O jantar depois do 3x21 escrita por Bibik


Capítulo 1
Capítulo único




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         As luzes do loft se acenderam revelando a beleza do lugar. Barry e Iris penduraram seus casacos na entrada e caminharam juntos em direção à cozinha. Com apenas um olhar, Iris percebeu que seu velocista estava faminto e resolveu preparar alguma massa para o jantar.

       Enquanto ela fazia isso, Barry a observava, pois não era sempre que ela o deixava ajudar quando o assunto era preparar comida. Iris costumava dizer que ele fazia as coisas com muita pressa e deixava a cozinha um caos. Diferente disso, ela cozinhava com calma, sentindo cada ingrediente em suas mãos, atenta a todos os aromas que sua comida desprendia e provando os diferentes sabores que gostava de combinar. Iris estava terminando de cortar meticulosamente um pimentão quando Barry quebrou o silêncio preenchido pelo picar da faca:

— Hoje foi diferente, sei lá… foi divertido.

— Foi sim, o dia com o Barry desmemoriado é literalmente algo para se guardar na memória.

— Barry não, Bart. - Barry a corrigiu, fazendo com que ela soltasse uma gargalhada.

— Ah claro, Bart… Então, como é a sensação de ficar sem memória? - Questionou Iris.

   Barry abriu uma garrafa de vinho e derramou a bebida em duas taças, enquanto pensava na melhor resposta.

— É inicialmente apavorante, achei de verdade que teria um ataque de pânico. Mas depois, foi legal, porque de repente eu abri os olhos e fui surpreendido com uma vida perfeita. Eu tinha um apartamento legal, um emprego bom,amigos que pareciam se preocupar muito comigo, eu era velocista e… cara, tava noivo da mulher mais bonita que existe. Quando retomei a memória, pude refletir que mesmo diante de tantas tragédias, eu sou muito feliz.

       Nessa hora, Iris nem estava prestando mais atenção no bacon que torrava no fogo, ela se encontrava sorrindo e totalmente entregue àquelas palavras, aquela voz, aqueles lábios que se moviam de maneira harmônica e linda. Ah, como ela amava o seu homem, o seu Barry que era resultado de tantas experiências, as quais formaram esse caráter admirável. Seu devaneio cessou com a observação de Barry:

— Amor, acho que o bacon está passando um pouco do ponto.

— Nossa, onde eu estava com a cabeça? A culpa é toda sua que tem esse efeito hipnotizante sobre mim.  - Disse Iris enquanto desligava o fogo e atirava uma azeitona em Barry. Como sempre, ele se desviou.

Barry lançou a ela um olhar sarcástico, riu e contornou o balcão se aproximando mais dela.

— Eu não tenho culpa de você ser tão apaixonadinha assim por mim.

— Ah, é? Seu cínico! Você nem é tudo isso, é só o amor da minha vida, mas grandes coisas. - Disse Iris dando de ombros e disfarçando uma risada sem sucesso. - Agora, já Bart ficou todo assanhadinho para o meu lado, me dando várias cantadas, até me beijou.

— Estou precisando ter uma conversinha com esse tal de Bart.

       Ao dizer isso, os braços de Barry contornaram a cintura de Iris, forçando seu corpo contra a pia. Automaticamente as mãos dela se fecharam ao redor do pescoço dele e eles finalmente conseguiram se beijar sem interrupções. Aquela boca, Iris conhecia muito bem, mas os beijos eram sempre diferentes, eles mesclavam ternura e sensualidade e as proporções de cada um desses aspectos variavam de acordo com a situação. Esse beijo era suave, doce, quente, mas também intenso, alternando leves mordiscadas. O momento se encerrou com dois selinhos demorados e Barry parafraseou Iris olhando profundamente em seus olhos castanhos:

— “Para onde quer que você vá, você sempre será Iris e eu sempre serei Barry e nós vamos encontrar um ao outro”. Isso se aplica a qualquer terra, linha temporal e situação de memória.

— Eu sei, você até me contou como Iris de FlashPoint te deu o maior mole e aceitou sair com você do nada, sem mal te conhecer. Realmente ela deve ter se apaixonado, porque eu nunca me imaginei aceitando um convite para sair assim. Mas eu não a culpo, quem resistiria a um nerd sexy desses?

   Mesmo com as interrupções de Barry, os beijos e as risadas, Iris conseguiu terminar o jantar e o serviu orgulhosa de sua obra prima. Barry devorava a comida quando foi surpreendido com uma pergunta de Iris:

— O que você acha das Ilhas Maldivas?

— Parece um lugar bonito, mas por que você está me perguntando isso?

— É que Central City é muito fria e eu tava pensando em passar nossa lua de mel em um lugar quente, com muito sol e mar. Pesquisei hoje e as Ilhas Maldivas é um lugar ideal, tranquilo, privativo e muito bonito.

— Desde quando você está planejando nosso casamento?

— Desde agora, inclusive estou pensando em ir na Kleinfeld escolher um vestido… - Iris percebeu o olhar assustado de seu noivo e resolveu explicar - Olha, hoje foi um dia muito bom, porque a gente não teve que se preocupar com essa coisa toda do Savitar. Depois da nossa conversa na CCPD, eu entendi que eu preciso seguir a minha vida, tocar os meus projetos. Eu não quero viver carregando essa sentença de morte nas costas. Eu vou viver, eu quero viver, eu quero me casar com você e ter dois filhos, quem sabe eu não chame um de Bart?

— Não, por favor, nenhuma criança merece ser chamada de Bartholomew. - Barry riu e se sentiu agradecido por Iris ser tão forte, confiante e determinada. Ela sempre conseguia transmitir a força que ele necessitava para continuar e ela fazia o que ninguém jamais conseguiu fazer: deixar a sua vida leve como uma pena. - Eu não sei se teremos dinheiro para Maldivas, Kleinfeld. - Ele brincou.

— Isso resolvemos fácil, é só vendermos os Star Labs.

     Os dois caíram na gargalhada e continuaram a planejar o casamento. Iris estava surpreendentemente empolgada, como Barry não via desde que eles compraram os móveis e a decoração do loft. Ela falava sobre as flores, o lugar que eles se casariam e ele, atento a todos os detalhes, concordava. Na verdade, para Barry não fazia diferença nenhuma esses detalhes, ele só queria casar com a mulher de sua vida e construir um futuro lindo ao lado dela. Depois de muito conversar, Barry tirou a mesa, lavou e guardou a louça. Já Iris, se esforçava para escolher algo bom no catálogo da Netflix.

— E aí, já escolheu?

— Não amor, sem sucesso.

— Que tal uma maratona de Star Wars?

— Não, por favor, já fizemos isso no mínimo 50 vezes, juro que te amo, mas não aguento mais.

— Eu sabia que você ia responder isso. - Riu Barry.

— Olha, saiu uma série nova, Dear White People. É sobre uma garota negra que estuda em uma Universidade com maioria branca e tem um programa de rádio. Vamos assistir?

— Vamos! - Barry repousou a cabeça no colo de Iris e recebeu o afago dela em seus cabelos, o que o fez recordar de uma coisa. - Ei, é verdade que você se apaixonou por mim no dia da morte da minha mãe?

— Eu acho que sim. Na verdade, eu sempre busquei o momento exato em que me apaixonei por você, mas nunca consegui identificar. Era como se eu tivesse sido apaixonada por você a vida inteira… esse sentimento fazia parte de mim há tanto tempo que eu não sabia dizer quando começou. Mas hoje eu percebi que desde aquele dia, quando você deitou exatamente assim no meu colo, eu passei a querer ter você sempre por perto, a cuidar de você e amar você pela minha vida inteira. - Respondeu ela com os olhos marejados.

 

— Vem cá, vamos deixar essa série para depois.

 Barry levantou a cabeça do colo dela e deixou que ela escorregasse pelo sofá, depois se juntou a ela e a envolveu como um casulo, beijando o topo de sua cabeça. Iris se soltou um pouco dos braços dele, o suficiente para beijar seu queixo e depois sua boca. Eles se beijaram  por toda a noite com todo o amor que haviam construído ao longo de mais de 15 anos e acordaram de manhã abraçados.

    


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