Infância com Sabor de Amor escrita por Fabi-Aiyu


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Dedicada inteiramente à imoto-chan Luddy-chan. Espero que goste nee, não é muito, mas acho que serve pra mostrar o sentimento de verdade.

Escrevi ouvindo Kareon, do SCREW. Se acharem legal e quiserem, acho legal ouvir com essa música.

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/73630/chapter/1

Desenhava uma pequena borboleta. O motivo daquilo era desconhecido – e mal podia imaginar que, mais tarde, aquilo resultaria uma tatuagem nas costas – e não fazia sentido algum, só sabia que gostava dela. Achava aquelas asas, sutilmente coloridas de lilás com seu jeitinho de infância, muito bonitas.

O lápis ficou com a ponta muito ruim para pintar. Procurou o apontador com depósito, por todos os lados. Os fios escuros de seu cabelo iam balançando conforme os movimentos que fazia.

- Aki-chan... O que procura?

O seu melhor amigo se aproximava. Sorria docemente para ele e se abaixava debaixo da mesa igual ao outro para olhá-lo. Não tinham muita diferença de altura, nem de idade. Eram quase irmãos, como aqueles amigos de infância mesmo. Onde a inocência transformava a pessoa para quem empresta o carrinho no único amigo. Para a vida toda.

- Meu apontador... Ele sumiu, Jin-chan! – Aki fez um bico – Eu perdi meu apontador do Kamen Rider... Mamãe vai ficar triste comigo, Jin-chan...

- Não vai não! Nós vamos achá-lo, Aki-chan! Vamos sim!

Ele sorriu para o outro. Os dois assentiram, se olhando no rosto ainda debaixo da mesa, saindo dali para começar a procurar, em cada cantinho, onde estava o tão buscado objeto.

- Achei!

Jin corria até o outro e entregava em suas mãos o pequeno objeto, abraçando-o e sendo retribuído. Comemoraram e, antes que Aki pudesse voltar a colorir seu desenho, a professora mandou que os alunos se organizassem para guardar tudo.

Quando estavam todos arrumados, a Sensei Hinari liberou seus pequenos alunos, cheios de casacos pela neve fofa que cobria o gramado do imenso parquinho. Jin e Aki deixaram a sala e caminharam devagar, conversando sobre o episódio do seu desenho favorito enquanto iam para os banquinhos do parque da escola esperar seus pais.

- Aki-chan. – chamou Jin, sentando-se no banco e chamando o amigo – Senta aqui!

- Uhum! – ele arrumou o cachecol e sentava-se ao lado do outro. – Nee, Jin-chan... Você sabe o que é amor? Eu... Ouvi meus pais falando sobre isso... Mas não sei o que é...

- Amor, Aki-chan...? Como o que os papais sentem pelas mamães? E nós sentimentos pelos nossos papais e mamães?

- Acho que deve ser... – ele mordeu o lábio inferior – O que significa?

- Não sei Aki-chan. Mas vamos descobrir, não é? – Jin sorriu quando Aki movimentou a cabeça, concordando – Então ta certo. Será a nossa promessa, ta?

- Sim!

Aki virou-se e abraçou o amiguinho com cuidado, com aquele seu jeitinho delicado e suave de ser. Recebeu um carinho nos cabelos do outro, que sorriu e sussurrou que seria um segredo para a vida toda.

E... pensando bem, ele realmente tinha razão. Jin nunca mentiu e não foi daquela vez que disse que seria uma promessa descobrir o significado da palavra “amor”, até então um mistério para as duas crianças.

Alguns bons anos haviam se passado. Perderam contato, voltaram a se falar, se viram, ficaram distantes, brigaram, fizeram as pazes... Exatamente como o passar dos anos deixa as pessoas, mais preocupadas com os problemas e mais desligadas com assuntos como a amizade.

Já faziam 3 anos desde a última vez que se viram. A vida lhes trouxe surpresas, como a fama e o sucesso que agora provavam.

E foi numa sexta–feira de neve que tudo aconteceu.

Apesar de ser um dia exatamente como na infância, a borboleta lilás era desenhada em suas costas. Um imenso casaco de frio lhe cobria o corpo, igualmente um cachecol branco que enfeitava e dava o toque que faltava ao vestuário.

Lá estava ele, olhando aquele loiro sentado à bateria, tocando atentamente. Era diferente de quando criança. Tinha pircing nos lábios finos, usava maquiagem e os cabelos tingidos. Não diferente de Aki, é claro, que tinha tantos pircings quanto o outro, o cabelo escuro e o olhar adornado por uma maquiagem um tanto forte.

Aki sorriu. Da platéia, ele parecia ainda mais bonito. Seu coração batia meio estranho, mas era uma boa sensação, que trazia uma felicidade sem igual. A promessa de quando menor lhe voltou à mente, provocando um sorriso ainda mais feliz.

Jin era lindo, mesmo com o passar de todos esses anos. E seus olhos não queriam olhar para qualquer outro membro do SCREW que fosse. Apenas ele, o seu amigo de infância. Dono da promessa.

Ao fim do show, vibrou com a platéia, talvez até com mais emoção que essa. Aplaudiu com toda a sua força, feliz. Quando viu todos os membros da banda na frente do palco, sorriu, mantendo o olhar fixo no dele.

Seus olhos finalmente se encontraram depois de longos anos. Um sorriso maior foi dado por parte do baixista. Sendo automática e instantaneamente retribuído com um sorriso igual por parte do outro, com um pouco mais de surpresa.

Jin abaixou-se e pegou uma de suas baquetas. Chamou os seguranças e pediu para que pudesse deixar Aki aproximar-se, e esses fizeram exatamente de acordo com o pedido.

Quando o moreno aproximou-se, o baterista suspirou e lhe estendeu a baqueta, sussurrando:

- Preciso te contar uma coisa... Acho que descobri... - foi interrompido pelo outro.

- O que é amor? – viu o outro assentir, enquanto segurava junto ao peito a baqueta – Também descobri, Jin. E quero muito te mostrar o que significa...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Infância com Sabor de Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.