Eu estou sentada na mesma mesa do bar, como acontece todas as noites em que não estou ocupada demais com algum cara ou quando tem alguma prova extremamente difícil sobre comunicação visual.  Eu não sou uma pessoa exatamente feliz romanticamente, mas também não sou nenhuma depressiva. Quando vou chamar o garçom para mais uma rodada, eu acabo achando uma das pessoas responsáveis pelo meu estado não tão feliz de todos os dias: Sirius Black. O idiota que me fez de boba me deixando sozinha depois da nossa primeira noite de encontro com somente um bilhete com alguma desculpa esfarrapada que eu nem faço questão de lembrar. Nenhuma ligação, nenhuma troca de olhares, nada. Na verdade é como se eu não existisse mais para ele, e na minha cabeça eu relembro disso sempre que o vejo com alguma dessas idiotas que ainda caem nos truques dele. Até que inesperadamente a sua figura caminha em minha direção com um sorriso de lado no rosto.

—E ai Mckinnon?

—Nossa, você sabe meu nome! Estou impressionada com tamanha memória Black. O que você quer aqui?

—Ai! Essa doeu Marlene! Eu não posso nem vir dar oi para uma amiga?

—Você não é meu amigo Black, agora vaza! Xô! - Disse com uma cara não muito amigável. Como ele tem a audácia de chegar em mim assim desse jeito? Não tem medo de morrer não?

—Nossa? Por que tão braba assim comigo em? Eu não te fiz nada! Ou fiz?- O idiota nem lembra. Ele nem tem a simples consideração de lembrar daquela noite. Chamo o garçom e peço a garrafa de wiskey mais alcoólica  que ele tem.

—Se você fez ou não, não é da sua conta Black! Agora, por tudo que é mais sagrado, me deixa em paz! - Pego a garrafa do garçom, pago as minhas bebidas para o mesmo e saio do bar com a garrafa na mão.

Já estou na metade do caminho de casa quando ouço uma voz me chamar

—Marlene! Mckinnon! HEY! -Ah não, ele de novo não. Me viro e dou de cara com.... Uma bala para quem acertar... Isso mesmo! Sirius Babaca Black.

—O que foi agora em criatura? Já não basta me infernizar quando eu estou bebendo, no meu momento mais sagrado, agora você me inferniza quando eu estou indo para casa também?

—Eu só queria saber o que eu te fiz, por que não é justo ficarmos brigando sem motivo!

—Sem motivo Black? Sem motivo? O motivo é você ter me largado depois da nossa primeira noite sem nenhum propósito aparente,só com um bilhete escrito alguma desculpa esfarrapada, e no mesmo dia eu te ver saindo com uma menina diferente! Você me dá nojo Black. Nojo. -Quase grito, mas então respiro e continuo:

—Se você ao menos se lembrasse que isso aconteceu eu ficaria melhor, mas o fato de você não se lembrar só mostra que eu fui mais uma para você, só mais uma distração de uma noite que você iria trocar no dia seguinte! E eu fiquei muito mal por que eu realmente gostava de você, mas você nem se importou.

—Lene... Eu... Eu gostava de você também! E você acha que eu iria te largar assim? Eu era um babaca na época, achando que ninguém me merecia, mas é exatamente o contrário: Eu não te mereço. E você é uma mulher extraordinária Lene, eu não queria te quebrar assim, eu nem sabia que eu iria te machucar desse jeito. Desculpa, mesmo. Sem você quiser eu saio e não olho mais para a sua cara.

—Não... Black, eu não posso dizer que eu confio totalmente em você, mas eu reconheço um pedido de desculpas sincero.

—Então... Como eu posso me provar arrependido?

—O que você acha sobre parar com a galinhagem e tomar umas comigo? Aí nós pensamos...-Falo olhando para os seus olhos. A verdade era que mesmo com ele sendo um idiota eu ainda gostava um pouco dele.

—Bem, um drink a isso então! Você quer ir para a minha casa? A minha​ moto está na frente do bar, e tem um capacete sobrando...

—Só se você prometer que não vai me sequestrar. 

—Bem, isso eu não posso prometer -Ele fala com um sorriso sacana no rosto e eu dou uma risada.

Após chegarmos na casa dele (que era muito bonita por sinal, com um decoração meio retrô), sentamos em um mini-bar com uma estante cheia de várias garrafas de cores diferentes.

—Não me diga que o seu sonho é ser um bartender Black! -E ele m dá um sorriso irônico.

—Não, na verdade eu fiz um curso de bartender, mas na verdade o que eu faço mesmo é faculdade de fotografia.

—Fotografia? Não é muito a ver com você Black. Mas eu posso ver as suas fotos?

—Pera aí que eu vou buscar a minha câmera. - Saiu do mini-bar, assim me deixando com meus pensamentos. Quando voltou, tinha uma câmera profissional em mãos e um sorriso de canto. 

—Tenho certeza que você vai amar as fotos Mckinnon.- liga a câmera e clica na opção de visualização de fotos. As fotos eram realmente bonitas: paisagens, fotos, rostos desconhecidos. Mas uma me chamou a atenção: Era eu, sentada no shopping gargalhando, com a minha melhor amiga na minha frente. 

—Essa eu tirei não faz muito tempo, você sabe. Eu queria ter coragem para ir falar com você, mas acabei tirando uma foto, já que eu estava com a minha câmera...- Olhou para mim, no fundo dos meus olhos. Desliguei a câmera e o entreguei. 

— São realmente boas Black, parabéns. 

—Obrigado Mckinnon. E você deveria me chamar de Sirius, agora que nos damos bem. 

—Então me chame de Lene.- Abri um sorrisinho e ele pôs a câmera na mesinha de centro. 

—E daí Lene, quer beber uma? 

Após algumas bebidas exclusivas feitas por ele, o clima começou a ficar mais leve e preenchemos o ar com risadas. 

—Eu não acredito que ele realmente pegou um violão e fez uma serenata para a Lils! Ela nunca me contou isso!-Gargalho alto enquanto ele me conta mais uma das tentativas de James de conquistar minha amiga Lily. Eles são amigos agora, mas eu não duvido que isso evolua. 

—Óbvio que não! Foi vergonhoso até para ele-Ele chegou mais perto involuntatiamente. 

—Bl-Sirius eu não acho que... 

—Que o que Lene?- Chegou mais perto com um olhar provocativo. 

—Que nós deveríamos f...-ele me interrompeu colando seus lábios aos meus. Eram diferentes do que eu lembrava: Eram mais doces, mas ainda provocativos. Ele segurou fortemente a minha cintura e minhas mãos foram para seus cabelos brilhantes e macios. Ele descolou rapidamente sua boca da minha e disse: 

—Quarto...-Pegou-me no colo e eu entrelacei minhas pernas na sua cintura, com ele me levando para o seu quarto. 

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Acordei com uma dor de cabeça horrível, a ressaca sempre me atacava forte de manhã. Virei para o lado e não me surpreendi com o que vi: um espaço vazio. Naquela hora não aguentei: comecei a chorar, por ser idiota, por acreditar nele, por ele ser um idiota, enfim, por tudo. Até que eu ouvi a porta se abrir. 

—Lene eu fiz um... O que aconteceu!?- largou uma xícara de café na mesinha de cabeceira e me abraçou, enquanto eu soluçava. 

—V-você ac-conteceu Sirius! 

Ele me soltou, preocupado. 

—O que eu fiz lene? Eu te machuquei? Ai meu Deus eu te machuquei! 

—Não foi isso... É que eu acordei e não te vi do meu lado, então eu.... eu pensei que você tivesse me deixado aqui sozinha. 

Ele olhou para mim com uma expressão indignada e incrédula. 

—Mais eu te disse que eu não ia embora! Eu mudei Lene, eu te falei... Me dói muito que você ainda tenha essa visão de mim. Eu fui para a cozinha fazer café já que ajuda com a ressaca. Pega enquanto ainda está quente.- Me entregou a xícara de café e continuou: 

— Eu gosto muito de você, muito mesmo, e se você quiser eu não saio com mais ninguém para ficar com você. 

Fiquei boquiaberta com a sua "proposta". Ele era Sirius Black afinal: sempre com alguém diferente...

—É sério isso? Sem truques ou câmeras? 

—Sim Lene, mas se você não quiser não precisa, eu sei que você não confia assim em mim... 

—É claro que eu quero, e eu vou confiar em você, mas saiba que se você pisar na bola uma vez eu caio fora Sr. Sirius. 

Ele quase derrubou sua xícara de café de tanta felicidade. Com um sorriso no rosto, ele chega perto de mim e me beija. 

—Eu sempre pensei que eu seria orgulhoso demais para dizer isso, mas eu te amo. Eu te amo tanto que dói. 

— Eu também te amo Sirius. 

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