Pelo bom músico, poeta e romântico que tu eras, apelidei-te de Cazuza.

Sempre achei que tu fazias jus ao apelido por ser um belo exagerado.

Nas declarações de amor, tu vivias a dizer que não serias nada sem mim.

Eu desacreditava.

Como alguém poderia entregar a própria vida nas mãos de outrem, ainda mais assim tão rápido?

Era exagero, não?

Hoje, sei que não.

Tu não eras Cazuza, Rodrigo. Mas, assim como a dele, tua partida foi precoce.

E mesmo agora, dois anos depois, ainda tenho aquela sensação de que deixei de ser um homem para tornar-me apenas um nada.