Infinity escrita por Lilly Belmount


Capítulo 10
Capítulo 10




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Joanna e Jorge aguardavam os amigos sairem da faculdade. Infelizmente chegaram cedo demais e ainda faltava vinte minutos para que os alunos fossem liberados. O jeito era esperar. Só que não era fácil para ees simplesmente esperarem em silêncio, isso fazia com que o tempo fosse mais lento. Bastou apenas uma levantada de sobrancelha entre eles para que a música começasse. Não queriam chamar atenção. Algumas pessoas passavam por ali curiosos. Sempre conseguiam ser alvos de olhares.

Poucos minutos se passaram quando uma massa de jovens começaram a sair da faculdade. Jorge olhava atencioso na esperança de que Lilly e Estella surgissem entre aquelas pessoas.

Não entendia o que acontecia com aquelas duas, pois agora Hunter vivia com elas. Era novidade toda aquela aproximação e quanto mais gente era melhor.

— Meus amigos! — exclamou Joanna animada ao aproximar de seus amigos — Neste fim de semana será o nosso aniversário — apontou para o irmão — Daremos uma festa inesquecivel. Contamos com a presença de todos vocês.

Jorge notou que Hunter ia ase afastando, mas ele seria uma parte essencial de sua noite.

— Você vai, Hunter? — quis saber Jorge.

— Conta comigo.

Hunter fez um gesto apressado e foi embora sem se despedir do restante do grupo. Havia algumas coisas que gostraia de resolver o quanto antes. Tinha de passar no restaurante e agilizar o ensaio para as próximas noites com música ao vivo. Não gostava de deixar nada pela metade e assim poderia se divertir sem se preocupar. A verdade é que Hunter estava começando a se sentir estranho por passar tanto tempo com Lilly e Estella. Dizia a si mesmo que não era nada demias, só que estava aprendendo a vê-las de outra forma, principalmente Lilly. Seu gênio forte e indisciplinado só lhe mostrava o quanto ela era um caixa de surpresas. Gostava das inumeras expressões que ela vivia fazndo, da forma que parecia estar conversando com algum alimento, do cuidado que ela tinha com a amiga. Lilly era excepcional.  Precisava que alguém lhe explicasse o que estava acontecendo com ele. Nunca se sentira assim por garota alguma.

Decidido mandou uma mensagem passando as coordanadas para Lilly, pois a sua casa seria o ponto de encontro. Não poderia esperar até vê-la na festa.

*****

Hunter combinou de encontrar com as garotas na casa de Lilly. Assim seria melhor, pois poderiam conduzi-lo até o local da festa. Estava parado do lado de fora da casa, pois estava nervoso. Não devia, mas estava e não compreendia o motivo ou uma razão para sentir-se dessa maneira.

Tocou a campainha e esperou até notar que era Estella quem o atenderia. Ela estava ligada no 220 watts. Aquela noite ainda prometia muitas surpresas, pricipalmente se tratando da sanidade de Estella.

— Já estão prontas? — perguntou ele colocando as mãos no bolso.

Estella sorriu animada.

— Eu estou, mas a Lilly ainda estava colocando o sapato.

Ela começou a conduzi-lo até a casa. O pequeno jardim chamou a sua atenção. Louise havia colocado pequenas luzes e fazia com que se tornasse um lugar encantador. Não demorou para que ela aparecesse na porta. O olhar de Hunter a estudou por completo.

— Belo jardim! Sua mãe cuida bem... a ideia das luzes foi bem original.

— Minha mãe não cuida do jardim. — rebateu ela — Eu cuido.

— Não brinca! — começou ele irônico — Você não parece ser o tipo de pessoa que lida muito bem com a natureza e com as coisas delicadas.

— E você fica mais bonito calado.

Estella já estava se acostumando com a forma que os dois vinham lidando ao longo do tempo. Se não fosse desse jeito, não seria de nenhum outro. Era assim a regra entre eles. Lilly entregou um cartão onde havia o endereço do local da festa para Hunter.

*****

A música animada chegava aos ouvidos das garotas com muita rapidez. Estella já começava a se remexer toda. Até parecia outra pessoa. Sua agitação ficou num nivel extremo ao ver belos rapazes sem camisa dançando sensualmente as músicas da Anitta.

— Oh. Meu. Deus! — exclamou Estella pausadamente admirada — Eu morri e fui para o céu. É isso?

Hunter estava ao lado dela se controlando para não rir.

— Você é louca, minha filha — Lilly deu um murro leve no braço da amiga — Deveriamos ter suspeitado. Até parece que o Jorge iria se controlar, ainda mais quando o assunto é ele. Até que ele arrasou na escolha desses homens.

Hunter a olhou confuso. Ainda não conseguia acreditar no que acabara de ouvir.

— O Jorge é gay? — indagou ele.

— Com toda a certeza do mundo — respondeu ela simplesmente.

— Mas ele não parece... — Estella o interrompeu.

— Num mundo preconceituoso no qual vivemos não é necessário ter uma aparência definida. — ela respirou fundo antes de continuar com a história — Ele foi agredido algumas vezes por valeSntões, ficou arrasado, mas depois disso ele preferiu ser ainda mais discreto — ela o olhou orgulhosa — Todas as pessoas que estão aqui são as que o aceitam como ele é. Por isso ele está se sentindo tão livre.

Um leve sorriso surgiu nos lábios de Hunter.

— Não precisa se preocupar, pois ele não vai te assediar. O Jorge já percebeu que o seu interesse é em alguém ainda mais especial — ela fez uma breve indicação com a cabeça na direção de Lilly que estava distraida.

Ele encolheu os ombros.

— Tão óbvio assim?

— Só um pouco, mas agora vai se divertir um pouco — sugeriu Estella — Vou falar com alguns amigos.

O olhar de Lilly estava perdido em meio a aquelas pessoas que se movimentavam no ritmo da música tocada pelo DJ. Gostava de ver os amigos se divertirem, de esquecerem os problemas e as diferenças.

— Não pensa muito — brincou Hunter.

— O quê? — indagou ela saindo do transe — É legal ver o Jorge e a Joanna tão livre de si mesmos. A alegria deles é contagiante.

Hunter colocou as mãos em seus ombros obrigando-a ficar de frente para ele. Seria bom se ele soubesse que Lilly não se sentia bem quando o olhar dele se prendia ao seu. Ficava perdida. Sem chão e sem ar.

— Por que você não está sendo contagiada pela alegria deles? É a Laura?

Lilly baixou a cabeça jogando o cabelo para o lado. Ainda não sabia o que estava acontecendo, mas se tivesse uma segunda observação de alguém de fora poderia ficar mais tranquila.

— Antes fosse a Lauara, mas dessa vez passou bem longe. — ela o olhou firme nos olhos — Minha mãe tem andado muito nervosa e agitada. Já não aguenta mais ouvir o telefone de casa sempre que toca. Alguém a está irritando, Hunter. Isso está me deixando muito preocupada.

— Ei relaxa! — sua voz soou rouca em seus ouvidos — Deve ser alguém passando trote.

— Pode ser tudo, menos um trote. Quando recebiamos trote, faziamos questão de rir depois de tudo, mas agora é pior.

— Isso deve ser coisa da sua cabeça! Está com sede? — perguntou ele querendo mudar de assunto — Vou pegar algo pra você!

— Sem alcool! — lembrou ela divertida.

— Pode deixar.

Hunter se afastou dela indo em direção a mesa de bebidas. Ficou orgulhoso ao ver que Jorge se preocupara com a amiga, pois reservou um balde de gelo com várias latas de referigerante. Se perguntava se um dia chegaria a conquistar ao menos o afeto de Lilly. Mesmo que ele lutasse contra não conseguia deixar de pensar naquela garota. Ela conseguia deixá-lo fora do ar sempre que estavam juntos, mesmo que Lilly sempre estivesse na defensiva. Ela nunca se preocupava em fingir ser quem não era. Dizia na cara tudo o que pensava.

Sem perceber uma jovem se aproximou dele. Hunter apenas sorriu ao notar a sua presença. Era um pouco estranha, mas seria educado com ela.

— Oi! — cumprimentou a jovem tentando ser sedutora — Você parece um principe recém saido dos livros.

Ele franziu o cenho confuso.

— Posso ser tudo, menos um principe. Foi um prazer falar com você. — disse ele tentando sair de perto da mesa.

— Você tem namorada? — insistia ela.

Sentia-se encurralado diante daquela jovem. Teria que mentir se quisesse se livrara daquela pressão. Quem poderia usar como alibi? Olhou em volta rapidamente, foi nesse momento em que encontrou a saida que tanto esperava.

— Claro que tenho! — respondeu ele confiante —  A Lilly é a melhor pessoa com quem já me relacionei — sorriu sincero — Não posso trocar o certo pelo duvidoso.

A jovem custou a acreditar no que ouviu. Estreitou os olhos e o encarou enquanto se afastava. De vez em quando Hunter olhava por cima do ombro, pois esperava que ela desviasse o olhar. Com o refrigernate em mãos ele entregou a Lilly que abriu imediatamente e bebeu. Notava a perocupação emanar.

— O que você aprontou dessa vez? — quis saber ela irônica.

— Por que acha que fiz algo de errado? Dessa vez prometo que sou inocente.

Ela passou a lingua pelos lábios.

— Você está muito agitado e não para de olhar para trás. Pode começar a falar, meu bem.

Respirou fundo antes de começar a contar a verdade.

— Preciso muito da sua ajuda. Preciso que finja ser a minha namorada.

A coitada acabou se engasgando com o refrigerante. Pensou ter ouvido errado. Uma brincadeira sem graça, na verdade.

— Oi? Você ficou maluco e bateu a cabeça? — questionava ela nervosa — Que ideia mais maluca, Hunter.

— Desculpa, Lilly. Não queria que ficasse mal, mas é que aquela moça fica me observando e estou ficando mal com isso.

Lilly procurava essa moça, pois poderia ser apenas uma idiotisse de seu amigo.

— Cadê ela?

— Perto da mesa de bebida.

Discretamente Lilly procurou pela tal moça. Um sorriso lhe foi dirigido, mas Lilly não conseguiu se controlar e começou a gargalhar. Colocou as mãos na frente do rosto na tentativa de acalmar, mas era impossivel. Só piorava a situação.

— Não estou vendo graça nenhuma, meu bem. — resmungava ele — Tudo bem que é bonita, mas não faz o meu tipo.

— Hunter, ela é uma trans. — contou ela rindo.

— Mas que porra, Lilly!

— Relaxa, acho que já foi explicado, pois ela está com alguém que lhe deu a devida atenção.

Estella, Joanna e Jorge dançavam animadamente pela pista de dança. Faziam gestos chamando Lilly para se juntar a eles. Ela por sua vez não gostava de dançar em público, sabia que não levava jeito. Preferia ficar longe dos agitos, pois poderia ser um desastre na pista de dança. Não demorou para que Hunter logo estivesse com eles.

*****

Laura em seu quarto andava de um lado para o outro na tentativa de reuir mais informações sobre Lilly. Havia muitas coisas das quais não poderia lherevelar antes do tempo, mas sabia que seria um verdadeiro caos quando soubesse. Era assim que deveria ser. Não seria o tempo a apaziguar a rixa existente entre elas. Estava cansada de esperar noticias de seu pai. Havia tanto a lhe contar sobre o seu dia, sobre as suas descobertas e seus sonhos. Desde criança soubera que o pai tivera outra mulher além de sua mãe e que em alguma parte do mundo tinha uma irmã para chamar de sua, mesmo que não aprovasse a ideia.

Nunca foi fácil aceitar essa realidade, mas fingia não se importar. Mas se importava. Se aquela mulher maldita não o tivesse seduzido estaria vivendo como uma verdadeira princesa. Esperançosa de que pudesse ter uma conversa para animar a sua noite, sentou-se à frente do computador e analisou os conteúdos de suas pesquisas, mas logo as mensagens começaram a ser recebidas.

Anônimo diz: Alguma novidade, querida?

Laura diz: Não! Infelizmente estou dando alguns dias de descanso, preciso me concentrar no prpjeto da faculdade.

Anônimo diz: Tudo bem. Vou deixar você fazer os deveres. Preciso descansar um pouco também. Esses remédios que estou tomando tem me deixado cansado demais.

Laura diz: Devo me preocupar com o seu estado de saúde?

Anônimo diz: Não. Depois conversamos.

Laura diz: Tem certeza?

Anônimo diz: Tenho!


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