—Papai?.-Daniel subiu no colo de Dake.
—O que foi, garoto?.-Ele afagou os cabelos castanhos de Daniel.
—De onde vem os bebês?.-Daniel encarou os olhos de Dake e Dake olhou pra mim com um sorrisinho no rosto.
—Não ouse!.-O encarei séria.
—Olha... Arruma uma namorada primeiro, ai o papai te conta.
—O que acha de arrumar sua mochila pra ir pra escola.
—Mas eu queria saber!.-ele bateu o pé.
—Mas não vai. Deixe de birra, você sabe que eu odeio isso!
—Desculpe, mamãe. Eu vou arrumar uma namorada.-Ele foi para o quarto marchando.
—Ele tem o seu gênio.-Dake esticou as pernas no sofá.
—Peraí, o meu gênio? Ele é igualzinho a você.-coloquei a mão na cintura ficando na sua frente e rangendo os dentes.
—Não é não. Você esta fazendo a mesma coisa que ele quando não consegue o que quer.-Ele fechou os olhos colocando as mãos atrás da cabeça.
—Vai se ferrar, seu filho da mãe. Parece até que vocês dividem o mesmo espirito.
—Sonhe...-Ele disse sem me encarar.
—Você deveria ir pra oficina, seu preguiçoso!.-Tirei seus pés do sofá e fui pra cozinha.
Limpei a mesa e fui pra pia lavar a louça.
Enquanto secava e guardava tudo senti um repentino mal estar. Deixei a pilha de pratos em cima da mesa e me apoiei em uma das cadeiras.
—Lisa? o que foi?.-Dake se aproximou de mim me ajudando a me sentar na mesa.
—Não foi nada. Foi só uma tontura. Eu estou bem.-Suas mãos estavam no meu rosto e em seus olhos haviam preocupação.
—Tem certeza que é só isso?.-Coloquei minhas mãos em seu antebraço e sorri.
—Absoluta.-Beijei sua boca.
—Eu vou ficar com você só por garantia.
—Você esta querendo me enrolar.-Sorri mordendo seu lábio inferior.
—Acho que não tem problema eu me atrasar um pouquinho. Afinal, eu sou o chefe.-Sorriu convencido.
—Mamãe?.-Dake se afastou rapidamente.
—Sim?
—A mãe do Nicholas veio me buscar.
—Claro.-desci da mesa e acompanhei Daniel até a saída. Acenei de longe pra Krista que sorriu.
Ela sempre levava o Daniel pra escola já que Nicholas e Daniel sempre foram inseparáveis desde que se conheceram.
Engravidei de Daniel no ensino médio quando conheci Dake na praia e depois de um tempo vi Dake na escola e descobri que ele era sobrinho do meu professor de educação física. Saímos algumas vezes ai aconteceu.
Eu sempre soube que Dake era mulherengo e que nunca aceitaria um filho a flor da idade.
Eu pensei em abortar sem que ninguém soubesse, mas achei injusto matar a criança sem antes tentar falar com Dake.
Eu lembro que ele surtou e ficou deprimido, mas também não disse nada.
Fiquei apreensiva e decidi fazer o aborto o quanto antes.
De madrugada, Dake invadiu meu quarto e me acordou. Eu lembro de suas palavras como se tivessem sido ditas a minutos atrás.
"-O que você tá fazendo aqui uma hora dessas?
—Vamos juntar as escovas?.-ele sorriu e sentou-se na minha cama ao meu lado.
—Dake...-Sorri.-você é um cretino. Fiquei morrendo de medo de ter que abortar!.-me sentei o abraçando.
—Não acredito que estava querendo matar o nosso garotão.-ele fez uma cara de indignação antes de colocar a mão na minha barriga por cima da camisola.
—Como tem certeza que é um menino?
—Sexto sentido de pai.-Falou com um ar convencido.
—Mal posso acreditar que vou ser a mulher que vai abaixar o seu fogo e te por uma coleira.
—E eu mal posso acreditar que vão baixar meu fogo e me por uma coleira.-Seu ar ficou tristonho. Fiquei com dó, agora ele vai perder a juventude por minha causa. Apesar de que eu também vou perder a minha por sua culpa...
—Não fique com essa cara, isso pode ser até bom. Sempre tive fantasias masoquistas com uma mulher insuportavelmente chata e acho que escolhi bem.-Fechei a cara e bati em seu ombro.-Estou brincando, sua boba.-Ele pôs uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha e me deu um selinho.-Meu desejo sempre foi dormir com a mesma mulher todas as noites da minha vida e acho que escolhi a pessoa certa pra engravidar antes de casar.
—Só as noites?
—Claro, de dia eu tenho que estar disponível pras outras.-Belisque seu abraço e ele soltou um grito silencioso.-Estou brincando. Tenho que te dar o que comer não é?!.-Parei de beliscá-lo.
—Você tem que ir pra casa!
—Eu vou, mas amanhã vamos resolver tudo que for necessário pro casamento.-Ele acariciou seu abraço e me roubou um beijo antes de pular a janela."
—Ele já foi.-Dake me virou e fechou a porta me empurrando contra ela.
—E daí?.-Revirei os olhos o empurrando.
—Dai que não seremos interrompidos.-Ele me puxou contra o seu corpo.
—Se controle, Dake.-Ri.
—E você acha que eu quero me controlar?.-Ele me encarou com um sorriso malicioso.
—Deveria.-O empurrei de novo.-Eu ainda tenho que terminar na cozinha, Dake.
—Ótimo. Terminamos onde você quiser.
—Deixe de ser sonso.-Dei um tapa em sua cabeça.
—Eu te amo, sabia?.-Ele me abraçou e eu o abracei.
—Eu sei disso.-Ri convencida.
—Não era bem isso que eu esperava ouvir.-Ele pareceu decepcionado.
—Eu também...-Fiquei na ponta dos pés alcançando seus lábios.-Te amo. Ainda mais do que você me ama.-Adentrei sua boca com a minha língua. Mergulhei os dedos de uma das mãos em seu cabelo. Peguei uma de suas mãos e coloquei na minha barriga.-Nós te amamos.-Sussurrei entre seus lábios. Ele abriu os olhos e afastou a boca da minha.
—Nós quem?.-Perguntou desconfiado.
—Daniel, eu e o bebezinho que ainda esta no caminho.-Sorri.
—Isso quer dizer que...
—Você vai ser papai de novo.-Meu sorriso se alargou.
—Você tá brincando?.-Ele se afastou.
—O que foi? Não gostou da notícia?
—O que? Eu adorei!.-Ele sorriu me abraçou me tirando do chão.-Daniel, já sabe?
—Porque acha que ele te perguntou aquilo?.-Indaguei beijando sua bochecha e me afastando. Dake continuava parado, parecia incrédulo.
Sai de fininho enquanto ele encarava o nada. Peguei um copo e enchi de água gelada.
—Acorda, surfista idiota!.-Joguei a água nas costas dele.
—SUA FILHA DA MÃE!.-ele tentou me alcançar.
—E queria que eu fosse filhas quem? Da tia?.-Provoquei correndo pro andar de cima.
—Eu vou te pegar, sua peste!.-me tranquei no banheiro do nosso quarto.
—Lisa! Abre essa porta!.-ordenou batendo na porta.
—Qual o meu castigo?
—Eu vou te afogar na água salgada!
—Então eu não abro!
—Meu amor, princesa mais linda. Abre isso pra mim e eu prometo ser bonzinho.
—Agora sim.-Destranquei a porta e Dake entrou espumando de raiva.
Recuei a cada passo dado em minha direção.
—Lembre-se, Dake, nós te amamos.-Sorri nervosa. Estava traçando a rota de fuga.
Desviei dele e corri, estava quase chegando na escada quando Dake me puxou pelo braço.
—Pra onde pensa que vai, gatinha?
—Da-Dakota, m-me solte!.-Gaguejei
—Não solto.-Ele sorriu e me pegou no colo. Me levou de volta ao banheiro e ligou o chuveiro com a água fria e me colocou em baixo da água.
—Filho de uma égua!.-Murmurei fechando os olhos e fechando as mãos em punho.-Eu não te molhei completamente.-Encarei Dake com raiva a puxei sua blusa encostando seu corpo no meu fazendo a água molhar ele também.
—Eu não me importo, assim posso ver a transparência da sua blusa mais de perto. -Ele sorriu malicioso pondo a mão na minha nuca e a outra na minha cintura antes de me beijar...
—Eu te amo, surfista imbecil.-Sorri contra os seus lábios. -Sempre vou te amar...