Proibida Pra Mim escrita por TessaH


Capítulo 13
12.


Notas iniciais do capítulo

Eu voltei mais cedo! Eu fiquei encantada com os comentários anteriores então esse capítulo é pra vocês, gente!



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12|

O domingo foi massacrante. Meu time enfrentou o de Alvo em uma disputa violenta. Meu dever era esperar os caras me passarem a bola para correr e levá-la adiante, porém a defesa da Grifinória estava acirrada. Como o esporte tinha a base na força, quem levava a melhor era quem era mais forte. Para meu azar, Scott Hayes era bem mais musculoso que as pessoas normais, mas era só um.

Em algum momento da partida, minha jogada foi interceptada por Alvo, que me levou ao chão, e em outra, Scott fez todo o possível para me perseguir, ostentava aquele sorriso idiota como quem guarda uma piada secreta. No segundo tempo, a jogada foi direcionada a mim novamente e eu iria seguir adiante, quando Scott conseguiu me alcançar e me nocautear.

Ambos caímos com força no chão, porém ele por cima de mim, o que explicava a dor que senti na barriga. Por ainda ter ficado em cima de mim mesmo sem eu ter a posse de bola, Scott levou cartão amarelo do árbitro e tive que me retirar porque respirar tinha se tornado muito difícil.

— Você é um mariquinhas. - Ernest, o treinador, grunhiu pra mim ao me entregar uma bolsa de gelo.

Fiz careta quando o frio atingiu minha lombar.

— Tenta respirar com um saco de 100 kg em cima de você muito mais tempo do que o permitido.

Eu sabia que meu treinador só estava implicando comigo por força do hábito, por isso o ignorei após seu silêncio.

Após o final da partida, preferi logo ir para o quarto. Eu me sentia péssimo, primeiro por ter perdido para Grifinória, a Casa do Montanha, mas também por estar com muita dor.

Embora o esporte trouxesse muitas dores durante seus percalços, era a única coisa com a qual eu me conectava profundamente, e por que eu não saía dele.

Passei recluso na cama, sob os protestos de Thomas, o dia inteiro, mas precisava me guardar para a semana que se seguiria e a futura revanche.

Depois de um final de semana maluco, eu me sentia revigorado! Por isso já estava rindo horrores do vídeo que Alvo havia me passado de Thomas passando vergonha na festa de sábado.

— Para com essa babaquice, Scorpius! Até parece que você nunca bebeu e ficou doidão! - Thomas reclamou pela milésima vez em que me via rindo dele com o vídeo.

— Nunca me cansarei de rir dessa preciosidade. Você parece um doente, Thomas, pelo amor de Deus.

— Tô ficando puto com você e com Alvo, viu? Santa paciência!

— Não precisa ficar tão envergonhado, você só derrubou cerveja na menina que depois te derrubou em cima da bebida e deixou você cantando sofrência no chão.

Meu amigo me jogou uma almofada.

— Cala a boca, palhaço.

Continuei no replay porque meu dia estava ótimo.

— Você vai me pagar por isso, Scorpius, para com essa merda agora!

— Você não manda no meu celular, oras! - eu o ignorei.

— Não vai assistir aula não, seu desocupado?!

— Claro que vou - respondi Thomas e aproveitei para me preparar para a aula da tarde.

— E por que ainda está sem camisa, Scorpius, você acha que alguém vai querer lamber esse seu abdome trincado velho podre?

Tive que gargalhar com a alfinetada dele.

— Você é muito cômico, meu caro, mas todas as suas  namoradas dariam a vida para fazer isso mesmo, e sei que até no você quer. Porém me limito a só mostrá-lo a quem merece.

— Aham, sei. - Thomas revirou os olhos.

— É que minha camisa está sendo passada ainda. Kellen vai me entregá-la daqui a pouco.

— Por que a pobre garota tem que passar sua camisa, mano? Deixa a Avatar em paz.

— Para com esse apelido ridículo - pedi a ele. - Eu pago pra ela fazer isso, tá bom? Ela não reclama da grana fácil. Ela é minha amiga.

— Falando em amigas... - Thomas disse ao observar a foto do número que estava ligando para meu celular. Era uma morena peituda que se insinuava na foto. Eu nem lembrava quem era, porém já imaginava o teor da conversa.

Abri um sorriso para atender, mas uma mão voou rápido para o aparelho e o distanciou de mim.

— Que porra é essa, Thomas?!

Rindo, aquele babaca saiu correndo do quarto e, logicamente, corri atrás. O detalhe era que eu estava sem minha camisa pra usar por baixo do blazer, então só o vesti rapidamente e sai pelos corredores atrás do puto do Thomas.

— Você vai levar uma detenção por andar seminu, Malfoy! - Thomas gritou quando virou a esquina de um corredor comigo em seu encalço.

Lógico que eu iria! Mas precisava recuperar meu celular primeiro.

Quando dei por mim, estávamos correndo para fora dos jardins que circundavam o colégio. Como eu já havia dito, o endereço do internato era um pouco medieval, um castelo imenso com arredores solitários, como uma floresta, a Floresta Proibida, na qual só entrávamos em alguma rara aula que envolvesse plantas e solo, e sempre com a companhia de algum professor.

— THOMAS! - gritei quando parei no meio dos jardins e percebi que havia perdido Thomas de vista. - Apareça logo, porra! 

Ouvi uma risada e sai me embrenhando pelo perímetro da densa mata verde. Thomas estava por ali, eu tinha certeza.

— Puta que pariu! - exclamei quando uma planta me arranhou na barriga. Quem manda sair sem blusa, Scorpius Malfoy?!

— Por que será que sempre que nos encontramos ou eu estou passando vergonha ou você está oferecendo ao mundo seu vocabulário magnífico?

Com surpresa por ouvir a voz dela naquele momento, me deparei com Rose Weasley às minhas costas. Muito diferente de quando a vi pela última vez na festa, agora parecia muito contida. O cachecol amarelo estava no pescoço, contrastando com o ruivo de seus cabelos em um rabo de cavalo.

— Rose Weasley?! - não fui capaz de pensar antes de falar.

— Eu mesma - ela deu de ombros, com um mínimo sorrir de lábios. Torceu as mãos nervosamente, percebi. - Será que posso falar com você, Malfoy?

— Er... Então, Rose, será que pode ser outra hora? - eu tinha que despistá-la porque ainda teria que continuar a caça por Thomas, então continuei esticando meu pescoço para ver além da figura da Weasley, que já me ajudava visto que era pequena. - Eu tô um pouco ocupado agora.

— Malfoy, eu preciso falar sério com você.... Queria falar sobre sábado à noite e...

— Hurricane, agora não dá mesmo! - eu a interrompi, colocando as mãos em seus ombros para tirá-la de meu caminho quando vislumbrei um idiota correndo lá na frente. - Com licença! É vida ou morte!

— Mas o quê?! Malfoy, é sério, por que você é tão idiota?! 

Fui escutando os protestos de Rose cada vez mais baixos porque saí em disparada. Thomas ia se ver comigo!

— THOMAS, EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ! - gritei enquanto entrava entre os galhos da floresta. Aquele filhote de cruz credo sabia que não podíamos entrar naquela merda e mesmo assim fazia. Isso só fazia eu ter mais certeza de que ele estava naquele caminho.

— Malfoy! Eu estava falando algo sério com você, então faça o favor de me respeitar e esperar eu falar! 

— Weasley! - me virei novamente surpreso. - O que você tá fazendo aqui, maluca?! Eu disse que a gente conversava depois! Já viu onde você está entrando?

— Mas eu quero e preciso falar agora, então você não vai fazer do seu jeito e me deixar plantada quando eu passei por cima do meu orgulho pra fazer isso! - aquela duende ruiva gritava comigo, pondo o dedo em riste.

— Você é impossível, Weasley, vai pra lá, vai, isso aqui não é brincadeira pra garota.

— Malfoy, você me tira a paciência! Quem é você pra decidir o que é de garota ou não, hein?! É um estúpido mesmo!

Decidi ignorá-la porque sabia que ela não iria me seguir se eu continuasse a entrar na floresta. Apressei o passo e não escutei mais nada.

— Thomas! - gritei para escutar alguma resposta, porém nada. Eu estava no meio de um círculo coberto por braços entrelaçados de árvores e não sabia como sair, porque eu havia corrido rápido para despistar Rose. - Porra...

Eu estava perdido na Floresta Proibida. Era só o que faltava.

Culpa de Thomas e de Rose Weasley!

— Eu te odeio tanto... te odeio, te odeio, TE ODEIO! - a voz dela me assombrou de novo. Só podia ser coisa da minha cabeça, não era real que ela estivesse ali, por isso tentei contar elefantes para me acalmar e tomar uma decisão correta para ver o que faria para sair.

— Aí está você, Malfoy!

Abri meus olhos e vi Rose Weasley, bufando, andar furiosa até a minha frente, quase caindo ao enroscar os saltos de suas botas pelo terreno.

— Eu não acredito. Fala sério, Deus? - tive que olhar para o céu a fim de esperar uma resposta divina.

— Não se faça de vítima, Malfoy! Isso não é brincadeira pra garota? Então veja só o que a garota aqui fez e se não chegou até aqui que nem um garoto!

— Não posso acreditar em tamanha penitência, Deus - gemi em desespero. - Por que você me seguiu, sua maluca?

— Não me chama de maluca! - ela cruzou os braços. - Porque você duvidou que eu fosse capaz! E também porque eu disse que precisava falar com você, pois então pronto.

— Você sabia que eu estou perdido? Tentei seguir meu amigo pra pegar meu celular que ele carregou, mas ele me enganou então me perdi e agora não sei por onde voltar porque tudo aqui é igual! 

Pela primeira vez, Rose Weasley pareceu pensar por fora de sua raiva por mim. Ela respirou fundo absorvendo minhas palavras e, certamente eu acreditava, imaginando o quão burra foi por me seguir por um estúpido ego. Seus olhos percorreram o ambiente, mas assim como eu, viu que era impossível distinguir uma saída.

Era o fim!

— Depois que convivi com você, percebi que burrice passa por osmose. - Rose grunhiu. - Estou ficando igualmente burra. É o cúmulo.

— Ei! Não venha me xingar por suas ações. - senti a necessidade de me defender de suas ofensas. - Por que vocês meninas usam essas botas com um puta salto que não ajuda em nada?

Eu percebi que a bota da Weasley tinha enganchado novamente no chão e não reprimi o comentário.

— Não é da sua conta, Malfoy, e se fosse, eu diria que já que você não usa, não tem por que achar nada. Agora, será que dá pra pensar em uma forma de sairmos daqui porque é mais importante?

Confesso que a reprimenda da Weasley foi grosseira. Fiquei calado, porque reconhecia a verdade.

O fato era que eu não podia arriscar a sair por entre galhos, com o risco de adentrar mais e tomar um caminho muito longe do castelo. Aos meus olhos, nós não tínhamos nos afastado muito do colégio, então se permanecêssemos ali, nos achariam com mais facilidade. 

Alguma hora.

Expliquei meu raciocínio para a teimosa à minha frente, que ouviu calada e assentiu.

— Você tem razão. - só disse isso. Por sua postura ainda na defensiva, imaginei que estivesse remoendo a raiva.

Como ficar em pé só me daria dor nas costas, procurei um tronco para me encostar e sentar no chão. Rose me observou sem se mexer; viu quando me aliviei em sentar, mas ainda assim ficou lá parada quando eu sabia que ela desejava fazer a mesma coisa. Tive que sorrir sozinho por conta de seu orgulho, ela passou mais uns 10 minutos antes de se resignar.

Ao vê-la se aproximando, aproveitei para observar em como suas pernas descobertas quase tropeçavam ao fincar o salto da bota no mato. A farda que Rose escolhera era a saia plissada preta - nem longa nem curta, por isso eu já estava achando estranho o fato de querer observar ainda mais as pernas dela; na certa eu estava só querendo saber como era o padrão de sinais que se espalhavam ali na área -, a blusa com manga curta e aquele cachecol vibrante.

— Só estou sentando aqui porque ali tem muita formiga. - Rose murmurou sem olhar pra mim quando sentou ao meu lado, se encostando no mesmo tronco.

Sorri de novo porque ela estava justificando a própria decisão.

— Você não precisa me dar explicações, Weasley.

— Ah, não preciso mesmo! Mas é pra você tirar esse sorrisinho idiota da boca por se achar demais!

— É que eu não estou vendo formiga nenhuma, Hurricane, calma.

Ela me fuzilou com os olhos. Ri mais uma vez, mas decidi não ultrapassar a linha com aquela maluca ruiva. 

Em silêncio, nós dois observamos o céu mudar de cor, ficando manchado de púrpura, levando a tarde embora.

— Ficar em silêncio não te incomoda? - a pergunta da Weasley me espantou. Desviei os olhos do céu e fitei seus olhos azuis grandes, curiosos e escuros naquele pôr do sol.

— Não. - refleti se continuava a falar, porém saiu sem pensar: - Cresci em silêncio, Rose, depois de anos você se acostuma  e percebe que já tem barulho demais dentro de si mesmo.

— Poxa... Uau. - respondeu ela. - Eu fico incomodada, já cresci sem um minuto de paz, então... Eu não sabia que você tinha um lado profundo.

— É, tem coisa que surpreende.

A verdade era que o silêncio me fazia pensar demais. Pensar demais é perigoso, mas eu sabia como funcionava.

— Sinto muito por isso. - Rose voltou a quebrar o silêncio. 

— Não precisa sentir, nem tem porquê sentir. - respondi e sorri levemente porque ela não sabia mesmo se controlar no silêncio. 

— Não, eu sei disso... É que parece que você passou por algo não muito legal quando fala desse jeito e eu também não sei ficar calada, então só... Sinto muito.

— Passei, sim, mas não são assuntos muito bons para se quebrar silêncio. Só faria você desejá-lo mais.

Rose balançou a cabeça levemente, assentindo. Ela fez um som arranhando a garganta e voltei a olhá-la, dessa vez ela já tinha se sentado virada para mim.

— Ops, desculpa - ela riu e baixou os olhos e depois coçou os braços. - É que eu tenho alergia com picadas.

— Que? Que foi? - perguntei quando Rose me olhou querendo que eu entendesse a mensagem em seu olhar. - Não consigo entender quem fala com olhos, Hurricane, pode externar o que está tentando dizer.

— É que eu não queria ter que dizer isso, né, mas você não percebe! - ela pareceu envergonhada em continuar. - Será que pode me dar seu blazer? Eu realmente tenho alergia, Malfoy, e está me agonizando essas picadas demoníacas.

— Ah! Seja clara, então. - concordei e tirei para dar a ela. Rose o vestiu, ficou enorme, enquanto que fiquei desnudo, com um friozinho tocando a pele.

— Obrigada.

— Por nada, mas... O que você queria falar comigo mais cedo, Weasley?

— Ahn... Era sobre a festa que teve no sábado e sobre o incidente.

Rose estava de cabeça baixa e isso dificultava para que eu entendesse o que aqueles lábios rosados estavam dizendo. E ela ainda diminuiu o tom de voz nas últimas palavras.

— Sobre o quê, Hurricane? Desculpe, não entendi o que disse.

— Você escutou, Malfoy! - ela respondeu raivosa, me perfurando com aqueles olhos azuis. - Só quer ouvir eu dizer em voz alta!

— Calma! Não é isso, não, é que aqui tá escuro, não consigo nem olhar direito pra você, ainda mais escutar em irrisórios decibéis. Me desculpe se eu não estou acostumado a assistir ao cinema mudo.

Rose revirou os olhos, suspirou, mordeu o lábio inferior, desviou o olhar de mim.
Ela parecia mais vulnerável quando fazia aquilo.

— Eu queria pedir desculpa pelo vexame que paguei quando bebi na festa. Foi isso.

— Ahh, então você se lembra? - abri um sorriso zombeteiro. - Foi uma das noites mais engraçadas da minha vida. Senão a mais.

— Hahaha, é mesmo? Belo ser humano se aproveitando do estado deplorável do outro! - Rose disse, amarga. - Pelo menos não me sinto mais tão péssima em ter vomitado em você.

Ela abriu um sorriso diabólico.

— Eu não sabia que você era capaz de ser um demônio quando queria. - disse e Rose só fez abrir mais o sorriso. - Não importa, não, você tinha a sorte de ser principiante. Da próxima, você me aguarda.

— Não vai ter próxima. Eu espero que não. Me trouxe uma dor de cabeça de outro mundo!

— É, né, cérebro desidratado.

Rose me ignorou. Percebi que seus olhos passeavam pelo ambiente e por mim. Certamente porque eu quase me encolhia pelo vento gelado que me tocava a pele.

— Será que vão achar a gente? Meu Deus, tô tentando não pensar nas inúmeras formas de contrair uma doença mortífera enquanto estamos sentados aqui. Na realidade, nas muitas maneiras que se pode morrer...

— Acalma sua mente porque pode ficar pior. Tudo é psicológico. - eu a interrompi e no rompante, pus a mão em cima das mãos dela. - Vão nos achar, tenho certeza de que Thomas já se arrependeu e notificou a Hagrid e a diretora, então sairão à nossa procura. 

— É... Você está certo. - ela remoeu as próprias palavras e não movemos as mãos. Pra mim era um alento ter uma fonte de calor em meio àquele frio.

Certo, eu não estava me aproveitando da Weasley, só deixaria ela perceber e então se afastar.

Ela não deu indícios de que estava perturbada, ao contrário, continuou com os olhos curiosos até apontar para minha barriga.

— Uh, esse machucado foi no último jogo?

— Ah, esse? Foi sim, Scott Hayes é a porra de uma parede de músculo.

— Conseguiu deixar bem roxo. - Rose respondeu e, de repente, passou as pontas dos dedos na região escura. Por reflexo, me afastei na hora. - Ops, me desculpa, tá doendo? Faço as coisas sem pensar e..

— Não, não é isso... É que seus dedos estão gelados. -  disse a primeira coisa que veio à mente. - Mas já estou acostumado com pancadas, vivo meio imune.

— Deve ser mesmo. - Rose se retraiu um pouco e senti uma culpa irracional por aquilo.  - Você tem uma tatuagem! O que significa?

Dessa vez, ela não passou os dedos onde dois desenhos pretos marcavam meus ombros. 

— É o desenho da constelação que deu meu nome. Oh, essa aqui é constelação de Scorpius, o Escorpião. Rose, esse é o Scorpius. Scorpius, esta é a maluca da Rose Weasley.

Soltei uma risada quando a ruiva revirou os olhos, mas por força do hábito, pois estava sorrindo.

— Posso? Por que você tem uma tatuagem do seu nome? - Rose ia me bombardeando com perguntas e não esperou uma resposta para passar os dedos sobre o desenho dedilhando-o.

Me senti estranho, de forma que Rose deve ter percebido em meio a sua sede de curiosidade e se afastou um pouquinho.

— E a outra? Também é uma constelação, mas qual?

— Cassiopeia. - respondi. - É uma outra importante.

— Okay, entendi que não quer falar disso, não está mais aqui quem perguntou. - Rose levantou as mãos para o alto em um ato de rendição. - Eu sou um pouco expansiva demais, né? Invado o espaço dos outros com minha curiosidade e minhas infinitas perguntas, é que não sei controlar isso...

— Não é um defeito. É só o seu jeito.

— É justamente esse jeito que Henry disse que era incontrolável. Eu o odeio tanto!

— Não precisa se basear nas coisas que ele fala da sua vida, Rose, deve ser dor de cotovelo dele.

— Você acha mesmo? - Rose me fitou, parecendo implorar por alguma confirmação de um estranho para que pudesse ganhar confiança. O quão machucada por aquele cara ela não tinha sido? A ponto de demonstrar uma fraqueza que nem eu imaginaria nela.

— Sim, é muito provável, agora, deixa de falar desse cara e começa a mentalizar para virem nos procurar porque tô morrendo de fome!

Ela riu.

— Obrigada pelo blazer, está muito quentinho! - a ruiva retrucou quando me viu bater os dentes quando uma rajada de frio nos acertou. - Eu sou péssima. Ainda tenho minha blusa e você nada, então toma de volta.

— Não precisa, furacão, você vai acabar com aquela tal alergia que disse que tinha e...

— Toma logo, Scorpius! - ela me ordenou enquanto discutíamos e achou que tinha ganho quando fiquei calado.

Na verdade, era a primeira vez em que eu escutava meu primeiro nome em sua voz, e tinha sido uma... Surpresa.

— Olha, acho que estão vindo! - Rose não me deu tempo para organizar meus pensamentos, porque deu um pulo para se levantar, quase mostrando demais com aquela saia e precisei de mais uns segundos para lidar com meu bug cerebral.

— Levanta, Scorpius, olha eles ali! AQUI, GENTE! - a ruiva gritou entre alguns galhos e percebi também que uma forte luz se mostrava.

Me arrumei e foi tempo suficiente para que Hagrid, o cara mais alto que já conheci na vida, o zelador do colégio, junto da figura austera de Minerva McGonagall, nossa diretora, aparecessem.

— Ai, eu estou tão aliviada! Obrigada por terem vindo! Me desculpa, diretora, eu e Scorpius nos perdemos quando saímos atrás do amigo idiota dele e não sabíamos mais voltar!

Rose atropelou aos dois logo que nos acharam e me juntei a ela na tentativa de explicar, pois a cara da diretora estava mais fechada ainda.

— Senhorita Weasley, nunca imaginei que a encontraria em tal situação, mas devido a honestidade em que posso comprovar na senhorita, acredito no que está falando, por isso pode parar de falar um segundo?

— Ah. Ops, me desculpa! - Rose estava rindo, acho que ainda anestesiada por saber que tínhamos sido salvos. - Então vamos? Tenho alguns deveres para terminar e Scorpius disse que estava com fome.

— Oh, claro que o senhor Malfoy estaria, não é verdade? - o olhar da diretora para mim foi assustador. - Vamos logo.

— Tome cuidado, Scorpius, sorte sua ter se perdido com a querida Rose e Minerva não ter ficado mais furiosa com você. - Hagrid deu uma batidinha em minhas costas que quase voei.

— É verdade. Da próxima vez que me meter em uma furada, vou me certificar de trazer a Rose pra me salvar.

Hagrid deu uma risada alta e seguimos juntos atrás das duas mulheres.

Minha vida, com certeza, poderia ser dividida em antes e depois de Rose Weasley. O que era aquela garota?

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Notas finais do capítulo

Txanaaaaam, e ai?????????
Dando um pequeno spoiler, escutem a música She - for Liz - do Parachute porque tem um segredo nela e meu coração nem aguenta com o q vai acontecer!!



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