Red Angel - Sonho de um anjo escrita por Malina Endou
Notas iniciais do capítulo
Yo!!
Trago aqui o primeiro capítulo da segunda temporada de Red Angel!
Espero que gostem desta nova temporada com muitas revelações sobre a minha menina! :3
Boa leitura!
Malina
A fase eliminatória já tinha acabado. Vencemos a Teikoku como queríamos. Eramos os vencedores como tanto desejamos e sonhamos. No estádio ainda estavam os confetis que haviam lançados após a nossa vitória. E agora que todos tinham saído do estádio, com os rapazes nos balneários, ainda a festejar, o Kidou pediu para falar comigo e com o Mamoru, e nenhum de nós recusou. Ele pode ter sido nosso adversário, mas assim que o jogo terminou, tornou-se mais um companheiro de futebol... Um amigo.
—Ainda te dói a perna?- sabia bem que o impacto com o pé do Goenji tinha sido algo bem forte.
—Não. Não foi grande coisa.
—Ainda bem. Fico feliz!
—Bem, e agora é o campeonato nacional.
—Sim, mas é uma pena que vocês estejam eliminados.- Olhei para o Mamoru, espantada. Como assim ele não sabia? O Kidou também ficou surpreso com as palavras do meu capitão.
—Mas tu não conheces as regras?- suspirei, pondo a mão à frente da face. Bem o avisei para ler as regras do campeonato.
—Mamoru, a Teikoku também estará no campeonato nacional. A equipa vencedora do ano passado, passa sempre à próxima fase mesmo que não se tenha classificado na fase eliminatória.
—O quê?! E como é que tu sabes isso?
—Depois do que aconteceu com o Fuyukai achei melhor ler as regras para prevenir. E tu devias ter feito o mesmo.- Limitou-se a rir, sem grande vontade. Talvez tenha percebido o que o meu olhar significava.
—Nem eu nem Teikoku conseguimos o nosso objetivo, no entanto conseguimos um novo graças a vocês.
—Ah sim? Qual?
—Queremos a desforra da Raimon no campeonato nacional.- Encaramo-nos e ambos sorrimos.
—Então isso significa que jogaremos de novo contra vocês.
Não pude evitar um sorriso ao vê-los apertarem a mão um do outro, cumprimentando-se como se fossem velhos amigos. Era linda a forma como o futebol ligava as pessoas.
*
Mesmo após terem festejado tanto ontem, o Mamoru acabou por planear com todos irmos almoçar ao restaurante Rai Rai. Claro que teve que pedir primeiro autorização ao treinador, o qual se ofereceu de imediato e disse que fecharia o restaurante para festa. E logo de manhã, pouco depois de me despedir do meu pai, quando o Mamoru me foi buscar a casa para irmos juntos - o pior erro dele porque a minha mãe não o largavam -, fomos ouvindo pelo caminho as pessoas a dar-nos os parabéns, a desejar-nos boa sorte para a próxima fase e mostrar-nos no jornal da cidade que éramos noticia de capa.
—Vitória!
—Vitória!- todos gritamos após o nosso capitão dizer a mesma palavra pela centésima vez.
—Quantas vezes é que vocês vão repetir o mesmo?- por muito que concordasse com a Aki, cada vez que dizia aquilo era como se fosse a primeira vez.
—O que importa quantas vezes o repitamos...- peguei numa tigela de massa e dei-a ao Kazemaru já que o meu primo não parava quieto dentro do balcão, após, comigo, se oferecer para ajudar o treinador- Ganhamos a fase eliminatória!
—Ganhamos a fase eliminatória!
Olhei para a taça antes da afastar um pouco, com todo o cuidado, da frente do Someoka para lhe poder dar o seu prato. Os rapazes continuavam a fazer os pedidos. Estavam todos esfomeados! O treinador nem reclamava. Dizia que podíamos comer o que quiséssemos, e eles levavam isso à letra.
—Não sabia que a Teikoku também podia participar apesar de ter perdido.- Olhei para o Kazemaru por cima do ombro.
—Vamos poder jogar contra eles uma vez mais! Isso anima-me muito mais que antes.- Voltei-me para frente, vendo o treinador terminar o prato do Goenji- Aqui tens os panados.- Ele entregou o prato à Natsumi, enquanto entregava o Goenji. Sorrimos um para o outro. Sentia que estávamos cada vez mais próximos.
—Suponho que dizes isso porque esperas vencer todos os jogos do torneio até chegar à final, não?- agora que pensava nisso, ela tinha razão. Olhei para o meu primo. Para variar não fazia ideia do que ele estava a falar- Digo isto porque o vencedor do ano passado e o classificado da sua zona, ficam sempre em grupos opostos do torneio. Por isso só os poderemos enfrentar na final.
—Tu sabias?- assenti.
—Claro.
—Então voltaremos a jogar a final com a Teikoku.
—Ei, Endou, não te entusiasmes tanto.- Por muito que não quisesse admitir, o Domon estava certo. As novas equipas que iríamos enfrentar com certeza que eram muito fortes.
—Natsumi, como é que sabes tanto sobre o torneio?- com a pergunta da Aki, voltei-me para a nomeada.
—Porque li as regras do inicio ao fim umas quantas vezes. Já nos metemos numa confusão por não sabermos as regras do torneio.- Concordei de imediato. Alguém que pensou como eu!
—Muito bem, Natsumi. Assim pudesse levar uma equipa para a frente.
—Eu encargo-me do trabalho de escritório. Haruna, tu encarregas-te de recolher informação e Aki, a ti corresponde-te encarregar-te do aspeto físico da equipa, de acordo?
—Sim.- As duas pareciam um pouco sem jeito, o que me deu alguma piada.
Após servirmos todos, eu e o Mamoru decidimos comer também alguma coisa, e ainda bem, já estava cheia de fome só de ver os rapazes a comer! Não me importava de os servir e ajudar o treinador, mas a fome começava a apertar. Mas claro que eles continuavam a pedir. Felizmente despachei-me logo após o meu primo que pôs a lavar alguma da louça que estava a começar a acumular.
—Treinador, uns panados, por favor.
—Eu também quero outra porção.
—Lamento, mas acho que só chega para um.
—Então, podes ficar com eles, Natsumi.- A própria olhou para ele de uma forma... Fez-me lembrar a minha mãe quando o meu pai diz algum disparate.
—Chamaste-me "Natsumi"?- o Domon ficou completamente assustado e ninguém do restaurante disse uma só palavra.
—Não... Quer dizer... Não... É que...
—Não me parece nada mal que me tratem assim.- Todos se riram ao perceber a brincadeira da Natsumi, já o Domon não achou muita piada- No entendo não se esqueçam que também atuo como representando do presidente da junta escolar. E o que eu digo é como se dissesse o presidente.
—Então tens alguma coisa a dizer à nossa equipa em nome da junta escolar?- após as palavras do treinador, a nossa ajudante pôs-se séria e levantou-se.
—A equipa de futebol leva a honra do Instituto Raimon sobre os seus ombros e gostaríamos que fizessem o possível para se tornarem nos campeões.
—Claro que o faremos, não é?!- o Goenji, para quem o nosso capitão se virara, levantou a mão em sinal de concordância- Não é?!- sorri e assenti- Seremos os campeões nacionais!
—Seremos os campeões nacionais!
*
A tarde havia chegado e há muito que os rapazes tinham saído do restaurante para irem para casa. Eu e o Mamoru ficamos a ajudar o treinador a concluir a limpeza do restaurante, claro que os rapazes também contribuíram; cada um lavou o seu prato no final da refeição, e limparam as mesas, mas não cabiam todos dentro do balcão e algumas louças ainda estavam por terminar e alguns produtos por arrumar. Então como a minha mãe insistiu para o meu primo ir jantar a nossa casa, dizendo que ia chamar-se também os pais dele, acabamos por ficar antes de irmos para minha casa.
Estávamos prestes a terminar, quando nesse preciso momento a porta de abriu. Fechei a porta do frigorífico e vi que fora um senhor. Parecia ter a mesma idade que o treinador, ainda que tivesse cabelos castanhos-claros, e uma roupa um pouco velha.
—Sinto muito mas hoje estamos...- ainda assim o homem fechou a porta atrás de si- Mas és o Ukishima.
—Parece que ainda te lembras de mim.
—A verdade é que não me lembrava de ti até agora mesmo.- O tal Ukishima avançou até ao primeiro banco que viu, sentando-se.
—Continuas o mesmo fala-barato.- Dei a volta ao balcão e olhei para o Mamoru que continuava de olhar preso no homem. Também parecia curioso com ele- Fiquei a saber que o Instituto Raimon venceu a Teikoku e fiquei com vontade de ter voltar a ver, Hibiki.
—Estou a ver. Este é o capitão da equipa, e ela faz parte do trio de atacante. São o Endou Mamoru e Endou Malina. São primos.
—Endou? Não me digas que são família do Daisuke-san.
—São seus netos.- Assenti. Eu e o meu primo encaramo-nos. Eu realmente não tinha grande coisa a ver com o nosso avô, mas o Mamoru era praticamente a sua cara.
—Com que então netos.
—Treinador, esse homem não será...
—Assim é. Um da Inazuma Eleven.- O meu primo pôs-se logo direito, todo contente, antes de correr para o senhor.
—Eu sabia! Conheci a equipa da Inazuma Eleven graças às escrituras do meu avô e sou um grande fã!
—O pior é que ele não está a exagerar! Sabe tudo sobre a lendária equipa da Inazuma Eleven.
—Ei! O que queres dizer com isso?!- ri-me.
—Lendária?- mas logo parei, prestando atenção ao antigo jogador.
—Sim, porque eram uma equipa fantástica! Uma equipa invencível! E eram incríveis! Super mega incríveis!
—Então sabes de tudo? Vocês sabem?- também olhou para mim- Conhecem a tragédia final?
—Claro que sim.- Foi a minha vez de responder.
—Mas isso não muda o facto da Inazuma Eleven ter sido uma grande equipa.
—Se não tivesse acontecido aquele acidente, com certeza que a equipa continuaria a jogar durante muitos anos.
—Sim, sim! E nós queremos chegar a ser como eles! Como a Inazuma Eleven!
—Sabia que não devia ter vindo.- Começou de imediato a levantar-se- Sou um idiota.
—Mas... Senhor!- não fez caso, limitou-se a abrir a porta e a sair.
Quando dei por nós, já tinha concordado com o Mamoru sair porta fora e ir atrás do antigo jogador da Inazuma Eleven. Felizmente ele não estava longe e apanhamo-lo em pouco tempo, a olhar para um cartaz de recrutamento para jogadores para a equipa júnior de Inazuma.
—Senhor!- assim que o Mamoru o chamou, parou de imediato- Porque se foi embora tão repentinamente?
—Deixem de olhar para mim como se fosse um herói.- Fiquei boquiaberta. Que frio- Os da Inazuma Eleven não éramos heróis, nem fomos todas essas coisas que disseste antes, nem nada parecido.
—Mas vocês não era um da equipa? Era a equipa em que esteve o nosso avô.- O Mamoru não ia desistir. Mais do que qualquer um, ele admirava a Inazuma Eleven.
—Todos os membros da Inazuma Eleven renunciamos. Abandonamos o futebol.
—Abandonaram.- Senti o meu sangue gelar. Vagas memórias do que passei na Europa me vieram à mente, ainda que faça de tudo para as esquecer, elas aparecem sempre.
—De todos nós nem um só tentou voltar a erguer-se. Preferimos esquecer-nos do futebol para sempre. E mesmo que não tivesse sido naquele terreno de jogo, podíamos ter seguido noutro lado. Podíamos tê-lo feito, mas não o fizemos.
—Senhor...- dava-me uma certa pena a história dele. Acredito que acabaram por ficar traumatizados, principalmente depois do treinador deles ter morrido nesse mesmo acidente.
—Essa é toda a verdade por de trás da tua lenda. Os da Inazuma Eleven são uns fracassados que deixaram o futebol. Por isso mesmo é que me fui embora.
De certa foram entendia, mas também percebia uma coisa... Ele não largou o futebol porque quis! Não conheço as razões, mas conheço o sofrimento que é ter que deixar algo que tanto gostamos para trás, ser impedidos por nós mesmo de jogar porque algo sempre nos inferioriza.
—Então porque veio ver o nosso treinador?!- parou logo com a minha pergunta- Porque apesar de tudo ainda continua a gostar de futebol, por isso veio falar outra vez com o seu antigo companheiro.- Dei um passo em frente, deixando o Mamoru para trás- Pois então só deve voltar a jogar futebol!
—Como disseste?
—O nosso treinador conseguiu voltar ao futebol, de certeza que você também consegue.
—Podes treinar no campo junto ao rio.- Já a meu lado, o meu primo sorriu.
—É uma ótima ideia.- Infelizmente ele continuava de costas para nós.
—Vamos fazê-lo, Ukishima.
—Hibiki...- olhamos todos para trás, vendo o treinador aproximar-se.
—Reúne todos os da Inazuma Eleven para amanhã de manhã no campo junto ao rio.
—Que os reúna?
—Como? A Inazuma Eleven?
—Claro.
—A sério?! A Inazuma Eleven?! A autêntica?!- claro que ele estava extremamente feliz.
—Sim. A Raimon jogará uma partida amigável contra a Inazuma Eleven.
—Boa!- pegou-me logo nas mãos e começou a levanta-las com imensa velocidade. Podia jurar que senti o pés saírem do chão- Vai ser fantástico!
—Vamos mostrar-lhes toda a lenda.
—Vamos poder jogar contra a Inazuma Eleven, Malina! Vamos jogar! Vamos jogar uma partida contra eles! Não posso acreditar! Viva!
—Eu já percebi! Mas tu queres parar de me abanar assim e parar de gritar nos meus ouvidos?!
Creio que o meu grito funcionou perfeitamente. Soltou-me e pôs-me no chão, pedindo-me de imediato imensas desculpas, mas obviamente, voltou logo ao seu estado de euforia.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
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