Reflexões de uma aniversáriante escrita por Karinix


Capítulo 1
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Ontem foi meu aniversario. 16 ANOS PORRA! Fiquei refletindo muito e resolvi escrever esse original. TODOS OS ACONTECIMENTOS, PERSONAGENS E TEXTO É DE AUTORIA EXCLUSIVA MINHA!



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Olho para o céu e penso em tudo o que vivi nesses últimos anos.

Caramba.

Conheci e desconheci pessoas, senti amores, compartilhei alegrias, realizei desejos, sonhei sonhos, chorei de tristeza, caí no fundo do poço, voltei com tudo, vivi. Foram tantos e tantos acontecimentos, que é literalmente impossível escrever em um livro ou em um mero texto. São muitos detalhes e emoções inexplicáveis, querendo ou não, nós deixaríamos passar batido alguma coisa.

Lembrei-me de minha infância, onde sonhava com a vida adulta e com os futuros acontecimentos de minha vida.

Eu era tão idiota. Crianças são idiotas.

Elas sonham com o futuro incrível onde o mundo é mil maravilhas e não temos alguma dificuldade, tudo está ao alcance de nossas mãos. Por que somos tão ingênuos? Por que sonhamos com algo que não existe? É a influência da sociedade? Ou nossas mentes são ingênuas desde sempre?

O vento bate em meu rosto e meu cabelo curto simplesmente tremula, ele não tem cumprimento o suficiente para revoar com a brisa. As estrelas estão bonitas no céu, a lua está meio tampada pelas nuvens noturnas.

Meus amigos estão conversando sobre coisas de terror. Não sou muito fã do assunto, por isso não presto a atenção. Mexo no celular, olhando as mensagens de felicidades postadas no meu perfil por causa da data.

Vou responder amanhã.

Respondo a uma mensagem do Pedro. Ele queria poder estar aqui, mas as circunstancias não permitem. Conversamos sobre o livro que meus pais me deram de presente, mas que chegaria só no final do mês. É a pré-venda, está mais barato. Pedi se poderia comprar e eles disseram que sim, nossa situação financeira não está nas melhores.

Desligo a internet e pouso o aparelho sobre a mesa, tomo um gole da minha fanta e suspiro.

Penso em minha vida atual. Tenho vários problemas cotidianos, como procurar um emprego, dar banho em meu cachorro e fazer minha tarefa de sociologia. Outros são mais excêntricos, como terminar de escrever meu livro, tentar convencer minha mãe a me deixar colocar um piercing na parte de cartilagem da orelha e lutar contra minha própria mente.

Penso em Pedro, meu namorado que está a 267 km de distancia de mim. Penso no texto que ele me escreveu na noite anterior, as palavras estão gravadas em minha mente. Eu o li umas 10 vezes, sempre com o coração acelerado.

Minha irmã chora. Ela é um bebe, irá fazer seis meses de vida no dia 19. É estranho, eu acabo de fazer 16 anos e tenho uma irmã com quase seis meses. Quem não nos conhece, pensa que ela é minha filha. Rio ao me lembrar da expressão das pessoas ao me ouvir dizer que “ela é minha irmã”.

Penso nas frases escritas em meu caderno da escola, penso em meus livros guardados no guarda-roupa, penso na lista de animes que tenho para assistir, penso em minha fanfic para terminar.

Arrumo meu edredom, fecho os olhos.

Lembro do meu bolo, redondo, branco, com um K de pasta americana em cima e alguns detalhes também de pasta americana ao redor. A massa era azul, com três tipos diferentes de recheio. Lembro do pão com bife, molho de alho e vinagrete. O copo do refrigerante que quase caiu no meu colo quando fui me sentar, o guardanapo azul que havia manchado de molho de alho.

Sentei-me ao lado do meu amigo, Everton, e imaginei se Pedro estivesse ali, se eu tivesse mais amigos e se minha vida social fosse mais agitada.

Fiz uma careta, havia mordido num pedacinho de alho. Detesto alho, mas como molho de alho. Rio, meu lado geminiano está com a razão no momento.

Rolo na cama. Estou exausta, passei três horas na maior correria para arrumar as coisas para a festa. Agora estava deitada em minha cama, meu conforto, lembrando de tudo o que aconteceu. Na verdade estou mais refletindo, do que lembrando.

Tenho uma vida pela frente. Sei disso, todos me falam o tempo inteiro. Mas por que estou entediada com a vida? Todo dia é a mesma coisa, toda semana a mesma mesmice. Chegou a um ponto que suspiro de tédio ao colocar minha mochila na cadeira da sala, estava com raiva da minha vida por não acontecer nada de interessante.

Mas algo aconteceu.

Como se fosse num estalar de dedos, junho chegou e com ele meu aniversário. Dia seis de junho de dois mil e dezessete, fiz dezesseis anos.

Que. Legal.

Devo agradecer por mais um ano de vida? Claro que sim. A vida é uma montanha russa, onde as vezes você sobe e as vezes você desce. Faz sentido.

Meu sono chega, tenho que dormir o máximo possível. Hoje eu tenho aula de história e tenho que prestar a atenção na matéria. Tenho que ir trocar meu presente, a blusa ficou justa demais, tenho que dormir pela tarde, mas vou ter que aguentar a manhã toda.

Sonho com o futuro de criança, onde tudo é fácil, mas nada é real.

 

 

"A esperança é uma droga alucinógena"

Rubem Alves


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Notas finais do capítulo

Como ficou? Qual a opinião de vocês? Escrevi tudo isso em duas horas, foi meu record. Espero que tenham gostado, foi meio repentino mas de coração. Bjs da Káah.



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