*Minha família e eu tínhamos viajado para um chalé que ficava no topo de uma colina um pouco afastada da cidade grande. Meu pai havia comprado esta casa a um bom tempo atrás, acho que até mesmo antes de eu nascer. Sempre que tínhamos a chance, íamos passar as férias naquela casa.*

*Era ótimo sentir o frescor da natureza e respirar o ar puro da floresta. Encostada no para - peito do andar de cima daquela casa eu apenas observava o sol se deitando no horizonte a minha frente. A casa era toda de madeira escura com móveis que na minha opinião caiam muito bem com o estilo antigo do lugar.* 

*Quando todos estavam se acomodando dentro do chalé, cada u no seu próprio quarto. eu sai indo em direção ao ponto mais auto da colina. Quando cheguei ao limite avistei aquele lindo por do sol, a única coisa que eu podia ouvir eram as folhas das árvores balançando enquanto a brisa da tarde batia nos fios negros de meu cabelo fazendo-os voar e balançar como as ondas.*

???: buuu!!!

Keiko: haaaaa!!!

*Eu levei um susto tão grande que quase cai no chão, mais na verdade foi a minha irmã que caio no chão de tanto dar risada por causa do susto que levei.*

Keiko: não tem graça Kaila... v-você me assustou. - Disse eu tratando de me levantar.

Kaila: e você acha que eu não percebi? - Ela disse isso rindo da minha cara. - Sabia que uma coisa tão nanica como você não pode ficar andando por ai sozinha? Vai acabar se perdendo nessa floresta imensa.

Keiko: eu não sou nenhuma criançinha que precisa de supervisão, e para de me chamar de nanica, eu tenho nome sabia?

Kaila: Eu tenho todo o direito de te chamar assim, afinal eu sou 3 anos mais velha que você. Sabe eu estava te procurando a um tempão, vamos brincar antes que anoiteça.

Keiko: huuummm... então ta, mais vamos brincar do que?

Kaila: ta com você!

*Depois de dizer isso ela começou a correr, eu, sem querer perder mais tempo comecei a correr atrás dela.*

*Eu podia ouvir sua risada em quanto corria, ela olhava para trás, mas rapidamente virava seu rosto pra frente para não acabar esbarrando em alguma árvore, eu via seus cabelos castanhos balançando na minha frente enquanto flechas de luzes do por do sol atravessavam as árvores. Eu achava Kaila bem parecida com a mamãe.*

*Kaila e eu corríamos em zigue- zague como duas loucas. Era um belo fim de tarde e começo de noite. Já estava começando a ficar com falta de ar de tanto correr, mas... não era como das outras vezes então parei para tomar fôlego. Inclinei meu corpo um pouco para frente colocando uma de minhas mãos no joelho e a outra nobre o peito.

Kaila: Vamos Keiko! por acaso já se cansou? - Ela pareceu perceber que eu havia parado de correr e se virou para esperar.

Keiko: N-não é nada. Já estou indo.

*Andei na direção de Kaila ainda tentando respirar direito, mas quanto mais ar eu tentava puxar pior ficava minha respiração, as bordas dos meus olhos foram escurecendo pouco a pouco.*

*Quando finalmente acordei, eu estava deitava em uma cama dentro de uma sala totalmente branca. Deduzi que estava em um hospital pelo fato de que eu  já vi este lugar em filmes e em séries, mas nunca tive a chance de ver um com meus próprios olhos, o máximo que cheguei a ver de um hospital foi os corredores e o consultório do Doutor. Como dizem, "sempre tem uma primeira vez". Mal me dei conta de quando havia perdido a consciência. Havia alguns fios saindo do meu braço e um tubo dentro do meu nariz. Minha família estava lá comigo, e logo que perceberam que eu estava consciente todos sorriram com uma expressão de alivio em seus rostos.*

Marta: que bom que você acordou! – Disse ela me abraçando – nós ficamos preocupados!

Felipe: esta se sentindo melhor?

Keiko: sim... Um pouco.

Kaila: é tudo culpa minha... – Ela disse em um tom abatido. – eu não devia ter pedido pra você brincar comigo... Se agente simplesmente tivesse ido pra casa isso nunca teria acontecido, mas não tinha como eu saber que isso ia acontecer me desculpa.

Marta: não precisa ficar desse jeito kaila, não foi culpa sua. - Ela disse isso abraçando Kaila.

* Alguém entrou no quarto fazendo todos pausarem a conversa para o encarar. Como ele estava vestindo um jaleco branco, julguei ser o Doutor. Ele se aproximou um pouco mais antes de proferir suas palavras.*

Doutor: então pequena Keiko, eu me chamo George, como esta se sentindo? - Por que todo mundo me chama de pequena?

Keiko: um pouco melhor Doutor George.

Doutor: vou fazer alguns pequenos exames tudo bem? – Eu me sentei na cama sem muita dificuldade para ser examinada. – Bom, Keiko, suspeitamos que a causa de seu desmaio e sua falta de ar seja porque você desenvolveu a asma, essa doença afeta principalmente seus pulmões e seu sistema respiratório.

Keiko: e quando eu vou ficar boa?

Doutor: você pode até receber alta do hospital, mas infelizmente ainda não acharam uma cura para essa doença, mas com o tempo você consegue controlar ela com remédios e uma rotina apropriada, quando controlar, vai ser como se você nunca tivesse desenvolvido essa doença. – O Doutor disse, não só olhando para mim, mas para todos os presentes naquela sala. - Vocês podem ficar fazendo companhia para Keiko, eu vou verificar os resultados dos exames.

Felipe: Tudo bem então.

Doutor: Não demoro.

*Eu recebi alta após o Doutor George entrar na sala. Não demorou muito para então decidirmos voltar para casa.*

CONTINUA...