Do trono ao cadafalso escrita por Evil Queen 42


Capítulo 38
Capítulo XXXVIII


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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"Diário, o Rei mandou me prender na Torre, e digo não compreender o motivo desse teste tão humilhante. Não sei o que eu fiz para ser trancada como um traidor, mesmo que meus aposentos sejam privilegiados e dignos de uma Rainha. Não me jogaram em uma escura e úmida masmorra, mas em um cômodo confortável que sequer parece uma cela... Por isso, creio que o Rei está me testando por algum motivo.

Ouvi que serei julgada, mas ninguém me explicou o motivo. É terrível pensar que a Rainha de Konoha chegaria ao ponto de se humilhar por uma informação, portanto mantive-me indiferente. 

A única de minhas aias autorizada a ficar comigo foi Karin, após súplicas de minha parte. As outras, creio serem espiãs do Rei, ou de alguém próximo a ele. 

Penso que meu marido queira testar minha fidelidade diante de todos os que proferem palavras maldosas contra mim. O próprio Sasuke ordenou que fossem executados súditos que faziam comentários cruéis sobre mim, portanto esse julgamento de que ouvi falar pode ter sido armado a fim de mostrar para toda Konoha que eu sou uma boa esposa e Rainha. Além disso, não vejo outros motivos que pudessem levar o Rei a tomar tal atitude."

[...]

Sarada ficou boquiaberta ao ler aquilo. Sentia um nó em sua garganta, pois as folhas do diário se acabavam e, dados os acontecimentos narrados, a morte de sua mãe chegava. 

Por enquanto as palavras de Sakura revelavam uma mulher alheia às acusações que pesavam contra si, mas logo Sarada leria toda a angústia expressada por sua mãe quando esta já se encontrava ciente de seu destino.

Sakura não sabia de absolutamente nada quando foi presa. Era inocente, armaram por suas costas; Sua cova estava sendo cavada e ela ao menos estava ciente.

A ignorância é uma bênção. Embora um pouco confusa, Sakura mantinha-se no escuro sobre os reais acontecimentos. Mas logo sua agonia iria começar...

[...]

"Não sei o que fiz para chegar em tal ponto, mas meu destino foi transformado no pior dos pesadelos. Fui condenada pelos meus pares, acusada de trair Sasuke e conspirar sua morte, o que foi resultado de uma abominável mentira. Uma mentira... Por causa disso, serei assassinada a sangue frio, e ninguém porá objeções. 

Como isso aconteceu? Como as coisas tomaram esse caminho? 

É certo que Sasuke não era um homem ruim. É o Rei. O sol deste país. Mas eu o conheço verdadeiramente, e sei que Sasuke é um homem que foi colocado no trono por terceiros, por meio de guerras, sede de poder e derramamento de sangue. Foi assim que os Uchiha, há séculos, ganharam o trono: Com sangue inocente nas mãos. 

Eu não caí sozinha. Me dói o coração saber que levarei comigo almas inocentes. Gaara, Suigetsu, Neji e meu pai. Todos, assim como eu, foram condenados inocentemente por mentiras. 

As famílias renegam os condenados, pois não se deve mostrar qualquer tipo de afeto por traidores. Minha mãe não é uma mulher insensata, e abandonou a Corte, abandonando também sua filha e seu marido. Mebuki não é como um capitão que se recusa a abandonar um navio que está afundando. Oh, não... Ouvi dizer que no julgamento de meu pai ela ajudou a condená-lo, acusando-o de desejar a morte do Rei quando alguns guardas testemunharam sobre terem ouvido Kizashi conversar a sós comigo sobre Sasuke ter sido envenenado. É claro que a conversa foi completamente distorcida a fim de explicar a origem da febre do Rei e fazer toda a culpa cair sobre os meus ombros.

O que me traz ainda mais angústia é estar ciente de que meu pai, caso não fosse um acusado, também teria sido um dos que ajudaram a me condenar. No fundo eu sei que Kizashi nunca gostou verdadeiramente de mim. Para ele, eu era apenas uma garota que ele podia utilizar; Inteligente, singularmente instruída, com ousadia e força de  vontade que as pessoas vêem somente em homens. Ele nunca superou o fato de que sua filha pôs-se a andar com as próprias pernas para trilhar o próprio caminho. 

Embora me cause total repúdio, me sinto obrigada a descrever meu julgamento, pois certamente fará parte da história. Sei que neste momento é perigoso que se dê uma versão diferente da que foi imposta sobre os recentes acontecimentos, mas eu creio que um dia as pessoas saberão sobre a infâmia deste tribunal e da injustiça cometida por ele (...)."

Os acusados compareceram diante dos seus pares para serem julgados, posteriormente condenados por traição. Neji, Gaara e Suigetsu foram condenados por adultério com a Rainha, enquanto que Kizashi foi condenado por ter conspirado com a filha para envenenar o Rei. 

Três dias após tal condenação, a Rainha - julgada sozinha por pertencer à realeza - foi conduzida de seus aposentos na Torre Sangrenta para o edifício onde ficava localizado o salão do Rei. Quando Sakura entrou, viu que se tratava de um vasto aposento, onde estavam presentes cerca de duas mil pessoas que aguardavam ansiosas para presenciar aquela peculiar ocasião: O julgamento de uma Rainha por traição. 

Naquele salão abarrotado de gente, apareciam lado a lado vários Lordes de Konoha, embaixadores estrangeiros e inúmeros cortesãos. Alguns eram simpatizantes de Sakura, outros estavam ali somente para presenciar sua ruína. 

Nunca uma Rainha havia comparecido àquele salão a fim de ser julgada, e aquilo abalou a todos os que foram informados sobre o acontecimento. 

Abriram-se alas para que Sakura pudesse passar. 

Fingindo um triunfo imaginário, a mulher endireitou os ombros  e ergueu o queixo mais do que em qualquer outra ocasião. Embora estivesse numa posição humilhante, jamais se deixaria abater. 

Estava sozinha enquanto entrava naquele grande salão, sem a companhia de suas damas, tendo todos os olhares voltados para si.

Entre os que estavam ali a fim de presenciar o julgamento, Sakura pôde ver os cabelos vermelhos de Karin. A dama de companhia segurava no braço de Naruto, ambos choravam pela mulher que poderia enfrentar uma terrível morte.

Sakura demonstrava um semblante calmo, então sorriu para seus fiéis amigos numa tentativa de confortá-los, como se ela própria quisesse acreditar que tudo iria acabar bem. 

Naquele momento, Sakura ainda não sabia por que estava ali, tampouco sabia sobre os homens que haviam sido condenados três dias antes. Enquanto esteve presa, não teve contato com nenhuma informação vinda de fora da Torre, e as damas que estavam consigo foram proibidas de dizer o motivo do julgamento. 

Sakura passou pela multidão e prosseguiu seu caminho após uma breve troca de olhares com Naruto e Karin. 

Ali, diante dela, em duas fileiras junto à barra, trajando vestes escarlate, encontravam-se os vinte e seis pares de Konoha. As expressões em seus rostos eram graves. Entre eles, Sakura conseguiu ver Sasori, pálido, parecendo muito mais velho do que realmente era. À frente de todos os pares, num estrado um pouco mais alto e sob um Real dossel, sentava-se Orochimaru. 

Sakura sentiu uma corrente gélida percorrer-lhe a espinha. Esperava que fosse julgada pelo Rei, pois era o que deveria acontecer, visto que se tratava do julgamento de um membro da realeza. Todavia, Sasuke não teve estômago para comparecer ao julgamento por traição daquela que foi sua companheira por anos. 

Naquele momento a consorte sentiu o perigo que lhe rondava. Não sabia o motivo daquele julgamento, mas esperava encontrar-se com o Rei. 

Orochimaru possuía um sorriso vitorioso nos lábios, ocupava o lugar do Rei naquele tribunal, empunhando um enorme bastão. Ele não perdeu tempo, então leu com a voz clara e imperturbável as acusações que pesavam contra Sakura:

– Neste dia, 20 de abril de 1518, Sakura Haruno, a Rainha, será julgada por crime de adultério e alta traição. - As palavras de Orochimaru causaram surpresa na mulher ali presente, embora ela se mostrasse firme como uma rocha - Como se declara? 

– Inocente. - Sakura respondeu firmemente. 

– Você desrespeitou seu casamento com o Rei, guardando em seu coração maus sentimentos voltados à seu marido, e cedendo dia após dia aos seus caprichos e desejos carnais? - Orochimaru questionou. 

– Não. 

– Nega que induziu outros homens a violarem-na? 

– Eu nego. 

Os presentes se mantinham em silêncio, embora alguns fizessem baixos comentários entre si.

No entanto, as acusações contra Sakura não paravam por ali.

Orochimaru prosseguiu:

– Disse claramente que desejava a morte do Rei para se casar com Suigetsu? 

Os olhos verdes se arregalaram. 

Sakura já estava convencida de que aquilo não era um teste, mas um julgamento bem real. 

Naquele momento percebeu que estava sendo julgada pelo pior crime que alguém poderia cometer: Alta traição. 

Aquilo não era um teste, tampouco uma brincadeira.  

Suas esperanças estavam sendo trituradas, e ela começava a imaginar que sua vida poderia estar chegando ao fim.

– Como alguém é capaz de sugerir algo desse tipo? - Sakura se exaltou, pondo-se a gritar com Orochimaru - Eu sou esposa do Rei! Fiel e leal esposa do Rei!

Houve agitação entre os presentes, então Orochimaru bateu com o bastão sobre a superfície de madeira, exigindo silêncio. 

– Responda apenas "sim" ou "não", minha senhora. - O homem disse friamente, com toda a autoridade que lhe era concedida. 

– Não! - Respondeu arrogantemente. 

– Nega que tenha conspirado com seu pai para envenenar o Rei a fim governar o país até que sua filha atingisse a maioridade? 

– Sim, eu nego. 

– Nega que chegou a visitar a casa de uma bruxa a fim de adquirir poções? 

As mãos de Sakura suaram frio. Pelo visto vários fatos foram averiguados para incriminá-la do que quer que fosse.

Sakura só tinha uma certeza: Orochimaru a queria morta, e agora o Rei também. 

 - Eu... Eu... - Engoliu seco, tentando não gaguejar. 

– Então? - Orochimaru questionou. 

– Não. Eu não nego, mas...

– Basta. - Ele a interrompeu antes que concluísse sua fala, e precisou bater com o bastão mais vezes para que os comentários cessassem - Responda apenas "sim" ou "não".

O coração de Sakura se acelerou. Suas palavras estavam sendo registradas, certamente parariam nas mãos do Rei. 

Olhou ao redor e notou que não havia testemunhas. 

Não era um mero julgamento, mas uma completa armação para sua queda. 

Orochimaru prosseguiu com as acusações:

– Você, diabolicamente, induziu seu primo a violá-la na intenção de gerar um filho bastardo?

Aquela acusação certamente foi a pior de todas.

 Os argumentos foram inteligentes para acusar Gaara e fazer com que mais um crime caísse sobre as costas de Sakura. A Rainha, sem sucesso em gerar um herdeiro homem, teria ficado desesperada o suficiente a ponto de procurar por um amante. Para que ninguém desconfiasse, ela teria mantido relações com Gaara, que era de sua família, portanto ninguém poderia contestar a aparência da criança. 

Era uma acusação absurda e nojenta, mas estava ali, e Sakura deveria se defender dela.

– Não. - Respondeu firmemente. 

– Você seduziu Neji com beijos profundos para satisfazer seus desejos carnais?

– Não. 

– Você afirmou que deseja Suigetsu como seu marido ao invés do nosso soberano, o Rei?

– Não. 

– Com falsidade e ânimo traiçoeiro, mediante palavras, beijos, carícias, presentes e vários incentivos inqualificáveis, procurou por servidores do Rei para com eles exercer atividades de adultério e concubinato? 

– Não. 

– Você afirmou que jamais amaria o Rei em seu coração? 

– Não. 

– Chegou a receber vários amantes numa só noite, inclusive em seus períodos de gravidez? 

– Não. 

– Participava de orgias enquanto estava isolada em sua Corte, longe do Rei?

– Não. 

– Você afirmou que o Rei não é capaz de satisfazê-la como mulher? 

Sakura deixou que lhe escapasse uma sonora gargalhada. Compreendia agora por que o Rei estava ausente, pois aquele julgamento seria ferir demais o orgulho dele. 

– Seu desespero para ver minha cabeça rolar pelo chão é tão grande que chega a usar isso como prova de traição? - Indagou com desdém. 

– Responda "sim" ou "não". - Orochimaru falou firmemente. 

– Sim. - Respondeu, mantendo sua petulância característica - Essas palavras são minhas. 

Se Sasuke estivesse ali, certamente aquela resposta seria um golpe fatal em sua masculinidade. 

– Então se o Rei não era capaz de satisfazê-la, a Rainha procurou quem pudesse. - Orochimaru comentou em tom sugestivo, então Sakura compreendeu o porquê de tal pergunta e imediatamente arrependeu-se de sua petulância. 

– Não. 

– A Rainha chegou a caçoar do Rei em público, ridicularizando inclusive poemas escritos por ele em sua honra? 

– Isso não é prova de adultério, tampouco de traição. - Sakura falou alterada.

– Minha senhora, apenas responda o que lhe foi questionado. 

Sakura respirou fundo. Não podia mentir diante de um tribunal. 

– Sim. - Abaixou o olhar. 

– Por várias vezes, presenteou Suigetsu e Neji com quantias em dinheiro? 

– Sim. 

– Organizava festas quase que diariamente em sua Corte, esbanjando para seus amigos mais próximos? 

– Sim. 

– Antes de se casar, praticava atos obscenos quando encontrava-se sozinha com aquele que seria seu marido?

Sakura compreendeu que, além de acusá-la, todo aquele julgamento tinha o objetivo de humilhá-la. 

O fato de Sakura ter praticado certos atos sexuais com Sasuke antes do casamento, mesmo que ele não houvesse rompido a virgindade da moça, mostrava que ela era uma predadora sexual insaciável. Era humilhante para o Rei que sua esposa o tivesse traído, mas se a honra de Sakura fosse devidamente manchada, ninguém julgaria o Rei por não ter conseguido controlá-la. 

– Sim.

– Então afirma que, durante tais atos, o induziu a depositar sua semente onde não deveria? 

– Sim. 

Orochimaru queria jogar o nome de Sakura na lama, mostrando para os súditos presentes que a Rainha não passava de uma prostituta imunda. 

Confissões haviam sido obtidas sob tortura, e as damas da Rainha foram induzidas a dizer tudo o que sabiam sobre a conduta dela, mesmo antes do casamento. 

Sakura ter mantido certo grau de intimidade com Sasuke antes do casamento, mesmo estando comprometida com ele, era considerado obsceno e escandaloso. Inaceitável para uma Rainha, que devia ser um exemplo. 

Além de associar à bruxaria, outra forma eficaz de se derrubar uma mulher estava relacionada à sexualidade. As mulheres deveriam ser mansas e submissas. Mulheres impetuosas como Sakura eram facilmente associadas à prostitutas insaciáveis, algo mal visto pela sociedade. 

Quando Sakura, numa atitude incomum, isolou-se em seu próprio castelo - longe do Rei -, acabou alimentando a imaginação de mentes maliciosas, aumentando diversos boatos sobre o que acontecia por lá. As festas frequentes e gastos excessivos apenas davam mais motivos para que fofocas corressem, fazendo uma verdadeira propaganda imunda em torno da Rainha. 

A honra de Sakura estaria manchada para sempre. 

Foram oferecidos inclusive locais e datas dos supostos delitos de índole lasciva. Segundo as acusações, os incontroláveis desejos de Sakura a conduziram a frequentes e perigosas indiscrições. 

Depois de lidas todas as acusações, Sakura se ergueu para proferir sua defesa, mas foi imediatamente calada por Orochimaru. Não havia sequer testemunhas a seu favor. 

A agitação se fez presente no salão. Os expectadores gritavam pedindo para que fosse dada à Rainha permissão para se defender. Talvez fora esse o momento mais doce que Sakura viveu como Rainha. Todos os presentes, mesmo os que não a queriam no trono, gritavam pedindo para que ela pudesse apresentar provas de sua inocência ou culpa. 

Sakura não podia dizer que era amada por todos os presentes, mas a situação era indigna de se ver. Se a esposa do Rei podia ser tratada com tamanha injustiça dentro de um tribunal, ficava claro que qualquer pessoa inferior à realeza poderia receber um tratamento ainda pior. 

A justiça estava morta naquele momento. Com a ausência do Rei, Orochimaru tinha total permissão para seguir com o julgamento da maneira que quisesse. 

Sakura conteve a voz furiosa com que desejava insultar aquele maldito verme. Apenas declarou-se inocente, mas era realista sobre o que estava por vir.

Se Sasuke estivesse ali, as coisas certamente teriam ocorrido de uma maneira bem diferente. No entanto, desde a prisão da Rainha ele não aparecia em público. 

Orochimaru solicitou que os membros do tribunal dessem seu veredito; Então, um a um, declararam-na culpada. 

Via como aquela simples palavra saía dos lábios corrompidos de seus pares, mas ironicamente manteve-se fria diante do veredito que lhe era dado, não tendo se abalado com tal repetição, exceto quando a palavra "culpada" saiu de certa boca... Sasori. Ele hesitou antes de pronunciar a simples palavra que levaria à morte a mulher que um dia amara. Sakura o desafiou com o olhar, perguntando a si mesma se Sasori realmente faria aquilo. Mas ele fez. Recusou o olhar da Rainha, pronunciando a palavra com timbre marcante. 

O bastão foi batido três vezes, seu eco percorreu por todo aquele salão que agora se encontrava em silêncio total. 

– Como punição por ofender o Rei, culpada de alta traição e adultério, será condenada a morte. - Orochimaru declarou. 

Cochichos puderam ser claramente escutados após a sentença. 

Sakura, uma Rainha, condenada a morte sem direito de defesa. 

Não era justo, e todos ali concordavam. 

Orochimaru havia conseguido o que queria, só faltava mais um passo: A assinatura do Rei. Mesmo que o julgamento tivesse sido arquitetado e conduzido por Orochimaru, para que a pena fosse cumprida a assinatura de Sasuke era necessária. 

Dado o abalo de Sasuke após as acusações contra Sakura, todas as testemunhas que foram interrogadas, e mais, depois daquele veredito, o emocional do Rei pioraria. Não seria difícil fazê-lo assinar a sentença da esposa. Sasuke estava triste e com seu orgulho ferido. 

Se os ânimos não tivessem se exaltado dentro do tribunal, Sakura certamente seria levada dali sem proferir uma única palavra, mas a revolta dos presentes obrigou Orochimaru a deixar que a Rainha fizesse sua pronúncia. 

Sakura estava ciente de que, se em algum momento de sua vida possuiu dignidade, então aquela era a hora de apelar para ela. Sempre soube como usar as palavras, não poderia falhar ali. 

Ergueu a cabeça, encarando de frente seus acusadores. Com um semblante imperturbável, sem que lhe falhasse a voz, proferiu:

– Meus senhores! Sei que entre vocês há consciência de que fui condenada por razões sem fundamento. Confesso que fui excessivamente ciumenta, e, sim, por muitas vezes desconfiei do Rei, mas nunca lhe fui infiel, tampouco desejei sua morte. Talvez meu único crime tenha sido não me manter em meu devido lugar, tendo em vista minha inferioridade diante dos homens... Também confesso que por muitas vezes me faltou humildade. Mas pela lei fui julgada, e nada direi diante disso, tampouco abrirei minha boca para condenar alguém. Minha consciência é limpa, portanto não temo a morte. Se for da vontade do Rei que eu pague com minha vida por esses crimes, então, pela primeira vez me mostrarei uma esposa submissa e farei sua vontade. 

A mulher se voltou para a multidão, para os seus súditos que se mantinham imóveis e silenciosos. Queria que vissem sua inocência, e, humildemente, pediu com o olhar para que rezassem por sua alma.

 Não deixou que ninguém a tocasse quando, com passos majestosos, deixou aquele grande salão ainda como Rainha.


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Notas finais do capítulo

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Bjs♡



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