A frustação na face de Gibbs era evidente. Se chegasse alguns minutos antes poderia ter salvo Abby. Maldito transito. Tentava achar algo para colocar a culpa do atraso. Colocou até a culpa em si mesmo e por fim descontou a culpa num pobre vaso da casa. Pegou o vaso e jogou com força na parede. O vaso de partiu em vários pedaços revelando um pedaço de papel dentro dele.

Gibbs se abaixou e pegou o papel com uma luva de látex. Abriu o papel. Tinha números escritos nele. Gibbs correu para a base do NCIS com o papel atrás de digitais. Não havia nenhum. Os números pareciam ter sido escritos de forma rápida, indicando que a pessoa estava com muita pressa. Não eram parecidas com os de Abby. Gibbs chamou McGee para digitar os números no buscador de satélite. Era o endereço de uma casa em Roanoke.  Talvez presumiu Gibbs aquele fosse o endereço de onde mantinham Abby cativa. Gibbs pisou fundo no carro que havia equipado com um farol policial.

Chegaram em trinta minutos, mas Gibbs se martirizava por não chegar em 20. Dinozzo e Torres foram pela frente e McGee e Gibbs por trás. Elle coordenava tudo do MTAC.  Torcia para acharem a amiga. Dinozzo entrou na frente e Torres depois. Estava tudo escuro e tinha apenas um sofá velho e rascado na sala. Dinozzo ligou o interruptor da luz com uma luva para não comprometer as possíveis digitais de quem estivesse naquela casa. A casa se iluminou e viram um corpo no sofá. Dinozzo se aproximou do corpo. Não era de Abby e Dinozzo ficou aliviado por não ser a amiga.

Gibbs e McGee chegaram a parte de cima da casa com medo do que poderiam encontrar ali. Gibbs ligou o interruptor do mesmo jeito de Dinozzo. Com uma luva de látex para não contaminar a cena. Dinozzo avisou sobre o corpo no sofá de baixo e Gibbs disse que havia o de um homem na cama do quarto de cima, mas infelizmente nada de Abby ou de Ari.

Gibbs e McGee se encontraram com Dinozzo e Torres na sala. O corpo era de uma enfermeira. Gibbs disse:

— Vou dar um chute cego e dizer que ela era uma das enfermeiras de Ari. E digo mais. O homem tem todo jeito de ser capanga do Ari. Acho que os números daqui vieram dessa moça e o homem fez isso acontecer. Mas agora.... Para onde levaram Abby? Estamos atrás desse cara há duas semanas. Não consigo ficar ainda mais tempo sem Abby. – Disse Gibbs desapontado. – Temos que acha-la.

— E nós vamos Gibbs! – Disse Dinozzo.- Nós vamos acha-la.

Ducky chegou com Palmer a casa. Precisa dos corpos para identificar. McGee fazia expediente no laboratório. Quando removeu o corpo da mulher havia um papel em uma das mãos. Era a letra de Abby. Ela havia escrito e dado para a moça entregar para Gibbs numa distração de Ari.

Nele estava escrito. “Gibbs. Sei o quanto estou fazendo falta para você. Por favor apenas me salve disso tudo. Não sei se aguento mais. Ele me faz dormir a base de remédios e eu só fico acordada duas horas por dia. Eu não aguento tanta medicação. Por favor, Gibbs me ajuda.  Abby. “

Gibbs sentou com o bilhete e começou a chorar. Ele não conseguia aguentar pensando em Abby passando tudo aquilo nas mãos de um psicopata. Ele falou para si mesmo:

— Desculpa Abby. Eu não consigo ser forte. – Disse.

— Nunca peça desculpas chefe. É sinal de fraqueza. – Dinozzo falou.

— Eu sei. – Falou Gibbs.