Eu Penso Em Você escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Pessoal: Um Feliz Dia dos Namorados atrasado! Huehueheuhe ♥ ♥
Aproveitem mais uma One Shot!



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Era uma segunda feira calorosa na cidade de Paris. Ou melhor, muito mais calorosa que o normal. Era o dia dos namorados e o clima se tornava cada vez mais romântico por onde eu passava, não importava o lugar: praça, museu, parques, ruas, avenidas... Tudo estava relacionado ao dia dos apaixonados. Até mesmo o ar que a garota respirava parecia mais doce que o normal. Tudo era mais especial naquele dia: desde uma simples caixa de bombom até um balão escrito “Eu Te Amo Diego” com diversos coraçõezinhos ao redor flutuando pelo ar parisiense. Mas eu não estava preocupada com nada daquilo. Nem ao menos com quem realmente era aquele garoto chamado Diego que alguma menina desesperada estava lhe declarando seu amor. Não. Tinha algo muito mais importante para me preocupar.

— Eu achei! – Alya berrou aparecendo subitamente de trás de uma prateleira de roupas femininas do shopping do centro da cidade e com um vestido rosa choque num cabide marrom. – Este é perfeito não é? Me diga que não e eu vou te esganar de vez.

— Hã... – balbuciei com uma cara de “desculpa”. – Bem... Não acha ele um pouco... Chamativo demais?

A morena de óculos bufou e jogou o vestido que escolhera em uma pilha, onde muitos outros estavam empilhados preguiçosamente por ambas as garotas. É isso mesmo, eu, Marinette Dupain-Cheng, tinha a única e maior preocupação de não conseguir escolher um vestido. Um vestido. Mesmo com quase vinte anos nunca deixei a sua indecisão de lado, o que sempre me colocava em situações como a que me encontrava naquele momento: uma dúvida que corroía a minha alma.

Respirei fundo.

Kattie e Chole haviam me convidado. Não posso simplesmente não aparecer em sua festa apenas por estar indecisa em qual vestido escolher. Talvez eu mesma devesse procurar antes que Alya exploda em meio a loja mais movimentada desse shopping.

— Porque você não me deixa escolher? – perguntei sem graça. – Talvez assim encontre algo que eu goste. – palpitei com um mínimo sorriso.

— Que seja. – Alya respondeu limpando a lente dos óculos frustada por não lhe ajudar. – Só não quero que você demore. Nino vai vir nos buscar daqui a pouco. 

Enquanto eu me preocupava em argumentar que não tinha graça comemorar um dia de casais sem ter ninguém do seu lado, a minha melhor amiga já havia encontrado o príncipe encantado dela que, por coincidência ou não, vinha com um par de fones ao invés de um cavalo branco. As vezes me pegava imaginando como eu fui importante no meio disso tudo e esqueço da minha solidão. Afinal se a Ladybug não tivesse arruinado um encontro meu com Nino e trancado ele e Alya numa jaula do zoológico juntos por nem sei quantas horas eles não estariam juntos naquele momento. Balancei a cabeça e voltei as prateleiras para encontrar alguma coisa que me chamasse um pouco a atenção. Depois de alguns minutos procurando encontrei algo agradável: era um vestido vermelho básico com as mangas longas de renda com rosas e um decote que deixava uma pequena parte das minhas costas a vista.

Era simplesmente perfeito.

— O que você acha deste? – indaguei a Alya, fazendo-a largar imediatamente os olhos do celular e me encarar com um sorriso.

— Arrasou amiga. – me respondeu, conseguindo me fazer sorrir por um momento. – Agora vamos porque senão um certo Lahiffe vai ter um ataque de pelanca lá no estacionamento.

Ambas rimos. Bom, talvez eu estivesse errada por achar que o dia dos namorados seria o pior dia da minha vida.

Pelo menos eu acreditava estar errada.

***

Já estava escurecendo quando terminei de arrumar o cabelo. Até que não havia sido tão difícil assim decidir qual penteado usar: meu cabelo não me dava muitas opções. Ainda assim consegui deixa-lo de uma maneira bem atraente com um pequeno coque preso a algumas correntes pequenas. Me encarava no espelho quando finalmente percebi uma pequena caixinha sob a minha escrivaninha cor-de-rosa. Tudo bem que sempre fora um pouco distraída e que nada mudara tanto no meu quarto há quase cinco anos, mas aquilo já era demais.

Rapidamente caminhei até lá e abri o pequeno presente que havia sido deixado ali. Quase que instantaneamente meus olhos começaram a lacrimejar e minha garganta secou. A saudade se adentrou do meu peito e precisei me controlar para não destruir a minha maquiagem ali mesmo. Ali dentro havia um colar de brilhantes com um pequeno e delicado pingente de joaninha juntamente com um par de brincos.

— Ah Tikki... Que saudade... – sussurrei apertando o presente contra o peito. Como doía dentro de mim.

Alguns anos antes de Adrien ir embora de Paris e ser arrastado pelo pai para longe da cidade, eu havia sido descoberta como Ladybug por alguma denúncia anônima e consequentemente perdido o meu miraculous. Naquele tempo eu não conseguia acreditar em tudo o que estava acontecendo e nem assimilar toda aquela situação que havia me metido, então pedi para que Mestre Fu guardasse o miraculous da criação para alguém que fosse mais cuidadosa do que eu jamais fui e em troca ele faria com que ninguém se lembrasse do ocorrido apenas eu. Por muito tempo os ataques de Hawk Moth ainda permaneceram, mas já não havia mais nada que eu pudesse fazer. Com o tempo acho que até mesmo ele havia desistido de atacar Paris com seus akumas e desapareceu também.

Logo depois disso Adrien se foi. Eu fiquei arrasada. A minha declaração deveria ter sido algo mais do que ridículo para ele porque nem uma carta ou bilhete sequer foram deixados como pedido de desculpas ou até mesmo de despedida. Absolutamente nada. E é por isso que não acredito mais no amor de ninguém, porque AMOR é uma palavra muito forte. Principalmente num dia como o feriado de hoje.

— Querida o seu amigo já está aqui te esperando. – ouvi minha mãe anunciar debaixo do alçapão do meu quarto.

Tentei recuperar o fôlego e coloquei os acessórios rapidamente, dando uma última olhada duvidosa no espelho. Alisei uma última vez a saia vermelha e desci as escadas até onde Nino esperava com Alya em seus braços. Quando cheguei no último degrau minha mãe não conteve uma batidinha animada de palmas. Ela e meu pai sempre me faziam-me sentir linda mesmo se estivesse com um pano de saco.

— Você está deslumbrante Mari. – o garoto me disse com um sorriso gentil e abraçando sua namorada. – Não está Alya?

— Maravilhosa. – a mesma concordou com um sorriso largo e dando apenas um ajeito numa das mangas de renda. – Pronta pra cair na gandaia hoje até cair do salto?

— Bom, se for só pra cair do salto eu não preciso nem chegar na gandaia. – brinquei, rindo um pouco. Eu realmente era um desastre de salto alto.

— Fiquei sabendo que o pai da Chole chamou uma banda famosa pra tocar nessa festa. O negócio vai ser bom mesmo, não é meu amor? – Alya comentou dando uma leve cotovelada no ombro do rapaz ao seu lado. O mesmo balançou a cabeça.

— Espero que seja mesmo, porque senão vou precisar ressuscitar os meus velhos manejos de DJ lá dentro. – Nino disse fazendo uma careta convencida.

— Esperamos que dessa vez você não queime o som igual a última festa que você quis mostrar “os seus manejos de DJ”. – provoquei fazendo aspas com os dedos e lhe dando uma piscadinha brincalhona.

— Em minha defesa só posso dizer que aquele som tava alto e horrível demais quando fiquei no comando. – argumentou cruzando os braços e fazendo biquinho.

Minha risada tomou conta de todo o ambiente e contagiou todo mundo. Poderia ficar ali o resto da noite, mas sabia que se não fosse naquele momento não teria outra oportunidade para me entender com Kattie e... Argh, com a Chole. Ainda não conseguia acreditar que ela estava diferente do que era antes. Pela primeira vez eu havia sido convidada pela boa vontade e do saber dela, Chole Bourgeios, a filhinha do prefeito que finalmente estava tentando mudar o seu ego. Bom, era o que parecia.

— O papo aqui está bom, crianças, mas se vocês não forem irão se atrasar e vocês sabem que a minha filha não pode ser a última dessa vez. – minha mãe se manifestou interrompendo os meus pensamentos e fazendo minhas bochechas corarem um pouco.

— Tomem cuidado e voltem antes da meia-noite. – meu pai pediu surgindo atrás da sombra de mamãe. – Se divirtam.

Dei um abraço e me despedi dos meus pais com aquele casalzinho de pombos. Realmente seria uma noite e tanto.

 ***

A festa estava animada, os convidados importantes juntamente com os menos importantes tomavam conta do lugar e a música podia ser ouvida a quilômetros dali. Exatamente o tipo de festa que eu não ousava jamais entrar de penetra ou se não tivesse sido convidada. Mas agora era diferente: eu havia sido sim convidada e aos poucos tentava me acostumar com a ideia de que os Bourgeios não tinham noção do significado da palavra “simples” em seu dicionário. Mas as surpresas não paravam na porta. Logo descobri que para entrar lá dentro precisava usar uma máscara. Algo que naquele momento me deixara totalmente nervosa.

— Relaxa amiga. – ouvi a voz de Alya me tranquilizar quando voltou com três máscaras diferentes: uma verde para combinar com a gravata de Nino; uma laranja para combinar com algumas partes do seu vestido e uma vermelha para mim. – Isso é a nossa identificação, qualquer coisa é só chamar viu? Vou estar próxima a pista de dança.

— Tudo bem... – agradeci colocando a máscara e entrando logo atrás dela.

— É só chamar Mari. – Nino gritou me interrompendo juntamente com o alto volume da música.

Num piscar de olhos estava sozinha no meio de tanta gente desconhecida e mascarada que eu não conhecia. Tentei manter a calma e me dirigi até um canto mais afastado de onde todas as pessoas se aglomeravam para dançar, beber ou curtir aquele feriado festivo. Respirei fundo e sentei em uma das mesas que estavam próximas de mim. A festa só estava começando, mas meus pés já sentiam a dor de usar aqueles sapatos infelizes.

Olhei rapidamente para a porta de entrada e senti meu sangue gelar quando vi um cabelo loiro reluzir sobre uma das luzes da pista de dança. Mas antes que pudesse pensar alguma coisa não havia mais ninguém lá novamente.

“O que diabos está acontecendo comigo? Ele não vai aparecer Marinette. Nesse exato momento ele deve estar com aquela modelo famosa e se esquecendo completamente que um dia conheceu você.”  Pensei me reprovando e tentando acreditar nas minhas próprias palavras.

— Ah Adrien... – murmurei frustrada comigo mesma por ter voltado ao ponto de partida novamente. – Eu daria de tudo para esquecer você de uma vez por todas.

— Acho que você não iria querer fazer isso justo hoje.

Levantei a cabeça de súbito com o susto. Poderia reconhecer a voz de Kattie em qualquer lugar, mas jamais iria me acostumar como ela sempre conseguia aparecer e desaparecer de repente. As vezes pensava se ela não era um fantasma ou algo parecido que assombrava a aminha mente. Ela sorriu com a minha cara de assustada e com os olhos cobertos por uma máscara azul ciano.

— Desculpe, não queria te assombrar. – brincou como se tivesse lido os meus pensamentos.

— Não, está tudo bem... – assegurei acalmando o meu coração. – Você está ai há muito tempo?

— Não, só uma meia horinha assistindo você encarar o chão de uma das festas mais badaladas de Paris ou invés de estar se divertindo. – a ruiva respondeu com um sorriso torto. Abaixei a cabeça sem graça. – No que estava pensando?

— Em alguns assuntos do passado. – respondi voltando a encará-la antes que disse alguma coisa. – Mas está tudo bem. De verdade.

Ela segurou o meu ombro e me encarou no fundo dos meus olhos. Kattie sabia que eu não estava bem. Desde que a conhecera na escola havia se tornado a minha segunda melhor amiga, mesmo depois do colégio ter acabado. Mesmo depois de começar a namorar Louis, o seu melhor amigo. Ela sempre estava ali e sua presença já me acalmava, como acontecia naquele momento.

— Se precisar conversar eu vou estar próximo ao palco. – me informou se levantando da cadeira que estava sentada. – Venha comigo, Louis vai tocar violão numa apresentação antes da banda entrar.

— Está certo.

Começamos a andar até onde o namorado da ruiva estava e percebi que havia alguma coisa de errado: todo mundo estava diante do palco. Realmente Louis deveria tocar bem para chamar a atenção de toda uma multidão que estava presente. E lá estava ele: usando um terno preto e apoiando um violão em uma das pernas e com ambas as mãos, mas parecia esperar por alguém. Olhei ao redor tentando encontrar a pessoa, mas não obtive sucesso. Então essa pessoa finalmente apareceu e foi aplaudido por todos ali presentes, menos eu. Estava paralisada que nem conseguia me mexer para sair correndo dali. Eu não estava ficando louca. Eu realmente havia visto uma cabeleira loira conhecida na porta de entrada e agora, naquele exato momento, eu tinha a completa certeza. Adrien estava ali a pouquíssimos centímetros de distância com os olhos cravados em mim.

Ele tomou coragem e ergueu o microfone que estava preso no cabo de sustentação a sua frente.

— Boa noite senhoras e senhores. – cumprimentou sem tirar os olhos de um só segundo. – Esta noite eu estou aqui não como um modelo famoso ou filho de um estilista de moda prestigiado, mas como uma pessoa que tem muitas coisas para resolver e a principal delas é me desculpar com uma pessoa em especial. – suas palavras eram lentas e faziam cada pedaço do meu coração doer a cada pausa realizada. Por fim ele voltou os olhos para a multidão e pegou o violão extra que estava encostado onde o microfone também estava. Arriscando mais um olhar para a minha direção ele disse quase num sussurro: – Espero que você goste.   

Logo ambos começaram a tocar uma melodia que eu não ouvia há muito, muito tempo e antes que eu pudesse sair dali meus olhos começavam a se encher de água novamente.

No ultimo verão nos conhecemos

Começamos como amigos

Eu não sei dizer como tudo aconteceu

 

Então o outono chegou

E não éramos mais os mesmos

Aquelas noites, tudo parecia mágico

 

E eu me pergunto se você também sente saudade

Se não sentem, tem uma coisa

Que eu quero que saiba

 

Eu penso em você

Toda manhã, quando eu abro meus olhos

Eu penso em você

Toda noite quando eu apago as luzes

Eu penso em você

Todo momento a cada dia da minha vida

Você está na minha mente o tempo todo, É verdade

 

Eu penso em você, você você, você você

Eu penso em você, você você, você você

 

Você saberia o que dizer

Se eu vi hoje

Você deixaria tudo desmoronar em pedaços

Porque eu sei que eu deveria

Esquecer você se pudesse

Eu posso mas ainda há muitas razões

 

Eu penso em você

Toda manhã, quando eu abrir meus olhos

Eu penso em você

Toda noite quando eu apago as luzes

Eu penso em você

Todo momento a cada dia da minha vida

Você está na minha mente o tempo todo, É verdade

 

Eu penso em você, você você você você

Eu penso em você, você você, você você

 

É hora de pararmos de fingir

O que nós temos nunca morrerá

Oh ohh

Se tudo o que somos é apenas um momento

Não me esqueça, porque eu não vou

Eu não posso me ajudar

 

Eu penso em você, você você, você você

Eu penso em você, você você, você você

 

Eu penso em você

Toda manhã quando eu abrir meus olhos

Eu penso em você

Toda noite quando eu apago as luzes

Eu penso em você

Todo momento a cada dia da minha vida

Você está na minha mente o tempo todo, é verdade

 

Eu penso em você, você você, você você

Eu penso em você, você você, você você

Estava totalmente incrédula e ao mesmo tempo surpresa. Mas para melhorar toda aquela situação minha cara deveria estar horrível. Eu não conseguia controlar o meu choro e na minha cabeça ficou evidente para todo mundo ali que aquela música era pra mim. Estava tão nervosa e preocupada em me desabar com lágrimas que sequer percebi quando Adrien saiu do palco e abriu caminho até onde eu estava, onde um holofote iluminava a pouca distância que havia entre nossos corpos.

— Marinette Dupain-Cheng, uma das minhas primeiras amigas desde que eu entrei no Françoise Dupont, minha colega e uma das pessoas mais incríveis que já vi em toda a minha vida. – sério seu loiro aguado, quer que eu morra desidratada na sua frente? – Uma garota esforçada, determinada, maravilhosa e tão bonita que até mesmo com a maquiagem borrada e com a máscara vermelha com manchas pretas continua espetacular. A única garota que eu quero declarar o que sinto hoje no dia dos namorados: que eu penso e quero você todos os dias da minha vida, porque eu sei que eu não sou perfeito, mas que juntos nós somos mais. Marinette, você quer ser a minha namorada mesmo com todos os erros? – ele me perguntou com um sorriso que mesmo embaçado era iluminado.

As palavras não queriam sair, mas mesmo assim eu as forcei.

— Mesmo com todos os erros, eu aceito. – disse sem saber se ria ou se chorava ainda mais.

O mundo ao meu redor pareceu explodir enquanto ele abaixava o microfone e delicadamente secava o meu rosto com o seu polegar. Mas eu já não ligava para o barulho ou para qualquer coisa que acontecia depois que ele me beijou. O beijo que estava guardado para mim naquele dia que tinha tudo para ser um lixo.

Afinal eu fiquei feliz por estar errada desde o princípio.  


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Notas finais do capítulo

E então? ^_^



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