguém gritou e me tirou de meus pensamentos. Logo me direcionei para o vocal ao lado de Rose e de Isaac

— Meu Deus, tô muito empolgada em poder me exibir pra todo mundo. - cochichei para eles que riram.

— Estou conseguindo vencer a vergonha e nervosismo. Ainda bem. - Rose disse.

— Então me fala como, Rose. - Isaac galaenteava minha prima sempre que podia, porém Rose ficou vermelha na hora.

Hm....

— Passando o som em 3,2,1! - alguém gritou e começamos novamente.

(...)

Eu estava moída! Minha garganta ardia depois de tantas passadas de música, por isso decidi que passaria na cozinha para pedir água.

— Lily, espera!

O som daquela voz me fez parar e observei Hugo tentando me alcançar.

Ali, ao vê-lo correr pra falar comigo depois de semanas nos evitando, eu reconhecia que sentia saudades dele.

Minha nossa, ele sempre tinha sido meu amigo, sempre do meu lado e, de repente, estávamos longe um do outro.

— Oi, Hugo. - verbalizei sucintamente sem saber a razão. Não gostava mais de olhar para seus olhos castanhos e me lembrar de sua confissão no dia das bruxas.

— Lily, acho que a gente precisa conversar.

— Mas por que conversaríamos? E também quero dizer, já estamos conversando.

— Não tô falando dessa forma, Lily. - Hugo contraiu os lábios e me repreendi por reconhecer seus trejeitos há anos. - Por que se afastou de mim?

— Ah, eu me afastei? Não foi o contrário, Hugo? - arquiei uma sobrancelha porque eu conseguia fazer aquela proeza esplêndida.

— Não, Lily, não fui eu! Foi você! - ele exclamou, repentinamente alterado e me dei conta de que era verdade, mas eu não ia confessar facilmente.

— Nananinao, Hugo, e também não vem mais ao caso! Por acaso está sentindo minha falta?

Diga que sim, diga que sim, diga que sim...

— Hm... Um pouco, você sabe, Lily. É minha melhor amiga. - seus olhos ficaram tristes e vi meu reflexo neles. Deus, eu era uma idiota.

Por que me afastei dele?

Sim, lembrei, fiquei assustada ao vê-lo confessar seu amor por uma menina que eu nunca tinha visto junto dele.

E eu só posso ser uma burra por imaginar que ele nunca se relacionaria com alguém, não é? É, ele não seria pra sempre só Hugo, meu melhor amigo e minha sombra, ele teria que viver pra outra pessoa além de mim em algum momento de sua vida.

Eu era uma egoísta e só pensava mim.

— Você se afastou e deixei por um tempo pra ver até onde iria, não queria parecer que invadia seu espaço, mas passou tanto tempo... Você não quer ser mais minha amiga?

— Não, não é isso! - rebati na hora porque era a última coisa que eu queria. Mas o que eu queria? - Não, Hugo, só fiquei confusa com umas coisas e foi sem querer. Me desculpa. Claro que somos amigos.

— Melhores amigos. - ele abriu seu sorriso que era tortinho e sua covinha apareceu. - Fazemos as pazes? Adoro fazer as pazes com você, sempre nos entendemos.

Diferente dele, eu não conseguia sorrir. Nem sabia por que. Revirei os olhos engolindo um bolo na garganta.

— Melhores amigos. - confirmei e apertei seu dedinho estendido. - Mas agora eu preciso ir... Eu estava procurando um negócio.

— Ah! Tudo bem, me desculpa atrapalhar! - ele logo respondeu e se inclinou para beijar minha bochecha, como sempre fizemos, desde pequenos, mas daquela vez fiquei petrificada, sentindo sua boca quente tocar minha pele e minhas mãos suarem. - Será que mais tarde você podia me acompanhar?

— Ahn.. sim, sim, mas em quê? - balbuciei algumas palavras.

— É que eu queria que conhecesse a Helen. Que pudessem conversar mais. Você sabe. - ele ficou um pouco corado com o pedido e senti meu coração falhar.

Meu Deus, eu iria chorar na frente dele sem nenhuma explicação. Já sentia a ardência nos olhos.
Eu não queria conhecer Helen nenhuma, não queria nem que esse nome existisse, quanto mais conhecê-la!

Mas engoli tudo aquilo. Engoli porque Hugo era uma das pessoas mais importantes pra mim e eu não queria fazê-lo sofrer como percebi quando me afastei. Fiz algo sem pensar, sem pensar que doeria em alguém além de mim.

Mas, poxa, parecia que eu estava com uma faca no peito. E na garganta também, porque nem conseguia falar.

Assenti efusivamente para, falsamente, parecer felicidade. Hugo sorriu e saiu. Respirei fundo para voltar ao controle das minhas emoções e, finalmente, me dirigir para a cozinha.

Eu precisa mesmo de uma água agora.

• ¥ •

Depois da água - e também uns doces pelos quais implorei na cozinha para os tiozinhos -, me encaminhei para seguir por fora e alcançar as escadas para a Grifinória.

Enquanto passeava belamente olhando a movimentação no jardim, ao ar livre, fiz a besteira de direcionar meu olhar para um ponto.

Hugo estava sentado com Helen, sob o sol, de mãos dadas. Ela ousou desencostar a cabeça do ombro dele e falou algo que ele riu. Mas ele sorriu mesmo, aquele sorriso torto e com covinha que eu tinha falado.

Tive que me segurar na parede e firmar meus pés no chão para não correr e arrancá-lo de lá.

Deixa disso, Lily... Fiquei repetindo enquanto meus olhos nem piscavam ao vê-los em um abraço. Ao vê-los em um beijo.

Tenho certeza de que fiz uma careta assustadíssima! Aquilo me destravou e corri na direção oposta, seguindo por um corredor que daria no lado sul do castelo.

Nem percebi que tinha corrido tanto e sem olhar direito até que tropecei com uma menina, e nós duas fomos ao chão.

— Minha nossa! Eu sou um desastre ambulante! - exclamei ao me levantar e também catar os cadernos que ela havia derrubado.

— Não foi culpa sua, relaxa. Também nem te vi. - ela respondeu e a identifiquei como Kellen Brice, a sonserina amiga de Scorpius. Ela apanhou seus lápis e a bolsa enquanto peguei seu caderno cheio de desenhos.

— Estávamos mesmo correndo - comentei ao notar que tinha papel um pouco longe de nós.

— Pois é. - ela respondeu e então olhou rapidamente para trás de si, mas foi tão rápido que voltou que fiquei assustada.

— Fugindo de alguém também? - torci os lábios, tristemente.

— Também? - ela arregalou de leve os olhos. - Somos fugitivas, então.

— Nem me fala. Só quero seguir em qualquer outra direção que não seja aquela! Urgh!

Kellen torceu as mãos e agradeceu por eu ter pego seu caderno. Trocamos desculpas e seguimos os caminhos opostos.

Enquanto ela provavelmente veria a bela cena de Hugo e sua namoradinha, eu pude visualizar um casal se atracando perto de uma porta ali perto.

O moreno tinha a gravata verde frouxa e a menina gemia em sua boca escandalosamente. Ele tocava em todas as partes descobertas dela - que eram muitas, sim, eu notei! - e tentava  desabotoar a camisa dela.

Meu Deus, eu não queria assistir àquele acasalamento.

A menina puxou os cabelos pretos dele e gemeu mais alto "Thomas!" quando ele beijou seu pescoço.

Fugi também quando os olhos do tal Thomas me acharam. Olhos azuis grandes que se assustaram. Fiz questão de fazer uma cara de nojo só para que ele se tocasse que aquela menina era uma baranga que estava fingindo tudo só pra sair falando pelo colégio que ficou com um galã.

Ainda perdida, consegui chegar à parte mais reservada do colégio. A área sul era mais solitária e reclusa. Ficava muito próximo às matas densas e todos prefiriam o sol e a beleza do mar da parte norte.

Então se você escolhia privacidade, podia ir para o lado sul.
Me encostei na parede e sai escorregando até sentar. Sozinha.
Sem amigos.

Eu também não queria estar próxima de ninguém naquele momento. Queria ver os passarinhos cantarem e voarem como estavam fazendo. Queria ver mais das lindas flores que brotavam ali.

Eram lindas. De cores lindas, também. Tinha girassol, tulipa, até umas azuis que eu não sabia o nome.

Por que eu me sentia machucada? Era muito ruim estar ali, sofrendo por algo que nem sabia alcançar, e saber que a pessoa que sempre me acompanhava - até mesmo pra observar aquelas flores - estava aos beijos com outra.

Preferi largar a visão das flores e das lembranças com Hugo. Elas pulavam em minha mente, me assombrando com as risadas que compartilhamos ali, muitas vezes cantando ou falando da vida. De planos que pensávamos.

Será que a tal Helen sabia que ele era indeciso sobre o que queria? Que gostava de tocar, que odiava cenouras - tanto o alimento como o apelido -, que ele sentia saudades das festas na casa da vovó. Que sofríamos por todos estarem crescendo, mas também tínhamos imensa vontade de ganhar o mundo depois do colégio.

Meus olhos inquietos passearam pela grama verdinha até que detectei um barulho. Barulho e a presença de duas pessoas.

Minha nossa, hoje era o dia de eu visualizar todo mundo se agarrando! Eu ouvia beijos e risadas. Fiquei olhando só pra saber quem eram.

Esperei uns minutos até que eles se cansaram e saíram de trás do tronco grosso de uma árvore.

O rapaz segurava e puxava a menina pela mão. As roupas amassadas, o rosto corado e risonho.

Scorpius Malfoy puxou minha prima Rose Weasley e deu um beijo em sua bochecha. Cochichou algo no ouvido dela e depois deu outro beijo em seu pescoço. Rose se derreteu e o abraçou, pondo os braços em seu ombro.

Meu grito saiu sem que eu tivesse consciência.

Levantei de supetão e corri para enxergar melhor. Eu não estava vendo aqueles dois.
Não mesmo.

Nem mesmo a cara assustada dos dois.

— Puta que pariu. - soltei o palavrão quando eles me olharam e confirmei que não, eu não estava cega.

Graças a Deus.

.

.

.

Eita! Tantas descobertas nesse capítulo que eu tô achando que podem querer me matar!

Só peço que me comentem e conversem comigo!

Au revoir!


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