Obscuramente escrita por Dreamer Girl


Capítulo 7
Capítulo 7




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Estava na praia com meus amigos ouvindo um reggae e fumando maconha. Observando a lua cheia que é minha fase da lua preferida. A lua é o astro não luminoso mais maravilhoso e perfeito que existe. E era um privilégio vê-la nascer na praia todo dia. Em uma caixa de som pequena de má qualidade tocava, Me leva- 11:20, o som saía junto com um ruído alto.
Naquele dia estava tudo ocorrendo da melhor maneira, mais cedo Álvaro havia vindo me ver. Ele trouxe comida e uma toalha e fizemos uma espécie de piquenique na areia.

— O que você quer fazer? – Ele perguntou disposto a realizar todos os meus desejos.

— Eu queria ver o pôr do sol. – Expliquei. Eu tinha um caso de amor com o pôr do sol. Gostava da cor do céu. Aquele laranja amarelado. Fazia tudo parecer feliz.

— É uma ótima coisa para se fazer no fim de tarde. – Ele levantou e limpou as mãos. – Vamos ver o pôr do sol então.

Entramos no carro e fomos em direção ao Recife antigo. Onde ficava o marco zero. Álvaro disse que o pôr do sol lá era um espetáculo. Observei a paisagem pela janela do carro. O vento que entrava bagunçava todo o meu cabelo. Passamos por uma das pontes que havia em Recife, ao longe poderíamos ver claramente os prédios e o seu reflexo na água do rio.

Passamos também pelo cartão postal da cidade, bem no centro. Um canal com casinhas coloridas dos dois lados. Um pequeno barco passou por debaixo da ponte. Estava repleto de turistas e o guia falava algo inaudível no microfone. Estacionamos logo a frente, em uma rua cheia de prédios antigos e seguimos a pé para o marco zero. Aquela era a minha parte favorita da cidade, tudo era tão antigo e como boa apreciadora de história e coisas vintage, eu amava aquele lugar.

Como já era de se esperar o grande calçadão do Marco zero estava cheia de gente tanto turistas como moradores locais. Ali era uma área muito bem frequentada com vários restaurantes caros. Me aproximei mais da barra que ferro que impediam as pessoas de caírem dentro do rio. Alguns barcos estavam estacionados. Eles serviam para levar as pessoas ao outro lado onde ficava um museu a céu aberto com vários monumentos.

Ainda era cedo por isso Álvaro sugeriu que andássemos um pouco por ali. Eu concordei instantaneamente. Andamos um por um bom tempo pelo meio daqueles prédios antigos, a maioria com a pintura descascando, outros haviam recebido uma nova cobertura de tinta. Entramos na Caixa cultural. O chão era escavado como se algo tivesse acontecido debaixo da terra, não sabia ao certo o que. Subimos as escadas e entramos em uma exposição de pinturas. Eu não entendia muito bem sobre arte, havia estudado um pouco do renascentismo na escola, mas nada muito profundo.

Mesmo assim, observei cada imagem e tentei adivinhar qual mensagem cada uma delas queria passar. Eu estava distraída com isso. Quando Álvaro puxou meu braço. Entramos em uma sala com o teto e o chão de vidro. Um casal atravessou a sala normalmente. Mas eu não conseguia. Olhava para baixo e imaginava que aquele vidro quebraria e eu faria o maior estrago possível no local. Porém ele ficou me encorajando a atravessar. Segurei sua mão e andamos a passos largos. Cheguei ao outro lado feliz e ofegante. O beijei e voltamos a explorar o local.

Voltamos para o marco zero. O sol começou a se pôr deixando tudo com aquela cor alaranjada incrível. A bola de fogo por trás do monumento enorme que havia do outro lado do rio, era uma cena linda. Aos poucos a luz do sol foi perdendo o brilho e a noite dominou o céu. Álvaro me levou de volta para praia e foi para casa. Eu estava feliz, fazia tempo em que nós não brigávamos. Isso poderia ser considerado um avanço em nosso relacionamento, talvez as coisas estivessem evoluindo. O que eu não sabia é que aquele seria nosso último dia feliz.


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