Obscuramente escrita por Dreamer Girl


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oiii Havia um tempo em que eu estava com essa história na cabeça e depois que a serie 13 reasons why estourou eu decidi que precisava escrever sobre esse tema: Depressão.
Quero dizer que essa história vai mostrar a vida de uma garota com essa doença e que em nenhum momento ela vai se identificar com ela ou assumir que está com depressão, porque ela não sabe que está.
Esse livro não serve para induzir ninguém ao
suicídio e nem romantiza-lo e sim para mostrar que pode haver outras maneiras de seguir em frente.
E por último, vocês verão que as pessoas a volta de Émile, a personagem, não conseguem ver o que está acontecendo e por isso não fazem nada ou fazem ela se sentir uma pessoa horrível. Nessa história não terá certo ou errado e nenhum lado para apoiar, pois todos estão errados.
Espero que gostem. Postarei o primeiro capítulo em breve.
Beijos .

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Qual é o sentido da vida? Por que nós estamos aqui? E porque insistimos em seguir em frente quando sabemos que não vale a pena? No fim, seu coração será partido, suas lágrimas derramadas e o grito que você tanto reprimiu será lançado e atravessara a escuridão do silencio.

Você pode dizer que estou aqui para chamar a atenção ou que tudo isso é uma fase e vai passar, pode dizer todas as coisas de sempre, mas nada vai adiantar, porque não é exatamente isso o que quero ouvir. Na verdade, eu não quero ouvir nada. O que quero mesmo é alguém que não desista de mim e não me deixe partir.

Eu não sei responder as perguntas a cima, e tenho certeza que você também não. Você pode até ter algumas teorias, mas nada que seja comprovado. Quem pode me culpar por algo enquanto vivo uma vida tão incerta? Uma hora estamos bem e outra tudo ao nosso redor desaba.

Então fecho os olhos e deixo a música fluir através dos fones de ouvido.

Eu estava no chão do meu quarto, pensando seriamente no que faria a respeito do meu trabalho de filosofia. Eu teria que criar minha própria teoria sobre o meu papel no mundo. Eu estava pensando em não entregar nada, mas minhas notas já estavam baixas o suficiente.

O meu verdadeiro desejo era me tele transportar para outro universo onde eu tinha amigos e uma família que gostava de mim, mesmo eu não sendo a pessoa mais perfeita do mundo. Mas sempre que abria meus olhos e me encontrava no mesmo lugar de sempre. A realidade.

Eu era a única filha dos meus pais, eles passavam mais tempo brigando do que qualquer outra coisa, mas em público sempre passavam a impressão de serem o casal mais feliz do mundo e os melhores pais que alguém pode ter. O que também não era verdade. Minha mãe me culpava pelo seu casamento fracassado. Ela sempre diz que se eu fosse igual a filha da sua amiga Helena, uma garota metida, que se faz de santa na frente dos pais, a qual eu tenho a infelicidade de dividir a escola, as coisas seriam melhor entre eles. Porque de acordo com minha mãe Luana tirava notas excelente e arrumava a sua cama todas as manhãs.

Mas eu vou dizer o que Luana faz. Ela humilha os mais fracos na escola e troca de namorado todo dia. Eu nem sei se todos aqueles garotos eram mesmo namorados delas. Eu não tenho nada contra quem tem vários namorados, mas tenho muita coisa contra Luana. Aquela vaca falsa. E para completar. Luana vai ter uma festa de 16 anos maravilhosa, lacradora. Já que ano passado a avó dela deve câncer e ninguém tinha animo para comemorar nada.

A festa vai ser estilo quinze anos e é claro que eu fui selecionada para ser uma das garotas que vou dançar no dia. Ela não ficou feliz com a notícia, muito menos eu. Mas sua amiga Fernanda foi fazer intercâmbio na Austrália e infelizmente eu tive que preencher sua vaga. Eu não tive festa de 15 anos. Minha mãe disse que minhas notas estavam muito baixas e que não ia gastar dinheiro comigo.

Está tudo bem, eu não queria mesmo uma festa. E também não queria que Luana tivesse uma festa. Ela também não merece, mas de acordo com os adultos ela é uma princesa. Só se for de Lúcifer. Aquela garota é uma ridícula. Você pode pensar que estou exagerando, mas quando conhecê-la ira concordar comigo.

Minha mãe me chamou, é hora do jantar. Maravilha.

Sentei na mesa e comecei a comer sem falar com ninguém. A maioria das vezes em que nos reunimos na mesa eu saiu chorando então quando está todo mundo calado eu sinto que é o meu dia de sorte.

— Amanhã vamos jantar na casa da Helena. – Anunciou minha mãe.

— Tudo bem, nós vamos – concordou meu pai.

— Eu não quero ir. – Protestei. – Posso ficar aqui e fazer meu próprio jantar.

— É claro que você vai. – Minha mãe me fuzilou com os olhos. – Não faça eu me estressar novamente.

Meu pai colocou um pedaço de frango na boca. Ele nunca falava nada em relação a mim.

— O aniversário vai ser quando? – Perguntou ele distraído.

— Sábado – respondi saindo da mesa.

Até que não foi tão ruim. O problema era ter que aguentar Luana e suas amiguinhas ridículas. Respirei fundo e me concentrei na música que estava tocando. Seria uma longa noite.


Estava eu sentada na cabeceira da mesa, enquanto Luana e suas amigas estavam do outro lado. Rindo alto de alguma coisa que eu não estava disposta a saber. Quem foi a idiota que inventou de fazer uma mesa apenas para adolescentes? O lugar que estávamos parecia uma estufa, era todo revestido de vidro. Até o teto.

— Você vai mesmo deixar Álvaro dançar com ela? – Perguntou a amiga loira de Luana.

— É, eu já disse pra todo mundo que o meu príncipe vai ser o Gabriel, não posso mudar de ideia. – Eu ouvia tudo isso sem está interessada.

Sabia que Gabriel era um dos namorados de Luana e Álvaro, era um dos garotos mais bonitos da escola. Ela tinha reprovado alguns anos então era dois anos mais velho que todo mundo. Ele sabia dirigir e tinha o próprio carro. O que fazia as garotas enlouquecerem, mas ele não ligava para elas.

— Coitado, vai ter que passar a noite toda olhando para cara feia dela. – Elas me olharam e deram sorrisos maldosos então percebi que estavam falando de mim. Saí da mesa e fui para o jardim.

Minha cara não era feia, eu podia não ser a garota mais linda do mundo. Mas também não era a mais feia. Eu era normal. Tinha cabelos pretos no ombros, olhos castanhos e pele clara.

— Hey, Émile. – Chamou Gabi, amiga de Luana.

— Algum problema? – Perguntei friamente.

— Você pode entregar a sobremesa na mesa dos adultos? – Ela me entregou uma caixa quadrada de uma confeitaria.

Eu levei a caixa para dentro da casa e a coloquei diante de Helena.

— A sobremesa. – Anunciei pensando está fazendo a coisa certa.

Quando Helena abriu a caixa, a terra se esparramou por cima da mesa sujando tudo. A caixa estava cheia de terra. E na porta Luana entrou segurando uma caixa igual a minha. Ela a colocou em cima da mesa e começou a falar.

— Que brincadeira sem graça Émile, se não gosta de mim então venha resolver seus problemas comigo, mas não arruíne o jantar dos meus pais. – Ela estava tão seria que não tinha como não acreditar que ela estava falando a verdade.

Eu estava tão atônita que não consegui me defender. Minha mãe estava vermelha de raiva e os convidados sussurravam coisas inaudíveis. Eu apenas saí correndo, voltei para o jardim e comecei a chorar antes da minha mãe me encontrar e me levar para casa.

— Você sempre tem que fazer eu passar vergonha em público. Você faz isso para me provocar, Émile. Colocar terra em cima de mesa. Isso foi de mais. – Ela falava enquanto meu pai dirigia rapidamente.

Eu só queria desaparecer. Deixar de existir. Não queria que sobrasse nenhuma prova de que um dia eu fui real.

Quando cheguei em casa fui para o meu quarto e voltei a chorar, a vida é tão injusta comigo. Por que Luana tinha que ser perfeita aos olhos da minha mãe e das outras pessoas e eu tinha que ser a aberração? Por que eu havia nascido para ser odiada? Tinha que haver algo melhor que isso. Tinha que haver!


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