Amor não Tem Jeito escrita por Crazy Tavares


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Almoço


Notas iniciais do capítulo

Um almoço gostoso, conversas, momentos de lazer... tudo lindo! o/



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Naquele momento, Carla estava nas nuvens, quer dizer... na moto, junto com a rockeira rebelde.
Ana acelerava mais para poder sentir as mãos de Carla segurando sua cintura com mais força, demonstrando provavelmente o medo da velocidade. Ana não era nada boba, levaria Carla num restaurante que fosse considerado pelo menos ótimo em dotes culinários. A morena rockeira percebia muito bem que Carla era uma garota que não se leva em botecos e barzinhos, ela gostava de ser tratada como dama, disso estava claro só no jeito formal que ela sempre agia.
Começou a diminuir a velocidade, até que parou perto da calçada, então falou para Carla:

- Desce que agora vou estacionar...

- Ok...

Carla desceu da moto e retirou o capacete de modo tão sensual que Ana parou para olhar, mas não fez por mal, foi por puro e simples instinto. Os rapazes manobristas do restaurante ficavam olhando para Carla e comentando entre si, eram comentários de pura safadeza, mas também era algo que até Ana pensava, porém ao invés disso, ela estacionou a moto, desceu da mesma e tirou o capacete com uma fúria. Ciúmes? Não podia ser, mas Ana tinha ódio mortal quando os caras falavam de alguém que ela estava afim de "pegar". Então ela grudou a mão na cintura de Carla, e os rapazes fecharam a cara para ela e todos disseram juntos, como num coral:

- Oi Ana. Como vai?

- Haha, estou ótima, e vocês?

Ana nem esperou eles responderem e entrou no restaurante, ainda com o braço em volta da cintura de Carla, cuja estava vermelha de vergonha, nunca deixara uma mulher fazer isso com ela... mas era tão bom... tão quente, um quente que a fazia ter calafrios na espinha. A loira respirou fundo e olhou para Ana, ainda com as bochechas vermelhas:

- Bom... que lugar iremos sentar?

- Você escolhe, gata. Eu vou guardar os capacetes, o pessoal me conhece aqui.

- Ah, tá bom.

A rockeira logo tirou o capacete da mão de Carla e seguiu restaurante adentro, foi até os fundos e segurandos os capacetes com uma mão, com a outra pegou o celular e ligou para Júlia, uma garota que trabalhava na cozinha daquele estabelecimento, a mesma atendeu na hora, mas estava ocupada demais para falar no celular. Ana logo falou, não querendo atrapalhar a garota:

- E aí gatinha, me prepara um almoço daora, depois eu pago, e é almoço para duas pessoas.

- Como assim para duas pessoas, amorzinho?

- Estou com uma garota, faz isso pra mim, vai.

- Tá aí nos fundos? Estou indo para aí.

Ana terminava a ligação e guardava os capacetes com o seu melhor amigo, que era manobrista e gay, aliás... muito gay. Júlia aparecia ali andando apressada, até que empurrou Ana para a parede e lhe deu vários selinhos, esta sem entender nada, falou entre aqueles pequenos beijos:

- Júlia... o que tá fazendo?

- Estou matando a saudade...

Então Júlia atacou os lábios de Ana como uma fera que ataca sua presa... sua comida... Ana tentou retribuir, até que Júlia começou a forçar a mão para dentro do jeans da rockeira. Então com uma luta fácil de vencer, já que era mais forte que Júlia, virou-se e colocou ela contra a parede e retirou a mão dela de dentro de sua calça, sorrindo com uma certa raiva aparente.

- Agora não! Me entendeu, porra?!

Ana, sem deixar Júlia responder, saiu andando com a cara fechada, deixando a ruiva fogosa ali sozinha. Odiava quando ela queria transar nos fundos do restaurante, e Júlia sabia que ela odiava, mas era sua fantasia que já tinha sido realizada duas vezes por Ana, que tinha sido forçada a fazer isso para satisfazer aquela ruiva que sempre estava insatisfeita, insaciável. Voltou para o salão e encontrou Carla, com cara de tédio, mas que procurava encontrar aquela figura que a fazia sentir desejos com apenas um toque. Sentou na cadeira a frente de Carla, e sorria toda contagiante, e deu uma piscadela para ela, que já ficava com as bochechas vermelhas.

- Eu já aproveitei para pedir um almoço caprichado, não se preocupe... foi mal pela demora, tá bom gata?

- Ah... tudo bem, e por sinal... esse restaurante é lindo, tem um clima sensual e romântico, não tem luzes fortes... só luzes fracas que destacam os detalhes das paredes, muito lindo, adorei.

- Eu sabia que você ia gostar.

Elas passaram trinta minutos conversando, Ana fazia com que Carla não prestasse atenção na hora, sempre que acabava um assunto já começava outro. O almoço chegou, um prato perfeito e digno de deixar a pessoa totalmente satisfeita.
E lá se foram mais uma hora e meia de conversa, aproveitaram para pedir a sobremesa, duas Coca-Colas, e assim ficavam conversando até que Ana olhou para o relógio: já eram 15hrs15, sorriu e falou para Carla nos sussurros, o que a fazia sentir mais e mais desejos.

- Vamos passear agora...

- Tá bom...

Elas saíram do estabelecimento, Ana fizera questão de pagar pelo almoço, não gostava quando alguém lhe pagava alguma coisa. E Júlia olhou para a rockeira de modo furioso, mas Ana quebrou as pernas dela depois que apenas mexeu os lábios mas não deixava nenhum som sair:

- Gostosa...

Ana entregou o capacete para Carla e subiu na moto, ligando-a rapidamente, e então Carla subiu na moto e colocou as mãos na cintura daquela... deusa rockeira. Ela percebeu um certo olhar de um ser ruivo no restaurante, e tinha que admitir que por um momento que sentiu uma vontade de pular em cima daquela garota e matá-la... - A Ana é só minha, só minha... - Foi o que pensou, e então se sentiu como namorada dela... Sim! Estava com ciúmes! Era tão díficl esconder isso de si mesma, mas e daí? Não tinha problema, só ela sentia aquilo... ou pelo menos pensava assim...

A morena acelerava e já pegava o sinal aberto e passou para a avenida, sorria de modo contente. Então falou num tom um pouco alto, para que Carla ouvisse:

- Você estuda?

- Ah... sim... tenho faculdade a noite...

- Hm... faculdade de quê?

- Engenharia Mecatrônica...

- Uau!

Ana ficou surpresa, muito surpresa... ela devia ser tão inteligente! Ela cada vez mais ficava surpreendida com a loira. - Engenharia Mecatrônica... que foda... - Pensou, então sorriu com o pensamento, então acelerou mais e mais, a avenida estava livre, mas Carla apertava a cintura de Ana de modo tão gostoso que começava a virar um vício.

- Eu faço Web Design...

- Que legal!

- Sim, é sim.

De repente começou a diminuir: estavam na frente da praia. Ana estacionou e esperou Carla descer da moto, então desligou e saiu. Pegou Carla de surpresa: ela tinha uma pele tão branquinha... nunca devia ir na praia, mas o sol não estava forte e só iria levá-la para tomar uma Coca-Cola num quiosque, nada de mais. Pegou o capacete da mão de Carla e ficou segurando junto com seu capacete, não se importava de levar de jeito nenhum. Ficou olhando para aqueles olhos verdes que sinceramente ficavam lindos sob a luz do sol, sorriu boba e sussurrou para Carla de modo carinhoso:

- Adivinha...? Você e nem eu vamos para a faculdade...

Carla ficava incrívelmente vermelha, e então as duas começaram a andar juntas, ambas olhando para frente, apenas trocando olhares de vez em quando.
A praia estava em constante movimento, havia pessoas caminhando, outras correndo, outras sentadas no banco, umas com seus filhos no parquinho, umas bebiam nos quiosques, outras fumavam... tudo um conjunto de seres humanos tendo um momento de lazer sob o sol, com os corpos semi-nus. Todo mundo numa grande paz, as crianças e os adolescentes no mar, se divertindo, ou então jogando futebol ou volei, realmente uma coisa linda de se ver.

Ana sorria, ela era observadora, por isso adorava ir à praia, adorava observar o jeito que as pessoas agiam na praia, era tão... lindo, as pessoas se confraternizando, se divertindo, era pura alegria... No ano novo, então? Era uma coisa linda de se ver, todos felizes, abraçando um ao outro, pulando de alegria por estar começando o ano com pessoas que ama e que acabou de conhecer. A rockeira olhava Carla, que não parava de falar sobre as amigas loucas que ela tinha, e então esta olhou para Ana e ambas sentiram um calafrio delicioso percorrer a espinha. Então chegaram no quiosque que Ana sempre ia, pediu uma cerveja para as duas e sentaram-se, conversaram mais e mais, falavam sobre tudo... tudo mesmo, de música até a Primeira Guerra Mundial, chegava até a ser estranho.

- Então... eu tenho uma banda, sou vocalista.

- Sério?! Poxa, que legal, você consegue me surpreender sempre, heim?!

- Haha, tenho esse dom de surpreender mesmo... Eu gosto daquela música do Stone Sour, sabe? 'Cause I'm looking at you through the glass, don't know how much time is passed, oh God it feels like forever, but no one ever tells you that forever feels like home, sitting all alone inside your head.

- Nossa, eu adoro essa música, é tão linda... e você canta ela direitinho...

- Haha, eu também adoro essa música, e obrigada... eu canto ela todo dia.

As duas bebericavam suas cervejas, apenas para molhar a garganta e continuar falando... o assunto nunca acabava, e uma se sentia bem ao lado da outra, algo que nunca tinha ocorrido com ambas. Será que isso vai dar amor?

Depois de um certo tempo, Ana levou Carla para sua casa e lá ficaram bebendo vinho e vendo filme de terror... a cada susto que Carla dava, a mesma se agarrava ao braço de Ana, e esta sorria, quase nunca ficava com medo de filmes de terror... é claro que escolheu tal filme de propósito, mas Carla também adorava filme de terror... e também queria ficar grudadinha com Ana no sofá, enquanto a mãe da mesma trabalhava...


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