A Lenda dos Dragões escrita por Hakiny


Capítulo 14
Descendentes de Hao


Notas iniciais do capítulo

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A noite havia acabado de chegar, o duque Thomas ofereceu hospedagem aos visitantes e por insistência de Karin, o grupo acabou aceitando.

— Aaaah! — Karin se jogava na cama com entusiasmo.

— Ainda acho que dormir aqui é perda de tempo. — Chow se esticava em uma confortável poltrona do quarto.

— Não diga isso, Chow! Olhe só como estes lençóis sao macios… Não durmo em nada confortável assim desde que saímos do oriente. — A garota se enrolava no forro de cama — E aquela banheira quentinha…

— Bom, fico contente que esteja feliz. Trate de dormir logo, vamos sair amanhã bem cedo!

O garoto deu alguns tapinhas na cabeça da garota e foi em direção a porta do quarto.

— Boa noite, Chow! — Karin acenou para o rapaz.

— Boa noite, Karin.

Após as luzes serem apagadas, Karin finalmente se viu completamente sozinha. A única iluminação do quarto era a luz do luar, que penetrava o cômodo pela janela de vidro.

Karin sempre teve fascínio pela lua, e lembra-se de passar horas da noite apenas contemplando a pureza que aquele astro transmitia. Talvez sempre soubesse a importância que ele teria no futuro. Mas como ela poderia saber de algo assim?

Karin ergueu as mãos de frente para o seu rosto e observou a sua pele ser iluminada pela luz de fora. Com todos os acontecimentos, ela não havia se permitido pensar em detalhes pessoais. Ela era um dragão afinal de contas!

Karin tinha tantas perguntas… Teria sido sua mãe um dragão de branco? E se isso for verdade, então ela lutou contra o dragão negro no passado? Mas o dragão de trevas estava vivo e sua mãe morta… Quem foi o vencedor?  Todas essas coisas apontavam para uma direção… Kishan era um mentiroso.

A princesa sentiu raiva em seu coração, afinal em todos os anos da sua vida, tudo o que saía da boca de seu pai era uma verdade absoluta para ela.

Mas essa história não se casava com o que ela descobriu no oriente, Zaru morreu na casa dos 80 e Hao havia desembarcado no ocidente há 100 anos.

Foi exatamente por isso que Karin havia evitado pensar muito nessa história, era mais fácil seguir a jornada sem perder noites de sono se fazendo perguntas que apenas uma pessoa poderia responder.

— Quando eu voltar para casa, terei uma boa conversa com o meu pai!

A garota sussurrou para si mesma antes de se entregar ao sono.

Um pouco distante dali, em um navio pirata, Nicholas estava de pé diante de uma pintura em seu gabinete.

— Está tudo bem Capitão?

Nicholas estava tão imerso em seus pensamentos que nem havia notado a presença de Josh, um dos membros de sua tripulação.

— Sim… Só estava pensando em uma coisa…

— Posso perguntar em que senhor?

O homem também ficou de frente para a pintura.

— Josh, como você reagiria se ficasse frente a frente com alguém que te traiu há muitos anos?

— Esse é o tipo de situação que eu escolho evitar capitão. — Josh disse com certa timidez.

— Mas e se essa pessoa te dissesse que está arrependida?

— Então neste caso, é melhor que coisas ruins fiquem no passado!

— Espero que ela pense como você. — Nicholas sorriu para o companheiro.

— Então estamos falando de uma garota? — O homem caminhou para fora do gabinete. — Tome cuidado capitão, o perigo agora é dobrado!

— Essa faz o tipo bem perigosa mesmo… — Nicholas gargalhou.

Distante daquele navio, na região em que Karin e Chow haviam desembarcado, um pouco longe da cidade, havia uma pequena casinha, lar de uma família composta por três pessoas: Tereza, Caleb e a pequena Sophia.

Já passavam de meia noite quando Tereza entrou no quarto de sua filha.

— Já é hora de garotinhas espertas estarem na cama. — A mulher colocou algumas roupas limpas sobre uma cômoda.

— Eu estou quase terminando capítulo mãe, já irei deitar. — Sophia não tirava os olhos de seu livro.

— Você não é uma garota esperta? — Tereza se sentava no chão junto com a filha.

— Claro que sou! Leio até livros! — A garota dizia com certa ironia na voz.

— Isso é realmente algo raro para uma camponesa… — Tereza dizia de forma tão irônica quanto a filha. — Ok, vamos para a parte em que eu sou uma mãe de verdade e digo algo como: “Senhorita Sophia! Se você não se deitar agora, proibirei seu pai de trazer mais livros para você da cidade!” — Tereza dizia de forma séria enquanto encarava a garota.

— Mães de verdade não devem ficar bravas quando seus filhos estão lendo.

— Para cama.

— Isso significa que eu ganhei a argumentação? —  Sophia se deitava na cama.

— Não. O meu título nessa casa me dá vitória automática, nossas discussões são apenas treinos para sua atuação fora daqui. — Tereza dizia enquanto cobria a filha.

— Eu te amo. mamãe.

— Eu também te amo, Sophia.

Tereza beijou o rosto de Sophia, apagou as luzes e saiu do quarto.

— Amanhã eu vou até a cidade — Caleb dizia de forma animada.

— Shhhh! — Tereza levava a mão ao rosto do marido — Se quer fazer uma surpresa, porque está gritando seus planos? — Cochichou.

— Desculpe.

— Vamos para o nosso quarto. — A mulher arrastou Caleb para o outro cômodo.

— Eu estou juntando dinheiro para isso há meses! — O homem se jogou na cama.

— Já sabe o dia da apresentação? — Tereza se deitou ao lado do marido.

— Exatamente no dia do aniversário dela. — Ele dizia com entusiasmo.

— Esses convites são muito caros!

— Claro que são! O teatro é regalia da nobreza.

— Você acha que é exatamente isso que ela quer? — A mulher se aconchegou no peito do esposo.

— Sem sombra de dúvidas! Você precisava ver o brilho nos olhinhos dela quando passamos de frente ao teatro. Mal posso esperar para ver a reação dela no dia da apresentação.

— Você deveria ver o brilho nos seus olhos enquanto fala disso. — Tereza dizia de forma debochada seguindo com uma gargalhada.

O homem apenas sorriu.

— Ela é tão diferente de mim… — Tereza se sentou na cama — Digo, eu nunca fui muito chegada a leitura ou artes… A única pintura que eu apreciava era a do sangue dos meus inimigos escorrendo na minha espada!

— Você sempre parece tão assustadora dizendo essas coisas. — Caleb dizia com um sorriso enquanto apreciava a sua bela esposa.

— Como pode dizer essas coisas me olhando com essa cara de bobo? — A mulher arqueou uma das sobrancelhas.

— Nunca disse que era algo ruim.

Caleb puxou Tereza para junto dele.

Do lado de fora do quarto, Sophia estava grudada na porta e havia ouvido toda a conversa. Um sorriso estampava seu rosto entusiasmado, seu pai realmente havia acertado na escolha. A garotinha voltou para o seu quarto rapidamente para ter a certeza de que ninguém a pegaria.


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Notas finais do capítulo

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