Sempre ao seu Lado escrita por Aquela Trouxa


Capítulo 37
Capítulo 33 ➳


Notas iniciais do capítulo

Oi, boa madrugada, bom dia, boa tarde, boa noite!
Como ainda estamos em Janeiro, posso desejar-lhes um possível Feliz Ano Novo!
Me deem um biscoito por aqui, como um bom princípio de ano novo rs ♥
Um beijo no coração e um abraço na alma! ♥



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Sempre ao Seu Lado 

↠ .Cole. ↞ 

 

O estofado fez barulho quando me sentei sobre ele. Encarei meu avô, que estava assentado sobre o outro móvel, de frente para mim. Apesar do estado físico frágil pelo longo tempo de vida, seus reflexos eram ótimos e seu cérebro trabalhava com muita eficiência. Seus olhos escuros acompanhavam meus movimentos com uma paciência impressionante. 

Suspirei exasperado, me remexendo sobre o assento barulhento. 

 

— Faz uns dois dias que venho pensando em reunir o conselho. Viu o Jacob durante esses dias? — sua voz profunda me perguntou. De certa forma eu desconfiava de que ele já tinha a resposta. 

 

— Acabei de deixá-lo com a Nessie na casa dele. — informei. 

 

— Ordinário! — exclamou exasperado, seu corpo se remexeu sob a poltrona — Não é nada tão grave e secreto, meu filho. Posso muito bem dizer somente a você. — me garantiu e pigarreou — Sua avó me disse que você foi escolhido pela magia do imprintig durante esses dias. E que a escolhida deste elo, é a nova protegida dos Cullen. — friccionou seus dedos sobre a pele de seu pescoço — Pensei que ouviria essa novidade de você, meu filho. — ele não estava totalmente chateado com isso — Conte-me sobre ela. De um jeito, ou de outro terei que me reunir com o conselho a respeito disso. 

 

— E porque o meu imprinting com a Lee tem que ser levado a conselho, vovô? — franzi as sobrancelhas, me inclinando de modo inconsciente em sua direção. 

 

— Ela é a nova protegida dos Cullen. — me disse com uma obviedade, como se sua frase já pudesse me explicar muitas coisas. Observando meu silêncio, ele suspirou e continuou a falar — Há grandes possibilidades perigosas dela não sobreviver vivendo tão perto deles. — abri minha boca para refreá-lo de seus pensamentos, mas ele se apressou antes de mim — Eu confio neles. Mas de uma coisa Isabella Swan..., quero dizer, Cullen, sempre teve razão: ela é um imã para problemas, e Forks parece o cenário perfeito para isso. 

 

— Não é culpa da Bella, que a Lee tenha sido... violada, vovô. — arregalei meus olhos, grasnando com repúdio ao tentar compreender o intento de suas palavras. 

 

— É claro que não, meu filho. Eu como pai, avô e bisavô de mulheres me compadeço do que aconteceu com ela, ainda mais por que foi um vampiro. — sua expressão era pura repugnância — Estou me referindo a outras coisas... — seus olhos se desviaram dos meus de modo desconfortável. Ficamos alguns segundos em silêncio para amenizar o mal entendido — Ouça bem meu filho: O elo mágico Quileute transpassa muitas superstições pagãs mudadas pelas eras. E cada um desses remanescentes acreditam em sua própria versão, e nosso povo batalhou muito para que a nossa história e tradição seguisse verdadeira e os espíritos guerreiros se encarregam da trajetória imutável e fiel, e aqui estamos nós, vivendo dessa verdade. O que eu quero dizer, é que eu acho que a presença da sua imprinting muito próxima à vampiros pode ser um atentado para a vida dela, algo perigoso. Ela precisa saber sobre o elo que a destinou a você. 

 

Minha avó adentrou na sala, suas mãos leves seguravam uma xícara grande de chá, o cheiro de lavanda, camomila e valeriana que fumegava da xícara acompanhava seus passos. 

 

— Seu avô está atropelando as palavras, né? — perguntou quando parou entre nós. Seu olhar indo de um, a outro, analisando-nos, vendo minhas mãos tremendo — Eu nem preciso da resposta. — bebericou o chá e deu um sorrisinho — Está obvio que sim. — caminhou para o lado dele. 

 

— Eu nem comecei a falar com ele direito, Emily. — meu avô soou defensivo. 

 

— Eu sei, querido. É por isso que eu estou aqui. — sua mão acarinhou os cabelos dele — Meu filho, — dirigiu-se a mim — sua mãe e eu conversamos, e eu estive contando as novidades para o seu avô, espero que não fique chateado comigo, eu fiquei muito feliz por você. É nosso primeiro neto e sempre desejamos o melhor para você. — meu avô assentiu em concordância às palavras dela. 

 

— Isso é verdade, apenas imaginávamos que seria uma mulher quileute, que nós saberíamos seu estilo de vida e... — quis expor suas idealizações. 

 

— Seu avô é muito protetor. — minha avó o interrompeu com um riso leve — Ele sempre quer saber tudo de antemão, se sente perdido quando não sabe das coisas. 

 

— Ainda mais quando há vampiros no meio. — ele emendou num resmungo. 

 

— Eu não tive tanto tempo para contar para vocês mesmo, — tentei vagamente me desculpar — mas, então vamos direto ao assunto vovô, o que quer saber? — dei a oportunidade. 

 

— Tudo o que você puder me falar, eu preciso entender o que está acontecendo por debaixo do meu nariz. Posso ser velho, mas não aceito estar desinformado. — esperou por minhas palavras. 

 

— Bom, ela vivenciou muitas experiências durante todos esses anos. — cocei meu queixo e elaborei um resumo rápido sobre a trajetória dela até Forks — Engravidou cedo e perdeu a primeira filha ainda recém-nascida, sua mãe faleceu por câncer no pulmão pouco tempo depois; aí ela se divorciou e depois descobriu que estava grávida de outra menina e agora ela está com a família Cullen, cuidando dessa gravidez. 

 

— Ela não conhecia mesmo o vampiro? — ele quis saber, tocando num assunto que mais se parecia uma ferida conjunta. Me mexi desconfortável sobre o assento, me irritando tanto pelo barulho que o estofado faz, quanto pela sua desconfiança. 

 

— Vô Sam... — tomei o fôlego, segurando qualquer palavra que pudesse me escapar. 

 

— Queria apenas ter a certeza de que está me informando de tudo mesmo. — retrucou — Pensei que você havia sido intimado para a última reunião com o conselho que tivemos, mas você não apareceu. Eu como um dos anciões e seu avô, fiquei preocupado. 

 

— Querido, fale com ele apenas como avô, agora. — vovó Emily orientou bebericando seu chá — Está muito tarde para dar sermões, podemos ir direto ao assunto? 

 

Vovô Sam não pareceu muito satisfeito, mas seguiu conforme minha avó pediu, a questão em pauta para eles era saber o quanto Amberli já sabia sobre a cultura e lendas Quileutes, se sabia alguma coisa sobre a existência dos lobos. Eu disse-lhes a verdade, ela sabia menos do que uma criança de três anos da nossa tribo poderia saber. Após a minha resposta, eles não hesitaram em perguntar-me a respeito de nossa convivência e como eu estava me sentindo em viver na pele como é o imprinting. Realmente não é de todo ruim, a parte que mais assusta é a maneira inesperada que acontece e a saia justa que vai ser para explicar para a companheira do elo, o seu lugar de direito na minha vida. Eles me incentivaram a já começar incluir Amberli para dentro da nossa cultura, a elaboração do piquenique já seria um bom pontapé inicial para que eu desenvolvesse algo através dessa oportunidade. Meu avô relembrou a situação complicada que viveu na sua juventude, não era um mistério para ninguém o que houve naquela época, mas ainda assim eu absorvi seus conselhos e agora me aliviava imensamente de que algo parecido não tenha acontecido com o meu pai, ou até mesmo comigo. Vovó Emily acompanhou de perto todo o desenrolar, compartilhou os receios vividos naquele tempo, e como o elo do imprinting era poderoso em muitos sentidos; sentidos estes, que eu só poderia entender sua imensidão, caso passasse pelas situações parecidas ou ainda mais intensas. 

 

— ... Eu nunca me senti cega, ou forçada a aceitar a tal imposição do imprinting. Nunca houve imposição. —  ela relatava — É irresistível. Quando você vê o zelo, a disposição e o interesse puro da pessoa exclusivo para você, não tem como isso não cativar, sabe? — sorriu, sua expressão envelhecida pelo tempo foi repuxada pela cicatriz que há ali e olhou para o marido com carinho — Vai além de qualquer devoção... Ele é o meu lar. —sua mão livre acariciou as dele — Nada do que eu vivi antes de eu aceitar e me encontrar com Sam fez sentido. Nem minhas antigas decisões e ambições da juventude, nem meus ‘sim’, meus ‘não’, nada disso. No momento em que eu deixei de resistir, nós crescemos juntos, ele como líder da primeira alcateia e eu como a mulher dos lobos. — sorriu mais uma vez e olhou nos meus olhos — É claro que isso não significa que estivemos livres de qualquer adversidade durante todos esses anos, você sabe muito bem que não Bee-Bee. — soube que ela se referia a perca do meu pai. Ficamos um tempo em silêncio, cada um sentindo sua dor momentânea da falta que meu pai faz. Ouvi a respiração da minha avó soar mais alta — Acho que por hoje é só, não é, marido? 

 

— É. — concordou se agitando sob a poltrona e colocou-se em pé — Por hoje, sim. 

 

Essa era a deixa para que eu pudesse ir pra casa. Me levantei também e esperamos vovó se levantar e deixar sua xícara vazia num móvel próximo. Esperei que eles fossem a minha frente para a porta de entrada, para que eu pudesse me despedir, meus avós pararam de frente a porta e esperaram por mim. Vovó Emily foi a primeira a me abraçar, suas mãos frágeis afagaram meu rosto com carinho, havia aquele olhar de mãe sobre mim. 

 

 — Pegue bem os nossos conselhos, filho. — disse ao afagar minha bochecha direita e dar lugar ao meu avô — Não precisa jogar tudo de uma só vez no colo da moça... 

 

— Tenha muita paciência. — a voz do vovô Sam emendou as palavras dela, apertando-me contra ele. 

 

— Isso mesmo. — ela concordou ao suspirar, tomando fôlego para tornar a falar — O imprinting aperfeiçoa a maior dificuldade que um lobo pode ter, a paciência. — mutuamente concordamos. 

  

— Então não fique tão ansioso para o que te espera hoje, meu filho. — vovô Sam abriu a porta para que eu pudesse passar — Não é a primeira vez que você fará isso, mas será a primeira com a mulher que realmente importa e que seu lobo aguardou para ter. Ela mesmo sem saber, já está lapidando a sua melhor versão. — me esperançou. 

 

— Você saberá dizer as palavras certas no tempo certo, não force nada. — vovó parou no batente da porta, a maneira que ela me olhou mexeu comigo — Estamos tão felizes por você Bee-Bee. — declarou com amor.  

 

— Estamos mesmo. Ela já é parte da família. — ouvi as palavras de aceitação do meu avô também e tive vontade de abraçá-los naquele momento. 

 

Não me contive, cheguei mais perto deles e os cerquei com meus braços em volta dos seus ombros. A aproximação ampliou o cheiro deles em minhas narinas, me fazendo aspirar os odores suaves tanto da loção pós barba, quanto do creme de pentear. Assimilei a surpresa da minha aproximação neles, os reflexos do meu avô fizeram com que ele reagisse mais rápido e correspondesse quase de imediato, já minha avó, expressou-se verbalmente a maneira que foi surpreendida. 

 

— Nós já a amamos tanto meu menino. — ela suspirou de emoção, erguendo seu braço para me receber num abraço seu — Seu pai estaria muito orgulhoso de você. — sua mão afagou minhas costas por cima dos tecidos. Pude sentir o cheiro de suas lágrimas quando ela se desfez do abraço, meu avô logo em seguida — Agora, vá descansar. — a vi secar as lágrimas que quase escapavam de seus olhos e fungar — Você tem um longo dia pela frente, e seu avô ainda tem que preparar um escalda pés para mim, antes de deitarmos. 

 

— Pensei que tivesse esquecido disso... — ele comentou para ela. 

 

— Querido, você faz isso para mim há anos, eu não poderia me esquecer. — ela sorriu ao lhe responder e aproximou-se de mim de modo que tive que me inclinar um pouco na sua direção — Tchau Bee-Bee, que os Espíritos Guerreiros te protejam. — beijou minha bochecha. 

 

— Aproveite seu dia, filho. Boa noite. — despediram-se de mim. 

 

Caminhei a passos largos na direção do meu carro. Os observei através do espelho do retrovisor, percebendo que eles não entrariam para dentro da casa até que meu carro estivesse fora do terreno. 

 

 

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Minha mãe foi o meu despertador matinal. O sol mal parecia ter clareado por cima das nuvens, quando ela me ligou, pedindo para que eu fizesse companhia para ela no café da manhã. Não fiz objeção ou argumentei ao seu pedido, apenas pedi para que ela aprontasse a mesa enquanto eu me arrumava para estar lá. 

 Em vinte minutos eu já estava na varanda da sua casa, esperando que ela destrancasse a porta para que eu pudesse entrar. 

 

— Oh!... — o som de sua voz soou em nossa língua nativa. Seus olhos escuros me analisaram assim que me viu — Um lado do rosto inchado. Cabelo alinhado de última hora. E lindo, como sempre... — puxei meu lábio para um lado, dando-lhe um sorriso fechado, ela sorriu também — Agora sim..., parece que estou te vendo quando era adolescente. — abriu mais a porta para que eu pudesse entrar. 

 

— Bom dia, mamãe. — a cumprimentei. 

 

— Bom dia, meu filho. — abrigou-me em seu abraço, sua mão subiu até nos meus cabelos e fez carinho — Acredita que eu demorei para dormir nessa noite? — afastou-nos um pouco do seu abraço para me olhar nos olhos. 

 

— Não tomou nenhum chá? — estranhei. 

 

— Não tive vontade de fazer nem um sequer. E também, entendi que não havia necessidade. — desfez o abraço — Minha fé tem que ser maior do que qualquer indício de medo, então tenho rezado para os espíritos da tribo conduzirem meu entendimento para eu saber lidar com o momento certo. — caminhamos para a sala de jantar. Eu iria perguntar de qual momento ela está falando, mas ela já me antecipou — Eu ainda não sei quando vai ser, mas quando eu souber, você será o primeiro a saber meu filho. Não quero pensar nisso agora. — apontou para um lugar a mesa que já estava posta e seguiu seu caminho na próxima entrada, que ligava diretamente à cozinha — O que eu quero nessa hora, é tomar um café da manhã com o meu filho preferido. E só. 

 

— Até por que, você não tem muitos outros filhos por aí... — me assentei no lugar indicado, sentindo os aromas postos de maneira bonita na mesa. 

 

— Pior que não mesmo. — ela riu e retornou à sala, carregando a pequena bandeja com pães — Mas, eu tenho o melhor. — declarou com amor, sorri sem que ela pudesse ver quando eu me levantei para beijar sua bochecha, fui com cautela para que a bandeja não desequilibrasse de suas mãos — E como anda os preparativos para o piquenique de hoje? — tomou seu lugar e ajeitou a bandeja entre o bule com chá. 

 

— Ainda não sei. Eu não tive tempo para falar com a vampirinha. — estendi minhas mãos para pegar a garrafa de café e despejar o líquido na minha xícara. Vi que minha mãe deu preferência para o bule de chá e o aroma de ambos se misturaram pelo ambiente — E ela me prometeu de que hoje não vai cair uma gota de chuva. Estou contando com isso. 

 

— Se ela disse, não serei eu a contrariá-la. — a colher tilintou dentro da sua xícara quando a girou entre o líquido fumegante — O que está fazendo?!— qualquer descontração evaporou ao chamar minha atenção quando levei a minha xícara de café até perto dos meus lábios. 

 

— Vou beber o café? — afastei um pouco a porcelana, percebendo que estava fazendo algo de errado. A vi suspirar. 

 

— Oração, meu filho. Ainda não oramos. — se limitou apenas nessas palavras. 

 

 Abaixei meus braços, colocando a xícara de café fumegante de volta na mesa. Vi minha mãe ajeitar sua coluna e postura, e estender suas mãos ao centro da mesa, fiz o mesmo, envolvendo suas mãos mornas sob a palma das minhas e fechei meus olhos, esperando o momento dela iniciar a oração. 

 

— Sinto que hoje será um dia especial... — ela falou baixo, de modo ansioso e instigante. Percebi que suas palavras não faziam parte da oração, ela estava falando diretamente comigo — Um divisor de águas, mais do que já está sendo. 

 

— Por que acha isso, mãe? — perguntei ainda estando de olhos fechados e segurando suas mãos. 

 

— Por muitos motivos e aspectos meu filho. Mas se quer saber de um deles, é que a sua Lee irá comer as melhores sobremesas das famílias quileutes, e não sei se eu estou pronta o suficiente para recebe-la! — suas mãos apertaram as minhas, condizendo com sua animação. 

 

Abri meus olhos. Minha mãe já estava com os seus abertos e me olhava atentamente com um sorriso nos lábios. 

 

— Como assim, recebe-la? — quis entender sem deduzir ao pé da letra. 

 

— Fiz o melhor Terang Bulan da minha vida. — sua mão envolta da minha apertou meus dedos mais uma vez, antes de soltar nosso enlace. A oração foi esquecida — Sei que é o melhor, pois fiz com todo o carinho, apenas pensando no momento em que a receberei, vendo-a com meus próprios olhos. — soou sonhadora e gostei do que ouvi. Me senti à vontade para pegar um dos pães dispostos na bandeja e tentar bebericar o café. 

 

— Que bom então, eu vou falar para ela exatamente da maneira que a senhora está me falando, em inglês, mas falarei. — peguei a faca para passar a pasta de amendoim salgada na metade do pão. 

 

— É que... Eu estive pensando... E se eu fosse com você para entregar a sobremesa? — parei o movimento da faca contra o pão. 

 

— Sem problema nenhum, mãe. Na próxima vez que eu aparecer por lá, eu aviso o Carlisle que você vai me acompanhar... — tentei contornar suas palavras. Vi sua feição entusiasmada e iluminada, murchar em instantes. 

 

— Não é bem assim... Eu estou me referindo sobre hoje à tarde. — sua mão pegou na colherzinha que estava dentro da sua xícara de chá intocada. 

 

— Eu imaginei que sim, — admiti — mas hoje a Lee já tem um compromisso, e é comigo. — 

Não dei abertura para que minha mãe pudesse contestar, isso nos fez ficar bons minutos discutindo a respeito. Minha mãe sabia ser bem persuasiva quando estava disposta, mas dessa vez eu não daria meu braço a torcer, desde o momento em que reconheci Amberli eu quis que minha mãe pudesse conhecê-la, só que eu e tudo ao meu redor precisa esperar pelo bendito “tempo certo”, então conversei com ela o suficiente para que essa ideia saísse de sua cabeça. 

 — Eu sei que você e todas as mulheres da família estão muito felizes por mim, mas mãe, vamos com calma. 

 

 — Tem razão, meu filho. Acho que toda essa alegria feminina está me subindo a cabeça... — deu um riso sem graça — Estou ansiosa para conhecê-la, eu não mediria esforços para que isso acontecesse. 

 

 — Eu sei que não, mãe. Mas ainda não é a hora, os dias dela são instáveis e caóticos, não quero que chegue lá num mau momento. — suas sobrancelhas se moveram com a alteração das suas feições em compadecimento — Eu nem sei como a Lee está aguentando tão bem tudo o que vivência nos últimos dias. Me preocupo com ela. — mil vezes mais do que me permitia compartilhar. 

 

 — Nossas orações estão sobre vocês meu filho, não deixe em momento algum a sua fé se abalar, esmorecer... Não podemos ficar idealizando um conto de mil maravilhas o tempo todo, né. 

 

— Ela está grávida de um híbrido vampiro, é meio difícil isso acontecer. — comprimi meus lábios um no outro — Agradeço suas orações mãe. 

 

— Oração nunca é demais. — sorriu e estendeu suas mãos mais uma vez — Vamos orar antes que parte do café da manhã esfrie, nosso dia será cheio! 

 

 

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— Nós estamos tão animadas! Não vejo as mulheres da família dessa maneira desde que a minha irmã ficou grávida. — Allie comentava comigo enquanto vedava o cooler que ela trouxe já cheio, faltando apenas as receitas da minha mãe. 

 

— O que você está achando disso? — eu quis saber. 

 

— Ah... — procurou por palavras para me responder — Você merece, Cole. Não estou querendo dizer que sua vida era miserável antes de você voltar para cá nos últimos nove meses, mas eu vejo pela perspectiva do Hugo; a vida se torna bem mais vivida quando há alguém ao nosso lado e no caso de vocês, o imprinting ajuda muito, a margem de erro é praticamente inexistente. — empurrou a caixa na minha direção — E eu me sinto abençoada pelo elo também. 

 

— Não achou nem um pouco esquisito? — vi a oportunidade de perguntar, tirando a caixa térmica de cima da mesa e caminhamos para fora da casa da minha mãe. 

 

— Até que não... O Hugo sempre me protegeu e me deu segurança, é difícil não o visualizar nas minhas lembranças, até por que, ele sempre esteve por perto. — concordei. Hugo teve imprinting por ela ainda novinha — É diferente, pois desde o início nosso vínculo era especial e nunca o vi como parte da família. Seria sim esquisito, se eu o considerasse como um irmão, ou primo; só que ele sempre foi meu melhor amigo e pelo menos a maior parte das pessoas namoram um amigo, não um inimigo. — me esclareceu. 

 

— Ele foi acompanhando o seu ritmo... — comentei, querendo saber mais sobre a sua visão. 

 

— Eu não vejo assim. Eu o conheço bem o suficiente para analisar algumas atitudes dele no meu passado para perceber que ele sempre esteve ali para o que eu precisasse. Nunca houve alguma atitude maliciosa da parte dele naquele tempo, foi seguindo sem pressa ou cobranças, tudo acontecendo no momento certo. 

 

— É, ele realmente nunca reclamou. — fiz uma observação à parte. 

 

— E até hoje nunca reclamaria. — afirmou parando de caminhar. 

 

Paramos no meio da varanda da casa da minha mãe, as nuvens cinzas e foscas clareavam o ambiente diurno, não estava chovendo nessa região, mas eu pude sentir o cheiro fresco da chuva quando aspirei o ar fora da casa. Espero que Alice Cullen esteja certa de que por lá não cairá uma gota de chuva. 

 

— Cadê a minha tia? — Allie me perguntou sobre minha mãe. 

 

— Ela está no quarto. — eu podia ouvir seus passos e deduzir o que estava fazendo — Rezando. 

 

— Ela está ansiosa né? — Allie sorriu — Eu não quis comentar com a tia, ela até tentou disfarçar ontem durante a manhã inteira, mas, você sabe como ela é... 

 

— Sim eu sei. — concordei com suas palavras implícitas — Ela queria ir comigo para a mansão dos Cullen. — revelei, Allie se mostrou surpresa — Quer ver a Amberli pessoalmente. 

 

— Ela deve ter insistido bastante. — seus olhos puxados olharam para o cooler em minha mão. Movi minha cabeça, consentindo com suas palavras — Por isso que ela queria deixar os Terang Bulan em cima... Ela queria entregar nas mãos dela... 

 

— Isso mesmo, mas não quero assustar a Lee. — seria um pouco “demais” para um só dia — Ela disse algo sobre todo o entusiasmo estar afetando-a. 

 

— Minha irmã deve estar influenciando as ideias da tia Franchesca. — cruzou os braços e deu uma olhada para mim — Ela não para de falar sobre suas expectativas... 

 

— Nem brinque com isso. — pedi ouvindo-a com atenção. 

 

— ...Ela já está imaginando como será a cerimônia do casamento de vocês. — percebi que ela se continha para não sorrir e deu uma olhada na minha direção, talvez se olhasse diretame4nte para o meu rosto, não conseguiria manter sua voz estável — Ela já se pergunta como será os votos de cada um. O seu principalmente... 

 

— Sua irmã é bem fora da casinha. — tentei caçoar dos absurdos que ouvia sobre a maneira espontânea de Rebecca. 

 

— E você descobriu isso agora?! — demos risada e ao fim do som, percebi que já era hora de eu sair — Espero que se divirtam no piquenique de hoje. Se for bem, será a oportunidade perfeita para eu e o Hugo irmos nas novas trilhas da floresta Hoh, fiquei sabendo que há locais lindos para um piquenique, e assim consigo descansar, já que as semanas da celebração do patrimônio da tribo já foi encerrada. 

 

 — Você sempre tem boas programações, Allie. — ela sempre faz questão de se aventurar pelas atrações dos lugares que pode visitar, muita das vezes é em cidades distantes e até mesmo no Canadá. 

 

— Eu faço a minha parte, né. Quando precisar, já sabe com quem contar. — se auto referiu. 

 

 — Obrigado. — ficamos em silêncio mais uma vez, pude ouvir ela pegar seu celular instantes após ele vibrar nos tecidos envolta do seu corpo. Pensei em me deixar a caixa no carro e ir me despedir da minha mãe — Acho que já está na minha hora, você já vai embora? 

 

— Ainda não. — negou e guardou o celular — Tia Franchesca me convidou para almoçar com ela, tenho planejamentos de museus e viagens de sobra para entretê-la. 


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Notas finais do capítulo



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