Estrela da minha noite escrita por Geovanna Machado


Capítulo 14
Capítulo 14




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Os dias passaram depressa. Duas semanas se passaram desde que descobri que estava grávida. Eu estava me sentindo inchada, meus peitos estavam maiores e minha barriga estava começando a dar uma diferençazinha.

Charlie marcou minha primeira consulta para o pré-natal na cidade vizinha porque meu pai era chefe do único hospital que tinha na cidade, mesmo eu lutando muito para não ir. Ele sabia ser chato e insistente quando queria.

Ele me buscou em casa cedo, com a desculpa que iriamos a uma festa na fazenda de uns amigos dele.

Chegamos na clínica quase atrasados. A recepcionista já estava nos olhando com cara feia quando chegamos.

— Maria? _ Levantei o olhar, a recepcionista já estava me chamando para entrar, então Charlie se levantou e acompanhou nos duas. Entramos na sala e a recepcionista saiu, o médico era alto, velho e sem cabelos.

— Maria. Tudo bem? _ Ele apontou para a cadeira a frente a mesa dele, então eu me sentei e Charlie se sentou ao meu lado na outra cadeira.

— Sim.

— Então, o que tem para nós?

Eu fiquei sem jeito de começar.

— Doutor, ela está grávida. Provável mente de uns quatro meses. E não fez nenhum exame ou pré-natal.

— Porque?

— Porque foi um acidente.

— Sabe que por lei poderia ter feito um aborto a dois meses atrás né? 

— Eu não sabia que estava grávida a dois meses atrás. _  respirei fundo e  me ajeitei na cadeira.

— Tá, deita na maca por favor Maria. Vamos fazer um ultrassom. _ Me levantei da cadeira e fui até a maca onde tinha um ultrassom ao lado.

Ele veio, levantou minha blusa, jogou um gel gelado e começou a passar o ultrassom na minha barriga.

— Papai vem cá. _ Ele se virou encarando o Charlie, e Charlie ficou meio confuso por alguns segundos

— A... _ Ele se aproximou da tela do ultrassom.

— Esse é seu bebê, e esse é o coraçãozinho dele. Forte como um touro. _ Charlie sorriu olhando pra tela, e depois me encarou.

— O bebê é lindo, se parece com você. _ Eu ri baixo.

— Como se desse pra perceber.

— Vou pedir alguns exames pra você, pra gente ver como tá sua saúde. Vou te passar algumas vitaminas também. Mas pelo que já percebi ta tudo bem. _ Ele limpou minha barriga e se levantou, sentei na maca, calcei meus sapatos e levantei.

— Eu moro em outra cidade, dá pra programar um parto cesária? _ Me virei encarando-o.

— Veremos. _ Ele prescreveu uma receita e me entregou. Vai voltar daqui duas semanas pra gente ver o resultado desses exames.

— Tá bom. Obrigada. _ Saímos do consultorio, e fomos ao láboratorio onde foram feitos varias coletas para o exames, pegamos o carro no estacionamento e fomos embora.

— Você precisa contar a seus pais o quanto antes, sua barriga já está aparecendo. _ Ele estava concentrado na estrada. Já estavamos quase chegando na casa dele.

— É, sei. 

— Quer ir almoçar em casa? _ Desviei o olhar da estrada o encarando.

— Meu pai vai dar um almoço na praia pra família, quer ir? 

— Não vou encomodar?

— Sua presença vai ser boa. 

— Tudo bem.

Em poucos minutos chegamos na casa do Charlie, eu escutava os gritos e risadas das meninas do jardim. Entramos, pelos fundos para entrar direto a praia.  As meninas estavam correndo na areia, brincando com uma pistolinha de água.

— Pai. _ Charlie e eu aproximamos do pai dele que estava sentado na areia com as pernas cruzadas lendo um livro.

— Oi filho, Maria que bom te ver. _ Ele estendeu a mão para mim e eu o cumprimentei com um aperto de mão.

— Tudo bem Maria? Parece preocupada. _ Só então percebi que não estava com uma cara muito boa.

— Sim, só alguns problemas. _ Revirei os olhos e sorri sem graça.

Charlie se sentou ao lado do pai.

— Vou brincar com as meninas. _ Me afastei deles, me aproximando das garotas. Que me viram, então pararam de correr e se aproximando de mim ainda sorrindo.

— Maria, eu e minha irmã apostamos que está namorando meu irmão. Você está? _ Ana perguntou rindo e a pequena riu também.

— Não, o que? 

— A está sim, não mente. _ Eu ri baixo.

— Somos apenas amigos.

— Ele tem passado muito tempo com você e da última vez que isso aconteceu ele acabou arrumando uma namorada.

— Não estamos namorando.

— Melhor mesmo, você não o conhece quem ele é realmente.

— Não?

— Não.

— Ele está melhor hoje? _ Ana perguntou.

— Está normal, porque?

— Os aparelhos da Melissa vão ser desligados amanhã.

— O que?

— Achei que ele surtar como da última vez, mas ele parece bem.

— Ele não me contou.

Ela ergueu uma sobrancelha me encarando. Me virei e sai andando em direção ao Charlie.

— Quero falar com você. _ Ele levantou o olhar me encarando. 

E só então percebeu que eu estava brava, então ele se levantou, abanou a areia da calça e veio andando até chegar em mim, então eu me virei me afastando mais de todo mundo, andamos até chegar em uma pedra enorme. Me encostei nela.

— Porque não me contou que os aparelhos da Melanie vão ser desligados amanhã?

— A... _ Ele respirou fundo e encostou na pedra também. _ Eu não quero pensar nisso até amanhã.

— Charlie, somos amigos. Eu chorei no seu ombro quando precisei. Quando precisar de mim estarei aqui. Por favor precise de mim porque ainda vou precisar muito de você. _ Encostei a mão na minha barriga, ele acompanhou minha mão sorrindo, ele se virou de frente para mim e me abraçou.

— Dói muito, mas eu sofri o suficiente da primeira vez. Eu não vou surtar agora. _ Ele disse baixo quase sussurrando. Encostei minha cabeça no seu ombro.

— Vai ficar tudo bem, eu prometo. _ falei baixo, ele cheirava a café.

— O almoço está pronto. _ Ana gritou de longe. Me soltei do Charlie antes que ela nos visse abraçados. E fomos almoçar.

Terminamos o almoço e Charlie me levou para casa., me deixou na porta e foi embora descansar pro dia longo que ele teria amanhã.

Entrei em casa meus pais estavam sentados no sofá juntos assistindo televisão. Então eu respirei fundo e fui, não sabia o que ia fazer e nem falar.

Desliguei a televisão e eles me encararam.

— Eu vou ser direta. Eu estou grávida. De quatro meses, quase cinco.

Minha mãe arregalou os olhos e colocou a mão no peito. Meu pai se mexeu no sofá.

— Como assim?

— É isso.

— Quem é o pai, o Brian? Vou matar aquele desgraçado. _ Meu pai se levantou do sofá de uma vez e saiu andando.

Eu fui andando atrás dele.

— Não é o Brian. _ Ele se virou me encarando e depois voltou a ficar mais nervoso do que estava.

— Isso significa que foi o Charlie, filho da puta, confiei nele, botei ele dentro de casa.

— Eu peguei ele no seu quarto tantas vezes. _ Minha mãe veio atrás gritando.

— Pelo amor de Deus. Não é ele. 

— Então quem é? 

— Eu não sei.

— Não vem com desculpas para não por a culpa nele Maria eu te conheço.

— Pai, não. _ Meu pai saiu pela porta e bateu ela atrás de mim.

— Mãe, não é dele. _ Eu gritei antes de ela sair e bater a porta.

— Droga. _ gritei alto sozinha. Subi as escadas correndo. Peguei o celular e liguei para o Charlie. Ele atendeu no primeiro toque.

— Seus pais estão aqui, o que falou pra eles?

— Nada, eu juro que nada Charlie, me desculpa. Eles...

— Vou falar com eles, te ligo de volta. _ Ele desligou o telefone.

— Que ódio. _ Senti uma pontada na barriga

— Desculpa bebê. _ Passei a mão na barriga e me sentei na cama tentando me acalmar.


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