Begin Again escrita por Ciin Smoak


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi oi meus amores, aqui estou eu com mais uma one..Sim eu sou aquela escritora que está com fanfic atrasada, mas arruma tempo pra escrever mais uma kkkkkkkkkkkkkk...
Meus leitores de Heart Attack tenham calma que logo logo posto capitulo novo lá!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735891/chapter/1

Respiro fundo enquanto me olho no espelho, é a primeira vez que vou sair pra algum lugar desde que Jesse e eu terminamos há oito meses. Não é como se eu tivesse me trancado dentro de casa, eu ainda ia pra faculdade, fazia compras no mercado e todas essas outras coisas do dia a dia, mas nunca mais sai de casa por prazer, por diversão, pela simples vontade de andar por aí e fazer algo diferente.

Hoje eu acordei com uma vontade gigantesca de comer um doce de frutas vermelhas que é vendido em uma cafeteria que fica perto do meu antigo apartamento, ela fica a uns 20 minutos de carro e eu nunca mais fui lá desde que me mudei, mas de alguma maneira desconhecida quando eu abri os olhos nessa manha senti que precisava ir lá e desde então aquele doce não sai da minha cabeça.

Estou feliz por esse ser o primeiro lugar que meu coração pede pra ir por diversão, aquela pequena cafeteria me lembra da minha infância, eu costumava ir lá com os meus pais todos os dias, eles tomavam cappuccino enquanto eu comia aquele doce de frutas vermelhas. Depois que eles se mudaram pra Atlanta e eu fiquei sozinha aqui em Nova York estudando psicologia eu nunca mais voltei naquele lugar, acho que eu não queria ir sozinha, sabia que a companhia dos meus pais me faria falta. Eu até tentei ir com o Jesse, mas ele disse que não iria sair de casa e ir tão longe sendo que existia uma cafeteria aqui do outro lado da rua.

Ele nunca me entendeu!

Coloco uma saia plissada branca que vai até os joelhos e uma blusa de mangas curtas azul, nos pés um sapato de salto médio branco, sorrio para o meu reflexo e me lembro de todas as vezes que ele disse não gostar de me ver de salto alto. Saio do meu apartamento e coloco os fones de ouvido, gosto quando percebo que o aleatório do celular começa diretamente em The Scientist do Coldplay, essa é a minha musica favorita e me lembro  que o Jesse dizia não entender essa musica, mais uma vez ele não entendia.

FlashBack On

—Eu não entendo porque você escuta essa musica, o nome dela e algumas partes da letra não fazem sentido com o resto da canção. Ele era um cientista e por isso perdeu a mulher que amava? É a coisa mais idiota que eu já ouvi.

Suspiro cansada e levanto a cabeça em sua direção.

—É um paradoxo Jesse, uma comparação. Não quer dizer de verdade que ele é um cientista nem nada disso. A musica fala sobre um homem que ficou tão perdido observando a vida, as outras pessoas, dando mais atenção a si próprio e a coisas banais que acabou não enxergando a mulher incrível que tinha ao lado dele e só percebeu tarde demais, quando a perdeu. É sobre arrependimento e se focar no que é realmente importante apesar das dificuldades impostas pela vida.

Jesse revirou os olhos e bufou. Voltei o olhar para o livro que estava lendo e o escutei murmurar baixinho.

—Como eu disse, é a coisa mais idiota que já ouvi.

FlashBack Off

Aceno para o primeiro taxi que aparece e assim que ele para entro e digo o endereço da cafeteria, faça a não tão curta viagem de olhos fechados e quando dou por mim sinto que o carro já está parando. Pago o taxista e encaro a cafeteria a minha frente, ela é toda feita de madeira, tem um ar rústico, sinto meus lábios se abrirem em um sorriso e quase posso me ver sentada com os meus pais na ultima mesa do lado esquerdo.

Entro na cafeteria rezando pra que eles ainda façam aquele doce e paro feliz em frente ao balcão quando o vejo ali no mesmo lugar de sempre, há um único doce e suspiro aliviada por ter chegado a tempo, me deixa satisfeita saber que algumas coisas da vida não mudam.

Ouço o pequeno sino da cafeteria tocar enquanto espero algum atendendo aparecer e logo vejo pelo canto do olho um homem parando ao meu lado, ele é bem alto e tem um cabelo castanho que vai até os ombros, não tenho uma visão completa dele, mas me parece ser muito bonito.

Volto meu olhar pra frente assim que a atendente aparece.

—Pois não?

—Eu quero o doce de frutas vermelhas. –Eu e o homem ao lado dizemos juntos e rapidamente olhamos um pro outro, ele parece surpreso e constrangido pela situação, acho que eu não estou muito diferente. –Ahn, pode ficar com o doce, eu volto aqui amanha sem problemas. –O homem me da um sorriso gentil e se vira, por algum motivo desconhecido eu não quero que ele vá embora e quando dou por mim já estou falando. –Ééééééér sabe, eu não me importo em dividir, se você quiser, é claro.

O homem sorri parecendo feliz e volta a ficar ao meu lado. –Eu quero sim. –Não entendo o porquê, mas me sinto feliz com isso, dou um sorriso pra ele e me volto pra atendente. –Tem como você cortar o doce ao meio e nos levar naquela ultima mesa no canto esquerdo? –A atendente sorri em concordância e o homem parece intrigado. –Por que aquela mesa? –Dou de ombros. –Eu costumava vir aqui com os meus pais e sempre nos sentávamos naquela mesa, a proposito eu me chamo Rosemarie, mas pode me chamar de Rose.

—É um prazer Rose, me chamo Dimitri. –Caminhamos em um silencio confortável até a mesa e ele puxa a cadeira pra mim, acho que ele não tem ideia do quanto isso é gentil da parte dele, mas eu tenho porque ninguém nunca fez isso comigo antes. Assim que ele se senta decido puxar conversa.  –Então Dimitri, você pareceu surpreso com a minha escolha de mesa. –O russo cora um pouco e dá de ombros. –Bem é que eu me mudei da Rússia a pouco mais de um ano e desde então eu venho aqui e sempre me sento nessa mesa. Eu adoro aquele doce de frutas vermelhas e é até engraçado o que eu vou dizer, mas... –Eu o interrompo nesse momento. –Mas você nunca experimentou nada dessa cafeteria além do doce. –Dimitri me olha surpreso e eu gargalho. Vejo em seus olhos a pergunta implícita e decido responder. –Bem, como eu disse eu vinha aqui com os meus pais há alguns anos atrás e todos os dias nós nos sentávamos aqui, enquanto meus pais tomavam cappuccino eu comia esse doce, sempre o mesmo doce.

Dimitri parece admirado com a coincidência, eu também estou. Logo a atendente nos traz o doce partido ao meio e passamos um curto espaço de tempo concentrados em apreciar, esse doce me lembra infância e pela primeira vez em muito tempo eu me sinto realmente feliz.

Quando terminamos de comer, nos olhamos timidamente e percebo pelo olhar de Dimitri que assim como eu, ele também não quer ir embora agora.

—Então Rose, você disse que vinha aqui com os seus pais, onde eles estão agora?

—Atlanta, eu fiquei aqui em Nova York pra poder estudar. –Isso parece atiçar a curiosidade do russo. –Você faz o que? –Dou um sorriso e digo orgulhosa. –Psicologia e você?

—Direito, quero ser policial.

—Huuum temos aqui um homem de combate então? –Dimitri solta uma gargalhada e eu fico encantada. Olho pra ele e franzo o cenho enquanto ele continua rindo como uma criança. Acho estranho que ele me ache engraçada, Jesse nunca achou. Dimitri percebe que estou confusa e também franze o cenho. –O que foi? Fiz algo errado? –Ele parece preocupado e eu me apresso em negar. –Não, é que não achei que eu fosse engraçada, já me disseram isso.

Dimitri pegou na minha mão direita e fez um leve carinho ali.

—Eu acho você engraçada e quem quer que tenha te dito isso é um idiota. –Sorrio pra ele e vejo que ele percebe que está segurando a minha mão, ele a solta rapidamente e seu rosto ruboriza. Quase dou risada daquela cena e percebo que só hoje eu dei mais sorrisos do que nos últimos oito meses inteiros.

—Bem, você veio de carro? –Eu apenas nego com a cabeça. Dimitri passa a mão pelos cabelos parecendo nervoso. –Sabe, eu posso te dar uma carona até em casa se você quiser.

Eu pondero por alguns segundos, ele ainda é um estranho, mas de alguma maneira eu sinto que posso confiar nele e além do mais eu quero essa carona, quero mais da companhia dele, não sei de onde estão vindo todos esses sentimentos e sensações, mas sei que gosto disso.

—Eu adoraria. –Dimitri sorri pra mim e nos levantamos ao mesmo tempo.

Ele insiste em pagar a conta e mesmo contrariada acabo cedendo, depois disso andamos calmamente até o carro dele e mais uma vez ele é gentil abrindo a porta do carro pra mim.

Logo que entro vejo um disco do James Taylor no banco de trás e fico espantada. Dimitri segue o meu olhar e ruboriza.

—Bem, eu sei que praticamente ninguém tem discos hoje em dia, mas...

Me viro pra ele entusiasmada.

—Você ta brincando? Eu tenho todos os discos do James Taylor, fico cantando You've Got a Friend o dia inteiro se me deixarem.

Dimitri parece ainda mais surpreso e dá partida no carro. Eu estou assustada com todas essas coincidências, mas não posso negar que meu coração está em êxtase.

—De onde você saiu? Nunca conheci ninguém da minha idade que tivesse tantos discos do James Taylor quanto eu, na verdade, nunca conheci ninguém da minha idade que gostasse de James Taylor. –Dou de ombros e sorrio arteira. –Bem camarada, faltava uma Rose Hathaway na sua vida. –Dimitri tira os olhos da direção rapidamente e me olha, vejo um brilho em seu olhar e meu coração se acelera. –Sim, com certeza faltava.

Estamos em novembro, as ruas já estão cheias de enfeites pro natal, eu admiro as crianças brincando em um parque enquanto conversamos assuntos aleatórios. Por um momento eu penso em contar sobre o Jesse pra ele, mas Dimitri logo começar a me falar sobre os filmes que a família dele assiste no natal, todos os anos os mesmos filmes, é como um ritual. Quando dou por mim eu me vejo querendo falar sobre isso, querendo falar sobre o presente e sobre o futuro, pela primeira vez sinto que o passado está exatamente onde deveria estar.

Dimitri é um cara incrível, posso afirmar isso com total certeza e quando ele para o carro na frente do meu prédio sinto meu coração apertar, não quero que ele vá embora.

Retiro o cinto e olho pra ele, Dimitri parece tão chateado quanto eu.

—Então, obrigada pela carona Dimitri.

—De nada Roza.

—Roza? –Dimitri parece encabulado e eu acho isso extremamente fofo. –É o seu nome em russo. –Toco em sua mão e pisco pra ele. –Gostei disso.

Ele sorri de volta e eu me viro pronta pra sair, coloco a mão na maçaneta, mas assim que abro a porta decido escutar o meu coração e me volto novamente pra ele.

—Sabe, você não gostaria de entrar e tomar um chocolate quente? –Ele sorri pra mim e vejo o mesmo brilho de antes passar pelo seu olhar. –Eu adoraria.

Rapidamente Dimitri retira o cinto e saímos do carro, começo a andar em direção ao prédio quando sinto sua mão segurar a minha, olho pra trás e seu rosto está muito perto do meu, meu coração se acelera e minhas pernas amolecem.

—Não me bata, por favor. –Dimitri sussurra e se aproxima ainda mais acabando com a distância entre nossos lábios.

Delicadamente eu envolvo meus braços em volta do pescoço dele e ele segura levemente em minha cintura, nos beijamos lentamente e isso é maravilhoso. É o nosso primeiro encontro, nosso primeiro beijo e tudo parece tão perfeito, tão...certo!

Nos separamos por falta de ar e vejo Dimitri com um sorriso apaixonante no rosto, por algum motivo sei que vamos longe, não vamos ficar somente por aqui.

Voltamos a caminhar em direção ao meu prédio, dessa vez de mãos dadas.

Sorrio comigo mesma quando percebo que passei os últimos oito meses pensando no fato de que tudo o que o amor faz é partir, queimar e acabar, mas numa quarta-feira em um café, eu vi tudo recomeçar!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Já tem um tempinho que penso em Romitri toda vez que escuto essa musica e pensei: por que não?
Espero que vocês tenham gostado e que eu tenha conseguido arrancar sorrisos bobos de vocês enquanto liam assim como eu sorri quando estava escrevendo.
Até a próxima,
beijoooooooooooooooooos!!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Begin Again" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.