The Long Road escrita por Bella P


Capítulo 12
Capítulo 11




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- Isso só pode ser uma brincadeira! - o grito do deus ecoou pelas árvores e a garota encolheu-se, pois pareceu que foi um trovão ecoando acima das copas. - Sua e daquele bebê metido a arqueiro!

- Apolo?

- É senhor Apolo para você sua ninfa manipuladora!

- O quê?

- Isso é mais uma piadinha sem graça de Eros, não é?

- Está me dizendo que eu te manipulei? Em quê?

- Em tudo!

- Onde eu te manipulei? Se bem me lembro foi o senhor que começou com este joguinho ridículo de visitinhas constantes e caronas. De flertes e sedução barata. Eu não tive nada com isso!

- Como é falsa. Todas vocês. Quanto tempo Eros e você levaram tramando mais essa gracinha? Isto é porque os deuses cansaram dos flagras de Hefesto sobre Ares e Afrodite e resolveram me tornar a próxima piada do Olimpo? - agora o deus gesticulava largamente e sua pele levemente dourada adquiria tons avermelhados de raiva.

- Se ao menos o senhor explicasse no que eu manipulei o senhor. Porque até onde eu me lembro sou tão inocente nessas acusações das quais nem faço ideia...

- Não se faça de sonsa.

- Sonsa! - bradou a Caçadora. Ele dava voltas em suas reclamações, mas não chegava a ponto algum. Sabia que ficaria abalado com a sua revelação, afinal o deus não tinha um passado feliz com ninfas Daphne, mas a reação dele estava sendo por demais exagerada.

- Você me fez... - parecia que algo tinha entalado na garganta dele.

- Eu o fiz... - incitou a continuar, cruzando os braços sobre o peito em desafio.

- Me fez apaixonar por você com esse seu jeitinho frágil e meigo e depois essa sua atitude teimosa e arredia. Eros sabe que eu gosto de um desafio e resolveu, mais uma vez, zombar da minha cara.

- Como é que é? - os olhos verdes ficaram largos como pires. Ou estava ficando com problema de audição ou estava ficando louca. Ouvira mesmo o que ouvira? Uma declaração de Apolo? Quando foi que isso aconteceu? Como foi que isso aconteceu? Só tiveram alguns encontros, uns diálogos, a maioria deles resultaram em discussão e troca de farpas e o deus se declarava sem mais nem menos apaixonado? Desde quando?

- Já lhe disse para não se fazer de sonsa.

- E eu digo para não zombar da minha cara o senhor! - rebateu contrariada. - Não sei do que me acusa. Nunca vi Eros em todos esses anos servindo Ártemis, não sei do que fala e acho extremamente ridículo essa sua noção de estar apaixonado por mim.

- Tem a coragem de dizer que o que sinto é falso?

- No mínimo equivocado.

- Como pode dizer que não está mancomunada com Eros e ao mesmo tempo afirmar que o que eu sinto não é verdadeiro?

- Porque não é! - Apolo aproximou-se dela em passos largos, segurando em seus ombros com um aperto firme como garras.

- Quem é você para ditar sobre os meus sentimentos... Uma reles...

- Humana? Era isso o que o senhor iria dizer? Posso ser uma reles humana, mas ao menos entendo mais sobre sentimentos do que frívolos deuses imortais que divertem-se brincando com as emoções destes mesmos meros humanos. - mirou Apolo com um olhar acusador, os olhos verdes flamejando de fúria. - E se quer realmente saber. O senhor tinha razão! Juntei-me a Ártemis porque levei um fora! Porque cheguei a conclusão de que homens são todos iguais... Mortais... Ou divinos! - soltou-se dele bruscamente, afastando-se aos tropeços.

- Como ousas...

- Como você ousa me acusar, isso sim. Usa de sua posição para se impor e ignorar a verdade. E se bem me lembro, o que aconteceu entre você e Daphne foi um castigo de Eros por tê-lo humilhado no passado...

- E eu paguei pelos meus pecados. Então por que, por Hades, ele está me fazendo pagar pelos meus erros de novo?

- Não sei. Não pergunte a mim. Pergunte a ele. Mas não desconte as suas frustrações em cima de mim! Agora se me der licença... Tenho uma missão a cumprir. - deu as costas para ele, adentrando a floresta e podendo sentir o calor que o desaparecimento de Apolo gerou, além de ver o clarão que iluminou os troncos das árvores.

Caminhou floresta adentro e quanto sentiu-se um pouco mais calma e com o coração de volta ao palpitar normal, recostou a cabeça em um troco de árvore e suspirou longamente. Seu corpo todo ainda tremia diante do encontro turbulento que tivera com o deus. Aliás, todos os encontros com Apolo sempre eram tensos, desde a primeira vez que o vira disfarçado de caçador naquela cama quando fora ferida pela Quimera. Seu coração sempre saía do compasso, suas mãos suavam frio e a sua mente costumava vagar com pensamentos que eram proibidos a uma Caçadora de Ártemis.

Apolo a fazia questionar seus juramentos. Apolo a fez começar a questionar as suas escolhas. Maldita hora que conhecera o deus.

- Minha nossa! Pensamos até que vocês iriam cair no tapa. - Laurel abriu os olhos para ver um grupo de ninfas paradas na sua frente. Eram de variadas formas e tipos, cores de cabelos, pele e olhos diferentes, claramente indicando provir de árvores diferentes.

- O deus Apolo continua um charme. - uma das ninfas menores disse entre risadinhas e a Caçadora estreitou os olhos em desagrado para ela. A entidade prontamente se calou ao ver-se sob o olhar contrariado. - Desculpe.

- Estou procurando uma irmã. - Lily anunciou. - Daphne é o nome dela. - as ninfas riram.

- Daphne... há várias nesta floresta. Eu mesma sou uma. - uma morena de olhos verdes declarou ao fundo do grupo.

- Estou procurando uma Daphne que teve uma filha com um mortal. - inteirou e um silêncio sepulcral recaiu sobre as ninfas.

- Essa Daphne. - uma delas disse e murmúrios começaram entre as mulheres.

- Onde ela está? - Laurel interrompeu a pequena conferencia entre as ninfas.

- Venha comigo. - a Daphne de mais cedo fez um gesto com a mão e começou a embrenhar-se na floresta. Lily prontamente a seguiu. Caminharam por minutos em silêncio, serpenteando árvores, arbustos, galhos e folhas caídas até chegarem a um conjunto de árvores de louro e onde recostada na raiz de uma havia uma mulher de vinte e poucos anos. Os cabelos longos e cacheados lhe caíam sobre o rosto redondo e pálido, o olhar estava perdido no horizonte e ela parecia alheia a tudo o que acontecia a sua volta. - Irmã? Você tem visita. - a ninfa avisou e Daphne ergueu a cabeça para mirar as duas mulheres.

- Como esta mortal passou pela Névoa? - perguntou em um tom amargo e Laurel percebeu que a entidade, diferente de suas parentes, não tinha no rosto a mesma suavidade de expressão que destacava a beleza característica das ninfas. Na verdade as sobrancelhas franzidas e os lábios comprimidos a faziam ficar estranhamente feia.

- Não sou mortal. - defendeu-se Laurel. Não mentia, era imortal desde que começara a servir Ártemis.

- Mas é humana! - Daphne retrucou desgostosa. Parecia que tinha uma certa aversão a humanos. Estranho, será que aquela era realmente a sua mãe?

- Não inteiramente. - completou a Caçadora e a ninfa levantou-se das raízes em um gesto fluído e colocando-se em uma postura defensiva, lembrando a Lily um animal preparando-se para dar o bote.

- Tem razão, não é. - os olhos verde oliva estreitaram. - O que é você?

- Por que não me diz? - Laurel cruzou os braços sobre o peito em desafio e ignorou os olhares trocados entre as duas Daphne's. A de mais cedo, que serviu como sua guia, deu um aceno positivo de cabeça e sumiu entre as árvores, deixando as duas mulheres sozinhas.

- És uma ninfa. Mas não é uma ninfa pura.

- Deem um prêmio a mulher. - zombou, ainda de mau humor diante da discussão que tivera com Apolo. - Ainda tem mais duas chances de acerto.

- Quem és tu menina?

- Talvez isto te refresque a memória. - Lily retirou o colar que sempre carregava em seu pescoço, o arremessando na direção da ninfa que o pegou no ar antes que lhe atingisse no peito, abrindo a palma para mirar com mais atenção a joia e ofegando ao reconhecê-la.

- Onde conseguiu isto? - perguntou aos gaguejos.

- Você me deu.

- Eu te... - Daphne voltou a sua atenção para a adolescente na sua frente. Dos cabelos longos e castanho escuros que desciam em largos cachos em torno do rosto e pelas costas esguias, ao rosto redondo e infantil, da pele pálida aos grandes e expressivos olhos verdes. E havia a pinta, marca de nascença, sob o olho direito que ela se lembrava muito bem e que sempre povoava os seus sonhos. - Impossível. - ofegou quase sem voz.

- O que é impossível?

- Você deveria estar com...

- Vinte e quatro? É, eu sei. Mas me tornei uma Caçadora de Ártemis...

- O quê? - Daphne soltou em um tom ultrajado.

- Por que a surpresa? A senhora Ártemis me falou que você mesma pediu que ela cuidasse de mim...

- Mas que não a tornasse uma de suas Caçadoras frigidas e sem coração.

- Hei... Não somos frigidas e sem coração! - protestou. Certo que ela e suas companheiras eram sérias, distantes e cheias de si às vezes, mas não eram um cubo de gelo. - Espera um minuto! Se não foi isso o que pediu... O que pedia em suas orações a Ártemis?

Daphne deu as costas para ela, fechando a mão sobre o colar e o levando ao peito.

- Seu pai me deu esta joia. Disse que combinava com os meus olhos. - soltou uma risada amarga. - Que ironia. Ele nunca soube o que eu era, mas mesmo assim me deu uma folha de louro em esmeralda como presente.

- Por que nunca contou a verdade a ele? Noah realmente te amava.

- Eu sei... mas percebi isto muito tarde. Eu tive medo, muito medo. De largar meu mundo, minha vida, minha liberdade de ninfa. Noah era um mero mortal que já era compromissado com outra mortal e muito apegado a realidade. Achei que se lhe contasse a verdade pensaria que estava louca. Preferi fugir a encarar este sentimento. Mas então eu tive você. - virou-se para mirá-la com os olhos claros inundados de lágrimas. - E era tão linda e perfeita que eu queria segurá-la em meus braços para sempre...

- Mas não segurou.

- Não podia. Você não é uma ninfa pura, jamais poderia viver entre nós, eu tive que fazer uma escolha. A mais difícil da minha vida, mas uma escolha. Então a levei até o seu pai e rezei aos deuses que eles olhassem por você, principalmente a senhora Ártemis. Mas não pensei que ela a transformaria nisto. - apontou para Laurel que trajava dos pés a cabeça o seu uniforme de Caçadora.

- Se não foi isso que pediu a Ártemis... - a jovem estreitou os olhos. - O que você pediu?

- Que você fosse feliz. - declarou e Laurel arregalou os olhos surpresa.

- O quê?

- Só queria que você fosse feliz. Que não fugisse da felicidade como eu fugi. Que a encarasse e a tomasse em suas mãos não importa o quão desafiadora ela fosse. Foi o que eu pedi. - completou, indo até a jovem e pegando a mão dela, abrindo-lhe a palma e depositando o cordão sobre a mesma, fechando os dedos da garota em torno da joia logo em seguida.

- Ah... - balbuciou aturdida. Ser feliz. Felicidade não era algo que lhe fora comum em todos os seus anos de vida. Talvez tenha se sentido um pouco alegre nas raras vezes em que correra entre as árvores do pomar de sua avó, ou esteve com sua irmãs Caçadoras durante uma caça... Mas em algum momento realmente fora feliz?

E então a lembrança de um deus loiro tropeçando nos próprios pés por causa de um comentário seu, a fazendo rir, veio a sua mente. Todas as vezes que ele aparecia para visitá-la durante a sua jornada, fazendo o seu coração saltar de alegria. Poderia por fora colocar uma carranca no rosto e repreendê-lo por sua irresponsabilidade, mas por dentro sempre contava os segundos para vê-lo novamente. As conversas que tinham enquanto o carro do sol acelerava a toda pelos céus, a gargalhada divertida dele o que fazia seus olhos rolarem de exasperação e o toque morno que arrepiava todos os pelos de seu corpo.

Talvez pudesse afirmar que durante esses pequenos momentos fora feliz.

- E então? Meu pedido foi atendido? - Daphne perguntou, mirando a filha com intensidade.

- Não... Ainda não.

- E o que você está esperando?

- Não sei. - Laurel suspirou, retirando a mochila das costas e a deixando deslizar pelo braço até o chão, sentando-se em seguida ao lado da bolsa.

- Você ficou tão bonita, como eu sempre imaginei. - Daphne sentou-se ao lado da filha, lhe dando um sorriso sereno que desfez rapidamente a carranca que ela ostentava mais cedo, trazendo de volta a beleza divina característica das ninfas ao rosto dela. Lily retribuiu o sorriso com um igual e mirou o céu através das folhas das árvores. - Nunca pensei que este dia chegaria.

- Por que não?

- Seu pai não sabe o que eu sou, logo não tinha como você descobrir, por isso não tinha como nos reencontrar.

- Nunca pensou em me procurar?

- Uma vez... - pausou, inspirando profundamente e dirigindo o olhar para além das árvores. - Eu a vi na fazenda de sua avó. Você tinha dez anos e corria por entre as árvores e sorria enquanto o cão pastor a seguia. Achei que minhas orações tinham sido atendidas e pensei que não precisaria mais de mim em sua vida. - falou e silêncio recaiu sobre as duas por longos minutos.

- Mãe... - Laurel chamou e Daphne sobressaltou-se ao ouvir o título sair da boca da garota e novas lágrimas surgiram em seus olhos. - O tempo em que passou com o meu pai... Você foi feliz? - a ninfa deu um sorriso nostálgico.

- Muito... tanto que chegava a esquecer quem eu era e ao mesmo tempo me sentia tão viva quanto estar no meio de minhas irmãs. - Lily assentiu com a cabeça diante da resposta.

- Amá-lo... - continuou minutos depois. - Valeu a pena? - Daphne alargou o sorriso e mirou a filha ao seu lado.

- Cada segundo.

 

oOo

 

Abriu os olhos para ser prontamente cumprimentada pela escuridão que cercava a floresta e girou sobre o próprio corpo, sentindo o tecido espesso do saco de dormir roçar contra a sua roupa criando um som raspado. Franziu as sobrancelhas ao mirar além da copa das árvores e ainda ver o céu sobre si enegrecido pela noite e fez uma expressão confusa em meio a sonolência que deixava os seus sentidos ainda lentos. Seu relógio interno de Caçadora lhe dizia que era hora de levantar, que o sol estava para nascer, mas o ambiente ao seu redor dizia o contrário.

Sentou-se sobre o saco e recolheu a mochila que lhe servia de travesseiro, pegando de um dos bolsos externos um velho relógio de pulso. O visor estava marcando seis e vinte da manhã, o que significava que há essa hora o sol já deveria estar subindo aos céus, mas não havia sinal algum do astro rei.

- Estranho. - Daphne comentou, aparecendo ao lado da filha e ajoelhando-se perto dela. - As ninfas estão comentando a falta de sol, já que estamos esperando o nascimento dele para fazer a nossa saudação matinal. Será que aconteceu alguma coisa com o senhor Apolo? - um nó fez-se no estômago de Lily só de pensar na possibilidade.

- O carro do sol tem piloto automático. - respondeu de pronto. Mesmo que Apolo não pudesse guiar a sua carruagem transformada em conversível, o mesmo seguiria sozinho pelos céus cumprindo a sua função milenar.

- Como sabe disso? - Daphne lançou um longo olhar para a jovem. - Ah, esqueci que é amiga de Apolo.

- O quê?

- As outras ninfas falaram que te viram discutindo na orla da floresta com o deus-sol. Uma discussão bem acalorada. Alguma coisa envolvendo um relacionamento, traição e manipulação.

- Apolo e eu não estamos em nenhum relacionamento!

- Bem, imaginei. Caçadoras de Ártemis têm que ser puras de coração, corpo e mente. Mas mesmo assim... pelo que ouvi das minhas irmãs...

- Ninfas são fofoqueiras dessa maneira?

- Faz parte de nossa natureza. - Daphne gracejou. - E segundo elas, vocês brigavam feito “um casal de velhos”. - Lily ficou vermelha.

- Ele é apenas um deus mimado que acha que o mundo gira em torno de seu umbigo. - resmungou, levantando-se num pulo e começando a recolher o seu saco de dormir. Daphne arqueou uma sobrancelha para a filha e ela pausou, repensando o que tinha acabado de dizer. - Okay, retiro o que disse. - tecnicamente o mundo rodava em torno de Apolo. Afinal, ele era o sol, o centro da Via Láctea.

- E você o ama. - atestou a ninfa e Lily rangeu os dentes, atochando os seus pertences dentro da mochila de qualquer maneira.

- Amar? Aquele cabeçudo arrogante metido a Don Juan do Olimpo? Tenha paciência!

- Então não se importa com o fato de ser seis e meia da manhã e nada de sol. Porque para o senhor Apolo não ter aparecido e nem mandado o carro, uma coisa muito grave deve ter acontecido. Ele pode estar ferido, desaparecido... - Daphne ouviu uma ruidosa tragada de ar e viu Lily prontamente cessar os seus movimentos, sua pele ficando mais pálida que o usual.

- Ele só deve estar de frescura. - declarou depois de um tempo e surpreendeu-se quando um vento forte cruzou as árvores, balançando galhos e varrendo as folhas do chão. O céu que já estava escuro pareceu enegrecer mais e a garota o mirou apenas para ver nuvens cinzentas tomarem conta dele e raios cruzarem a massa de nuvens com enormes clarões, iluminando a terra como se fosse dia e fazendo o chão tremer diante dos violentos trovões.

- Oh... Parece que a coisa está feia no Olimpo para o senhor Zeus ter assumido o comando. - Daphne comentou enquanto erguia-se de sua posição e mirava os céus encobertos ao lado da filha.

- Melhor eu ir. Cumpri a minha missão. Tenho que retornar as Caçadoras. - Laurel jogou a mochila nas costas.

- Filha, espera! - Daphne chamou antes que a menina partisse. - É isto mesmo que quer? Viver a eternidade caçando ao lado de garotas que nunca irão crescer?

- O que há de errado nisso?

- Qual era a sua missão Laurel?

- Descobrir as minhas raízes.

- Por quê? - Lily hesitou em responder. Por quê? Por que o Oráculo a tinha mandado ali? E então as palavras da sua avó retornaram a sua mente. Caçadora era o que ela era. Mas era o que ela queria ser?

- Para descobrir o que eu quero daqui para frente.

- E já tem a sua resposta? - silêncio.

- Não. - respondeu minutos depois.

- Talvez a resposta não esteja comigo. Afinal... você viveu todos esses anos ignorante sobre as suas origens e estava bem. O que a fez questionar as suas escolhas? - mais silêncio e Lily mirou o céu relampejando.

- Apolo... - murmurou baixinho. Encontrar a sua mãe não havia lhe acrescentado em nada, mas a busca por ela a fez refletir algumas coisas e descobrir outras. Fez perceber que sei pai não era tão alheio assim a sua presença e que a sua avó foi uma ninfa que largou tudo para trás por amor. A fez perceber que mesmo que a irritasse muito, ainda sim a presença de Apolo a agradava, a divertia. Perto dele ela sentia-se bem, conseguia ser si mesma, a ponto de esquecer o que era, a ponto de esquecer quem ele era.

- Bem... parece que você encontrou a sua resposta. - Daphne aproximou-se da filha, a abraçando apertado contra o seu peito. - Vá em paz e que os deuses a acompanhem minha filha. E eu continuarei rezando por você... para que seja feliz. - Lily sentiu os olhos arderem com as lágrimas não derramadas.

- Adeus... mamãe. - soltou-se dela, lhe dando as costas e seguindo o seu caminho de volta para casa.

 


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