Madness escrita por puddyn


Capítulo 1
Único: Madness.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas! x-x
Acho que não tenho muito a dizer. O enredo me veio a mente e eu só escrevi, espero que gostem.



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Pode parecer clichê, mas a história que venho contar-lhes assemelhasse a um conto de fadas. Este, entre uma Sabe-Tudo irritante e um Cabeça de Cenoura sem nada no cérebro. 

Talvez opostos se atraíssem, talvez as diferenças completasse-os. Afinal, amar não se restringe no único propósito de assemelhar-se ao indivíduo. As diferenças e convívios no cotidiano trazem-nos ensinamentos, e aprendemos a respeitar o que nos disfere do outro. 

Pelo menos era essa a exata ideia da qual Hermione tinha sobre almas-gêmeas, quando ainda era sã.  

∞∞

Hermione, 2000. 

Um vulto ruivo invadiu o quarto como um raio, fazendo-me arregalar os olhos em surpresa. Constantemente se atrasava ou esquecia-se completamente de um possível compromisso, algo que me perturba e irrita. 

Contudo, o garoto revelou um sorriso convencido no rosto, assim que meu celular vibrou sobre a escrivaninha cor de rosa. 

― Sete e meia em ponto. Devo parabenizá-lo, Ronald! Pela primeira vez chegou no horário marcado! ― falei, dignamente, contemplando-o pelo ato heroico que salvou a humanidade. 

Rony fez a linha do tímido, mas deixou escapar uma risadinha marota. 

― Como a dama irá me presentear? ― Ron ajeitou a gravata, no estilo bad boy. 

Aproximei-me dele, aos pulinhos, minha boca quase encontrando a dele. 

― Mais tarde, quem sabe... ― sussurrei e pisquei para o ruivo. 

Estávamos tão próximos que poderia sentir um arrepio percorrer sua espinha. Rony fez careta quando suas bochechas adquiriram um leve rubor. Minhas mãos passeavam livremente por suas cochas e peitoral. Ron estava ligeiramente corado e constrangido, mas não disfarçou sua excitação. 

Em menos de meia-hora, adentramos o salão em que ocorria o baile de formatura da renomada Hogwarts School. 

O salão era enorme: decorado nas cores azul, verde, vermelho e amarelo, as quais compõem o emblema da escola.   

Logo avistei uma silhueta ruiva dançando animadamente. Ela pareceu me ver também, porque veio saltitando ao meu encontro. Gina cutucou o garoto ao seu lado, que estava com o olhar fixo no teto, e entrelaçou sua mão à dele.   

A ruiva trajava um vestido tonalizado por um azul-turquesa que realçava o amendoado de seus olhos. Uma leve maquiagem cobria as imperfeições de seu rosto, e seus lábios eram delineados por um coral rosado pastel. 

― MIONE! ― a ruiva me abraçou fortemente. ― Ah.. Olá, Ronald. 

Alternei meu olhar entre os dois ruivos, arqueando a sobrancelha. 

― Estão brigados outra vez? 

― Não olhe pra mim, Mione. Não fui eu andei aprontando... ― Ron levantou os braços, na defensiva. 

― Cale essa boca, Ronald. Você não é nenhum santo pra falar de mim. 

As bochechas de minha amiga ruborizaram ao ponto de igualar-se a cor de seus cabelos. Harry ― o garoto de olhos verdes-esmeraldas ― teve de segurá-la para que a mesma não voasse em cima do pescoço de meu namorado. 

― O que aconteceu, afinal? ― perguntei. 

― Digamos que Gina passou do horário estipulado pelo Sr.Weasley para estar em casa, e Ron abriu a boca... ― Harry falou, fuzilando o melhor amigo com os olhos. ― Agora Arthur proibiu-a de sair comigo. 

Soltei uma risadinha, como se previsse o acontecido. 

― Bancou o irmão protetor, Rony? Como se Harry fosse um homem mau e abusador de menininhas inocentes, como a sua irmã ― ironizei, revirando os olhos. ― Ela já é maior de idade. Acha que ela e Harry fazem o que? Jogam xadrez? 

Rony coçou a nuca, cabisbaixo, em um ato envergonhado. Ginny e Harry olharam para o ruivo com malícia estampada nos rostos. 

Em seguida, caminhei em direção à mesa. Lançaram olhares furtivos em minha direção. A princípio, Ron não notou, mas depois estava tão evidente que até um cego poderia enxergar. Senti seus braços possessivos sobre minha cintura, junto à sensação salgada dos seus lábios contra os meus. Assustei-me, mas não demorei a corresponder. Após nos afastarmos, seu olhar travou com o meu. Minhas bochechas queimando. Ainda mantinha minhas mãos em sua nuca. Ele posicionou as dele em minhas costas nuas, acariciando-as. Um sorriso brotou nos lábios a minha frente, fazendo-me involuntariamente rir com ele. 

Minha mão entrelaçou-se a dele. Avistamos Harry e Gina, que compartilhavam um beijo nada singelo. 

― Que pouca vergonha é essa? ― o ruivo brincou, mas sua voz soou séria. 

Ambos se distanciaram.  Harry arrumou os óculos, enquanto Gina fitou o irmão com raiva, cruzando os braços. 

― Rony, deixe-os ― cutuquei meu namorado, que deu os ombros. Fomos em direção a  pista de dança, onde outros casais saltitavam animadamente. 

Gina desemburrou e trouxe Harry à pista. 

∞∞ 

2007. 

― Mione! ― ouvi Rony me chamar docilmente. 

Havia uma máscara preta impedindo-me de ver qualquer movimento suspeito. 

Rony retirou a máscara e, ainda permaneci de olhos cerrados. Logo senti seus braços contornarem minha cintura, com seu queixo apoiado em meu ombro. 

“SURPRESA!" 

Abri os olhos, encontrando figuras familiares, como Gina, Harry, Neville, Luna, Draco e Astoria. Todos eles foram meus companheiros de colégio. 

Meus lábios torceram-se em um sorriso, com todos os abraços e carinhos que recebia dos meus amigos. 

― Parabéns, amiga! ― Gina me abraçou fortemente. 

― Olha se não é Harry Potter! ― falei sorrindo para meu melhor amigo. 

― Parabéns, Mione! 

Assim que minha boca ficou centímetros de distância de seu ouvido, sussurrei para ele cuidar de Gina. 

Os dois pombinhos iriam se mudar para a Itália, após a entrevista de emprego da ruiva. 

― Sempre ― ele piscou para mim, se afastando. 

Luna com seu jeito alegremente normal puxou Neville para me felicitar. Seguidos por Draco e Astoria, o mais novo casal. 

Porém meu olhar só podiam se fixar em uma pessoa. Um certo ruivo. 

― Feliz aniversário, meu amor. 

Ele me abraçou novamente, depois distribuiu beijos por meu pescoço. Senti algo gelado sobre minha nuca. Alcancei com as mãos e sorri ao ver que era um anel dourado, com pequenas pedrinhas no centro. 

― Casa comigo? 

∞∞

2012. 

― É a terceira vez que tentamos! ― balbuciei, balançando a cabeça negativamente, com minhas bochechas úmidas. 

― Mione... ― Rony me abraçou, depositando um beijo no topo de minha cabeça. ― Eu... Se eu pudesse… 

― Por favor, Rony. Apenas fique aqui comigo. 

Limpei minhas lágrimas com a manga da blusa. Em minhas mãos, estava um minúsculo par de sapatos, na cor branca.   

Dias depois, voltei a me encontrar com o médico. Ele afirmou que eu não podia ter filhos. 

Consequentemente, minha esterilidade trouxe brigas a nossa relação. O maior desejo de meu marido era ter filhos, e eu não podia realizar. Estava frustrada e cansada, enquanto ele parecia ficar mais nervoso, e me culpar por toda a desgraça ocorrida. Rony chegou a me ameaçar. 

Seu rosto brilhava em sangue, e seus olhos estavam arregalados. Uma faca apontada em minha direção. Porém, aquilo me falhava na mente. Ora fosse uma alucinação, ou não. Eu não conseguia distinguir. 

∞∞

2014. 

Tudo começou há alguns meses atrás. 

Estava em minha casa. Não via Rony há dias, ele alegou que precisava ficar isolado por um tempo. Ele se afastou de mim na medida em que nosso casamento fracassava. Frio e distante. Não me beijava mais, nem ao menos direcionava um ‘boa noite’. 

Então, um dia, eu tinha a certeza absoluta que alguém havia invadido nossa casa. Era verdade! Ouvia vozes estranhas, que me influenciavam a fazer coisas que eu não queria. Surtar, por exemplo. Elas eram cruéis... Ficavam como almas penadas todos os dias vagando em minha mente. 

Eu não aguentava mais. 

Senti braços fortes me prenderem violentamente. Pensei que pudesse ser Rony. Mas era um homem, na verdade dois ou três, não me recordo. Todos vestiam roupas brancas e murmuravam algo do tipo “calma, calma fica quieta” e eu me remexia, tremendo e gritando. Olhei em volta e ainda continuava em minha casa. Algo forte prendeu meus braços ao meu corpo. 

Abaixei os olhos e vislumbrei uma espécie de facha branca em volta de mim. Algo perfurou meu braço esquerdo, fazendo-me mergulhar na escuridão. Quando abri novamente os olhos, estava em um quarto. Mas não era o meu quarto. Era extremamente branco, um clarão que me cegava. Nunca mais voltei a enxergar as outras cores. Todos os dias. 

E assim, o destino o trouxe para mim na mesma prontidão que o levou. 

Em uma manhã fria, onde apenas alguns lampejos fulguravam no horizonte, enquanto o sol exibiu-se tímido. Avistei uma silhueta ruiva, um tanto magricela. Estudei seu rosto por alguns instantes, notando o quanto ele piscava os olhos e mexia no cabelo alaranjado em um ato nervoso. Estava a meio metro dele. Ele deve ter percebido meu olhar sobre ele, porque logo olhou para mim também. Travamos nossos olhares por alguns segundos. 

Eu não sabia explicar o como ou o porquê, mas ele era o único que compreendia o significado das estrelas tanto como a mim. Ele decifrava o enigma de meus olhos; entretanto eu não conseguia compreender os dele. Não nesse momento. 

Eram orbes escuras, quase sem vida. Eu não via meu Rony nelas... Impossível. 

Observava-o estendido ao chão, mesmo estando metros abaixo de mim, eu ouvia com veracidade sua voz gritar meu nome, mas seu corpo permanecia quieto com a mesma expressão de pavor. Mordi meu lábio fortemente, sentindo um gosto metálico sobre minha língua. 

∞∞

Tempo presente. 

Quando eu estava presa a uma cadeira de balanço com aquele pano esbranquiçado em volta dos meus braços, observando o crepúsculo, uma figura ruiva pequena e meia rala apontou para mim e sorriu. Eu sorri de volta.  

Ele desapareceu, mas prometeu voltar outro dia.


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Notas finais do capítulo

.xoxo.



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