Abro meus olhos lentamente. E quando foco no cômodo cinza escuro, clareado pelos finos raios de Sol que invadiam pela janela quadrada e gradeada que fica em cima da minha cabeça, me lembro onde eu estava: Numa cela especial de prisão. Quem realmente deveria estar aqui? Eu, Akira Kurusu, um adolescente cuja vida foi destruída por um adulto egoísta, só porque estava no lugar errado e na hora errada... Ou eu, Joker, líder dos Phanton Thieves, que com minhas próprias mãos e Personas, derrotei Shadows e converti os corações de pessoas cruéis, inclusive do causador de meus infortúnios.

Me lembrando das mentiras contadas por ele, ainda me surpreendo com a coincidência dele estar envolvido com o mundo cognitivo e estar envolvido não só nas mortes de diversas pessoas como era conhecido de meu guardião temporário, Sojiro-san.

Será que tudo o que eu fiz durante quase um ano como Joker foi inútil? O que eu estou fazendo aqui? Será que se eu fugir daqui, eu poderei novamente fazer a diferença, nesta sociedade cuja as pessoas estão tão acostumadas a usarem máscaras que já se esqueceram de suas verdadeiras faces?

Ah, eu quero poder acordar, levantar e finalmente sair daqui. Me encontrar com eles de novo. Eles que, comigo, levantaram sua voz e alimentaram com fogo sua fúria contra os mentirosos adultos que antes machucaram a nós e muitos outros e que não queriam mudar.

Imaginos quantos estão lá fora espalhando suas mentiras para os tolos humanos, se movimentando sorrateiramente para não quebrar o controle daqueles que não desejam mudar sua própria existência.

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Pela televisão do refeitório, costumo ver mais daqueles adultos falsos nas notícias. Adultos esses doentes do coração, que escondem os seus medos ao olhar para os outros como se fossem de uma raça superior.

Quem será o próximo Grande Senhor? Que irá se achar melhor do que nós, agindo como se o que fizesse não fosse um crime, digno de uma missão nossa?

Quem será o próximo Grande Senhor? Que não pensa duas vezes antes de nos matar enquanto tenta criar justificativas para seus atos? E nós que ficamos à espera da reminiscência pelo badalar dos sinos das nossas consciências?

Ah, eu quero realmente acordar, me levantar e sair daqui. Poder mostrar para todos que existem mais possibilidades de se viver além da vontade deles. Que não é necessário ficar na mesma vida para poder viver. Mas ninguém quer mudar…

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“Eu estou pensando em coisas demais. Típico, afinal estou sozinho o tempo todo. “ Sussurro, sentado no chão da minha cela. “Pessoal, mal posso esperar pelo momento que retornarei ao lado de vocês.”