Cinquenta Tons de Anastácia escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 8
Alice Grey


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/ANjTtWZj9xY



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735941/chapter/8

P.O.V. Alice.

Eu me lembro dos meus pais brigando. Eles brigavam por minha causa. Eu tinha uns seis anos na época.

Flashback On.

—Ela não se veste direito! Não se veste como uma moça! Ela parece uma louca! Sempre olhando para o nada, conversando com o nada!

—Ela é quem ela é! Ela é o que ela é! Alice é nossa filha! Você sabe que ela não consegue diferenciar os vivos dos mortos.

—Ela nunca vai poder sair pro mundo!

—E porque não?!

—Você mesma disse que Alice não diferencia os vivos dos mortos.

Eu sai correndo e tropecei, eu rolei três lances de escada.

—Alice, querida.

—Não me chame de querida! Você tem vergonha de mim, adivinha papai, agora eu também tenho vergonha de você. Você mereceu o que o seu padrasto fez com você! Você nunca quis ser meu pai, só que agora eu é que não quero ser sua filha!

Eu levantei, meu corpo estava dolorido e ralado, mas eu não liguei. Eu corri pra fora, sentei no balanço e chorei.

P.O.V. Christian.

Se arrependimento matasse, eu já seria um cadáver apodrecido. Eu tinha feito a minha filha de seis anos chorar. Ela me atacou sem piedade, revidou e tocou na minha ferida.

Anastácia olhou pra mim com desapontamento. E foi procurar Alice. 

Ana a encontrou sentada no balanço, chorando.

—Amor, quer contar o que aconteceu?

—Você sabe o que aconteceu. Papai tem vergonha de mim, me acha uma aberração que nem todo mundo. Eu só tenho você mamãe e a vó Grace.

—Oh, o seu joelho está sangrando.

—É que eu cai.

—Vem.

Anastácia fez um feitiço de cura em Alice.

—Alice...

—Cala a boca. Eu não quero ouvir as suas mentiras.

—Não fala assim com o seu pai.

—Porque não? Ele me chamou de doida. Como se ele fosse normal. Você vai ver só! Eu vou contar pra vovó e ela vai brigar com você.

Alice pegou o telefone e ligou para Grace.

—Alô?

—Oi vó. Sou eu, a Alice.

—Oi querida. Tudo bem?

—Não. O papai me chamou de doida e disse que eu não me visto que nem menina, disse que eu nunca vou poder sair de casa.

—O que?!

—Papai me chamou de doida...

—Eu ouvi querida. Ele está ai?

—Ta.

—Passa o telefone pra ele.

Ela deu um sorrisinho vitorioso e disse com tom de... se ferrou:

—É pra você.

—Oi mãe.

—Agora você me chama de mãe né? Me diz que você não fez o que ela disse que fez.

—Como eu ia saber que ela tava ouvindo. Eu estava brigando com a Ana.

—Meu filho, desde que ela nasceu você sabia que ela não seria uma criança comum. A sua mulher é uma bruxa querido. Alice levitava no berçário do hospital. Não a trate como seus pais biológicos trataram você. Ela é acima de tudo e de todos sua filha. Sabe, Christian eu sempre soube que você tinha problemas, desde o primeiro momento em que nos conhecemos no hospital. Eu nunca forcei você meu filho, eu nunca te pressionei ou esperei que você fosse algo que você não é. Eu te amo por quem você é e não por quem eu queria ou esperava que fosse. Isso é ser pai. É aceitar o seu filho ou no seu caso filha com todos os seus defeitos e qualidades.

—Mãe...

—Alice é uma criança extraordinária, como você. Você é super dotado e a Alice é a garotinha que faz magia e concerta asas de borboletas.

—Concerta asas de borboletas?

—Eu vou ai e quero que veja uma coisa. Até já meu filho.

Logo a minha mãe chegou e Alice correu para os braços dela.

—Oi querida.

—Eu aprendi um feitiço novo.

—É mesmo?

—Eu faço as penas do travesseiro flutuarem.

—Depois você me mostra. Porque agora eu quero mostrar uma coisa pro seu pai.

Minha mãe ligou a televisão, colocou na entrada do DVD e colocou o disco lá dentro.

Eu vi Alice andando de mãos dadas com ela pelo jardim, conversando sobre pintura e tintas. Até que elas chegaram a um canteiro de flores.

—Oh! Olha vovó uma borboleta. Eu acho que ela ficou presa.

—Está com uma asa quebrada. Coitadinha.

Ela tirou sua pulseira a que sempre usava e deu na mão da Grace.

—Shh. Não pode contar pra mamãe.

Ela usou sua magia para curar a asa quebrada da borboleta. Que saiu voando.

—Tchau.

Flahsback Off. 

P.O.V. Alice.

Eu já perdoei ele e agora eu tenho quinze anos e vou para a escola pela primeira vez desde sempre.

—Pessoal, conheçam sua nova colega de classe a senhorita Alice Grey.

—Oi.

—Seja bem vinda. Pode se sentar onde quiser.

—Obrigado.

Eu me sentei no fundo. E tudo o que a professora falou eu anotei. Então ouvi um barulho estridente e vi os alunos pegarem outros livros e fiz o mesmo, eu passei o dia inteiro só segundo o fluxo.

Eu peguei a comida no refeitório e me sentei. Eu coloquei os fones de ouvido no celular e coloquei a música para tocar. The Bonny Swans da Lorena Mckennitt.

Estava comendo quando uma garota sentou na minha mesa. Eu tirei um dos fones e disse:

—Olá?

—Oi. Meu nome é Mackenzie, mas pode me chamar de Mack.

—Alice.

—Eu sei. Você é a filho Christian Grey não é?

—Sou. É por isso que tá aqui? Quer o dinheiro dele e o status?

—Não. Eu não ligo pra isso, só vim avisar.

—Sobre o que?

—Elas. Ta vendo as garotas de rosa?

—Sim.

—Elas vão se aproximar de você pelo seu status e pelo seu dinheiro.

—Obrigado Mack.

—De nada.

Ela ia levantar, mas eu disse:

—Espera. Fica.

—Sério?

—Sério.

Ficamos conversando e rindo, pela primeira vez eu ri de verdade.

—Quando eu tinha doze, fui a minha primeira aula de equitação e eu acabei com o professor.

—Como?

—Segredo. Digamos que é um dos meus dons.

—É verdade que você nunca veio á escola?

—É. Minha mãe me educou em casa.

O sinal tocou.

—Aula de história. Que porre.

—Fica comigo que não vai ser um porre.

A professora começou a dar a aula e a cada frase em latim que ela falava me doía o ouvido. A pronuncia dela estava toda errada.

—A senhorita está bem senhorita Grey?

Eu respondi pra ela em latim:

—Toda a vez que você abre a sua boca pra falar latim me dói o ouvido. A sua pronuncia é horrível. Você não sabe falar com a entonação certa, mas não é culpa sua. Você nunca teve alguém que estivesse lá quando a língua era falada pra te ensinar.

—E você teve?

—Tive. Por isso a minha pronuncia é perfeita, impecavelmente perfeita.

—Você fala latim?

—Falo. Eu falo latim, aramaico e copta. Sei ler, escrever e falar. Sem nenhum errinho.

—Você não fala direito. A professora fala de um jeito e você fala de outro.

—É porque ela não fala direito. Phesmathos Incendea.

A cortina pegou fogo.

—Shuta Incendea. 

O fogo apagou.

—Ainda acha mesmo que você sabe alguma coisa sobre falar latim? Você não sabe.

—Como você...

—Sabe aquele vídeo da internet do bebê levitando na maternidade? O bebê era eu. E é cem por cento autêntico.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cinquenta Tons de Anastácia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.