Let me take care of you. escrita por Writer KB


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boom eu disse que teria uma surpresinha essa semana... Eu recebi um pedido de uma linda, ela me disse que gostaria muito de um BDay do Castle já que escrevi o da Beckett.. Então, aí vai....rs
Queria fazer algo diferente das que já andei lendo, então tive aquela idéia AU ( de sempre) RS. Por ter ficado meio grandinho achei melhor dividir em duas partes, o que acham? Se for aprovado por vcs faremos a 2 parte do Bday.

Bjuuu e espero que goste * MyCabello * essa é para você! Obrigado por suas lindas palavras... bjao



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BDay

"Tem certeza pai ? Você não fica chateado se comemorarmos no sábado?"

"Não Alexis, além disso sua avó só chega na sexta. Faça seu trabalho e me encha ainda mais de orgulho com um enorme dez!"

"Pode deixar! Ah papai?" 

"Eu!"

"Feliz aniversário. Eu te amo!"

"Eu também te amo abóbora!"

"Sério? Ainda esse apelido? Não estou um pouco grandinha?"

"Ah filha, os filhos nunca crescem para os pais."

"Unhum, por que senti um tom nostálgico pai? Tem certeza que não quer que eu vá hoje? Posso tentar recuperar a nota depois."

"Alexis Castle! Nunca mais repita isso. Estou bem, hoje já é quarta, vou aproveitar e ver um filme sei lá..."

"Sabe, você poderia chamar a detetive Beckett, aposto que ela ia gostar de ver um bom filme."

"Ah sim! Talvez ela goste sim, na companhia do doutor garoto da moto." 

"Ah é pai, sinto muito!"

"Filha já disse que está tudo bem. Além do mais estou me sentindo um daqueles idosos que os filhos tomam conta com você falando assim."

"Bom, tecnicamente você está ficando mais velhinho hoje."

"Ha-ha-ha engraçadinha. Vejo que herdou o bom humor do seu pai."

"Sempre pai! Vou indo então... Eu ligo mais tarde."

"Sim senhora! Tenha um ótimo dia filha."

"Você também!" - Assim Alexis encerrou a chamada. No fundo sentia-se frustrada, nunca havia passado um ano se quer longe do seu pai, mas devido aos trabalhos da faculdade esse seria o primeiro.

Castle ainda fez uma hora deitado. Enquanto encarava a tela do seu celular passando pelas fotos de sua galeria. Sorriu em algumas e parou em uma específica, onde encarou por alguns minutos. A foto era uma que havia tirado da detetive Kate enquanto ela estava distraída preenchendo a papelada de um caso. Ela estava atrás de sua mesa, com a cabeça apoiada sobre a mão enquanto lia atentamente algum formulário. Castle que estava completamente entediado e já havia passado dezenas de fases do jogo em seu celular, aproveitou a oportunidade e tirou uma foto sem que ela percebesse. 

"Seria muito pedir você de aniversário?" - Ele disse encarando a imagem na tela. - "Claro que seria não é?! Devia ter feito medicina. Mas não, fui só escrever." - O alarme soando pela terceira vez tirou o escritor de seus pensamentos. - "É, vamos lá..  Parabéns para mim! Nossa Alexis tinha razão, estou meio nostálgico."

Richard decidiu que essa manhã seria diferente, tomou um banho demorado, levou mais tempo para se vestir e arrumar o cabelo, fez seu próprio café e ao olhar o celular sem encontrar nenhuma ligação da detetive ou do distrito, jogou as chaves que já estavam em sua mão de volta ao pequeno aparador encostado perto da porta e decidiu que ia ficar em casa e escrever, ou tentar. Na verdade ia matar tempo, queria ficar sozinho, sentia-se sozinho. Não pela falta de sua mãe ou filha, lógico que o fato delas estarem longe ajudou um pouco,  mas hoje diferente das últimas vezes não se sentia a vontade para ver Beckett sorrindo com algum telefonema, ou recebendo alguma vizitinha do doutor. Hoje não. Mesmo se, aquele sorriso que ele recebia ao entregar o copo de café estivesse fazendo a maior falta. 

Em uma ocasião, durante uma rodada de pôquer com seus amigos, ele tinha sido questionado o tempo todo sobre estar solteiro e 'comportado', lógico que ele disfarçou dizendo que conciliando tempo entre o distrito e escrever mais as tardes de autógrafos e lançamentos, não sobrava muito tempo mas sabia que não era bem assim, se culpava as vezes por ter permitido um sentimento tão grande dentro dele, e se torturada toda manhã ao encarar o motivo dele. Sua mente vivia em constante conflito entre continuar assim e poder vê-la todo dia ou acabar com a parceria e tentar seguir. E em um dia como hoje, a segunda opção estava ganhando. Em algum lugar dentro de si seu orgulho estava crescendo, não se sentia mais a vontade em só ser o "amigo bobo" ou o "escritor que acompanha", já havia colocado pessoas que ele gostava em risco, os próprios parceiros do 12º em várias situações. - É talvez seja a hora de parar mesmo, encerrar você." - Ele disse parado de frente sua estante no escritório onde estavam lado a lado seus livros sobre Nikki Heat. 

X

No 12º distrito...

"Ei, não esperava vê-la aqui tão cedo." - Lanie disse destrancando a porta.

"Queria conversar..." - Kate desencostou da parede e pegou algumas pastas da mão da amiga legista.

"Kate Beckett querendo conversar?! É mais sério do que imaginei." - Ela adentrou o lugar e imediatamente foi acendo as luzes. - "Me fala... O que te trás aqui tão cedo e com essa carinha? Brigou com o Josh?"

"Josh? Nós terminamos, na verdade não é isso..."

"Terminaram? Quando? Ah Kate o que houve?"

"É que…" 

"Espera você disse que não é por isso? É o que então garota?"

"Se me deixar falar..." - A detetive disse sentando sobre uma das mesas usadas para as autópsias. 

"Tá bem, comece do começo então." - A legista sentou-se em sua cadeira de frente a amiga.

"Josh e eu terminamos há umas semanas..."

"E não me contou?" - Recebendo o olhar mau humorado da amiga. - Tá bem, desculpe. Continue."

"Com a correria dos últimos casos esqueci, na verdade Lanie, já não estávamos bem fazia tempo."

"E???"

"E... droga! Não sei como dizer isso."

"Dizer o que? Que faz tempo que você se sente atraída pelo menino escritor? Ah vamos lá Kate, até eu sou."

"Você se sente atraída pelo Castle?" - Ela fez uma careta que levou a amiga legista a gargalhar.

"Kate, e quem não? Ele é bonito, charmoso, se contar a ele te mato, mas é inteligente. Uma pena que ele só tem olhos para uma pessoa não é?"

"Não sei não Lanie. Acho que já abusei de sua boa vontade."

"Espera! Você está aqui na minha frente, mais cedo que o normal, sem negar ser atraída pelo escritor e ainda concordando com tudo que eu falei?! Eu sabia! Você pode enganar a todos, mas à mim não."

"Eu não sei o que fazer Lanie. Tenho medo de dar um grande passo e perder o que ja temos." 

"Me explica, o que vocês tem? Você sai com outros caras que está nítido que não ama, ele finge ser um playboy que claramente não é. Aí temos um caso onde alguém corre perigo vocês quase morrem, fora toda a conexão que você tem. Ah amiga me desculpe, mas o alto nível que é liberado de testosterona quando estão lado a lado não é de amizade não. Eu sou sua amiga, isso que estamos tendo agora é amizade. Você e Castle é algo maior, ou esse ciúmes que você sente quando alguma mulherzinha da em cima dele você sente por mim também?"

"É tão visível assim?" 

"Kate é transparente!"

"Droga!" - Ela disse enterrando a cabeça com as mãos. - "Não sei como prosseguir. E se já for tarde?"

"Tarde é para ele Kate." - A médica apontou para um corpo em uma mesa ao lado coberto com um lençol branco. - "Agora para você,   ué apenas diga, não precisa complicar tudo."

"Fácil dizer."

"Terminou com Josh por causa dele?"

Ainda com o rosto tampado com as mãos ela disse baixinho. "Chamei ele de Castle."

"O que? Meu Deus Kate!"

"Ah Lanie eu mal o via, quando não estava de plantão estava em alguma viagem em benefício de alguém. No começo eu achava incrível como ele se dedicava a ajudar as pessoas, mas confesso que nos desgastamos. Então depois daquele caso do assassino de três eu acabei chamando ele de Castle."

"Kate isso foi à semanas."

"Sim, pedi desculpa e expliquei que era o momento, afinal ele tinha sido mantido refém.." 

* flashback on * 

"Josh já disse que sinto muito..."

"Com tantos nomes no mundo você me chama logo pelo dele?!"

"Não entendo essa sua birra com ele. Ele é meu parceiro apenas um amigo."

"Parceiro ? Ah me poupe Kate, ele não passa de um playboy metido a escritor que abusa de suas amizades influentes para seguir você para cima e para baixo. Como um bicho atrás da sua presa."

"Escuta Josh, não sei da onde você tira essas coisas, mas não vou admitir que fale assim dele. Primeiro, Castle é uma ótima pessoa, e é meu parceiro sim. Inclusive já salvou minha vida mais de uma vez. E segundo, presa? É sério mesmo, agora sou o que? Um pedaço de carne?" - Beckett disse em um tom mais alto que gostaria. 

"Nossa, todo esse surto é para defender o escritor? Já vi que quem está sobrando nessa relação toda sou eu mesmo."

"Você quem está dizendo isso!" 

"E você não disse nada para mudar."

"Josh por favor, estou cansada. Foi uma longa semana e eu realmente não queria ficar brigando."

"Olha, fiquei surpreso em saber que você acertou meu nome."

"Ah pelo amor, acho melhor você ir esfriar a cabeça e conversarmos depois."
 
"Eu acho melhor você decidir de uma vez."

"Decidir o que?"

"Eu ou ele? Não vou ficar em uma relação onde terei que dividir você." 

"Dividir? Que história é essa agora? É isso mesmo que você quer?" 

"O que Kate? Não consegue escolher entre nós dois?"

"Para começar eu não deveria."

"Então? Se optar por mim ele terá que sair do distrito e se optar por ele nunca mais me verá."

"Isso é extremamente infantil Josh. Castle e eu somos amigos."

"Estou esperando."

"Eu não vou escolher nada, se quiser ir fique livre. Esse assunto já me encheu."

Josh pegou suas coisas e as chaves e disse. "Ficou bem claro para mim quem você escolheu."

"Josh quem você quer enganar? Já não estávamos bem e está jogando sua frustração para cima de mim. Nunca pedi para você escolher entre mim e as mil viagens que faz. Quer ir vá, mas não coloque tudo sobre mim." 

"E quem será que te consolou nas minhas viagens não é?"

"Quer saber? Castle é muito mais homem do que você vai ser um dia. Vá embora Josh e por favor cumpra sua palavra de que não o verei novamente. Quem é você para me acusar assim?" - Kate passou esbarrando no doutor e abriu a porta. - "Deixo suas coisas na portaria."

"Claro! Quando sair liga para o escritorzinho, quem sabe ele não vem te ajudar."

"Vai embora Josh! Não sei como me enganei tanto com você."

Sem dizer mais nada o doutor pegou seu casaco que estava sobre a cadeira e saiu bufando apressadamente.
 
           *flashback off*

"Kate? Você está ai?" - Lanie disse após a amiga ficar vários minutos em silêncio. - "Então você chamou ele de Castle?"

"Sim Lanie, longa história..."

Beckett ainda gastou um tempo contando a briga entre ela e seu ex. Kate sempre fora reservada, mas algo na amiga médica a fazia se sentir a vontade, as vezes não contava na mesma hora ou momento, mas a amiga sempre acabava sabendo e isso era bom, pois desde a morte de sua mãe,  Beckett se sentia sozinha. Era somente ela e seus pensamentos.

"Ok Kate, até agora eu entendi e confesso que nunca fui com a cara do doutor, mas em relação ao Castle? O que pretende fazer?"

"Não sei Lanie, e esse é o problema. Eu sempre sei o que fazer, mas quando se trata do Castle eu não sei."

"E quem disse que precisa saber? Essa é a graça. Relacionamentos não são para serem controlados amiga. E como você tem a melhor amiga de todas eu já sei o que você pode fazer. Pode não, deve!"

"O que eu devo fazer dona Lanie?" - Kate disse em um tom sarcástico, mas entrando num clima mais leve do que quando chegara. 

"Ah Kate, se eu me lembro bem hoje é aniversário dele não é?"

"Sim, é."

"Ah querida, não vejo presente melhor que..." - Lanie disse fazendo um movimento com a mão indo de de cima à baixo. - "Isso."

"Lanie!"

"Tá, tá legal mas não diga que eu não avisei. Agora, não vejo nada de mais em uma surpresinha não é?  Convida ele para um jantar, um cinema talvez."

"Vou pensar." - Pegando o celular para olhar as horas. - "Mas vou pensar trabalhado. Já estou atrasada."

Quando Kate já estava do lado de fora, voltou e chamou pela amiga "E Lanie?"

"Sim?" 

"Obrigada."

"Me agradeça depois que provar o menino escritor." - Ela provocou.

"Ah claro. Tchau Lanie. E tente ficar meio longe de formol hoje, tá inalando muito."

Após a conversa com a amiga, Kate se sentia mais leve, claro que todo aquele papo de presente, surpresa, estava martelando em sua cabeça.  Seria mesmo uma boa ideia? Bom decidiria com o passar do dia, e por falar em dia, ele já estava atrasado.

Quando o relógio marcava pouco depois das dez, receberam um telefonema informando sobre um corpo encontrado no centro. No caminho ela decidiu ligar para Rick que ainda não havia dado o ar da graça. Apesar de que era seu aniversário e se conhecia a família Castle, as comemorações ja deviam ter começado.

"Castle." - Ele disse um pouco seco, após o segundo toque.

"Oi Castle, é que... temos um caso, e como você ainda não havia chegado achei que gostasse de ser avisado."

"Ah, acho que esse você terá que pegar sem mim." - Ele tentou passar um ar de brincadeira mas Kate sentiu um leve aperto no peito. Algo não estava certo, ele parecia triste.

"Tudo bem então, vou fazer o sacrifício." - Decidiu mesmo que intrigada, manter a brincadeira.

"Não se preocupe detetive, sei que você consegue."

"Não sei não Castle, mas vou tentar." - Ela sorriu e pode ouvir um sorriso vindo do outro lado da linha também. 

"Bom, caso precise de teorias, sabe onde me encontrar."

"Ah claro. Castle?"

"Oi?! " 

"Você está bem?"

"Sim, só com um pouco de dor de cabeça." 

"Ok, tome algum remédio e descanse. Sempre teremos novos casos por aqui."

" É, sempre..."

"Até mais Castle, espero que melhore." 

"Até Kate, eu vou. Vou descansar um pouco."

Assim a ligação foi encerrada. Kate que ainda dirigia, desligou o aparelho que estava preso num suporte perto da saída de ar do veículo e pela primeira vez em algum tempo sentiu vontade de dar meia volta e ir direto para o loft. A voz dele à deixou preocupada. Castle sempre foi festivo, por que parecia tão triste em seu próprio aniversário?

Beckett passou o dia entre solucionar o caso, que agradecia a Deus por ter sido fácil. Apenas um roubo que não deu certo e acabou em morte, e o suspeito não tinha sido muito inteligente, acabou sendo encontrado pelo GPS do celular da vítima. E após uma pressão feita pela detetive, acabou confessando. E a dúvida se mandava ou não uma mensagem para saber como ele estava.

Quando estava para sair do distrito recebeu uma mensagem que mudaria provavelmente muita coisa em sua vida.

*Detetive Beckett , não sei se posso te pedir isso, mas estou um pouco preocupada com meu pai. Tive alguns emprevisto e não pude voltar para casa agora e minha avó também não, como é aniversário dele não sei que como ele está de verdade. Eu liguei algumas vezes e ele não me atendeu, sei que vocês devem estar com algum caso, só me diga se ele está bem. 
Alexis*

"Droga! Eu sabia que não estava bem."

"Oi? Quem não está bem Beckett?" 

"Ah, só pensei alto Espo. Nada importante não, bom, na verdade é sim e eu preciso ir. Até amanhã." - A detetive pegou suas coisas e saiu bem rápido, deixando Ryan e Esposito mais confusos que nunca. 

Kate estava dividida entre ir ou não ao loft e ver como Castle estava ou apenas ligar. As palavras de Lanie martelavam sua cabeça, mas de contra partida o lado inseguro dela dava sinais bem claros. E na batalha entre ir ou ligar, Kate Beckett deu lugar a sua cabeça e no caminho de seu apartamento aproveitou um sinal fechado para ligar para o escritor. 

"Castle."

"Oi Castle. E ai, se sente melhor?"

"Ah..." - Ele afastou o telefone, mas ela pode ouvir ele tossindo. - "Estou sim Beckett." - Suas palavras diziam uma coisa mas sua voz dizia algo completamente diferente. 

"Tem certeza? Você parece pior. Não acha melhor ir ao médico?" -Em anos juntos como amigos e parceiros,  Kate não conseguia se lembrar de vê-lo doente.

"Não precisa." - E lá estava novamente a tosse. Fazendo que ele respondesse um pouco rouco. - "Acho que peguei uma gripe, ou sei lá..."

"Já tomou algo?" - Kate dirigia devagar, como se não tivesse certeza de ter escolhido o destino certo.

"Você está dirigindo?" - Ele disse baixo e bem rouco.

"Sim estou."

"Não deveria." - As palavras saíram em meio a uma horrível crise de tosse.

"Já estou perto de casa, ainda acho que você deveria ir ao médico. Tem algum remédio ai?"

"Tem sim, já tomei alguns. Amanhã devo estar melhor."

"Espero que sim. Estamos investigando um homicídio e o tenho plena certeza de que a Terra foi invadida por aliens que formaram uma máfia e secretamente invadiram e mataram um espião." - Ela não poderia perder a chance de brincar com ele, afinal ele parecia triste.

"Caso complicado." - Não,  definitivamente ele não estava bem, depois disso tudo sem nenhuma gracinha.

"Castle?" 

"Oi?" - Novamente uma crise e ela pode perceber que sua respiração estava pesada.

"Estou indo para aí."

"Não precisa Kate."

"Não perguntei, apenas abra a porta quando chegar. Vou passar em casa rapidinho e já chego aí."


Beckett fez o que havia prometido, passou em seu apartamento onde tomou um banho rápido e em menos de uma hora estava tocando a campainha do loft.  
Castle apareceu na porta com os cabelos bagunçados, vestindo  pijamas e com o rosto avermelhado.

"Oi, entra."  - Ao entrar a detetive notou cobertas no sofá, alguns punhados de papel e salgadinhos sobre a pequena mesa em frente a TV.

"Castle, deixa eu ver uma coisa." - Ela colocou o dorso da mão sobre o rosto do escritor. - "O que imaginei, você está com febre Castle. Que horas tomou remédio?" 

Ele não estava acostumado, geralmente o maior contato que tinha com ela era algum beliscão ou tapa, depois que ele a enchia a paciência. E mesmo assim, ela estava aqui, em pé de frente a ele apalpando seu rosto suavemente. E estava linda. O aroma de cerejas estava mais forte e seus cabelos ainda molhados, perdido em seus pensamentos ele se assustou quando ela o chamou reforçando a pergunta. - "Castle! Que horas você tomou o remédio?"

"Ahhh desculpa, não faz muito tempo não." - Se já estava vermelho por causa da febre, agora que tinha sido flagrado a encarando podia se dizer que a cor sobresaltou ainda mais. Deu alguns passos e se sentou no sofá,  puxando o cobertor para se cobrir. 

Kate havia percebido o olhar dele para ela, e não poderia negar. Sentia-se de certa forma lisonjeada, afinal era Richard Castle, famoso escritor cobiçado por muitas mulheres, e ela tinha o poder de deixa-lo desconcertado. 
Para quem sempre fez piada com tudo, ambos sempre estiveram num jogo perigoso de sedução,  mesmo assim estavam os dois sem jeito. Ela queria abraça-lo e lutava com uma enorme vontade de beijar um pequeno bico que ele estava fazendo. Ele, bom ele não acharia ruim se ela o fizesse. Mas ambos ficaram em silêncio, até a detetive avistar os salgadinhos. 

"É isso que comeu o dia todo?" - Ela disse apontando os pacotes abertos na mesa.

"Sim." - Ele disse baixo, como uma criança que estava prestes a levar a maior bronca. 

"Você deveria se alimentar melhor sabia? Tem legumes e frango?"

"Acho que sim. Por que?" 

"Vou cozinhar para você."

"Não precisa Kate, eu estou sem fome."

"Richard Edgar Alexander Rodgers Castle."

"Meu Deus,  quase vi minha mãe agora. Ok, sinta-se vontade.  Mi casa su casa, mas não precisa. Podemos pedir algo."

"Está  achando que não sei cozinhar? Pois fique você sabendo que aprendi com minha mãe uma excelente sopa que é bem propícia para pessoas com gripe senhor Castle. Vou estar na cozinha,  qualquer coisa me chame."

"Kay." - Ele se aconchegou ainda mais no sofá.

Rapidamente ela encontrou os ingredientes, não era a primeira vez que fazia alguma refeição no loft. Depois de tudo devidamente cortado e colocado no fogo, Kate estranhou o silêncio na sala, Castle quieto é como criança, se não estiver dormindo, tem algo errado se estiver quieto. Ela abaixou o fogo e foi ver o que ele estava fazendo. O encontrou cochilando gemendo baixinho, podia ver ele tremendo por baixo da enorme coberta. Mais uma vez sentiu sua temperatura com as mãos, apenas para perceber que ele estava ainda mais quente.

"Castle?" - Ela sacudiu ele devagarzinho para não assustar.

Com os olhos pequenos e avermelhados ele olhou para ela. "Você está muito quente. O que acha de um banho?"

"Detetive Beckett me chamando para um banho?" - Ele esboçou um pequeno sorriso, que não foi capaz de diminuir a preocupação da detetive.

"Vamos Castle, estou sim te chamado para um banho."

"Devo estar sonhando." 

"Ok, então venha sonhando então, desde que venha." - Kate ajudou ele a se levantar e o conduziu para seu enorme banheiro. - "Vou colocar para encher a banheira. Cadê o termômetro você tem um?"

Castle que sentou sobre o vaso sanitário fechado, estava ainda mais vermelho e abatido. - "No armarinho." 

Beckett controlou a temperatura da água, e foi verificar a temperatura dele. Colocou o termômetro em baixo do braço dele e após alguns minutos confirmou o que havia percebido. Castle estava com 39 graus. Já não havia se alimentado direito, e a temperatura alta não estava ajudando,  ele estava quietinho, até mesmo  um pouco debilitado. - "Vamos? Para banheira."

Ele se levantou obedecendo ela e colocou a mão na água. - "Beckett tá frio isso."

"Ah querido, é um banho para abaixar a temperatura, não um spa. Vamos... Enquanto você entra no banho eu vou olhar a sopa."

"Poxa, achei que ia ter companhia." - Ele disse tirando a camiseta.

"E quem disse que não vou voltar? Não  se anime!" - Ela piscou e saiu deixando o escritor completamente confuso. 

Ele resmungou ao entrar na banheira, com seu corpo quente e a água que no ponto de vista dele gelada. Mas assim que acostumou com a temperatura, encostou a cabeça na borda da banheira e fechou os olhos. 

"Já dormiu?" - Kate disse encostada na porta. 

"Beckett?!"

"Sim, estava esperando alguém diferente?" - Ela ignorou o fato dele estar nu na banheira e se aproximou  abaixando  para verificar a temperatura dele novamente. - "Se sente melhor?" 

" É... éééé... sim!" 

"Parece estar funcionando. Está menos quente." - Ela não resistiu e passou os dedos por entre o cabelo dele.

"Beckett, eu estou..."

"Shh, me deixa cuidar de você Castle." - Ela molhou a mão e passou na testa descendo pela bochecha dele. 

"Mas eu..."

"Não tem mas... você está aqui, e eu não queria estar em mais nenhum outro lugar." - Ela repetiu o gesto anterior, passando a mão molhada sobre o rosto dele.

"A febre deve estar muito alta mesmo, estou delirando."

Kate sorriu, o olhou alternando o olhar entre seus lábios e seus olhos, lembrou se do conselho de Lanie e então disse.

"E o que acha desse delírio?" -Tomando cuidado para não se molhar, delicadamente colou seus lábios sobre os dele, o beijando de forma doce, mas deixando demonstrar todo seu sentimento.

"Estou adorando esse tipo de delírio." - Ele disse com o rosto ainda bem próximo ao dela.

"Preciso olhar a sopa." - Ela disse acariciando os cabelos dele.

"Não precisa não. Deixa lá. Vai que a febre passe e eu não consiga mais delirar."

"Não se preocupe Castle, sem febre pode ser ainda melhor."

Enquanto Beckett terminava o jantar, Castle saiu do banho ainda confuso com tudo que estava acontecendo, mas não reclamaria. Até  algumas horas atrás estava triste e se sentindo mal, agora ainda não se sentia completamente bem, mas o sentimento havia mudado. 

Beckett teve que exercer sua autoridade que aprendeu sendo  policial para que Castle começasse a comer, porém depois que provou gostou tanto que comeu fácil sem reclamar.  Não tocaram no assunto do beijo ou de nada sério durante o jantar, grande parte foi em silêncio, ou alguma pergunta ou outra sobre o bem estar dele e como se sentia.

Após o jantar, foram para o sofá onde Castle insistiu para verem um episódio de The Walking Dead, alegando que zumbis são reais. Beckett riu mas não se negou a assistir a série com ele. Durante um intervalo e outro, havia uma intensa troca de olhares porém nenhum deles arriscava começar a inevitável conversa, até que...

"Castle!" - Kate!" - Ambos disseram ao mesmo tempo.

"Damas primeiro."

"Prefiro dar minha vez para o doente da noite."

Castle sorriu e fez bico, mas não recusou. - "Eu preciso entender o que houve Kate."

"Eu sinto muito Castle, muito!"

Pronto, essas palavras foram o suficiente para quebrar o coração do escritor, sabia que podia ser um impulso, mas tinha esperanças que não fosse. - "Entendo..." - Ele disse cabisbaixo.

"Castle?" - Ela esperou que ele olhasse para ela. - "Eu sinto muito por não ter dito antes, por saber como você se sentia e não poder corresponder à altura. E acho que nunca vou."

"Você sabia? Bom, não tem muita diferença. Eu posso parar de ir ao distrito se quiser." 

"O que ?"

"Eu sei que tem o Josh, e, bom , vai ser melhor assim."

"Castle você está entendendo tudo errado."

"Estou?" - Ele olhou para ela segurando uma lágrima que teimava querer descer.

Kate se aproximou mais dele e segurou o rosto dele com as duas mãos. - "Eu amo você Castle! Quando disse que nunca poderei corresponder a altura, é por que tenho muito medo de estragar as coisas. Você sabe como tudo isso é difícil para mim, mas estar hoje no distrito sem sua companhia foi pior. Eu nunca imaginei que fosse sentir tanto sua falta, e sinceramente temi que fosse tarde para nós dois."

"Eu.. eu não sei o que dizer. E o..."

"Não existe 'o', Terminamos a semanas."

Castle então fez o que desejava todos os dias, fechou a distância entre eles com um beijo, que inevitavelmente ganhou proporções maiores, o reconhecimento corporal enfim havia sido liberado, um sentimento contido por anos. Kate foi a primeira a se afastar um pouco.

"Ei, teremos muito tempo para tudo isso, mas agora me deixa cuidar de você."

Rick alargou um sorriso, não poderia estar mais  feliz. 

"O que?" - Ela disse acariciando os cabelos dele. 

"Sempre te imaginei de enfermeira sexy." - Terminou a frase ganhando um enorme tapa. 

"Castle!"

"Essa parte também estava na fantasia." - Ele sorriu, mas foi interrompido por uma crise de tosse. 

"E remédios? Também estavam?" - Ela se esticou para olhar os remédios sobre a mesa. 

"Não." - Ele disse um pouco sem ar.

"Qual?" - Ela apontou para os frascos.

"Esse!"

Rapidamente foi a até a cozinha, voltando com uma garrafa de água entregou a ele o remédio. - "Ainda acho que seria bom ir ao médico."

"Amanhã?" - Ele disse após uma careta ao engolir o comprimido.

"Ok, amanhã!" - Kate se sentou no sofá e o puxou para perto, fazendo com que ele deitasse a cabeça sobre as pernas dela, que começou instantaneamente um carinho nos cabelos do escritor.

"Beckett?"

"Oi?"

"Eu amo você!"

Ela abaixou e beijou a testa dele. - Feliz aniversário Rick!"

"O melhor de todos! Espera, você disse antes que Ets  invadiram a Terra e mataram um espião?"

"Eu não, você deve ter sonhado." - Ela aprofundou o carinho e deu outro beijo sobre a testa dele. 

"Acho que ainda estou."

Kate continuou os carinhos. Não tinha a menor intenção de ir embora. Viram ainda alguns episódios da série, e não pode deixar de sorrir com alguns comentários do escritor e sua mente criativa. 

X-X

Já estava um pouco tarde, mas as horas avançadas não impediu o sorriso de Martha ao ler a mensagem da neta.

*Vó deu certo! Kate acabou de me mandar uma mensagem dizendo que o papai está bem. Foi difícil ficar longe dele, mas foi por uma boa causa. Te vejo no sábado. Te amo!*
Alexis

*Sim querida, valeu a pena! Estava mais do que na hora desses dois se entenderem. Aposto que seu pai deve ter amado nosso presente. Já organizei tudo, nos vemos no sábado! Amo você também!*
Vovó

"Sabia, tinha certeza que faltava apenas um empurrãozinho." - Martha disse sorrindo satisfeita.


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Notas finais do capítulo

É isso!
Me deixem saber o que acharam ..
Bjoks



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