Calling out your name escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eita nóis!

Ainda não é a longfic Bruce/OC, mas trouxe um pequeno aperitivo para os shippers de Brumy ♥

Eu estava ouvindo essa música há algumas semanas e comecei a imaginar uma cena entre os dois. Precisa escrever, escrevi e está aí.

Espero que gostem!



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But if you're waiting for something to bring you round 

 I'm calling out, I'm calling out your name 

Lift your head up high

 

Bruce Banner. Está aí um homem complicado de se entender e difícil de não se apaixonar. Acreditem, eu tentei. 

Um enigma que eu adoraria ter desvendado, se ele não tivesse desaparecido do mapa há meses, minando qualquer chance que eu pensei que teríamos. 

Será que fui presunçosa e ingênua demais ao acreditar que ele poderia sentir algo por mim? Algo além da amizade que começamos a construir nas longas conversas telefônicas pela alta madrugada? Imaginei a atração mútua quando nos esbarramos na Torre dos Vingadores e na fazenda de Olivia? Será que imaginei o clima no ar e o brilho nos olhos de Bruce toda vez que estivemos diante um do outro? 

Não. Quando lembro da sua confissão sobre ter medo de mim, da nossa crescente proximidade, da intensidade de cada breve momento e dele insinuando que não iria se opor caso eu lhe desse um beijo de despedida, tenho certeza que Bruce não estava indiferente a mim. Ele sentiu algo. Sentia quando partiu daquele jeito estupidamente altruísta e teimoso. E onde quer que esteja, talvez ainda sinta. 

A única diferença entre nós é que Bruce acredita que não tem o direito de se permitir viver algo especial. Em parte por causa do Hulk e dos riscos que isso talvez envolva para quem estiver ao seu lado. Em parte porque ele é lindamente tímido e reservado mesmo. Como eu disse, um enigma irresistível. 

Enquanto reflito sobre tudo isso, assisto o dia nublado e chuvoso pela janela do meu apartamento em Nova York. Mergulhada em lembranças e com o olhar perdido nas luzes da cidade, pergunto-me quanto tempo mais Bruce precisa ficar afastado assim, longe de tudo e de todos. Longe de mim. 

Será que ele pensa em voltar um dia? Será que vai? O que diabos está esperando para fazer exatamente isso agora mesmo? Que eu grite seu nome aos sete ventos, talvez? Que eu o chame o mais alto que conseguir? Que eu descubra em qual buraco do mundo ele está enfurnado e o traga de volta arrastado pelos cabelos?  

Arqueio as sobrancelhas e faço um biquinho com os lábios ao cogitar essa última opção. Confesso que seria uma ótima maneira de aliviar a raiva que sinto desde que ele foi embora. 

Todos os dias, tenho vontade de estapear Bruce por ter amarelado daquele jeito. Independentemente dos motivos, ele estava errado em seu desejo de desaparecer e deixar tudo para trás. E minha incapacidade de convencê-lo do contrário foi bem frustrante. Sinto que falhei. 

Mas apesar dele ter agido como agiu, apesar de tudo o que senti por conta disso, pego-me torcendo baixinho: 

— Vamos, Bruce. Apenas volte de uma vez. Pare de frescura, chute a crise existencial para longe e saia das sombras, tudo bem? É hora de retornar ao jogo, campeão. Você consegue. 

Respiro fundo e me apoio no parapeito, passando o olhar pela rua lá embaixo. E o que vejo de repente faz uma onda de surpresa se abater sobre mim e meu coração disparar de imediato.  

Na calçada, em meio à chuva, com roupas escuras e discretas para não ser reconhecido, olhando para o alto, para mim, lá está ele, o rosto que eu mais queria ver agora. 

— Bruce... — murmuro, ainda meio incrédula, antes de abrir um largo e inevitável sorriso. 

Na sequência, saio correndo do apartamento com uma ansiedade que mal cabe no meu peito. Logo alcanço a rua. Finalmente terei a chance de bater nele! Deus é pai! 

Uma parte de mim está com medo de ter imaginado isso, ou do alter ego do Gigante Esmeralda simplesmente ter ido embora antes que eu pudesse alcançá-lo aqui fora, mas, felizmente, nada disso aconteceu. Bruce ainda está no mesmo lugar, a poucos metros de mim, me esperando. 

Quando um sorriso sereno e culpado surge em seu rosto e ele franze o cenho meio sem jeito e constrangido, não resisto e volto a me mover, correndo até ele o mais rápido que consigo.  

Esqueço a raiva pela sua partida e, sem me importar pelo gesto exagerado, surpreendo o meu Vingador favorito com um forte e caloroso abraço, que quase nos leva ao chão.  

— Bruce! — é a única coisa que consigo dizer agora; seu nome. Acho que continuo chamando por ele, afinal. 

Fecho os olhos e sorrio ainda mais feliz. Com a cabeça encaixada em seu ombro, sinto seus braços me envolverem em retorno de um jeito meio desajeitado e, sem dúvida, bem respeitoso. Porém, logo se torna intenso e muito aconchegante, o que me leva a concluir que Bruce Banner também sentiu minha falta e finalmente está se rendendo. 

Enquanto isso, a chuva continua caindo a nossa volta, sobre nossos corpos, como se quisesse nos reduzir a uma coisa só.  

O surpreendente é que não estou com um pingo de frio. Muito pelo contrário, nunca me senti tão aquecida em minha vida inteira.

Tudo estaria perfeito agora, se eu não começasse a perceber que algo aqui não faz sentido.  

Eu deveria estar com frio. Mesmo. A chuva continua caindo impiedosa, porém não a sinto mais molhar minhas roupas e meu corpo. Não como deveria, pelo menos. É como se ela não fosse real. Como se nada mais fosse. Quando reparo melhor, os pingos não estão caindo do céu, mas sim brotando do chão e elevando-se, num efeito contrário. 

Além disso, a cidade está deserta e muito silenciosa para a Nova York agitada que estou habituada. Mesmo a presença de Bruce já não soa tão verdadeira. Sinto que ele vai desaparecer de novo, a qualquer momento, como uma miragem. 

Só posso concluir, com uma tremenda frustração crescendo dentro de mim, que nada disso está acontecendo de verdade.  

Fecho os olhos com força e os abro tão logo chego a essa conclusão, despertando do sonho e ciente de que Bruce não voltou coisa nenhuma. Convenhamos, talvez ele nunca retorne.  

Irritada e provando o gosto amargo do realismo, arranco os fones de ouvido, silenciando a música estúpida que embalou meu sono até então. Fico olhando para o teto por algum tempo e depois para a janela do quarto, até me acalmar.  

Está chovendo de forma intensa. Pelo menos uma coisa bate com o sonho. 

Ao meditar sobre isso, uma parte de mim fica inclinada a espiar a rua lá embaixo, só para me certificar de que Bruce não retornou do seu exílio particular ou para me surpreender com o inverso. Quem sabe ele tenha mudado de ideia, e eu tenha previsto de alguma forma? 

No entanto, a parte racional me impede de sequer levantar da cama, pois já sabe a resposta e não quer mais se iludir. 

Por mais que seja decepcionante admitir, dificilmente as coisas irão mudar. E mesmo que Bruce resolva regressar um dia, não posso ficar dependendo de um milagre, mantendo uma esperança inútil, que serve apenas para me machucar e me frustrar cada dia mais. 

Bruce fez uma escolha, e eu tenho que lidar com ela da melhor forma que conseguir. Em outras palavras, não posso e não vou ficar esperando por ele. Tenho que seguir em frente e tocar minha vida, como deixei bem claro que faria quando nos despedimos. 

Determinada, ajeito-me na cama e deixo a decisão ganhar força dentro de mim. Antes de fechar os olhos, aconselho a mim mesma: 

— Está na hora de esquecer essa história, Amelia. Você precisa esquecê-lo de uma vez por todas. Você consegue. 

Meu coração me diz que essa não será uma promessa fácil de se cumprir. Talvez seja impossível. Mas decido que vou ignorar esse músculo idiota porque preciso tentar.  

Demoro, mas por fim consigo pegar no sono. 

Não vou contar se sonhei ou não com Bruce Banner mais uma vez. Apenas façam suas apostas. Algo me diz que vocês irão acertar em cheio. 

— Droga... 

Por mais que eu não queira e saiba que isso não tem o menor futuro, acho que continuo chamando por seu nome, esperando que Bruce ouça onde quer que esteja, torcendo para que volte e desejando que esse dia chegue logo. Não é simples como um botão de ligar e desligar. Antes fosse. 

Volto a dizer a mim mesma para esquecê-lo, porém não sei bem se estou me escutando. Apenas continuo. Mais cedo ou mais tarde, vou conseguir. Com ou sem botão, tenho que virar essa página. 

 

And are you caught between the lines 

Did no one see you fall behind


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Notas finais do capítulo

Pois é, pois é, pois é, o retorno do Brubru foi só um sonho.

Inté "A Bela, o Outro Cara & Eu"!

Reviews?

Bjs!



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