Do trono ao cadafalso escrita por Evil Queen 42


Capítulo 18
Capítulo XVIII


Notas iniciais do capítulo

Voltei, meus lindos! ♡
Boa leitura.



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Sarada convocou uma reunião com os membros do Conselho  e os nobres da Corte. Após dias pensativa, sem dizer nada para Boruto - pessoa que mais confiava ali -, parecia decidida a algo. 

Suas aias também notaram o comportamento estranho da monarca, que por dias parecia se torturar enquanto pensava sobre algo importante. 

A decisão estava tomada, agora ela iria informar aos súditos.

– Chamei vocês até aqui para informar duas coisas. - Declarou a monarca, sentada no trono enquanto os cortesãos e conselheiros lhe encaravam com curiosidade - Primeiro, decidi institucionalizar a monarquia de gênero. 

Burburinhos puderam ser escutados, Sarada já estava ciente do que aquela decisão iria causar.

– Perdão, Majestade, poderia explicar melhor? - Mistuki pediu, sua voz era receosa. 

– Claro, Mistuki. - Disse a morena - A partir do dia de hoje, o trono poderá ser ocupado por homens ou mulheres, permitindo a ambos os sexos o mesmo poder centralizado em suas mãos. A partir de hoje, a sucessão será do herdeiro mais velho, não do que é preferencialmente homem. 

Sarada encontrava-se numa situação inédita na história de Konoha, precisando fortalecer sua posição reinante para poder exercer o governo. Nesse aspecto, pensou em sua mais importante criação no solo de Konoha, um modelo de governo que permitia a uma mulher herdar o trono, governá-lo e exercer sua autoridade como qualquer homem antes dela. Graças a essa política, outras mulheres poderiam vir a governar futuramente sem impedimentos. 

Deste modo, se Sarada tivesse um casal de filhos, sendo a filha mais velha, a menina teria preferência e seria a primeira na linha de sucessão, antes do irmão mais novo. 

A preferência não seria mais por um herdeiro do sexo masculino, visto que a nova política do Reino via ambos como iguais na sucessão. 

– Majestade, isso certamente não será aprovado. - Shikadai alertou.

– Pensei que o poder absoluto fosse meu. - Comentou com certo tom de deboche. 

Sua decisão estava tomada, não voltaria atrás. Desse modo, sua figura seria a mesma de um Rei, e não mais poderiam questionar sua posição. 

– E o que mais a Rainha deseja informar? - Shikadai questionou derrotado. 

– É fato que somos humanos e sujeitos a fatalidades, portanto, se eu morrer, o trono ficará vazio e muitos tentarão tomá-lo. - Comentou - Portanto, enquanto um filho meu não vem ao mundo, decidi que vou nomear um sucessor. 

– Um sucessor? - Questionou Mitsuki - E quem seria esse sucessor?

– Boruto Uzumaki. - A declaração de Sarada gerou todos os tipos de comentários, inclusive o próprio Boruto se mostrou surpreso.

Quando Sarada decidiu isso? Por que não o informou? 

– Majestade, a senhora só pode estar de brincadeira. - Inojin comentou inseguro. 

Sarada manteve-se séria, obviamente não estava brincando. 

– Ora, não é natural que a Rainha nomeie o futuro Rei como seu sucessor? - Indagou de maneira retórica, causando um enorme silêncio entre os presentes ali.

Boruto era quem mais estava chocado. Há poucos dias Sarada disse que não se casaria, mas talvez tenha percebido a necessidade de fazê-lo. 

– Não é prudente coroar como Rei um homem que sequer pertence à Realeza. - Mistuki aconselhou. 

Sarada o encarou com fúria no olhar. Sakura foi Rainha sem ter sangue Real, portanto, a declaração de Mistuki fazia alusão ao escândalo que se deu no reinado de Sasuke na época da ascensão de Sakura e sua queda. 

– Caso Boruto procure uma boa esposa, a encontrará em mim. Todavia, se procura o governo de Konoha, isso eu jamais aprovarei. 

Mais burburinhos puderam ser ouvidos. 

– Um consorte. - Deduziu Mistuki, então Sarada assentiu.

– Exatamente. - Disse ela - Não dividirei meu poder com Boruto, visto que sou eu quem carrega o sangue dos Uchiha. 

– Uma mulher no trono, escolhendo como seu marido um homem que, além de ser feito consorte, não pertence a realeza. - Observou Shikadai - Sabe que isso gerará revoltas, não sabe?

– Um leão não tem que se preocupar com a opinião das ovelhas. - Declarou - Está feito. 

Dito isso, a monarca se retirou. Nesse instante, todos os olhares se voltaram para Boruto.

O rapaz estava inseguro, ainda surpreso após a declaração de Sarada. Havia pedido sua soberana em casamento e foi rejeitado, jamais imaginou que ela fosse voltar atrás de tal forma. 

Ele logo tratou de se retirar, fugindo dos olhos raivosos que o julgavam. 

Procurou por Sarada, precisava tirar toda a história a limpo. Ele não somente foi declarado sucessor da Rainha, como também seu futuro marido...futuro Rei! Não teria o poder em suas mãos, mas era uma posição bastante privilegiada. 

Encontrou a morena no jardim, sozinha. As aias certamente foram dispensadas. 

– Sarada. - Aproximou-se da morena que logo o olhou nos olhos - O que foi aquilo? 

– Pensei que pretendesse me tomar como sua esposa. - Disse simplesmente - Eu pensei melhor, Boruto.

– Acha que aprovarão? 

Sarada não conteve uma risada, o que deixou Boruto confuso e até mesmo ofendido.

– Desculpe. - Ela se recompôs - Quando fez o pedido, Boruto, você não estava se preocupando com os pensamentos alheios. 

– Por favor, me responda. - Implorou - Sua rápida aceitação me pegou de surpresa. 

– Bem... - Suspirou pesadamente - Tenho um dever para com o meu país. Não posso ser egoísta a ponto de pensar somente em mim. É claro que o fim trágico que teve minha própria mãe sempre foi chocante para mim, por isso receio um matrimônio. 

– Eu não sou como Sasuke. 

– Exato. - Assentiu - O poder absoluto será sempre meu, Boruto. 

– Sarada, eu te amo, não quero tê-la por ansiar a posição de Rei. - Explicou o loiro - Aceito a posição de consorte. 

– Sim, você aceitará. - Sorriu - Temo que alguns se voltem contra mim, mas não irei retroceder. - Declarou - Se eu precisar castigar traidores, assim o farei! Vou mostrar que estou aqui para governar, e que tenho o sangue dos Uchiha correndo em minhas veias! 

Boruto não escondia sua admiração por Sarada. Era uma mulher forte, mesmo com a pouca idade.

 No início estava insegura, mas já havia se dado conta de quem era: Uma Rainha! E como Rainha deveria governar, da maneira que fora educada para tal. Sarada jamais compreendeu por que recebeu uma educação que não seria voltada para alguém de seu sexo, todavia estava preparada para reger Konoha da mesma forma que Sasuke um dia fez. 

... 

"Fiquei ciente de fatos bem desagradáveis. Infelizmente mentem para as mulheres grávidas a fim de manter sua saúde e da criança. Estive alheia à conversas maldosas, quase escândalos, em torno da maldita Shion! Ela tem falado contra mim, até mesmo contra Sasuke, afirmando que não teremos um bom fim, questionando a legitimidade do nosso casamento e de nossa filha. Claro, ela se aproveita do parentesco com o Rei e também do sentimento fraterno que o nosso soberano tem por ela. 

Sua Majestade se enfureceu, cortou a mesada da prima e dispensou suas aias. Eu preferia que Shion fosse decapitada como uma infeliz traidora, mas Sasuke diz que esse comportamento rebelde cessará com um castigo. 

Shion roga palavras contra mim, diz que Sarada não passa de uma bastarda, e tais comentários chegaram aos meus ouvidos. Porém, diz-me o coração, Sarada irá reinar! Claro, eu precisarei contribuir com mão firme para que isso aconteça.

Sasuke já falou sobre um ato, que garantirá a sucessão de Sarada, mas, claro, apenas depois dos filhos que em breve lhe darei. Assim, mostro-me sempre submissa, algo que foge à minha natureza, mas quero garantir a Coroa para Sarada, incentivando meu marido a fazer passar a lei. Aqueles que me odeiam, agora mais do que nunca, riem da minha pessoa pelas costas! Malditos, murmuram pelos cantos que sigo o Rei como se eu fosse um cachorrinho. Embora isso me desagrade, pelo menos por enquanto devo me humilhar, pois caso não consiga dar um filho ao Rei preciso garantir que Sarada reine. 

É estranho pensar na coroação de minha filha. Ela é tão pequena, tão frágil... Já me reconhece como sua mãe, fita a mim com olhos doces quando lhe pego nos braços, reconhecendo meu corpo como tendo sido sua casa. Sarada sabe quem sou! Aninha-se em meus braços, sorri. 

Amo esta criança sem necessitar de estímulos, como um dia amei Sasori, só que ainda mais! Sempre que estou sentada no trono, peço que Sarada seja trazida até mim, numa almofada de veludo que é colocada próxima aos meus pés. Todas as minhas aias dizem que Sarada é linda, com seus formosos cabelos negros e profundos olhos como seu pai. 

Porém, para a minha infelicidade, sei que logo será afastada de mim (...)."

O Rei e a Rainha jantavam juntos, Sarada estava num pequeno berço improvisado ao lado de sua mãe, que olhava mais para a filha do que para sua comida.

Sasuke ria da cena, mas estava ciente de que Sakura colocava a posição de mãe a cima da posição de Rainha. 

 - Sasuke... - Ela chamou, fitando o marido que levava uma taça com vinho à boca - Por favor, vamos dispensar as Convenções. 

– De novo com esse assunto, Sakura? - Questionou um pouco irritado. 

As aias de Sakura se olharam receosas. Sabiam o quanto a Rainha insistia nisso desde que retornou para a Corte com Sarada, e o Rei lhe negava o pedido. 

– Por favor. - Ela uniu as mãos, implorando - Deixe que ela fique conosco aqui na Corte. 

– Sakura, não. - Respondeu com a voz firme. 

– Ela é tão pequena. - Olhou para a filha, rindo sem humor - Não permita que ela seja mandada para longe, por favor. Ela não precisa ter uma residência própria. 

– Ela é uma Princesa! - Enfatizou - E a Corte não é lugar para crianças. 

– Não quero que ela fique longe de mim... - Pediu melancólica. 

– Gosto muito da minha filha, Sakura. - Disse mais calmo, com sinceridade na voz - Mas ela precisa partir... e você precisa me dar um filho. 

O tom de Sasuke era vazio, frio. Sakura sabia que seria inútil implorar, mas cultivava a esperança de que o Rei mudasse de idéia e lhe permitisse o conforto de ter sua filha perto de si. 

– Os bebês Reais partem para a sua própria residência com apenas quatro meses de vida. - Disse horrorizada - Essa maldita regra foi feita por homens! Por cruéis homens que nada entendem da necessidade de uma mãe ter os filhos junto a si!

Sakura se exaltou. Havia prometido para si mesma que não faria isso novamente, mas não conseguia controlar.  Estava indignada, como quando descobriu a traição do Rei. Não concordava com essas regras impostas à Realeza.

– Trata-se de um ritual de Reis! - Sasuke também se exaltou, acabou gritando e isso acordou Sarada.

Imediatamente uma das aias de Sakura, Karin, pegou a bebê nos braços e se retirou. 

Sakura voltou seus olhos para o marido assim que perdeu a filha de vista. Estava furiosa. 

– Um ritual insensível! - Declarou. 

– Como se atreve a criticá-lo? - Indagou com mais calma o Uchiha, percebendo que havia exagerado um pouco. 

– Eu me atrevo a criticá-lo porque tenho sentimentos por nossa filha, o que percebi que você não tem! - Disse secamente.

– Como pode declarar tal coisa? - Vociferou - Eu garanti a sucessão para Sarada, mesmo não tendo obrigação de fazer isso por uma menina! Ainda assim, tem coragem de abrir sua boca para proferir tais mentiras absurdas?

Num ato impulsivo, Sakura caiu de joelhos no chão e beijou a mão de seu marido para acalmá-lo. 

– Perdão. - Disse quase que num sussurro - Perdoe minha imprudência, Majestade. 

A rosada sentia-se envergonhada de descer tão baixo, mas não queria por Sarada em perigo com sua arrogância. 

– Recomponha-se, Rainha. - O monarca ordenou.

Sakura se sentou novamente, encarando o Rei com certa desconfiança. 

– Quem é você?  

– Como? - Questionou confuso, unindo as sobrancelhas. 

– O Sasuke que eu conheci não era assim... 

– Sakura, por favor, compreenda. - Suspirou pesadamente - Será melhor para Sarada ter sua própria residência. Iremos vê-la com frequência, e a governanta sempre mandará correspondências. A educação dela será supervisionada por nós. 

Pensando racionalmente, Sakura até concordou que seria melhor para Sarada. Seu coração se apertava, mas pelo menos sua pequena e inocente filha ficaria longe das pessoas venenosas da Corte. Estaria mais segura, certamente. 

Era um fardo que as outras Rainhas carregaram, e que agora Sakura precisaria carregar também. 

Sarada estava sendo criada para ser a futura Rainha. Tinha sua própria residência, sua própria "Corte". Teria seus próprios empregados, governantas, suas aias, tutores... seria a Rainha de sua casa, sempre supervisionada por seus pais. 

– Não falo somente disso. - Declarou - Ultimamente brigamos com frequência. As coisas não eram assim...

– Eu não gosto de brigar com você, Sakura. 

– Desde que você me foi infiel, Sasuke, as coisas não são mais as mesmas.

O moreno soltou um longo suspiro. Sakura não compreendia sua realidade. 

Sasuke não via sua conduta como errada. Fugaku tinha amantes, dormia com as aias de Mikoto, e a Rainha jamais protestou contra. Em contrapartida, Sakura não só agrediu o marido como também baniu Tenten da Corte. 

A conduta de Sakura era vista como errada, não a de Sasuke. 

– Foi só um caso. - Sasuke disse seriamente - Não passou disso. Eu ainda te amo.

– Um jeito estranho de amar. - Disse com desdém. 

– Não tem o direito de questionar meus sentimentos, Sakura! Não depois de tudo que eu já fiz por você! 

– E se eu o traísse, Sasuke? - O questionamento de Sakura fez suas aias arregalarem os olhos, completamente espantadas. Ela estava brincando com fogo - O que você faria se eu levasse outro homem para a minha cama?

– Não preciso responder. - Disse grosseiramente - Você me deve respeito, pois é minha mulher! Minha mulher! - Enfatizou a última parte. 

– Você não respondeu minha pergunta. - Retrucou - O que você faria?

Aquela conversa era perigosa. Uma Rainha acusada de adultério seria julgada por traição, o destino dela não poderia ser outro se não a morte.

Sakura estava caminhando em um terreno perigoso e desconhecido. Não falava com um homem comum, mas com um Rei. 

– Você teria o mesmo destino que um traidor. - Respondeu o Uchiha. 

Sakura olhou para o marido com fúria. 

– Então posso saber por que o Rei infiel ainda está com a cabeça sobre seus ombros? 

Ela estava indo longe demais, acusando o Rei de traição. 

– Você não passa de uma mulher, então coloque-se no seu lugar! - Bradou o moreno, batendo na mesa com tanta força que assustou sua esposa - Essa conversa já foi longe demais, Sakura! - Ele cerrou os punhos, sua mão esquerda latejava após bater com tanta força sobre a mesa de madeira - Se eu não lhe amasse poderia mandar prendê-la numa masmorra depois do que disse! E você, ingrata, ainda tem coragem de dizer tamanhos absurdos contra seu marido, o Rei! 

Sasuke se levantou e saiu furioso, deixando para trás uma Sakura realmente assustada. 

Pela primeira vez, Sakura de fato sentia-se ameaçada pela fúria do Rei. 

Karin, que havia retornado após entregar Sarada para uma babá, presenciou a discussão e foi consolar a Rainha enquanto as outras damas permaneceram paradas. 

– Majestade... - A ruiva se abaixou, ficando na mesma altura que a Rainha que estava sentada - Por favor, não seja imprudente. 

– Karin... - Sakura imediatamente abraçou sua aia mais querida - Por que sou tão arrogante? 

– Majestade, por favor. - Karin sentia as lágrimas de Sakura caírem sobre seus ombros - Não chore. 

As outras aias ficaram um pouco desconfiadas. As declarações de Sakura, insinuando uma traição, passaram dos limites. Foi uma conversa perigosamente impensada, e Sakura poderia estar colocando sua posição - e sua vida - em risco. 

– Eu não falei sério. - Sakura declarou, afastando-se de Karin. Temia que a conversa fosse erroneamente interpretada - Eu não devia ter confrontado o Rei dessa forma. Ele está perdendo seu interesse por mim.

– O Rei ainda lhe ama, minha Rainha. Por favor, não diga isso. - Karin enxugou algumas das lágrimas que caíam pela face da rosada - Ele é bastante explosivo, só está nervoso. 

– Tanto fiz pela posição de Rainha, agora colho frutos amargos. 

– Majestade, tudo mudará quando vier ao mundo um Príncipe. - Karin sorriu - O Rei certamente olhará para sua Rainha como se ela fosse o sol desse universo. Mas, por favor, Majestade... seja menos imprudente. 

– Meu amor pelo Rei se dissipa a cada dia. - Disse amargamente - Ainda o desejo, mas ainda estou magoada. Eu o procuro, e às vezes até me humilho, só pela necessidade de um filho. 

Karin ficou nervosa. Sabia que algumas damas apenas fingiam sentir alguma afeição por sua senhora, mas que na verdade não gostavam dela. 

O fato de Sakura não medir suas palavras poderia se tornar perigoso para ela. 

– Majestade, diz isso porque está magoada após essa discussão. Ainda ama o Rei, não é? 

Pelo olhar de Karin, Sakura compreendeu tudo. Não deveria dizer palavras impensadas, não deveria confiar em ninguém. Ela poderia se pôr em grande risco. 

– Tem razão. - Assentiu, forçando um sorriso - Eu digo coisas terríveis quando estou magoada. A discussão com o Rei mexeu comigo. 

– Fique calma, Majestade. - Karin pediu com um sorriso doce - As coisas vão se acertar. 

[...]

Boruto caminhava com pressa, precisava encontrar Sarada. Estava junto com Shikadai revirando alguns documentos mais antigos quando encontrou algo que certamente iria interessar a monarca. 

Adentrou os aposentos da Rainha, batendo na porta de seu quarto. Chouchou, aia de Sarada, abriu um pouco a porta de modo que apenas parte de seu rosto ficasse visível. 

– A Rainha ainda não está adequadamente vestida, volte mais tarde. 

Ao ver parte da cabeleira loira através da pequena brecha aberta, Sarada se manifestou:

– Boruto? Entre. 

Dada a permissão da monarca, Chouchou deu passagem para Boruto. 

Sarada estava com uma longa saia branca sobre a anágua do vestido, além do apertado corpete. O vestido de tecido púrpura ainda não havia sido colocado, estava sobre sua cama. 

– Saiam. - Ela ordenou, então suas damas de companhia se retiraram do cômodo. 

– Tenho algo para lhe entregar. - Disse o rapaz, controlando-se para não fixar os olhos sobre os seios inflados, quase saltando para fora do corpete. 

– Está corando? - Questionou risonha ao notar a falta de jeito do loiro - Ora, Boruto, serei sua esposa. Acostume-se com isso. 

– Certamente. - Ele assentiu, também rindo de si mesmo.

– O que tem para mim? 

– Shikadai e eu estávamos olhando alguns documentos antigos para organizá-los melhor, então encontramos um documento escondido... bem escondido. - Enfatizou - Tem a ver com Sasuke... e Sakura. 

– Dê-me. - Ordenou. 

Boruto entregou para Sarada um papel envelhecido, amassado por ter sido dobrado várias vezes até adquirir um tamanho pequeno. Quem o dobrou daquela forma e o escondeu, com certeza não queria que ele fosse encontrado. 

A Rainha abriu o documento com rapidez, lendo logo em seguida as palavras contidas nele.

Sentiu seu coração acelerar, ao mesmo tempo que mais dúvidas surgiram em sua mente.

– Não pode ser... - Disse num fio de voz - Boruto... Isso muda tudo! 

Aquele documento estava relacionado a uma absolvição... A absolvição de Sakura. 

De acordo com aquele documento, a Rainha acusada de traição seria enviada para o exterior com a filha, a fim de preservar sua vida. 

– Sasuke estava realmente disposto a perdoar Sakura... - Boruto declarou - Reconhece a letra?

Aquele documento foi escrito pela mão do próprio Sasuke, não havia dúvidas. Ele realmente queria que Sakura vivesse! Por algum motivo, o Rei iria perdoar sua Rainha. 

– Mas, Boruto... Karin presenciou a execução de minha mãe! Sakura está morta. 

– Veja... - Ele apontou para um espaço vazio no canto do papel - Sasuke não chegou a assiná-lo. 

O coração da Rainha se apertou. 

– A data... - Disse ela - Esse documento foi feito no mesmo dia em que meu pai assinou a sentença de morte da minha mãe. - Ela olhou insegura para Boruto, com mil dúvidas no olhar - Por que Sasuke faria esse documento, se no fim concordou com a execução de Sakura?

– Não sei... - Disse cabisbaixo - Acho que jamais saberemos. Mas, talvez, você encontre alguma pista para isso no diário que tem em suas mãos. 

Sarada estava ainda mais confusa. Sasuke assinou a sentença de morte, mas no mesmo dia fez um documento que garantiria a vida de Sakura. Por que ele faria isso? Eram várias perguntas sem resposta... 


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Notas finais do capítulo

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Bjs ♡♡♡