De volta à sua vida, Lydia espera.

E mesmo que não saiba muito bem pelo quê, ela espera e sorri. Ela morde um biscoito de canela e o chá a sua frente está quente, sua mente voa por algum tempo em que sua vida era repleta de aventuras e de tensão e de Edgar. O rosto esquenta e Lydia leva uma mão à testa, poderia jurar que ainda sentia os lábios de Edgar colados à sua testa despedindo-se, ela sempre fora uma pessoa que se prendia demais ao passado, nostálgica. Porque, veja bem, ela nunca teve nada ao que se prender, tudo eram lembranças, seres mágicos e biscoitos de canela-com-açúcar-lambuzando-as-mãos.

Nico ronrona manhoso contra a borda de seu vestido e ela sorri novamente, um biscoito na boca de seu companheiro de sempre. E Lydia se lembra de Edgar, e suas aventuras e seus amigos – que nunca, jamais, a julgavam louca como todos que conheceu em sua vida – e de todos os lugares que conheceu, as alegrias e o calor na testa. Ela esperava por aventuras, pelo dia em que veria novamente Edgar e todas as coisas que sempre quis para sua vida.

A liberdade de uma fada, o que ninguém traz de volta.