Unsaid Things escrita por Musa do CRI


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Tois?Tois. Parte dois ♥



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Os cabelos castanhos de Renata brilhavam com as luzes coloridas que iluminavam todo o salão. Seu corpo todo se mexia ao ritmo da música, que estava mais alta que o necessário — na humilde opinião da pessoa que aqui vos escreve, mas isso não vem ao caso.  Fazia alguns segundos que ela entregara sua tão preciosa câmera para um amigo aleatório, que desempenhava seu trabalho com muito entusiasmo, enquanto ela tinha a oportunidade de, finalmente, aproveitar o momento. Agora, junto a ela, toda sua delegação, que geralmente não se envolvia naquele tipo de confraternização, estava se divertindo e se mexendo da maneira que conseguia. Todos se divertiam. Todos riam. Todos eram felizes. O que deixava a líder do grupo ainda mais animada.

Seus olhos, porém, procuravam por alguém do outro lado do local. Por alguém, todos devem entender uma única e inesquecível pessoa, dona das batidas do coração da menina porto-alegrense: Ighor. Ele, como fotógrafo de sua delegação, se escondia atrás das lentes, capturando todos os momentos da festa. Seu desejo, é claro, era ir até ela, conversar e, acima de tudo, aproveitar os momentos de descontração para dizer tudo que não tivera coragem de dizer anteriormente. Mas ele deveria cumprir seu trabalho e tirar o máximo de fotos possíveis. Além de apaixonado, ele era um menino dedicado.

Não se sabe bem ao certo em que momento — já que o presente narrador estava muito ocupado com sua própria história festiva emocionante —, mas o fato é que Ighor parou suas atividades para se juntar à alegria dos demais. Renata, com seu sorriso contagiante, dançava no meio do salão com membros de outras delegações. Ela encarava a vinda do amigo com os olhos brilhando. Agora, eles poderiam finalmente ficar minimamente próximos, como ambos desejavam. Poderiam se divertir juntos. Poderiam fazer o que fora reprimido por tanto tempo, por tantas conversas com informações nas entrelinhas.

Em meio a uma dança de uma música qualquer, os dois se aproximaram. Seus corpos ficavam cada vez mais próximos. Num impulso, ela diminuiu a mínima distância ainda existente entre eles. Os olhos de ambos se fecharam automaticamente e, quando se deram por conta, seus lábios já estavam colados. Ighor pôde sentir nitidamente o perfume muito fraco de shampoo do qual tanto gostava e que o fazia flutuar nas nuvens. Naquele instante, ele não conseguia pensar em nada, só no quão boa era a sensação de tê-la tão perto, tocando-o de um jeito que até o momento era desconhecido. Queria que sua mente pudesse viajar para aquele universo paralelo em que não existiam delegações e rivalidades. Apenas existia os dois, seus lábios e todos os sentimentos contidos em forma de calor em seus corpos.

Quase todos os participantes do evento, em choque, formaram uma rodinha em volta deles, colocando, também, a atenção — indesejada — dos orientadores no casal. Renata, envergonhada, se separou rapidamente dele. Suas mãos e seus braços ainda sentiam o toque das mãos suaves dele e todas as sensações que ele trazia. Ela queria mais, mas sabia que não podia se aproximar novamente se não quisesse causar problemas para toda a sua delegação. Tudo que poderia fazer, então, era trocar um último olhar com ele antes de voltar à rodinha fechada de amigos mais ao canto.


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