Inside You escrita por BeatrizPFT25


Capítulo 5
Memórias


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Desculpem a demora! Era para ter postado ontem! Eu estava a tentar postar de 2 em 2 dias... Sorry
Mas espero que gostem!
Boa Leitura!



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Bakugou remexia-se ligeiramente na cama, murmurava algumas palavras incompreensíveis, e virava-se, estava novamente a ter sonhos sobre as memórias de Todoroki.

A memoria em que receberá a queimadura do seu lado esquerdo tinha acabado, que dor! E pior que a dor na cara é no peito, que aperto é este? Pensava Bakugou, ele estava no corpo de Todoroki mas não importava o que fizesse ou o que quisesse dizer, não conseguia, estava preso e fazia as mesmas ações que Todoroki tinha feito no passado. Bakugou logo percebeu que o aperto que sentia era pelo facto da única pessoa em quem conseguia confiar e gostar tinha dito que odiava parte dele, e desde esse dia Todoroki nunca mais tinha visto a sua mãe por pensar que a sua presença iria pressioná-la.

A cena desfez-se como fumo e depois de algumas cenas de Todoroki na U.A., chegou ao torneio, Bakugou viu quando Todoroki desafiou Midoriya, viu a corrida de obstáculos e a batalha de cavalaria, as batalhas individuais e as conversas dele com Endeavor, que o encontrava frequentemente nos corredores, Bakugou chegou a querer explodir a cara de Endeavor, mas não podia, ele sabia que o ódio que sentia não era dele, era de Todoroki, mas mesmo assim tinha criado uma certa empatia com o passado de Todoroki.

Cada cena que Todoroki vivia parecia ter uma espécie de fumo à volta, e para lá desse fumo estava tudo escuro, aquilo fazia Bakugou ter a certeza que era um sonho e que aqueles sentimentos e sensações não eram dele.

Ele estava agora à frente de Midoriya, estavam a lutar, Midoriya já estava com o braço esquerdo e os dedos da mão direita partidos, mas mesmo assim continuava a enfrentá-lo e a dizer coisas que faziam Todoroki relembrar-se da sua infância.

— Eu vou rejeitar o poder do meu pai. – Disse Todoroki levantando-se.

— É o seu poder, não é?! – Gritou Midoriya e foi aí que apareceu um flashback do momento em que Todoroki falava com a sua mãe enquanto estavam a ver All Might na televisão.

— Mas tu queres tornar-te um herói, não queres? Não tem problema tornares-te um. Não precisas de ser um prisioneiro do teu sangue. Não tem problema tornares-te no que queres ser. – Foram estas as palavras que a mãe de Todoroki tinha dito quando ele era pequeno, mas ele, em alguma parte da sua vida, esqueceu-as.

Ao se relembrar desse momento Todoroki libertou as chamas do seu lado esquerdo enquanto algumas lágrimas escorriam o seu rosto, que logo evaporaram pelo calor. O fundo que antes era preto tornou-se branco e a luta com Midoriya terminou, com a vitória de Todoroki.

A cena voltou a desfazer-se e agora Todoroki estava no hospital a falar com a sua mãe após tantos anos sem a ver, e a sua mãe sorriu-lhe, foi nesse momento que Todoroki teve a certeza, podia usar todo o seu poder, era dele, e ele iria usá-lo para se tornar o herói número 1 e proteger o que era importante.

A imagem da sua mãe a sorrir no hospital voltou a desaparecer e mudou para a imagem de Midoriya a sorrir-lhe enquanto chamava o seu nome.

Midoriya, obrigado.

Foram as palavras que Bakugou ouviu na mente de Todoroki antes de acordar.

Sentou-se na cama, tinha a respiração acelerada e o cabelo preso à testa pelo suor.

— O Deku… salvou-o. – Bakugou disse incrédulo, sabia que a luta deles tinha mudado algo em Todoroki, mas não pensou que tivesse sido de uma maneira tão profunda.

Olhou para o lado e viu o relógio, ainda estava a meio da noite, voltou a deitar-se e, com uma confusão de pensamentos e sentimentos, adormeceu.                                                                         

Na mesma altura da noite, assim como Bakugou, Midoriya também estava a ter sonhos que mostravam algumas memórias.

No início do sonho Bakugou estava a correr para a porta da sua casa enquanto dizia que queria ir rápido para a escola, depois apareceu a mãe de Bakugou que perguntou qual era a razão de tanta pressa e Bakugou respondeu com um sorriso determinado.

— Não posso deixar o Deku sozinho!

Midoriya ficou surpreso com a resposta, aquele momento tinha acontecido depois de Bakugou ter manifestado a sua peculiaridade, Midoriya sabia disso pois nessa altura ele já o chamava de “Deku”.

A cena evaporou e agora estava num lugar escuro, Midoriya sentiu as lágrimas a escorrerem-lhe pela cara, Bakugou chorava. Então uma luz apareceu, desta vez era o pai de Bakugou que tinha aberto a porta, foi aí que Midoriya percebeu ser do quarto de Bakugou, ele perguntou o que se tinha passado para ele estar a chorar e Bakugou respondeu em meio ao choro.

— O Deku é um idiota! Eu não sabia que ele gostava de cenouras! Pensei que ele tinha deixado de parte porque não gostava! Como é que ia adivinhar que era para guardar o melhor para o fim!?

Midoriya lembrou-se daquele momento, Bakugou tinha comido as cenouras que ele estava a guardar para o fim e ele acabou por chorar, no dia seguinte Bakugou levou duas cenouras e disse que era para ele comer já que gostava assim tanto e para não voltar a chorar por isso, Midoriya não pode deixar de rir com as lembranças.

À medida que o sonho avançava Midoriya só conseguia rir com as coisas que Bakugou dizia, entre elas “Eu vou ser o herói número 1!”, “Eu sou incrível.”, “Eu vou ficar sempre em primeiro.”, “Eu não vou perder!”. O que todos esses momentos tinham em comum era a presença de Midoriya, ele estava sempre lá, quer fosse a chorar, a rir, envergonhado, com medo, não importava a situação ele estava sempre presente.

Mas as cenas alegres de repente desapareceram, e Bakugou estava novamente a chorar na sua cama.

— Deku idiota! – Murmurava tentando limpar as lagrimas que insistiam em cair. – Porquê… porquê é que ele não têm uma peculiaridade? – Midoriya estava incrédulo ao ouvir aquelas palavras. – Agora não podemos mais brincar juntos porque todos já têm as suas peculiaridades... Porquê é que ele me estendeu a mão no rio? Não era para ser assim! – Nessa altura o pequeno Bakugou já gritava quase a parar de chorar. – Eu é que tenho de o proteger! Eu é que tenho de o ajudar! Eu vou ser o herói número 1! Eu é que vou salvar o Deku quando ele precisar! Eu vou ser o herói número 1 dele!

Midoriya não acreditava no que estava a acontecer, era assim que Kacchan via as coisas? Perguntou-se mentalmente. Mas se era assim que ele via as coisas… Qual era a razão de ser tão mau para mim? Midoriya não conseguia chegar a uma resposta e a cena voltou a mudar, desta vez Bakugou estava à frente de um espelho com uma expressão determinada.

— Eu não posso deixar que o Deku fique iludido para sempre, eu tenho de faze-lo desistir de ser um herói, tenho de o fazer perceber que ele não consegue, e que se ele tentar pode magoar-se… ou morrer… E eu não vou deixar que isso aconteça.

A cena desfez-se. Midoriya estava incrédulo, nunca esperou que fosse dessa maneira que Bakugou visse as coisas.

As memórias que Midoriya assistiu a seguir foram as vezes em que Bakugou lhe fizera mal, e Midoriya percebeu que todas tinham sido com o objetivo de o fazer desistir, mas ele nunca desistiu e isso frustrava Bakugou. As memórias seguintes focaram-se na vida de Bakugou, em especial quando ele descobriu que Midoriya possui-a uma peculiaridade. Bakugou nessa altura sentiu-se traído, ele sabia que ao decidir comportar-se de uma maneira tão violenta com Midoriya o ia afastar, mas não esperou que não fosse saber sobre ele ter uma peculiaridade.

Midoriya estava agora a ver Bakugou a comer no refeitório da U.A., eles já tinha quase acabado, faltavam apenas as cenouras. Será que o Deku iria querer as cenouras? Midoriya ouviu a voz de Bakugou no seu pensamento, surpreendendo-se, ele estava a conhecer um lado de Bakugou que nunca pensou ser possível existir. Quando acabou de comer Bakugou ficou a olhar para Midoriya que conversava animadamente com Todoroki noutro lugar do refeitório, Maldição.

A imagem desfez-se novamente e apareceu a imagem de Midoriya em pequeno a dizer que o Bakugou era incrível.

Deku… Foi a última coisa que Midoriya ouviu antes de acordar.

Midoriya ficou a olhar para o teto e quando se apercebeu estava a chorar.

— Kacchan… O que é que eu faço? – Midoriya sussurrou tapando os olhos com o braço, as lágrimas insistiam em cair, Midoriya só não sabia se eram de tristeza ou felicidade… ou ambos.

De manhã, na casa de Midoriya.

Todoroki também tinha tido um sonho com as memórias de Midoriya, tinha acordado a meio da noite e não conseguiu pegar no sono novamente.

A infância de Midoriya, a relação dele com Bakugou, o dia que encontrou All Might, os meses de treino que fez para receber o One for All, o seu desejo de ser um herói, os amigos que Midoriya estava feliz de ter feito na U.A., a sua determinação para vencer no torneio, tudo estava demasiado presente na cabeça de Todoroki, principalmente ao descobrir o segredo de All Might, o sonho tinha explicado tudo e Todoroki não sabia se dizia a Midoriya o que sabia ou se fingia que não sabia de nada.

— Tu podes tornar-te um herói… – Todoroki repetiu as palavras que All Might tinha dito a Midoriya no dia em que tinha decidido torna-lo seu sucessor. Então essas eram as palavras que ele queria ouvir… Pensou Todoroki levantando-se e começando a preparar-se para ir para a academia.

Quando saiu de casa, Midoriya estava novamente à porta, à sua espera, cumprimentaram-se e foram para a academia. Estavam a falar do que tempo que ainda poderia faltar para voltarem a treinar, queriam que isso acontecesse o mais cedo possível, até que Todoroki foi direto ao assunto que o estava a incomodar.

— Midoriya. – Chamou seriamente atraindo a atenção de Midoriya para si. – Eu não tinha a certeza se deveria manter isto em segredo ou não, não te queria mentir por isso acho melhor saberes agora e… – Mas antes de terminar de falar foi interrompido por Midoriya.

— Está tudo bem Todoroki-kun. – Disse sorrindo, surpreendendo Todoroki. – Já sabes do One for All não é? – Perguntou olhando nos olhos de Todoroki, por alguma razão Todoroki teve a sensação que iria chorar. – Não é que eu não confie em ti, mas quanto menos pessoas soubessem melhor, para além do mais, não é só o meu segredo, é o segredo do All Might.

— Midoriya… – Todoroki não arranjava as palavras certas até que disse o que lhe pareceu mais óbvio no momento. – Eu vou proteger este segredo com a minha vida. – Garantiu cerando o punho em frente ao peito.

Midoriya não conseguiu conter o riso e Todoroki ficou confuso desfazendo o gesto.

— Também não é preciso tanto Todoroki-kun, eu não ia gostar que morresses. – Disse Midoriya controlando o riso e Todoroki sorriu, estava muito mais tranquilo agora que tinha falado com Midoriya. – E então com que partes do meu passado sonhaste? – Perguntou Midoriya curioso, ele confiava em Todoroki, e já que ele tinha descoberto agora Midoriya só tinha de explicar a situação a All Might, mas ele sabia que ele ia compreender.

Quando se aperceberam, assim que Todoroki terminou de contar as memórias que tinha visto já se encontravam à porta da U.A., no entanto havia outra coisa que Todoroki queria dizer a Midoriya antes de entrarem na academia.

— Midoriya. – Chamou. Respirou fundo, ganhando coragem, e disse olhando nos olhos de Midoriya. – Obrigada pelo que fizeste por mim, provavelmente nem percebeste mas salvaste-me do meu passado, algo que eu sozinho não iria conseguir, abriste-me os olhos e fizeste-me ver as coisas de outra maneira, graças a ti posso lutar usando tudo o que posso, e para além disso… graças a ti ganhei coragem para ir falar com a minha mãe após tantos anos. – Midoriya estava pronto para falar algo mas Todoroki continuou. – Midoriya… Tu és o meu herói.

Ao dizer isso Midoriya arregalou os olhos surpresos, estava em choque, como é que ele podia ser o herói da pessoa mais forte da turma 1-A? Isso era impensável. Ele estava tão espantado que nem percebeu que Todoroki já estava dentro da academia.

— Midoriya! – Chamou novamente levantando o braço. – Vais ficar para trás muito tempo?

Foi ai que Midoriya voltou a si, e correu em direção a Todoroki com um sorriso de pura alegria.

As aulas da manhã passaram rapidamente, estavam todos no refeitório a terminar as suas refeições. Midoriya e Todoroki conversavam animadamente quando de repente uma voz o chama.

— Duas-caras precisamos de falar. – Disse Bakugou estranhamente relaxado, Todoroki assentiu e levantou-se.

— Kacchan eu também queria falar contigo. – Comentou Midoriya que se ia levantar.

— Tu vens depois Deku! – Respondeu um pouco violento, mas menos que o normal.

Então Midoriya ficou no refeitório, vendo os outros dois sair.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
O próximo é o último ok?
Próximo cap: Voltando ao normal
Até lá!
Kissus



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