Estrela da minha noite escrita por Geovanna Machado


Capítulo 1
Capítulo 1 - A FESTA


Notas iniciais do capítulo

Vamos conhecer Maria.



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O dia tinha sido tão longo, meus pés já doíam do salto que eu não tinha calçado nem a 10 minutos atrás. Estavam tão desconfortáveis.

— Tá tudo bem? Você está tão inquieta. _ Olhei para Daniela que estava sentada do meu lado no banco do táxi.

— Estes saltos. _ Me agachei desajeitada dentro do táxi e tirei ambos os sapatos. _ Bem melhor agora. _ Estiquei os dedos dos pés no carpete velho do táxi, deixando-os totalmente livres.

Logo chegamos ao nosso destino, festa na casa da Kimberly. Eu a odiava, ela vivia me implicando dentro do colégio, mas se uma coisa que eu tinha que admitir era que as festas na casa dela eram maravilhosas. Daniela disse que tinha chamado Brian, mais cedo. Brian é meu namorado, namoramos a dois anos. Desde quando estamos no ensino médio pra ser exatos, nos conhecemos no primeiro ano, e estamos juntos desde então. Hoje eu nem falei com ele, porque ele estava treinando para um jogo importante, e se Daniela disse que ele estaria lá eu confiaria nela. Já que não gosto de ir em festas sozinhas sem meu namorado.

Paramos na porta da casa da Kimberly, a rua estava tão quieta que eu estranhei. Não tinha pessoas na calçada, nem vários carros estacionados. Olhei para a Daniela e a encarei franzindo a sobrancelhas. Ela parecia nervosa, muito nervosa, tanto que estava com a testa soada. Ela desceu do táxi, e eu desci logo atrás dela.

— O que está acontecendo Daniela? _ Ela parou na minha frente.

— Eu te amo, você é minha melhor amiga. Se eu te contasse antes você não acreditaria em mim. Eu sei que você me ama, mas se confia em alguém mais do que confia em mim, é no Brian.

Respirei fundo e cruzei os braços, estávamos paradas no meio da rua e não falava logo.

— O que você fez Daniela?

— Brian está aqui. _ Ela apontou para a casa da Kimberly.

— Você já me disse isso antes Daniela.

— Ele não está na festa. Não tem festa Maria. _ Ela falava mais alto do que o normal. Um carro veio devagar em nossa direção, o que fez ela parar de falar, até que o carro passasse por nós. _ Brian está te traindo com a Kimberly _ Ela disse tão rápido que eu mal consegui entender, até juntar as palavras na minha cabeça.

— Isso não é verdade. _ Meu coração estava começando a acelerar e meu estomago doer, apenas de pensar nessa possibilidade.

— Eu desconfiei, vi ele e a Kimberly saindo do almoxarifado semana passada, juntos. Ele me fez jurar que não te contaria nada, ele me chantageou porque você conta todos os meus segredos para ele. Mas isso não vem ao caso. _ Ela estava sem folego e eu estava ficando muito nervosa, olhava para a casa e olhava para ela. Meus pés estavam se coçando para entrar naquela casa e por Deus descobrir que tudo era mentira. _ Ele foi no banheiro e deixou o celular dele na mochila, bem na minha frente. A Kimberly estava mandando mensagem sem parar para ele. Então eu peguei o celular e vi as mensagens, estavam combinando de vir pra cá hoje.

Fechei os olhos por três segundos para tentar assimilar tudo que ela falava.

— O celular dele tem senha.

— É o seu nome.

— Ele está no jogo.

— Ele está lá dentro. 

Encarei a casa da Kimberly que ficava a menos de  10 passos de onde estávamos, encarei a Daniela, ela estava nervosa, mas com certeza não mais do que eu.

Então eu andei, até a porta da casa. A porta estava trancada, então eu toquei a campainha, tantas vezes que meu dedo chegou doer. Uma senhora de uns quase quarenta anos atendeu a porta, deveria ser a mãe da Kimberly.

— Oi, precisa de alguma coisa? _ Ela abriu um sorriso que me fez querer socar a cara dela.

— Sua filha está? _ Sorri tentando esconder meu ódio.

— Está no quarto estudando com o amigo dela. _ Respirei fundo, não podia acreditar que Brian teria mesmo coragem de me trair. Depois de tantas coisas juntos.

— Vim estudar com eles. _ Ela me deu espaço para passar pela porta.

— Onde fica?

— Segundo quarto a direita, subindo as escadas. _ Ela fechou a porta atrás de mim. Eu rapidamente subi as escadas, quando a escada terminou eu andei mais rápido ainda. Meus saltos cantavam no chão de madeira.

Encarei a porta do quarto e respirei fundo. Peguei na maçaneta, a porta estava aberta. Abri devagar, sem fazer barulho. Brian estava em cima dela, nú. Ela estava com as pernas abertas deitada na cama, e ele estava por cima dela. E os dois gemiam a cada movimento que faziam. Meu estômago doeu como se alguém tivesse dado um murro bem forte. Eles não me viram e continuaram a fazer o que estavam fazendo

— Brian. _ Eu quase não consegui dizer nada, só queria sair correndo dali. Mas eu queria que ele me visse, queria que ele soubesse.

Ele me olhou e saltou de cima da Kimberly

— Maria, o que está fazendo aqui? _ Olhei para Kimberly que sem pressa nenhuma sentou na beirada da cama, sorrindo. Eu queria voar em cima daquela vadia e arrancar aquele cabelo liso de merda que ela tinha, mas me controlei. Brian pegou um travesseiro em cima da cama e colocou em frente ao pênis dele. Kimberly nem tentou esconder nada.

— Sério Brian? _ Fechei os olhos tentando tirar a visão dos dois trepando da minha cabeça. Abri-los novamente e vi Brian procurando alguma coisa no meio do quarto.

Virei as costas e sai andando, escutei Brian andando atrás de mim.

— Maria, vamos conversar. Me espera vestir. _ Me virei de frente para ele.

— Brian, faz um favor pra mim? Morre! _ Me virei e voltei a andar, calmamente desci as escadas. Ele já não estava atrás de mim, a mãe da Kimberly estava sentada no sofá assistindo tv.

— Mas já?

— Sua filha está transando com meu namorado no quarto dela. Já vi o que eu queria ver.

— O que? _ Ela franziu o cenho na hora e olhou para as escadas, abri a porta, e a bati atrás de mim.

Daniela ainda estava parada ali no meio da rua, me olhando nervosa. Meus olhos começaram a esquentar, e as lágrimas involuntariamente começaram a descer sob meu rosto.

— Aí Deus. _ Ela veio correndo até mim, parando na calçada.

— Ele estava mesmo lá? _ balancei a cabeça positivamente.

— Eles não vem viram, continuaram trepando. _ Cada palavra que eu falava, as lágrimas desciam, mais e mais rápido, até eu começar a soluçar. Daniela me abraçou.

— Me tira daqui. 

— Vou chamar um táxi. _ Ela pegou o celular dela, e ligou para um táxi. Que em poucos minutos estava lá.

Entramos dentro do táxi.

— Onde vão?

— Pra casa. _ Daniela me olhou, e eu ainda chorava. Se eu fosse para casa, naquele momento, eu com certeza me mataria. Planejei um futuro ao lado daquele babaca, casa, casamento, filhos, viagens, faculdade. E ele me trairá, será que nesses dois anos, ele sempre me traiu???

— Para o bar. Qualquer bar. Preciso beber.


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Notas finais do capítulo

Continuem acompanhando a história que o melhor está por vir.



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