Holanda escrita por Ginty Mcfeatherfluffy


Capítulo 1
Un peu maladroit




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Maurice, como de costume, foi tocar piano na sala de estar, pensando unica e exclusivamente nela: na mulher que não podia ter. E ela havia tornado-se tão bela, doce, sensível... E noiva, completamente inconsciente de seus sentimentos por ela. Por isso tocava, para confessar o que sua alma guardava e que a boca não podia dizer. Não viu, porém, que encostada à porta estava o amor, lhe sorrindo, lhe admirando. Ele sentiu seu coração descompassar, suas mãos suarem e seus olhos fecharem-se lenta e brevemente. Que feitiço é este que ela pôs nele? Será que conseguirá libertar-se? "Oh, Solenne. Pensei estar sozinho."

"Sabia que lhe encontraria aqui." Ele levanta-se, toma uma de suas delicadas mãos e a beija demoradamente, como se quisesse eternizar aquele momento. Depois de um pigarro, ele a soltou e conteve-se para não olhar-lhe nos olhos. "A senhorita conhece-me bem." Ela percebeu que o olhar dele percorria todo o cômodo, mas não a buscava; concluiu assim que ele não desejava vê-la e, isso a machucava pois o considerava um grande amigo. "Creio que não vim em boa hora. Não se preocupe, vou deixá-lo em paz." Ela fez menção de partir, entretanto, Maurice segurou seu pulso um tanto fortemente, o que o fez olhá-lo agora por inteiro, e ao contrário do que ela imaginou, ele não a soltou. "Dei a entender que tua presença era indesejada? Perdoe-me, fui um bocado desastrado." Cada palavra que ele pronunciava, apertava a mão de Isabel com mais força, assustando-a. Ela queria libertar-se de seus braços assim como ele queria libertar-se de seu olhar, de seu perfume, de tudo que a envolvia.

"Senhor Ravaillac, por Deus, está machucando-me..." À menção de seu segundo nome, ele a soltou. Se havia algo que ele detestava era a dona de seu coração chamando-o deste modo. Virando-se para o piano novamente, desculpou-se  e deu o assunto por encerrado.

 

No dia seguinte, todos na mansão estavam discutindo os preparativos para o baile que ocorreria na última noite de setembro. Estavam animadíssimos, pois o noivo de Solenne lhes daria um presente. Fábio estava prestes a destruir a casa, caso alguém proferisse outra vez o nome daquele patife miserável. A noiva, por sua vez, estava curiosa para saber do tal presente, ainda assim não estava pronta para casar-se.

Maurice e Solenne, antes tão amigos, passaram a evitar-se a todo custo, no entanto, não pense que é algo fácil evitar quem amamos; é uma tortura. Claro que o destino arranja meios para que coisas ocorram. Pois bem, não somos capazes de prever esbarrões. "Oh, eu sinto muito, Senhor Ravaillac." Preocupou-se Solenne, porém seu tom era mais gélido que o inverno mais denso. "Não precisa incomodar-se, senhorita Printemps" Ficava por isso mesmo, porém não na mente dos dois. Os sonhos que o senhor Ravaillac tinha com a senhorita Printemps já o assustavam, o queimavam por dentro, eram por demais reais.


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