The Long Road escrita por Bella P


Capítulo 15
Epílogo




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OLIMPO – 3 meses depois

 

- Ai! - Laurel resmungou quando sentiu uma das musas puxar o seu cabelo com força, esticando os fios entre as pranchas quentes da chapinha.

- Se a senhora ao menos parasse quieta. - resmungou a mulher. Ao mesmo tempo uma ninfa retocava a sua maquiagem enquanto outra ajeitava o seu vestido. Uma segunda musa prendia joias em seu pescoço, pulsos e orelhas e outra ninfa borrifava perfume sobre a sua pele.

As portas dupla do aposento em que estava se abriram em um estrondo e Afrodite em toda a sua beleza divina adentrou o local, vestida esplendorosa em um vestido de festa e com um sorriso de orelha a orelha que a deixava ainda mais bela.

- E então? Como estamos?

- Quase prontas senhora. - a musa que ajeitava o cabelo da morena respondeu e Afrodite deu pulinhos de alegria, aproximando-se saltitante de Lily e segurando o rosto dela com as pontas dos dedos.

- Eu disse que Apolo e você formavam um belo casal, não disse? Nunca erro nas minhas predições amorosas. - a mulher segurou-se para não rolar os olhos. A olimpiana fora uma das tantas que encontrara em sua jornada meses atrás em busca de sua mãe, no trem a caminho de Atenas e que achara que Apolo era o seu namorado apenas porque os vira discutindo na plataforma. Claro que a deusa sabia a verdade, mas alcoviteira como era quando o assunto era amor, não resistiu em dar uma cutucada no casal porque insistia que eles estavam “muito parados para o gosto dela”.

- Infelizmente. - ouviu uma voz dizer e mirou por cima do ombro da deusa do amor para ver Ártemis parada sob o beiral da porta. - E então? Como se sente? Nervosa? - a deusa, que fizera voto de castidade, parecia bem calma por ter perdido a própria Caçadora para o irmão e Laurel podia jurar que a sua antiga senhora iria fazer mais reboliço quando ela decidiu pedir demissão.

- Senhora Ártemis... - começou, mas foi interrompida pela ruiva.

- Ártemis. Afinal, será a minha cunhada. - Lily corou. Não tinha pensado nisso ainda. Aliás, pensar nisso lhe dava arrepios. Uma coisa era já ter aceitado o fato de que o seu futuro marido seria um deus, outro era que seu sogro seria o rei dos deuses e a sua cunhada sua “ex-chefe”.

- Ártemis... Por que... - não conseguiu formular a pergunta.

- Por que eu aceitei tão facilmente a decisão de meu pai? Por que não estou protestando mais contra essa união? Por que não a impedi de deixar a Caça? Claro que isso tudo me passou pela cabeça... mas Apolo precisa de você. E ele ainda é o meu irmão. Cabeçudo, irresponsável, irritante irmão mais novo, mas meu irmão. Ainda sim quero o melhor para ele. E você é o melhor para ele, atestei isso quando testemunhei o progresso da relação entre vocês dois. Nem mesmo as minhas escolhas e convicções são capazes de me fazer fechar os olhos para isto. Vocês merecem isso. E eu prometi a sua mãe que a faria feliz, não prometi? - Lily sorriu.

- Obrigada... Ártemis. - a deusa assentiu com a cabeça.

- Disponha. Para isto que serve a família.

- Isto foi tão emocionante. - Afrodite secou uma lágrima no canto do olho e Ártemis soltou um bufo, rolando as íris prata diante da emotividade da olimpiana.

- Agora vamos que está tudo pronto e o noivo está esperando... impaciente.

- Sim, sim! Vamos. - Afrodite pegou em uma mão de Lily, a erguendo da cadeira onde estava e a olhou de cima a baixo, apreciando o que via e aprovando. Logo guiou a jovem para o grande salão onde os outros deuses estavam reunidos e antes que as portas do mesmo se abrissem, desejou boa sorte para a mulher, agora imortalizada como uma ninfa, e desapareceu junto com Ártemis para dentro do salão.

O coração de Lily veio a boca quando as enormes portas de bronze rangeram nas dobradiças, abrindo-se auxiliadas por uma força invisível. O salão do trono estava completamente cheio com todos os deuses do Olimpo ocupando suas posições de direito e mais outras entidades que viviam no monte. Os filhos meio-sangue de Apolo também estavam presentes para o casamento do pai imortal e o mesmo estava parado entre Zeus e Hera em frente aos tronos do rei e da rainha dos deuses.

Liras começaram a tocar a as musas da música soltaram a voz, entoando um canto lírico enquanto passo a passo Laurel adentrava o salão sob o olhar fascinado dos deuses menores e dos semideuses do Acampamento Meio-Sangue. As Caçadoras, em trajes de gala, formavam uma fila com Thalia mais a frente, sorrindo e acenando para ela. As outras meninas ostentavam expressões fechadas e Laurel sorriu levemente, retribuindo o aceno da tenente.

Pouco a pouco chegou perto do altar montado até que foi recebida pela mão estendida de Apolo e um de seus sorrisos de tirar o fôlego. Sorriu de volta, segurando a mão dele e sentindo os dedos mornos fecharem-se em torno dos seus enquanto ele a guiava para o seu lado. Se perguntarem a Lily daqui a mil anos o que Zeus e Hera disseram durante a cerimônia de consagração do casamento deles, ela jamais saberia dizer. Tudo que conseguia se lembrar era o aroma suave de campo em pleno verão que emanava do homem ao seu lado e o calor gostoso que irradiava dele.

O sorriso que fazia os pelos de seu corpo arrepiarem, seu coração palpitar e suas pernas ficarem bambas. Do beijo úmido e cálido que ele depositou em seus lábios depois de declarados marido e mulher e dos aplausos e congratulações que receberam dos convidados.

- Que tal ignorarmos a festa e partimos diretamente para a lua-de-mel? - Apolo sussurrou contra os seus lábios, a abraçando pela cintura, alheio a todos a sua volta.

- Isso seria indelicadeza.

- Acho que só mais essa gafe pode ser perdoada, e é por uma boa razão. - enfiou a mão no bolso de seu terno, retirando dele o famoso chaveiro e o apertando com dois cliques. Um som agudo ecoou pela multidão e a mesma abriu espaço para deixar a vista algo que Laurel achou bastante curioso.

Uma enorme biga grega vinha na direção deles, sendo guiada por dois pássaros de fogo, duas fênix, e era dourada e branca e reluzia intensamente. A carruagem do sol, foi o que pensou, em sua forma original.

- O que é isso? - afastou-se dele, mirando a carruagem.

- Nosso transporte.

- O que aconteceu com o Maserati?

- Achei que para a nossa lua-de-mel você gostaria de algo mais tradicional. - Laurel torceu os lábios em desagrado.

- Apolo, amor, deixe esse negócio de achar comigo, okay? - falou complacente, como se ele fosse uma criança pequena, lhe acariciando uma bochecha. - Traga o Maserati de volta.

- O quê? Mas eu pensei...

- Apolo. - bateu com o salto no chão de mármore, colocando as mãos na cintura.

- Certo, certo. - apertou o botão do alarme que com um clique converteu a carruagem no Maserati Spyder conversível. - Feliz agora?

- Muito! - respondeu, pegando a saia do vestido entre os dedos e a erguendo levemente, descendo os degraus do altar e caminhando até o carro. - Ah! Eu dirijo!

- O quê? Não o meu Maserati! - protestou, abraçando as chaves contra o peito com uma expressão ultrajada.

- Você deixou Thalia dirigir uma última vez.

- Ela é filha de Zeus, tem passe livre pelos céus.

- Eu sou a sua esposa. Isso me dá mais que permissão! - esticou a mão na direção dele.

- Mas... Lily.

- Apolo. - entoou o nome dele longamente e com um suspiro o olimpiano se rendeu, jogando as chaves na direção da mulher que as pegou no ar. - Sábia decisão. - disse e entrou no carro, postando-se atrás do volante. Apolo correu, acomodando-se no banco do carona e mal terminara de prender o cinto de segurança, o Maserati disparara cantando pneu da sala do trono, deixando um rastro de fogo para trás.

- Zeus... - Hera disse depois de minutos de silêncio apenas observando a discussão entre os recém-casados. - Confesso que em tantos milênios, essa foi a decisão mais sábia que você teve. - o rei dos deuses sorriu arrogante.

- Eu sei... Eu sei.

 

FIM

 

 


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