P.O.V. Alice.

Conseguimos viajar no tempo, mas fomos mais pro passado ao invés de voltar pro futuro.

E encontramos outra recorrência. Adivinha quem é?

—Romeu Montecchio.

E ele se apaixonou por mim. Todas as três recorrências se apaixonaram por mim! 

E eu estou perdida, literalmente e metaforicamente perdida.

—O mais bonito chegou.

—Oi Ben.

—Como sabia que era eu?

—Mesma cara personalidades diferentes. Você era o último que faltava.

—Pra que?

—Eu preciso de uma quantidade massiva de energia mística para nos levar pra casa e por isso eu vou usar o sangue das recorrências. Vamos.

P.O.V. Ben.

Nós fomos caminhando e ao chegarmos na sala ela ficou extremamente irritada.

—Ótimo. Para que o ritual esteja completo e eu possa ir pra casa eu preciso do sangue dessas malditas recorrências. Agora, onde estão Tweedle Dee e Tweedle Dum?

—Oh, és como o sol que brilha pela janela.

—Um já apareceu. Cadê o Bingley.

E finalmente o Bingley deu as caras.

—Temos os quatro vamos começar.

Ela colocou um grimório encima da mesa.

—O que é isso?

—É o grimório da Alice.

—Gri o que?

—É um livro mágico de feitiços idiota.

—Calados! É um talismã. Como foi feito na minha época ele vai ser a porta que nos levará de volta. Agora, mãos sob a mesa, palmas pra cima.

O Bingley deu a mão exitante e ela teve que puxar.

—Desculpe amor, doeu?

—Eu já passei pior.

Minha vez eu presumo.

—Cuidado tá? Eu preciso da minha mão pra lançar a bola.

Ela revirou os olhos e eu apertei a faca em volta da mão.

O Montecchio deu a mão sem exitar. E logo ela começou a recitar o feitiço.

—Não!

—Ta feito?

—Não Mack não tá feito! Apareça seu desgraçado!

De repente todas velas se apagaram e a Mack logo tirou uma lanterna da bolsa.

—O que aconteceu? Todas as velas se apagaram. Na casa inteira.

—Espera ai...

A Mack apontou as lanternas para as nossas caras.

—Eu só consigo contar três recorrências. Onde tá o romântico suicida maluco?

—E onde ta a nossa maluca?

Felizmente conseguimos recuperar todas as recorrências e a Alice pode completar o feitiço. E conseguimos voltar pra casa, mas o desgaste físico na Alice foi demais.

—Alice. Ei, fica comigo. Eu vou chamar uma ambulância.

—Eu consegui Ben, estamos em casa.

—É estamos em casa.

Logo ela foi internada e ficou bem.

—Conseguimos. Funcionou. Funcionou. Estamos aqui, estamos de volta.

P.O.V. Alice.

Eu acordei no hospital. Com ele olhando pra mim como se eu fosse a coisa mais linda do mundo.

—Oi Romeu. Você ficou ai me olhando esse tempo todo?

—Fiquei. Vós sois a mais bela dentre as belas.

—Obrigado.

Reencontrei meus pais, minha mãe teve um ataque, meu pai teve um ataque e bom, vamos voltar á normalidade se é que tem alguma coisa de normal na minha vida.

—Amanhã vamos pra escola e você e você vão com a gente.

—E como explicaremos a semelhança?

—Usamos o bom o velho conto dos irmãos gêmeos separados ao nascer.

—Mas, não tem registro do nascimento deles. E o registro que existe é de séculos atrás!

—Eu faço um.

—O que?! Desde quando falsifica documentos?

—Pai, você tem o seu quarto vermelho e eu tenho o meu por fora. Eu guardo o seu segredo e você guarda o meu.

—O que?

Eu peguei o celular e mostrei pra ele as fotos que eu tirei do quarto vermelho e ele ficou com uma cara...

—Se você me dedurar, eu deduro você. E todas essas fotos mais o vídeo que eu gravei lá dentro vão parar na internet. E ai todo mundo vai saber o seu segredinho Christian Grey e a sua imagem vai pro ralo.

—Sua...

—Ter que ficar sozinha pulando de época pra época me deixou esperta. Além do mais você me ensinou que eu devo estar sempre um passo a frente.

—Eu estou bravo, mas orgulhoso de você. Minha sobrevivente.

Eu consegui falsificar os documentos das recorrências. E dei um jeito de fazer a mãe do Ben acreditar que era mãe dos outros dois também.

—Como fez minha mãe acreditar?

—Feitiço do Glamour. Uma ilusão tão poderosa que deixa qualquer um de quatro.

—E o seu pai? Quer dizer nosso pai?

—Morreu lutando no Afeganistão quando eu tinha quatro anos.

Mudando de assunto, quanto ao feitiço que eu lancei sob a Lola Jones, ela conseguiu falar de novo. E tudo o que ela tem falado ultimamente é sinto muito, mas ninguém realmente acredita.

Pois é quando você passa sua vida inteira mentindo e decide dizer a verdade ninguém acredita.

P.O.V. Romeu.

O mundo dela é um lugar totalmente diferente do meu. E eu não sou o único que se sente deslocado, Charles também se sente deslocado.

Ela faz o melhor que pode para nos integrar, nos ensinou a vestir, falar, andar e me avisou que para o mundo eu era um personagem de um romance de Shakespeare.

E o pior é que eu sei que estou competindo com os outros três pela atenção e pelo coração de Alice.

—Ela se apaixonou por mim primeiro. Eu sou da época dela, eu a conheci primeiro.

Disse Benjamin.

—Eu sou um Lorde. Tenho terras, fortuna.

Disse Charles.

—Eu também sou um Lorde, tenho terras e fortuna, mas o amor não liga pro dinheiro.

Eu rebati. Então ela entrou no meio.

—Chega! Eu to cansada disso! Olha, como na minha família os namoros nunca são muito convencionais... eu tenho plena certeza de que ninguém vai ligar se eu tiver três namorados.

Nós ouvimos aquilo e gritamos em coro:

—O que?!

—Qual é? Deixem disso, além do mais eu não quero ser a responsável por separar três irmãos gêmeos que acabaram de se reencontrar.

—Você sabe que não somos irmãos não sabe?

—É claro que eu sei Charles, mas o mundo não sabe e a última coisa que eu quero é cair na boca do povo. Ficar com fama de vadia destruidora de famílias.

—Porque se importa tanto com isso?

—Porque eu sou filha do Christian Grey, o maior empresário que o mundo já conheceu. Dono da maior Holding do mundo, ótimo administrador etc, etc, etc.