Mil e um motivos escrita por Semideusadorock


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hey cerejinhas, tudo bem com vocês?
Espero que sim.
Estou muito animada com esse casal maravilhoso esses dias então trago mais uma one para vocês. Espero que gostem! Boa leitura!



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Naquele conselho olimpiano o clima tenso estava instaurado no ar, todos se olhavam preocupados e principalmente encaravam o trono vazio da deusa da sabedoria.

— Então estão querendo dizer que a pessoa mais responsável desse conselho simplesmente sumiu sem deixar nenhuma explicação e ninguém aqui faz ideia? – Zeus perguntou, era sua filha favorita desaparecida, ele parecia à beira de um colapso, provavelmente imaginando o que ele seria sem Atena.

Hades tinha uma cara reflexiva, até ele, sua esposa e alguns deuses menores estavam participando daquele conselho, tentando achar primeiro uma explicação do porquê Atena ter simplesmente sumido sem mais nem menos e depois tentar acha-la, afinal ela não poderia ter simplesmente sumido.

— Ela trabalha demais, talvez precisasse de um tempo – Hera sugeriu, mesmo não gostando da filha do marido, tentava deixar isto de lado, afinal ela ainda era uma deusa.

— Duvido, não acho que ela surtaria por simplesmente trabalho – Apolo defendeu a irmã, mas também não sabia um porquê. Era o irmão mais próximo da deusa e não fazia ideia.

— O que acha, Poseidon? – Zeus perguntou, ainda achando que era obra do deus dos mares o desaparecimento da filha, já que no último dia que ela esteve no Olimpo, eles haviam brigado.

— Eu mal conheço Atena, por que ela me diria o motivo de ir embora? – Poseidon perguntou, mas sabia que não era isso que ele estava insinuando.

O deus dos deuses encarou Poseidon por alguns segundos antes de se virar para os outros, esperando mais comentários, na esperança que algum, mesmo que fútil, o levasse a pensar em algo, mas normalmente quem pensava era Atena.

O deus dos mares se endireitou em seu trono, fechando os olhos, ele esperava que não fosse o motivo que ele imaginava que ela havia surtado e fugido, porém havia grande chances de ser.

Lembrava dele a seguindo pelos corredores do Olimpo até a grande biblioteca, viu ela pegando um livro na estante, Orgulho e preconceito, seus cabelos loiros presos em um coque milimetricamente feito e suas roupas tão adequadas em seu corpo que era quase parte dela, quando por fim seu rosto de pensativa foi substituído por uma expressão ameaçadora e eles discutiram mais uma vez.

Porém, naquele dia não foi como sempre, ele não acabou perdendo o controle e saindo revoltado do Olimpo causando destruição a algum lugar que a deusa da sabedoria provavelmente gostava, acabou com sua mão na cintura fina e perfeita da deusa, seus lábios juntos aos dela em um beijo que fora correspondido, as mãos pequenas e delicadas de Atena percorrendo seu corpo, cabelos, ombros, confusas com o que deveria fazer, quando Poseidon cometeu um erro, talvez ir rápido demais,  sua mão calejada roçou na perna dela, lisa e delicada, subindo o vestido que ela usava.

Foi quando ela percebeu o que fazia e empurrou Poseidon longe, mas ela não gritou com ele, não o xingou, nada fez, além de grunhir, fechar os olhos e desaparecer em um fecho de luz dourado, desde então Atena nunca mais havia sido vista.

— Talvez ela tenha encontrado um amor e fugido – Afrodite sugeriu, já cansada daquilo.

Poseidon riu baixo, abrindo os olhos, aquela era uma sugestão ridícula, mesmo vindo da deusa do amor.

— Atena não vai ser encontrada se não quiser ser encontrada, então do que adianta ficarmos aqui debatendo um motivo que claramente ninguém sabe, se de nada vai adiantar? – Ares disse irritado com aquilo, se Atena tinha fugido por pura e espontânea vontade, nada adiantaria eles tentarem adivinhar o que tinha acontecido.

— Tudo bem – Zeus concordou, porém desta vez sua paciência estava no limite – Poseidon, se eu souber que tem...

— Eu já disse que não tenho nada com o desaparecimento da sua filhinha – grunhiu irritado, mas achava que tinha. – Ela provavelmente foi embora porque não aguentava mais você, então pare de tentar achar algum culpado para as atitudes dela.

Dito isso, o deus dos mares se levantou, saindo do grande salão, caminhando até a biblioteca, ele analisava o local, lembrava em detalhes o que tinha acontecido ali, o corpo da deusa entre o seu e a estante enorme, o livro escapulindo de suas mãos delicadas e ela direcionando a atenção a ele e não ao objeto.

Poseidon suspirou, caminhando até a estante, não demorando a achar o livro que ela segurava naquele dia, se sentando na poltrona que normalmente Atena usava, começando a ler o livro, por mais que passasse as páginas, ele só conseguia imaginar aonde ela poderia ter ido.

Fechou os olhos, inutilmente, se concentrando em todo o seu reino, procurando ela em algum lugar dele, mesmo sabendo que provavelmente ele era a última pessoa que ela queria ver, logo ela nunca ficaria perto de seu reino.

Ele abriu os olhos, refletindo, pensando em um lugar que fosse tão dela que em nada remetesse o deus dos mares. Sumiu, aparecendo em um restaurante que já tinha a ouvido falar, começando a fazer perguntas por aí, e ele foi assim, de lugar em lugar, se perguntando onde ela poderia estar.

Até que apareceu em sua casa de praia, que sabia que a deusa conhecia a existência, se surpreendeu ao ver a mulher sentada na sacada, as pernas balançando, ela usando um short branco jeans e uma blusa cinza comprida, seus cabelos loiros caindo por suas costas, fazendo ele se surpreender com o tamanho que tinha, já que nunca a havia visto de cabelo solto.

— Pensei que nunca me procuraria em uma das suas casas – Atena comentou, sentindo o cheiro de maresia mais intenso do homem aparecendo ali.

— Estava procurando você em qualquer lugar que imaginei que conhecia e gostasse minimamente – Poseidon disse, caminhando até ela, sentando-se ao seu lado e ela não protestou. – Sabe que seu pai pode me mandar por Tártaro se descobrir que estava em uma das minhas casas, não sabe?  

Ela riu suave, olhando para o deus pela primeira vez desde que ele chegou.

— Sei que pode se virar bem contra meu pai – Atena respondeu, olhando o homem com atenção.

Seu cabelo preto curto, porém que ainda dava para colocar a mão ali e a deusa se lembrava em detalhes o quanto era macio, seus olhos verde-mar tão profundos que poderia se afogar nele, sua pele bronzeada e seu corpo forte, sua barba rala a fazer.

— Estão todos preocupado – Poseidon comentou, virando- se para frente e olhando o mar, sendo seguido por Atena. – Por que fugiu?

— Sabe o porquê – respondeu, calma, tinha pensado muito sobre isso.

— Foi um beijo, Atena, nada além disso – o deus respondeu, mas tinha sido, desde que aconteceu ele não conseguia tirar a mulher de sua cabeça.

— Eu nunca beijei ninguém antes, Poseidon, não foi apenas um beijo – Respondeu suspirando, se levantando, sabendo que seria seguida enquanto entrava na casa.

— Eu sei que não Atena, mas não pensei que fugiria.

Ela se olhava no espelho, a postura ereta, perfeita como sempre, olhando seu corpo magro repleto de curvas.

— Eu só não entendo, precisava entender – confessou, ela não estava arrependida de o beijar, muito menos não tinha gostado, ela só queria entender o porquê.

Poseidon caminhou até ela, colocando as mãos com delicadezas em seus ombros, encarando-a pelo reflexo do espelho, que dava para ver claramente que ele era mais alto.

— O que não entende? – perguntou, calmo e paciente.

Ele nunca pensou que faria alguma pergunta do tipo para a deusa da sabedoria, mas lá estava ele, tentando entender algo para a mulher e explicar a ela. Seus olhos azuis acinzentados reviraram o fazendo sorrir, afinal ela era a única que conseguia fazer e continuar ameaçadora e fofa ao mesmo tempo.

— Me responde – pediu, no ouvido dela, vendo-a se arrepiar e se afastar dele, encarando-o agora de frente e não pelo reflexo de espelho.

— Eu tenho um juramento, Poseidon... não posso simplesmente jogar ele fora assim do nada – disse como se fosse óbvio. – Mas eu queria o fazer.

— Atena, você nunca odiou homens, por que fez esse juramento? – perguntou calmo, tentando não pensar no que ela tinha confessado a ele agora.

Ela suspirou, fechando os olhos e abrindo novamente.

— Viu como no decorrer dos anos as mulheres eram tratadas? Eu não podia aceitar isso, era ridículo – a deusa da sabedoria respondeu e ele olhou surpreso.

— Fez um juramento pelo rio Estige por conta de como as mulheres eram tratadas antigamente? – O deus dos mares perguntou calmo, mas ele estava claramente irritado, como ela poderia ser tão idiota?

— Nunca disse que fiz o juramento pelo rio Estige, apenas que o fiz – Atena disse, levantando uma sobrancelha, ela nunca seria burra ao ponto de fazer um juramento que a faria ser punida, seu juramento era com ela mesma e mais ninguém.

Poseidon se surpreendeu com a frase, sua mão foi com delicadeza até o rosto da deusa a sua frente e ela não impediu que ele o fizesse, seus olhos verde-mar encarava o acinzentado dela, os dela, confusos, sentindo o toque dele, os dele querendo mais do que simplesmente acariciar seu rosto.

Não demorou para o deus cortar a distância entre os dois a beijando novamente, como a da primeira vez, foi correspondido, porém agora de maneira calma, ela estava na ponta do pé para conseguir o fazer, mesmo com ele levemente abaixado.

Atena sentiu ele a tirando do chão e de automático suas pernas envolveram a cintura de Poseidon, as mãos dele tinham cuidado em como a tocava, mas ao mesmo tempo eram ansiosas e queriam mais.

Ela separou o beijo, mantendo os olhos fechados, encostando a testa contra a dele, suas respirações se misturando.

— Eu não posso Poseidon, não posso fazer isso. – Atena disse se mantendo no colo dele e a distância quase inexistente.

— Não pode ou não quer? – perguntou ele, já cansado disso, mas tentando se manter calmo, colocando a deusa sentada na cama, na qual ela permaneceu, abrindo os olhos e o encarando, agachado a sua frente.

— Por que acha que eu não quero? – Ela perguntou, irritada, claramente não tinha gostado da pergunta.

— Não vejo motivos para não poder.

— Nós temos vidas diferentes, Poseidon, eu tenho um juramento, você é casado, isso é errado, não é justo, eu vejo mil motivos para não poder fazer isso, mas eu quero – a deusa disse, cansada, ela era a deusa da justiça, não podia simplesmente ignorar tudo isso.

Ele sorriu de leve.

— Se você quer, já é o suficiente para eu quebrar os mil motivos para não podermos fazer isso – Poseidon disse e ela o encarou em silêncio, incrédula.

— Poseidon...

Ele sorriu a puxando para outro beijo, novamente correspondido.

— Tivemos milênios arrumando porquês para não podermos fazer isso, mas ainda somos imortais, e se você precisa de mais motivos para poder fazer isso, eu vou lhe dar e no final vamos ficar juntos Atena, tudo bem?

Ela sorriu boba, assentindo o beijando novamente, pois sabia que ele era motivo o suficiente para poder e ela valia a pena para ele achar mil e um motivos para eles poderem.


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Notas finais do capítulo

- O que acharam? Espero que tenham gostado.
??” Gostariam que eu fizesse uma longfic com Poseidon arrumando mil e motivos para eles ficarem? Se sim deixem nos comentários.
Beijos e até!