POV Bella

- Lady Isabella?_ um dos empregados me chamou.

- Sim_ falei me virando para a porta.

- O almoço está servido_ anunciou.

- Obrigada_ falei antes dele se retirar.

Levantei e desci para a mesa, já posta, e com meus pais esperando os seus herdeiros, iriam esperar bastante, porque Allie e Emm haviam saído e não retornariam tão cedo.

- Não precisam esperar eles_ avisei_ saíram para o campo, e não sei quando irão voltar.

- Sim filha, obrigado por avisar_ papai falou enquanto estendia o guardanapo de pano sobre suas pernas.

Não conversarmos muito durante a refeição. Assim que essa terminou, eu caminhei para fora de casa. Sentei perto dos lírios que tinham na entrada. Fiquei lá por alguns instantes, até decidir ir à praça.

Praça que nos separa. Tão pequena e tão imensa. Pouco meu coração se aperta por ela existir, mas muito ele choraminga por ela estar ali. Vê-la por uma das ultimas vezes me chamou a atenção. Era inverno, suas arvores estavam sem folhas, seu chão coberto de neve e eu caminhando em direção a um banco. Mas me lembrei de muitas coisas que vivi. Meu primeiro dente de leite que caiu... Meu primeiro (de muitos) tombos... Bem coisas que se vive em família...

Seta que conseguiria viver sem eles? Sem a Allie me falando como devo me vestir, sem as piadas do Emm, sem os cuidados do papai e sem os carinhos da mamãe? Não, eu estava louca, como deixei que tudo isso acontecesse em apenas 2 dias, como poderia fugir com Edward e abandonar tudo? Mas eu o amava certo? Como poderia não fugir com ele?

POV Edward

Abandonando minha família, abandonando os meus dias de amor fraterno, materno e paterno, pelo o amor de uma mulher?

Eu sabia que não estava louco. Isabella agora era minha vida, minha existência... Mas minha família era minha base... Será mesmo que Bella iria conseguir me agüentar tanto tempo como minha família? Ela não acharia que sou chato de mais, pessimista de mais, teimoso de mais, frio de mais...? Eu sei que sou isso, meus irmãos vivem falando, e mesmo que mamãe fale que é implicância de meus irmãos, eu sei que no fundo toda brincadeira tem um pouco de verdade.

Eu tinha medo de não conseguir abandoná-los, de que assim que passasse um tempo eu ficasse deprimido sem ver as brigas de meus irmãos mais velhos, sem as palavras entusiastas deles... Sem o amor dos meus pais... eu não sei se duraria muito longe deles... E eu sentiria falta dos gêmeos sim, sentira falta, mesmo que brigássemos mais do que qualquer outra coisa. Eu sentira falta do jeito impaciente, impulsivo, entusiasta, egoísta e destemido deles. Sentia falta do carinho de meus pais, dos seus beijos quando conseguia algo, das canções e historias de dormir quando tinha um pesadelo, ou simplesmente quando eles estavam em casa e queriam nós colocar para dormir...

Joguei meu casaco por cima da roupa que trajava. Decidi sair para refrescar a cabeça. Decidi caminhar até a Praça. Praça que separa o território Cullen do dos Swan. Praça que me separa do meu amor.

POV Emmett

Rose encobriu seu rosto. Tive a leve impressão de que ele estava corado. Corado em um tom perfeito de rosa. Seus olhos de uma intensa verdade, sua boca se contorceu em um semi-sorriso, seus olhos brilharam.

- É, eu também não consegui o amor_ falei em um sussurro, ela ouviu, sua face voltou a subir e seus lábios desfizeram o sorriso.

- Então sabe o que sinto?_ ela me perguntou, sua voz rouca e um pouco modelada.

- Mais ou menos_ respondi sincero_ Tenho a mulher em mente, ela existe, mora nessa cidade, mas o problema é que ela me odeia, ela me odeia com todas as suas forças, me odeia, mas me atura._ respondi

- Sei_ um fio de voz se fez escutar._ mas você a ama muito_ sua voz continuou baixa, como se carregasse certo desapontamento.

- Na verdade não sei_ falei entre meus dentes_ eu nunca senti isso por ninguém, sabe?_ perguntei_ É estranho, tem horas que acho que eu a amo, a amo com todas as minhas forças, que não sei viver sem ela, mas tem horas que eu acho que é apenas atração, desejo_ confessei.

- Sim, o pior é que também sinto o mesmo, o mesmo em cada palavra_ ela disse sem pensar, senti ódio, ódio da pessoa que roubou seu coração, da pessoa que a deixou assim.

- E o que você vai fazer?_ perguntei, minha voz deixou escapar um pouco de ódio no inicio, mas suavizei-a a deixando sem vida.

- Eu não sei_ confessou_ eu não sei se devo desistir dele, ou se devo lutar por ele, ou simplesmente deixar as coisas acontecerem_ ela voltou a se sentar, ficando na mesma posição que estava_ eu não sei_ completou.

POV Rosalie

- Eu acho que deveria lutar, você, pois eu não sei se consigo agüentar o desprezo dele_ o contei, era estranho como ele tão rápido tomou minha confiança deixando que realmente falasse o que sentisse, sem medo, sem temer que ele me descubra dentro dessa casa de gelo que fiz ao meu redor, ao redor do meu coração. Casa que está começando a derreter.

- Você quer que eu lute pela pessoa que tanto gosta, mas você vai ficar sentada esperando que esse homem haja?_ ele me perguntou, sua feição era intensamente incrédula.

- Emmett... Quer dizer Lorde Emmett_ me corrigi antes do tarde de mais, ele não era nada meu, era um Lorde e devia ser tratado como tal, não tinha direito de não tratá-lo sem seu titulo.

- Emmett_ ele voltou a repeti estendendo um braço para me silenciar, pelo que pouco entendi ele gostou que o chamei de Emmett.

Seu dedo estava sobre minha boca, em forma que me silenciasse. O olhei nos olhos, seus olhos que me transmitiam paz. Minha boca secou, não sei exatamente o motivo. Meu coração estava mais acelerado do que em qualquer outro momento da minha vida. Sua pele era suave, quente, macia... Seu dedo sobre minha boca me deixava perceber como aquele momento estava se tornado mais gostoso. Não éramos, agora um Swan e uma Cullen, éramos algo mais. Para mim ele era o homem perfeito, o homem que tinha meu coração, mas para ele eu devia ser somente outra mulher, uma das demais mulheres que existe na cidade, alguém que ele só conhece.

POV Alice

Não merecia estar com ele. Obrigado meu Deus, por me deixar ficar abraçada a ele, mesmo que seja apenas por agora, apenas por essa fração do dia.

- Lady Allie_ ele me chamou olhei para cima, sua mão soltou de meu corpo, senti meu mundo acabar, ou apenas desmoronar (nada que não possamos construir novamente) _se importa de me acompanhar em uma caminhada?_ sua voz macia e perfeita perguntou

- Adoraria Lorde Jasper_ falei me afastando um pouco dele, deixando uma passagem para que ele me conduzisse pelo caminho de seus pés.

Ele afagou meu rosto, sua mão macia, depois abaixou a mesma a procura de minha mão, a segurando entre seus dedos e me puxando para o meio das árvores. Caminhamos um pouco antes de mãos dadas, como um casal apaixonado, coisa que não éramos, mesmo eu o amando incondicionalmente. Eu sabia bem lá no fundo que ele não gostava de mim como eu gostava dele. Mas o que poderia fazer?

- E se nós divertirmos um pouco?_ ele perguntou parando repentinamente.

- O que quer dizer com isso Lorde Jasper?_ perguntei animada.

Ele sorriu, não apenas com sua boca, mas com seus olhos. Seus olhos... Ah! Como poderia passar o resto de minha vida perdida em seus olhos, seus doces olhos. Era uma sensação impar de se sentir, era maravilhosa... Sorri com ele, ou melhor, para ele. Não entendia o que acontecia, mas meu sorriso brotava em meus lábios, e nos meus olhos, sempre quando ele sorria, sempre quando ele demonstrava estar feliz. Eu estava feliz, feliz por estar com ele, e só ele.

POV Jasper

- Corra Lady Alice_ avisei.

- Para que Lorde Jasper?_ ela me perguntou sua voz ecoou em meus ouvidos deixando claro o tom de dúvida em sua doce voz.

- Vamos brincar de pegador_ falei feliz. Era divertida essa brincadeira, uma brincadeira única e que eu amava, assim como ela.

Ela me olhou, seu sorriso doce se transformou em um divertido. Ela se aproximou de mim, meu coração parou e depois se acelerou. Seus lábios a poucos centímetros dos meus, seu doce hálito penetrou meu nariz e congelou meus sentidos. Minha vontade era agarrá-la bem ali, naquele momento.

- Você não me pega_ ela disse antes de se virar e começar a correr.

Ela desviava das pedras como se voasse, ela é veloz, admito, mas ainda iria alcançá-la. Meus braços se fecharam perto dela, mas agarraram apenas o ar do lugar onde ela estava.

Escondeu-se atrás da arvore rindo, na verdade gargalhando, de nossa brincadeira. Gargalhei com ela, era contagiante. Ela se revezava entre me olhar do lado direito e o esquerdo da árvore, graciosa. Corri dando a volta na árvore, ela se afastou para perto de um riacho, mas eu a alcancei.

Meus braços a envolveram pela cintura a puxando para mim, seu corpo miúdo se debatia entre meus braços, mas não tentando se soltar, tentando se virar. Conseguiu. Seus braços se chocaram contra meu peito, mas pelo impacto eles dobraram, e ela estava novamente quase abraçada a mim. Olhamos para o riacho, ao horizonte onde o perdíamos de vista. Perdíamos de vista e parecia que ele desaguava no sol, no sol que se punha. Nossa já era tarde e nem tinha percebido, mas perdia a noção do tempo perto dela, o que podia fazer a respeito disso? Nada, afinal eu gostava.