Cuidado, cupido! escrita por Saturno


Capítulo 1
Indo ao "Era uma vez"


Notas iniciais do capítulo

HELLAWWWWW /o/ o
esta fanfic era pra ter sido postada no dia dos namorados, mas, do jeito que eu sou responsável né, acabei atrasando um pouquinho

Além de que era para ser uma one shot, porém ficou maior do que eu pensava o_o'

Enfim, espero que gostem!



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Desde o nascimento do amor sobre a terra e o universo, era necessário alguém para o polinizar pelo mundo. De Vênus e Marte nascera o primeiro e original Cupido. Cumprindo a ordem de espalhar o amor, mas cada vez mais o planeta terra se lotara de seres humanos, dando ainda mais trabalho para o pobre Cupido. Então ele criou vários ajudantes, fazendo o amor se espalhar ainda mais no mundo.
    Além de que, havia vários ajudantes para cada categoria: Ágape, o amor fraternal e espiritual. Philos, o amor da amizade. Storge, o amor da família e o mais comum e conhecido Eros, o amor romântico. O narrador aqui é o Cupido Eros 2L473A0, e por ser cupido da categoria de amor mais complicada de lidar, acabo sempre entrando em furada. Assim como os outros bilhões de Cúpidos Eros, e é por isso que os  de outras categorias nos odeiam tanto.
    Nós, cúpidos em geral, utilizamos arco e flechas para espalhar o amor para os humanos. A coisa é que... Cúpidos Eros podem ser um tanto problemáticos. Para você ter noção do problema, já atiramos as famosas “flechas do amor” em: Pessoas que foram flechadas pelo amor Philos, fazendo os humanos criarem o famoso termo “friendzone”. Pessoas que foram flechadas pelo amor Storge — Isso mesmo, nós criamos o incesto. — Além de flecharmos assassinos, criminosos e outros tão problemáticos quanto a gente.
    Agora vocês devem estar se perguntando “Nossa, mas não tem alguém para vigiá-los e coloca-los na linha?”. Sim. Tem. O nosso adorável chefe, o próprio Cupido. E ele está pouco se fodendo. Ele nos coordena para atirar as flechas, mas ao mesmo tempo adora ver uma novela, então nos deixa fazermos o que quisermos. E já que somos completamente atrapalhados, ou simplesmente estamos nem aí, essas coisas acontecem.
    Já eu, tento ser o mais responsável possível, só tento mesmo. Porque parece que o quanto mais eu tente ser responsável, mais atrapalhado eu fico. E eu cheguei num nível de “atrapalhadice” tão grande, que eu burlei uma das únicas regras em que o chefe se importa. Porém, isso é mais a frente de nossa querida história.





                        ♡ ♡ ♡




    Fui mandado para mais uma missão de amor, terei de viajar para a Austria no século XVIII, quando ainda existia a monarquia, reis e rainhas. Não pergunte sobre como é a transição de tempo entre os anjos e deuses, é confuso demais para poder explicar. A única coisa plausível é de que podemos viajar para qualquer hora, dia, ano e século que é nos permitido, em qualquer universo. Só que, como eu disse antes, é muito confuso para explicar a noção de tempo entre os deuses.
    Esta missão é apenas para flechar um príncipe e uma princesa em um baile no palácio. A coisa é que, este universo em que estou é o dos contos de fada. Isso aí, como Cinderella, Branca de Neve... Então é o único lugar em que a monarquia parece um mar de maravilhas. Eu pessoalmente odeio esses contos de fada, mas eu fui gentilmente ameaçado por livre e espontânea pressão pelo meu chefe a vir aqui.
    O príncipe que eu tenho que flechar se chama Augustus Heilig, é um príncipe de dezoito anos que será coroado como rei no mês que vem, e para isso terá que se casar com uma princesa, que — quase literalmente — vão ser mostradas várias “de bandeja” e ele terá que escolher qual delas ele vai se casar, ridículo, não é? É como se você mostrasse um cardápio no restaurante para qual o cliente vai comer, isso é completamente estúpido. Mas, fazer o quê? é coisa da época.
    Como todo cupido em uma missão, eu terei de usar um disfarce. Felizmente as asas e o arco e flecha não são vistos aos olhos humanos, o que facilita bastante o meu trabalho. Porém, para entrar neste baile eu terei que me vestir como uma princesa. Eu não me importo de me caracterizar como uma mulher, mas os vestidos daquela época são completamente desconfortáveis. Você tem que usar um espartilho completamente apertado, e uma coisa totalmente estranha, apenas para deixar a saia mais redonda, e uma peruca enorme e desconfortável, apenas para chamar mais atenção
    Os ajudantes de Hermes já haviam preparado tudo para mim. Eles ajudam alguns cúpidos a arranjar disfarces, casas e contatos. Eu estou disfarçado uma jardineira que vende flores numa pequena floricultura na vila que fica ao lado da minha residência, faltava apenas um dia para o baile e irei contatar a costureira da vila para comprar o meu vestido. No momento, estou a caminho da costuraria com um vestido completamente mais simples do que eu vou ter que vestir. Era um suave tecido verde pastel que me acomodava tanto que eu sentia o vento soprar em meu corpo, e mesmo assim eu continuava sendo calorosamente aquecido pelo sol que complementava o céu tão azul quanto o laço que estava em torno de minha cintura. É tão bom, eu não poderia simplesmente ir com este? É mais confortável, eu posso até sair saltitando sem me preocupar em quebrar o salto ou estourar o espartilho.
    Quando eu finalmente estava chegando a costuraria, eu me deparei com uma fila enorme de pessoas que vão pegar o vestido. Ótimo, maravilha. Porque a melhor hora para se buscar um vestido é, com certeza, um dia antes do baile. Eu já estava perdendo a paciência com toda horas as meninas na minha frente cochichando e falando do quanto o príncipe Augustus é lindo e dos sonhos delas de se casarem com alguém da realeza. Isso é totalmente idiota, a vida não é só se casar com um cara rico e bonito.


    Bom... Num conto de fadas praticamente é só isso sim.


    Por algum milagre, a costureira saiu da casa e me avistou a distância. Ela ficou completamente animada, como se me conhecesse a anos.
    —  Ai meu Deus! Maitê, Maitê! — Gritou, correndo em minha direção. Seu sorriso era tão brilhante quanto o seu olhar azul-esverdeado que mostrava o seu rosto, onde batia os seus cabelos castanhos claros. Com suas mãos delicadas, segurava firmemente a ponta da saia do tecido que a vestia se prevenindo de cair do chão. Chegando em minha direção ela segurou a minha mão, me puxando bruscamente para a casa marrom com telhado de palha. — Eu só estava esperando você chegar! Vamos, entre comigo! — Enquanto ela me levava para dentro da costuraria, eu ouvia os gritos de indignação de outras mulheres, elas estavam tão bravas que começaram a jogar objetos em minha direção. Mas graças a agilidade da costureira nós conseguimos entrar a tempo.
    Para quem está se perguntando, Maitê é meu nome de disfarce, todos que me veem me conhecem por este nome, porque seria bastante suspeito uma pessoa chamada Cupido Eros 2L473A0. É como se um agente secreto se chamasse “Agente Secreto Silva”.
    — Ah menina, eu estava tão ansiosa para que chegasse... Estou doida para lhe mostrar teu vestido! — A costureira exclamou, bagunçando mais ainda a casa desarrumada, cheia de roupas e costuras ainda não finalizadas. Com um suspiro de alívio, ela segurou um vestindo, vindo diretamente em minha direção — Tcharaaam! E ai, o que achou?
    Meus deuses amados. Eu acho que nunca vi e nunca mais verei um vestido tão... exagerado na minha frente. Ele era rosa e branco com uns babados da mesma cor na saia, preenchido com dois lacinhos vermelhos nos lados do último babado e um na cintura. Nas mangas pareciam dois balões com um babado em sua superfície, como se o enorme coração branco costurado no peito, também com babados, já não fosse chamativo o bastante. E para finalizar, um outro lacinho vermelho para eu por na minha cabeça. Isso aí mesmo que você leu.
    — Eu adorei. Está terrivelmente lindo. Muito bom. —  Com a minha maravilhosa atuação, eu esbocei um sorriso largo e trêmulo enquanto segurava o vestido na maior delicadeza, saindo de fininho antes que ela inventasse mais uma ideia maluca. Porém, infelizmente não fui tão rápido.
    — Ah! Eu quase ia me esquecendo! — A costureira puxou o meu pulso antes de eu ter a chance de pelo menos chegar perto da porta. — Seus lindos saltos de cristal rosa! O que achou deles?
    — Nossa… que lindos! — Alguém me mata por favor... — Agora...  vou ter que ir... Entende né? Super produção... para ver o príncipe.
    Ela ficou me encarando por longos dez segundos, como se estivesse uma interrogação em sua cabeça, mas logo depois riu e se despediu de mim, me deixando finalmente sair daquele lugar. Porém, tinha algo com o que eu não contava... As mulheres furiosas da fila. Tive que sair correndo o mais rápido possível e me desviar tão ligeiramente quanto uma mosca. O problema maior era ter que me sacrificar para proteger aquele vestido, que, por mim, não ficaria nem um  pouco pior do que já estava.
    Livre. completamente sujo de comida estragada e suado, mas finalmente livre. Tive que improvisar o meu “super banho” porque saneamento básico praticamente não existe neste lugar, então eu tive ficar o dia inteiro na banheira de esfregar roupas, me esfregando por horas com uma esponja tão macia quanto um tijolo.



    Realmente, este conto de fadas está sendo mágico.


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Notas finais do capítulo

EAE, GOSTARAM? OwO

Agradeço por ter lido até aqui, e até o próximo capítulo o3o)/ bOI!~



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