Water Flower escrita por Mizi


Capítulo 1
O Mistério por trás da Chuva


Notas iniciais do capítulo

Well... espero que não tenham muitos erros nessa história e se tiver, por favor me avisem!
É a minha primeira história no site e eu to aprendendo como que usa isso aqui então, paciencia.
Tomara que muitas pessoas leiam. xDD
E deixem reviews plz. ;-;



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Numa vila pequena perto de um rio uma menina chorava por sua mãe que fora assassinada. Ela estava ajoelhada ao lado do corpo da mãe chorando descontroladamente. O assassino se encontrava ao lado das duas com um olhar maligno e um sorriso cínico no rosto, com uma arma na mão e prestes a fazer da menina sua próxima vítima.

Logo começa a chover, e quanto mais a garota chorava mais forte ficava a chuva. Num impulso a menina olha para o rosto do assassino de sua mãe, porém não consegue identificá-lo graças à escuridão da noite e a névoa trazida pela chuva. O assassino começa a chegar mais perto, o medo e tristeza se combinavam, o coração começava a pulsar tão rápido que parecia que iria explodir em seu peito. Nesse momento ela não ouvia mais nada, era como se tudo tivesse parado, menos ele, menos o que a perturbava, menos o desespero e a certeza de sua morte.

Quando ele estava prestes a matá-la também, o tronco que segurava a água do rio se quebra e ocorre uma inundação que o leva pra longe, e por incrível que pareça a correnteza não chega perto das duas, como se fosse repelida... ou controlada.

Havia ódio em seu coração, havia medo e desespero, mas mais do que tudo havia a solidão de ter perdido o amor de sua mãe. Agora ela teria que viver sozinha...

 

•••

 

Numa cidade totalmente nublada pela chuva, uma jovem sentada na calçada tremia de frio, pois parece não ter casa pra morar e está toda ensopada.

Uma pessoa, coberta por um capuz, move a sua mão em direção a esta menina e desaparece no meio da multidão. A menina ao olhar em volta percebe que apesar da chuva cair ao seu redor, nenhuma gota a toca mais. Ela então fica maravilhada e tenta procurar o estranho ser com tamanha compaixão.

A pessoa encapuzada vaga misteriosamente até chegar a uma caverna afastada da cidade, e ao tirar o capuz revela seus cabelos longos e azuis que vão ficando roxos até chegar ao fim, seus olhos azuis mostravam uma triste solidão, porém eram repletos de ternura.

Ela acende uma fogueira e fica a olhar as chamas perdida em seus pensamentos tristes e solitários. Ninguém poderia saber o que ela sentia, sua dor era somente dela. No meio das chamas ela vê a imagem de sua mãe assassinada e o sangue dela se mistura com o vermelho do fogo, ela sente uma dor no peito e a imagem começa a ficar mais desesperadora e tenebrosa. Apesar de não ouvir nada, o grito de dor e sofrimento de sua mãe toma conta de seu corpo junto com a raiva de quem a matou. Quando a imagem do vulto masculino aparece essa raiva se transforma num soco que atravessa as chamas. Ela não se queima, mas seu braço parece evaporar.

Depois disso se deita irritada, a perda da mãe não é a única coisa que a perturba. Qual a razão de tudo isso? Por que, de alguma forma, ela controla a água ao seu redor? Por que seu braço em contato com o fogo evapora ao invés de queimar como todo mundo? Por quê? Por quê? Essas e várias perguntas invadem a sua mente não a deixando dormir por várias e várias horas, até que seu corpo se cansa de tudo e desliga.

No dia seguinte ela leva um susto ao acordar. A menina que ajudara estava com o rosto colado ao seu simplesmente olhando.

- Ah! – ela se levanta num pulo, espera e fica séria novamente. – O que você está fazendo aqui?

- Perdão se a assustei... Só queria lhe agradecer pela gentileza ontem.

Apesar de tê-la assustado, a garota de cabelos azulados percebe certo carinho nos olhos castanho-avermelhados da outra menina. Seus cabelos eram curtos e brancos como a neve. Mesmo assim ela cresceu não confiando em ninguém, além de si mesma e de seu poder, aprendeu do jeito mais doloroso possível que confiar em alguém pode acabar com a vida de uma pessoa.

- Já me agradeceu, agora vá embora.

- Mas por quê? Sei que invadi o seu território, mas você me ajudou, não há nada que eu possa fazer para lhe recompensar? – a menina a olha com um olhar meigo e preocupado esperando uma resposta.

- Sim, poderia sair do meu território, não quero ninguém perto de mim. – apesar de não parecer, não sente raiva, nem dó da garota, apenas medo, medo de que tudo aconteça novamente.

- Certo, mas pelo menos me diga seu nome... Eu me chamo Ayka Haekumo.

- Noriko Hiwa...

- Noriko? Que lindo nome! Olha... eu vou embora, mas... eu voltarei amanhã, muito obrigada mesmo. – o sorriso de Ayka era muito sincero e inocente.

Noriko ainda estava desconfiada, e ainda irritada com a situação, não queria que Ayka voltasse, não queria se expor novamente e sofrer mais uma vez. Tentou esquecer tudo, mas os pesadelos dessa noite acabaram ficando cada vez piores, dessa vez, Noriko era a vítima de assassinato.

A noite era fria, e a neve caía por toda parte. Era inverno. Dalí duas semanas faria cinco anos do assassinato de sua mãe e do início de seus poderes. Todo o dia se perguntava por que não ganhou seus dons antes dela morrer? Pelo menos assim teria salvado mais uma vida, uma vida que realmente importava para ela.

Podia estar aquecida por fora graças ao fogo, mas por dentro sentia frio.

Quando acordou no dia seguinte tinha se esquecido de Ayka, nunca achou que alguém fosse lhe dar atenção e saiu para procurar algo para comer.

No meio do caminho ouviu gritos, e correu na direção deles. Viu então Ayka sendo atacada por dois homens. Queriam “brincar” com ela.

- Não, por favor, não façam isso comigo! – pedia Ayka em prantos.

- Vai ser divertido, você vai acabar gostando. – disse um dos homens.

Ambos tinham olhares cínicos e excitados, como o do assassino da mãe de Noriko. No mesmo instante ela se lembra de mais coisas do seu passado, coisas dolorosas...

*flashback*

- Vamos nos divertir boneca. – dizia um homem à mãe de Noriko.

- Não me divirto com cães nojentos como você. – o olhar dela era de nojo e desprezo.

- Não seja tão exibida, só serve para me divertir apenas. – pegou-a pelo braço e a puxou para si.

Nesse momento, a pequena Noriko entra na sala coçando o olho de sono.

- Mamãe, com quem está falando?

- Volte para cama criança, sua mãe e eu temos coisas pra fazer. – enquanto ele dizia isso, sorrateiramente a mulher se desvencilha dos braços do homem e joga um vaso grande em sua cabeça.

- Corra Noriko! Corra!

Ambas saem correndo para fora da casa, enquanto o homem se levantava do golpe. A mãe pega a menina pela mão e a esconde embaixo da casa.

- Fique aqui, e não saia. – ela se afasta para não delatar o esconderijo da filha, o homem sai da casa e grita com ela, a pobre menina não consegue ouvir nada, mas sabe que sua mãe revida com as mesmas palavras que o homem.

Então eles param... ela ouve um grito, seguido de um tiro. Quando olha vê sua mãe caída no chão e o homem do outro lado segurando uma arma. Num impulso Noriko sai debaixo da casa e corre até sua mãe.

- Não!

*fim do flashback*

Acordou de suas lembranças e tentou ao máximo se concentrar, por fim conseguiu fazer o que queria.

Estacas de gelo apontavam visivelmente para a direção dos homens, logo depois conseguiu escrever no chão coberto pela neve uma mensagem já que não queria ser percebida:

 

Caiam fora!

 

Os garotos amedrontados saíram correndo, enquanto que Ayka ficou imóvel, ainda se perguntando se estava segura. Noriko saiu de onde estava escondida e se aproximou de Ayka.

- Jamais conte nada do que ocorreu aqui, e se me delatar... seu destino vai ser pior. – a voz de Noriko era fria e ameaçadora.

- Nunca abrirei a boca sobre isso, prometo. – O susto havia passado, mas Ayka sentiu a seriedade nas palavras de Noriko e isso a fez tremer, mas mesmo assim não desistiria de uma pessoa que a ajudou duas vezes. – Posso ficar com você? Como você já deve ter percebido... não tenho nada nem ninguém.

Noriko virou de costas para Ayka e pensou por um momento.

- Te deixarei ficar, até encontrar algum lugar. – disse ela, por fim, num tom baixo.

- Obrigada de novo por me ajudar.

- Só não me incomode novamente. – cortou ela, sua voz ainda era fria.

O dia se estendeu, de modo que Ayka tentava em vão conseguir algum gesto de amizade de Noriko, mas como antes ela a respondia com frieza e sem muitas explicações.

- Por que você vive aqui sozinha? – dizia Ayka enquanto olhava em volta o ambiente escuro e nada aconchegante a sua volta.

- Não tenho dinheiro para comprar uma casa e gosto de ficar sozinha. – respondeu Noriko com sua frieza de sempre pegando uns gravetos que juntara no chão.

- Não conhece ninguém da cidade? – murmurou Ayka se abaixando para pegar alguns outros gravetos no chão.

- Não – disse, pegando rudemente os gravetos da mão da outra. - e a pessoa que eu conheço me irrita com perguntas.

- Desculpe, não queria irritá-la. – sussurrou ela, encolhendo-se.

Depois de acender o fogo, Noriko ia sair para procurar comida.

- Posso ir? – Ayka se esticou e perguntou meio hesitante.

- Do jeito que você arruma problemas? – dizia Noriko já de costas - Não, mas de certo modo não posso deixar você sozinha exatamente por esse motivo. – insinuou ela.

- Muito obrigada.

- Só não fique no meu caminho, ou a minha paciência com você vai se esgotar. – disse-lhe com frieza.

- Sem problemas...

Ambas seguiram para o meio da floresta coberta de branco passando por uma grande ponte de madeira que fora construída sobre um lago, onde as águas ainda corriam sujas de galhos.

Quase todas as árvores tinham perdido suas folhas com penugens brancas cobrindo todas as superfícies, a floresta estava totalmente vazia, e apenas o som do vento e do riacho reinava naquele local. Tudo era calmo e silencioso. Silencioso demais.

Mais ao longe o cenário mudava, com alguns pequenos animais correndo e bebendo água, nenhum deles pareceu notar a presença das duas garotas se aproximando, uma delas aparentando um êxtase por ter encontrado o que queria.

- Vamos caçá-los? – Ayka estava totalmente desconfortável com a ideia.

- Já estamos caçando.

E neste momento, várias lâminas de gelo pontiagudas entram com uma velocidade tremenda na água e saem com muitos peixes em cada uma delas.

O espetáculo durou apenas alguns segundos.

- Incrível! – ninguém poderia ficar mais maravilhado do que Ayka, ela não comia a dias e o fantástico acontecimento a fez se sentir em casa, como se sempre houvesse magia ao seu redor.

Depois de mais algumas pescarias, Ayka começou a ficar preocupada com o silêncio e com a névoa que vinha do lugar de onde vieram.

- Vamos voltar – Noriko jogou o último peixe para Ayka e se virou bruscamente para o caminho de onde vieram. – a névoa vai ficar densa.

Enquanto andavam a névoa cobria toda a sua visão, na ponte parecia que não existia mais nada além da superfície que tocava seus pés.

Elas ouviam passos por todas as direções, Ayka se sentia cada vez mais apavorada e cada vez mais uma vontade tremenda de sair correndo desesperada percorria seu corpo, fazendo-a tremer. Não correu. Tentou se controlar e por mais assustada que estivesse, não se agarrou a Noriko, sabia que ela iria se irritar e que talvez a deixasse ali no frio.

“Mas por que não?” pensou ela. “Ela não está apavorada também? Ou acha que essa névoa traiçoeira é completamente normal e aceitável?”. Tomou coragem e segurou na mão dela ainda tremendo.

Nada aconteceu. Noriko não parecia assustada, ou irritada com a ação, mas algo naqueles olhos não significava boa coisa.

- Deixo você pegar minha mão porque está assustada, afinal não sou má, apenas solitária.

- Há algo errado?

- Não.

Mas seus olhos demonstravam que estava mentindo, que havia algo de muito errado, e que o fato de deixar Ayka segurar sua mão era porque realmente ela não a deixaria sozinha nessa situação.

- O que está havendo? Por que essa névoa toda? Isso não é normal.

- Não, não é... Se acalme, já vamos chegar.

- Consegue ver mesmo com essa neblina?

- Meus olhos são diferentes dos seus... eu enxergo através da água, mesmo em forma de neblina... é como se ela não existisse.

- O que mais pode fazer, além de controlar a água e... enxergar através dela?

- Também não me queimo no fogo. Eu, na verdade, evaporo... Creio também que poderia controlar as pessoas já que elas são feitas de 80% de água... mas isso eu não tenho certeza.

- Poderia tentar em mim se quiser.

- Isso provavelmente a mataria.

- Eu confio em você.

O sorriso e a declaração de Ayka fizeram com que Noriko sentisse algo novo. O que era aquilo? Alegria? Parecia algo um pouco mais do que isso.

Ao saírem da ponte ouviram um barulho que parecia um animal gritando de dor.

- O que foi isso!? – Ayka começou a ficar inquieta e apenas a mão de Noriko a segurava ali.

- Fique quieta! Eu vou ver.

Noriko se aproximou até que conseguisse ver algo a mais. O que encontrou foi um grande cervo caído no chão, em volta dele havia um cão de caça e um homem que parecia segurar uma espingarda na mão.

Quando voltou tocou em Ayka que estava encolhida no chão esperando.

Na hora do medo, Ayka não havia percebido mas Noriko tinha uma pele diferente das outras, parecia que ela estava segurando um monte de água. Era molhado e muito instável, totalmente diferente de algo que ela já tenha tocado antes.

- É um caçador... o grito foi de um cervo.

A garota assustada desviou sua atenção da mão que a tocava e perguntou logo em seguida.

- O que faremos?

- Temos que seguir, sem sermos percebidas. Ele pode pensar que somos sua próxima caça.

- É só nos apresentarmos.

- Não. Há algo errado nisso...

- Como assim? Ele só está caçando.

Com seus olhos incríveis, Noriko notou que o caçador desprezou o cervo e se aproximava cada vez mais com a espingarda apontada para a direção das duas.

- Não é o cervo que ele quer... Corre!

O caçador e o cão entraram em ação no mesmo instante que elas. O cão deu um salto e por pouco não pegou a perna de Ayka. O caçador começou a atirar quase acertando as duas até que...

- Ah!

- Não!

Foi o que bastou.


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Notas finais do capítulo

Uhhh quem será que levou um tiro? Quem é o tal caçador? O que vai acontecer com elas em seguida? (se é que vai ser elas ainda).
Descubra no próximo episó... quer dizer, no próximo capítulo!! @o@ *sai voando*



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