Pain escrita por Akirayagami
“Você ainda vai querer morrer muitas vezes...”
Doeu, mas não tinha Mertiolate para passar, band-aid para cobrir,
água e sabão para limpar... A dor não era externa; o ferimento era interno.
Remorso? Arrependimento? Culpa?
Pelo que mesmo eu estava chorando?
Doeu ainda mais.
Falar; não conseguia. Mas, pra quê? Gritar.
Lagrimas não mudam nada, gritos não fazem ninguém esquecer.
“Você devia ter pensado nisso antes...”
Pensar; antes não o fiz, mas agora é a única coisa que posso fazer - e desejo desesperadamente parar de fazê-lo.
Desejo; meu coração, minha mente, meu corpo inteiro, unificaram-se em um só desejo: parar. Mas nada parava; ficava pior.
Doeu; dor aguda e profunda. Mais um soco, mais um corte.
Até que adormeci. “Isso é um sonho horrível, e eu vou acordar chorando e aliviada...”
Acordei. De fato chorando, mas nem um pouco aliviada. Não fora um sonho. E ainda era dolorido.
Como para uma faca: a dor é pior quando ela é retirada do que quando é fincada.
“Você ainda vai querer morrer muitas vezes...”
Mas, tudo que deixa cicatrizes não nos deixa esquecer o que aconteceu. E eu não quero esquecer; quero que doa , cada vez que eu quiser me repetir.
A dor não nos deixa esquecer: então que continue doendo, para o meu próprio bem
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