Finalmente Casados escrita por Sáskya


Capítulo 1
Finalmente Casados


Notas iniciais do capítulo

OOOOOI GENTE! Sim, eu postei o bônus de LLVL mesmo depois de todo esse tempo.
Peguem uma pipoca, um refri, se preparem para rir e para se emocionar.
Boa leitura. Quero ver geral nos rewiens, hein?



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|Bella|

Acordei na manhã de sábado com a ansiedade crescendo em mim. Ainda deitada na cama, fitei o teto, sentindo o peso do amanhã caindo sobre os meus ombros.

Senhoras e senhores, depois de quatro anos de meticulosa espera – ou enrolação, como diria Alice – Edward e eu nos casaríamos. Pois é, a demora se deu porque queríamos nos fixar em nossa profissão antes de construir uma família – ou estender a enorme que já tínhamos.

Então, em uma noite qualquer há quatro meses, tomamos a decisão de nos casarmos no dia treze de agosto. Aproveitaríamos as nossas férias no verão e realizaríamos o casamento na fazenda. Afinal, foi lá onde tudo começou.

Ainda consigo lembrar-me nitidamente do dia em que decidimos contar a nossa família sobre a data.

|Flashback – ON|

— AAAI! SÉRIO ISSO? VOCÊS REALMENTE VÃO SE CASAR? – chorou Alice, quicando em sua cadeira. – EU PENSEI QUE FOSSE MORRER SEM VER ISSO.

— Vamos moderar no drama, Alice. – Pedi, olhando-a tediosamente.

Ela fungou, fazendo careta para mim.

— Eu apenas estou feliz. MINHA IRMÃZINHA VAI DESENCALHAR! – Berrou, abrindo os braços.

Eu coloquei a mão sobre os olhos. Edward agarrou a minha cintura, rindo baixinho em meu ouvido.

E quando eu penso que não podia piorar a vergonha alheia...

— Oh, só queremos dizer graças ao bom Deus, pombinhos! Finalmente o casamento sairá. – Deu de ombros Emmett. — Particularmente, eu não aguentava mais ver vocês vivendo no pecado. – Tentou dá uma de moralista.

— Oh, falou o todo santo que nunca fez sexo antes do casamento. – Ironizou Edward, pegando uma banana em cima da mesa.

— Não faço essas coisas mundanas. Agora eu sou um pai. – Bateu no peito com o orgulho, olhando amorosamente para Dylan, filho dele com Rose.

— Então quer dizer que Emmett Cullen, que tem uma camisa com a frase ‘’eu amo sexo’’ não existe mais? – Arqueou uma sobrancelha.

O irmão sorriu amarelo.

— Esse tipo de amor não se discute.

Edward revirou os olhos, jogando a casca da banana na cabeça do irmão.

— Ei! Não me desmoralize na frente do meu filho.

— Você já faz esse trabalho, querido. – Comentou Rose tediosamente.

Edward gargalhou e eu o acompanhei, assim como os outros. Já Emmett olhou chocado para sua esposa.

— De que lado você está?

— Ok, chega de drama idiota do Emmett. – Cortou Alice. – O foco principal aqui é o casamento. Temos que arrumar lugar, decoração, arranjos, roupas, comida, convidados, presentes...

— Respira. – Pediu Jasper para a esposa.

Alice respirou profundamente.

— Depois ela fica perguntando de onde a filha tirou o dom de falar. – Murmurou Emmett para a esposa, porém foi audível para todos nós.

Alice semicerrou os olhos e, sem dó, jogou uma maçã no rosto de Emmett.

— Hey! – Reclamou, fazendo bico.

— Sem atirar comida, crianças. – Mamãe falou, olhando seriamente de Alice para Emmett.

Nós poderíamos ter 50 anos que ela continuaria a nos chamar de crianças.

— Eu estou surpresa. Pensei que veria a sexta extinção em massa e não veria o casamento de vocês. – Claire fez piada, retomando o assunto inicial.

A garota poderia ter dezessete anos, mas continuava a mesma pestinha que Esme e Carlisle trouxeram para casa.

— E eu pensei que marte seria habitado por várias pessoas antes do casamento deles. – Rose continuou a piadinha, e ambas riram.

— Achava ainda mais fácil os dinossauros voltarem a viver do que o casamento de Bella e Edward sair. – Até o Carlisle entrou na onda.

Ok. Era hora de colocar um freio por aqui.

— Já entendemos que vocês consideraram uma demora grande. – Resmunguei, tomando um lugar à mesa.

— E põe grande nisso... – Sussurrou Esme.

— Mãe!

Ela arregalou os olhos para mim.

— Estou quieta.

Edward apenas ria dos comentários, como o perfeito idiota que ele sempre foi.

O café da manhã se seguiu assim, cheio de risadinhas e piadas aleatórias. Bem típico da minha família louca.

|Flashback – OFF|

Saí dos meus devaneios ao sentir uma mão subir pela minha barriga e tomar posse da minha cintura, arrastando-me para um corpo quente.

— Como vai minha noiva nesta manhã? Ansiosa pela despedida de solteira? – Murmurou em meu ouvido com a voz de quem acabou de acordar.

Eu sorri, revirando os olhos.

— Já me despedi dessa vida faz tempo, querido noivo.

— Mas depois de amanhã, você só se livra de mim após um divórcio no litigioso.

— Que possessivo. – Fiz uma careta.

Ele riu em meu ouvido, causando-me um arrepio bom pelo meu corpo.

— Eu te amo, senhorita Swan.

— Assim como eu te amo, Cullen.

Ele beijou meus lábios levemente, e ficou olhando-me com os olhos verdes cheios de amor. Toda vez que Edward fazia aquilo, eu tinha mais certeza de que ele era o cara que eu secretamente sempre desejei.

Uma batida estrondosa na porta nos tirou daquele momento meigo.

— Parem de sacanagem aí dentro e desçam para o café da manhã. Mamãe Esme só está esperando vocês. – A voz divertida de Emmett se fez presente do lado de fora do cômodo.

Edward e eu reviramos os olhos. Se você acha que as coisas mudaram por aqui, estão muito enganados. Uma coisa que minha família nunca deixará de ser é louca e indiscreta.

— Vá à merda, Emmett. – Grunhi para ele.

A última coisa que escutei foi sua risada espalhafatosa. Edward também riu.

— Que tal um banho em conjunto? – Sugeriu meu noivo maliciosamente.

Entrei em seu jogo.

— O que está esperando?

Sem esperar nenhuma resposta, Edward levou-me no colo até o banheiro.

***

Antes que pudéssemos chegar à sala onde fazíamos as refeições, o barulho de nossa família começando a fazer o desjejum assaltou os nos ouvidos. Ainda morávamos todos na mesma casa. Rosalie e Emmett moraram em um apartamento durante um tempo depois que se casaram, mas só foi a loira engravidar do pequeno Dylan, para ambos correrem de volta para a casa, com saudades e um tanto desesperados por conta do bebê. Mamãe e Carlisle continuavam a morar na outra casa com o pequeno Cameron, e Claire tinha se bandeado para cá quando completou quinze anos. Alice e Jasper casaram-se há dois anos – em uma cerimônia muito espalhafatosa por sinal —, mas não quiseram sair da mansão. Edward e eu conversamos sobre isso também e concluímos que estávamos confortáveis aqui, então não tinha para que uma mudança. Nós éramos muito ligados uns aos outros, por isso ir embora era tão difícil.

— Bom dia família. – Desejei, tomando meu lugar à mesa.

— Bom dia pessoal. – Desejou meu noivo.

Eles retornaram a nossa saudação.

— Dez minutos de atraso. – Avisou Esme, tentando fazer Cam comer a comida em seu prato. O garoto estava irredutível com as frutas.

— Não quero isso – falou, virando o rosto.

— Mãe, não seja tão pontual. – Revirei os olhos — E Cam, lembra da nossa conversa sobre as frutas? – Olhei seriamente para o garotinho.

— Elas são ruins, Belly. – Disse com sua voz fofa, que sempre me derretia. Sem contar no apelido que ele me dera.

— Eu gosto de frutas, tia Bella – disse minha sobrinha, comendo com gosto as frutas partidas em seu prato.

Alice sorriu orgulhosa para sua pequena garota. Alyssa era uma linda menininha de quatro anos – próximo mês cinco – que tinha incríveis cabelos loiros e olhos azuis. Fisicamente, ela lembrava uma versão feminina de Jasper, mas em quesito personalidade... Era Alice todinha, o que deixava o pobre Jasper de cabelos em pé.

— Está vendo, Cam? Siga o exemplo da Lyssa. – Pisquei para ele.

Meu pequeno garoto fez careta, mas acabou comendo um pedaço de maçã. Sorri. Mamãe olhou-me agradecida.

— Onde está a melancia? – Questionei, não encontrando a fruta pela mesa.

— Está na cozinha, querida – falou mamãe para mim.

Satisfeita, saí do meu lugar para caçar uma das frutas que eu mais gostava. Assim que entrei na cozinha, tive que me abaixar para não ser atingida por uma colher voadora.

Emmett estava discutindo algo com Rosalie, que tinha o pequeno Dylan de um ano nos braços. Ele chorava. E Rose quem tinha atirado uma colher em Emmett.

— Aprenda a fazer a porra do mingau, Cullen. Eu não fiz sozinha o Dylan! – Vociferou para o marido, balançando o bebê em seu colo na tentativa de fazê-lo parar de chorar.

Ele bufou, pegando uma panela no armário.

— Eu disse que faria. Você que surtou por nada. – Reclamou.

— Sei...

— Que guerra é essa gente? – Franzi as sobrancelhas, pegando as últimas fatias de melancia em cima da mesa. Emmett e Rose costumavam a sempre ter discussões, por isso ninguém levava muito a sério.

Rose caminhou até mim, olhando-me firmemente.

— Eu só te digo uma coisa: nunca se case – falou, lançando um olhar mortal para o marido que discutia algo com si próprio enquanto fazia a mamadeira do Dylan.

Arregalei os olhos para minha irmã. Aquilo lá era conselho para se dá a uma pessoa a beira do casamento?

Rose passou por mim, saindo da cozinha. Emmett mirou-me um olhar divertido depois que ela saiu.

— Você não deveria está irritado? – Semicerrei os olhos, comendo uma fatia de melancia.

— Deveria, mas esse conselho da minha esposa foi excepcional. Principalmente para alguém com o pé no altar.  – E então riu, mexendo no conteúdo da panela.

Eu ri também, percebendo que Emmett pegou o sentido louco das palavras de Rose. Voltei para sala de jantar e sentei-me no mesmo lugar, degustando das minhas fatias de melancia. Emmett retornou cerca de cinco minutos depois, com a mamadeira em mão.

— Sem celular à mesa, Clay – disse Carlisle, olhando-a por cima do jornal que lia.

Ela bufou, porém guardou o aparelho.

— Ela fica conversando direto com esse tal de Reginaldo. Nem na hora sagrada do dia, que é a de comer, ela para. – Emmett soltou com o ciúme evidente em sua voz.

— É Randolph, Emmett. – Corrigiu.

— E o que eu disse? O Reginaldo. – Ele se fingiu de inocente, mas todo mundo sabia que ele fazia aquilo de propósito para irritar Claire. Eles nunca mudam.

Edward abafou uma risadinha ao meu lado quando a irmã bufou. Os meninos Cullen e os seus ciúmes. As coisas só pioraram quando Claire se tornou uma bela e alta loira.

— Deixe de arrumar confusão com a Clay, Emmett! – Rosalie reclamou.

Ele fez um bico.

— Mas tigrinha...

— Mas tigrinha nada. – Bufou. – E segura o Dylan. – Ela passou o filho para Emmett.

Ele pegou a criança no colo, dando-lhe a mamadeira. E assim sefoi mais um café da manhã.

***

— Tão lindo! – Fungou Rony, olhando para mim dentro da peça que ele tinha desenhado juntamente com a minha irmã.

— Obrigada. – Agradeci, sorrindo.

— Não você, raxa, o vestido – falou com ar esnobe.

Deliberadamente, dei-lhe o dedo do meio. O maluco apenas gargalhou espalhafatosamente.

Voltei-me a olhar pelo enorme espelho, apreciando a traje branco que cobria meu corpo. Eu queria algo simples e belo para usar, por mais que Alice e Rony tenham tentado enfiar-me em vestidos escandalosos. O casamento era meu, afinal. Eu ainda comandava as coisas por aqui.

— Você é uma das noivas mais lindas que já vi – falou mamãe.

Observei seu reflexo através do espelho, notando seu sorriso luminoso e seus olhos marejados.

— Este véu ficará perfeito! – Exclamou Alice, voltando para a sala de prova com um véu mediano em mãos – Nada grande demais, nem pequeno demais. – Sorriu para mim, ajeitando rapidamente o véu em meus cabelos.

— Perfeita. – Elogiou Rose, juntando-se a mim em frente ao espelho.

As três mulheres sorriam para mim enquanto Rony mantinha uma expressão tediosa no rosto.

— Temos que cuidar, raxas. Ainda temos que ir para toca da vovó Cullen hoje. – Rony estalou os dedos, chamando nossa atenção.

Alice ajudou-me tirar o vestido e o colocou dentro do seu saco. Logo pegamos os trajes das garotas – e do Rony – e praticamente voamos de volta para casa.

Ao chegarmos lá, os homens estavam jogando Just Dance— inclusive o Carlisle. Dylan olhava para eles do seu carrinho, enquanto Lyssa, Claire e Cam riam abertamente.

— Nós saímos por uma hora e vocês já se tornam isso? – Rose estalou a língua.

— Isso... É... Viciante... Tigrinha. – Retrucou Emmett entre respirações entrecortadas.

Rose revirou os olhos.

— Você sabe como eles conseguem ser ridículos quando querem. – Zombou Claire.

Carlisle olhou feio para ela.

— Ainda sou o seu pai.

Clay fez seu melhor olhar de gato de botas do Shrek.

— E eu te amo, papaizinho lindo, meu amor. – Soltou um beijo, fazendo Carlisle sorrir de forma rendida. Aquela garota sempre teria os homens Cullen em suas mãos.

— Estamos indo para fazenda. Não se esqueçam de alimentar as crianças. – Alertou Esme, cortando a troca de amor alheia e olhando seriamente para o marido.

Eles pareciam mais concentrados no jogo do que no que ela dizia.

— Estão me escutando? – Esme falou mais alto.

Os quatro olharam para ela, um pouco assustados.

— Sim, senhora. – Eles falaram juntos, fazendo Esme sorrir enormemente.

— Vamos, Claire. – Chamou Esme e garota prontamente pulou do seu lugar no sofá.

Subimos para pegar nossas malas e logo estávamos de volta na sala. Os meninos pausaram o jogo para se despedirem da gente. Rose estava quase chorando em ter que deixar o seu menino com Emmett, mas os outros três a tranquilizaram. Trocamos abraços e beijos com os caras, e no meio dessas despedidas, Alice acabou por vomitar em cima de Jasper no meio de um abraço.

Ele olhou aturdido para a esposa que carregava um olhar de desculpas e as mãos na boca.

— Porque você sempre tem que vomitar em mim? – Questionou sem entender.

Emmett gargalhou.

— Adoro esse casal!

***

Rosalie aumentou o volume do som da Hilux SW4 da mamãe. Depois de anos, Esme finalmente percebeu que teríamos que ter um carro com mais de cinco lugares — além da van, é claro.

As garotas do carro – incluindo o Rony – vibraram ao som da música. Era Sugar do Robin Schulz, pelo o que passava no visor do som. Balancei a cabeça, apreciando a música que me lembrava água salgada, areia e coqueiros.

— Isso aqui já é um esquenta para o que vem mais tarde. Quero beber muitas margaritas. – Comemorou Alice, jogando as mãos para cima.

— Acho que você não vai poder beber margaritas, querida – falou mamãe. Mesmo sem olhar para trás – já que ela estava no volante – eu podia sentir o sorriso em sua fala.

Alice fez um biquinho ao meu lado, franzindo o cenho. Ela estava no meio de Rony e eu, enquanto Rosalie estava no carona e Claire atrás de nós, distraída em seu celular. Provavelmente trocando mensagens com o namoradinho.

— Porque eu não posso beber? Eu já tenho 28 anos! – Cruzou os braços.

Mamãe riu e Rosalie a acompanhou. Rony e eu trocamos olhares confusos e Clay permaneceu em sua bolha.

— Querida, esqueceu-se de que grávidas não bebem? – Percebi pelo espelho do retrovisor que ela arqueou uma sobrancelha.

— Oh! – Rony e eu fizemos, olhando interessadamente para Alice. Mais especificamente para a sua barriga. Ela parecia plana como sempre.

— Eu não estou grávida. – Negou Alice, mas não tinha muita certeza em sua voz. Para falar a verdade, ela parecia um tanto perdida, balbuciando alguma coisa.

— Você andou reclamando de enjôos, quase perdeu a hora para o trabalho duas vezes nesses últimos dias e ainda vomitou em seu marido! Quer mais alguma prova? – Comentou Rosalie lá da frente.

— Será? – Alice fez, olhando para mim e Rony.

Sorrimos para ela. O maluco ainda fingiu secar uma lágrima do seu rosto.

— Ai, fady, você colocará mais um pontinho de luz no mundo! – comemorou, abraçando-a de lado.

Minha irmã começou a chorar.

— O que foi? – Claire perguntou, olhando assustada para a irmã mais velha. Acho que ela não tinha captado a conversa.

— Oh, ela está chorando de emoção. – Esme comentou afetuosamente.

— Não é emoção. É tristeza. – Fungou Alice, passando um lencinho sob os olhos.

— Tristeza? – perguntamos em coro, estranhando a resposta.

— Sim. Não vou poder tomar minhas margaritas hoje. – E então abriu o berreiro de novo.

— Você e o Jasper não estavam tentando? Para ‘’fechar a fábrica’’? – Questionei.

— Estávamos. – Assentiu com a cabeça – Mas eu não imaginei que seria tão rápido. – Deu de ombros, colocando as mãos sobre o ventre. – Estou feliz. – Sorriu. – As rapidinhas pela casa surgiram efeito.

— Argh! – Esme, Rose, Clay e eu fizemos em coro.

Rony apenas sorriu maliciosamente.

— Por isso que essa raxa é minha amiga. – Ele levantou a mão para Alice, em um pedido de cumprimento. Ela bateu sua mão na dele e ambos acabaram por rir.

— Poxa, Alice! Sua vida sexual não é algo que eu quero saber. – Clay colocou a língua para fora, claramente desgostosa com o assunto.

— Acho que ninguém quer saber. – Resmunguei, tentando reprimir as cenas promiscuas que a parte sem noção do meu cérebro estava criando.

Porque tínhamos a tendência de imaginar as coisas que nos desagradam? Isso é algum tipo de masoquismo?

— Mas, mudando um pouco o foco da pessoa em questão... Gostaria de saber de você, Bella: quando ganharei netos seus? Suas irmãs já contribuíram com isso.

Todos os olhares foram voltados para mim. Até Claire tinha largado o seu celular para olhar para mim em expectativa. Além do casamento, minha família também queria crianças minhas e do Edward. Eles falavam que já estávamos na hora de dá a nossa contribuição para a grande prole Swanllen.

— Nós nem nos casamos ainda e vocês já querem crianças? Vamos cada coisa por vez. – Tentei tirar o meu da reta.

— Não precisei casar com o Jazz para ter a Alyssa. – Comentou Alice distraidamente, olhando para as suas unhas.

Ela estava jogando lenha na fogueira. Maldita anã!

Semicerrei os olhos para minha irmã.

— Você é você, Alice. Edward e eu estamos em uma fase muito boa de nossas vidas profissionais, acho que um bebê pode esperar.

— Mas eu queria tanto um netinho! E Annabeth adoraria mais um bisneto. – Mamãe persuadiu.

Revirei os olhos.

— A senhora tem dois netos lindos, provavelmente ganhará outro em breve, assim como a Beth ganhará um bisneto. Seus dramas não colam comigo, dona Esme.

Ela fez biquinho, mas logo sorriu maliciosamente.

— Bom, a lua de mel deve servir para alguma coisa.

Eu coloquei a mão na testa, enquanto os outros riram, e fizeram vários comentários maliciosos a respeito de algo que nem tinha acontecido.

Mereço!

***

— Olha aqui, sua oxi de 1,99, recalque ambulante, você para de botar chilique nos meus looks ou então eu arranco esse aplique falso do teu cabelo. – Esculhambou Rony, tomando das mãos de Rose o seu caderno de desenhos.

Minha irmã olhou irada para ele.

— Estou lhe dando uma opinião sincera! Nem todo mundo quer andar feito uma galinha por aí com esse monte de pena.

— E o que você sabe sobre moda? Que eu saiba, formada aqui sou eu, meu bem. – Soltou um beijo irônico para Rosalie.

Ela bufou.

— Não preciso ser formada em moda para saber de moda, mon amour.— Sorriu maldosamente, ganhando um olhar mortal da miga.

— Querem parar vocês dois? – Reclamou Alice, no mesmo instante que mamãe estacionou o carro em frente à casa.

— Foi ele/ela quem começou! – Colocaram a culpa um no outro e novamente caíram em um bate-boca sem fim.

Esses eram Rosalie e Rony.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH – Gritou Claire, fazendo a briga cessar e cinco pares de olhares assustados mirarem o seu rosto.

— O que foi? – Esme questionou com preocupação.

Clay sorriu.

— Eu só queria que eles calassem a boca. – Apontou para os dois marias bate-boca e saiu do carro, como se nada tivesse acontecido.

A dupla boca de confusão bufou em conjunto, também tomando o caminho para fora. Alice, Esme e eu não ficamos para trás e logo avistamos Beth nas escadas da casa, sorrindo para nós.

— Damas! – Exclamou com entusiasmo.

— Vovó! – Gritou Claire, correndo como uma garotinha de cinco anos ao ver os pais depois da escola.

Ela dava um abraço na vovó quando nos aproximamos. Beth continuava a mesma senhora espírito livre e legal que conheci há tanto tempo atrás, a única diferença é que ela estava assumindo seus cabelos grisalhos.

Depois de Clay soltar a vovó, cada uma de nós teve um tempo para um abraço. Beth nos convidou para andar, alegando que um bolo de cenoura com chocolate fresquinho nos esperava, mas meus olhos se desviaram para outra direção.

Um pouco mais ao leste da casa, próximo ao lago, eu via a equipe de ornamentação decorando o trecho para o meu casamento. Alguns homens colocavam estruturas de ferro em frente ao lago para que pela manhã as flores brancas ornamentassem toda a sua extensão. As cadeiras estavam lá também, assim como uma espécie de altar onde o juiz de paz realizaria a cerimônia. Mais flores ainda seriam postas nas laterais da passarela que me levaria até onde Edward estaria, mas a decoradora avisou que seria melhor colocarem-nas uma hora antes do casamento para que permanecessem vivas por mais tempo.

Aproximei-me mais, encantada com a cena e querendo acompanhar tudo de perto. Como eu morava em Los Angeles, eu tinha deixado com a vovó a função de monitorar as coisas por aqui.

Senti um braço sendo passado por meus ombros e olhei para o lado, percebendo que era Rose. Ela tinha um sorriso nos lábios e olhava para onde os meus olhos estavam grudados antes.

— Vai ser umas das coisas mais mágicas da sua vida, maninha. – Sussurrou, voltando o olhar para mim. – Isso eu posso te garantir.

Sorri para ela, apreciando suas palavras.

Eu também sentia que seria.

***

— Eu vou ganhar mais um bisneto? Bom, parece que vocês sabem como gastar o tempo. – Maliciou Beth, comendo um pedaço do bolo.

Estávamos todas envoltas da mesa da sala de jantar, comendo bolo e tomando café enquanto conversávamos amenidades. Até o assunto ‘’gravidez da Alice’’ surgir.

— Vovó! – Alice exclamou, ficando corada.

Annabeth riu, levando todas as outras para o mesmo rumo. Inclusive, eu acabei me engasgando com o bolo. Comecei a tossir freneticamente e mamãe, ao meu lado, bateu em minhas costas tentando facilitar o processo de desengasgo.

— Castigo por ter rido da sua irmã. — Alice gostou da minha desgraça.

— Não vai bater as botas antes do casamento não, viu raxa? Aquele vestido é simples, mas deu trabalho. – Resmungou Rony, tomando seu café com o dedo mindinho levantado.

— Maldito. – Consegui falar com a voz ainda um tanto estranha.

— Deixa ele, Bella. Ele jura que é um britânico durante o chá da tarde. – Alfinetou Rose, sorrindo descaradamente para Rô.

— Olha quem fala, a garota que quer ser a Barbie humana. – Desdenhou, jogando do mesmo veneno.

Antes que eles começassem a discutir – outra vez – mamãe bateu a mão na mesa, chamando a atenção de todas.

— Não quero brigas hoje. Estamos em clima de comemoração e precisamos pensar em algo para a despedida de solteira de Bella. – Sorriu para mim.

— Uau! Vivi para ver dona Esme atrás de uma festa e algumas margaritas. – Riu Alice.

— E precisamos comprar um teste de gravidez para Alice também, lógico. – Completou, vendo com satisfação o riso de Alice morrer aos poucos.

Dona Esme sabia ser má também.

— Tem uma farmácia aqui perto. Posso pedir para um dos peões ir lá comprar. – Vovó colocou mais lenha na fogueira.

Alice arregalou os olhos, ficando mais branca do que já é. Rose, Claire e eu rimos dela na cara dura.

— Nã-nã-não, dona Beth. Isso ia ser muito estranho. – Alice franziu o cenho.

— Deixa de besteira, menina. Thomas logo compra, ele tem boca para pedir informação. – Annabeth falou, tomando o caminho para fora da cozinha.

— Alice, de hoje você não escapa. – Sorri.

Minha irmã engoliu em seco.

Vinte e cinco minutos depois...

— Aiw, será que já dá para saber o sexo com isso? Seria ótimo se fosse outra mini-diva como a Alyssa. – Tagarelou Rony, olhando com expectativa para os cinco palitinhos mergulhados em xixi.

— Deixa de ser burro, Rô. Sexo do bebê só quando fizer ultrassom – falou Clay, olhando um tanto enojada para o mesmo lugar que ele. – Precisa fazer xixi mesmo?

— Claro. É assim que o teste é realizado – disse Rosalie, seu olhar tornando-se saudoso por um momento. – Lembro-me quando descobri que Dylan estava para vir. Foi tão lindo.

Alice, mamãe, Claire e eu olhamos chocadas para ela.

— Lindo? Você faltou colocar a casa abaixo. –Resmunguei, recordando-me do dia.

|Flashback – ON|

O meu sono estava uma verdadeira benção divina. Tinha chegado exausta de um plantão e depois de um banho rápido, a única coisa que eu tinha visto era o meu namorado adormecido ao lado da cama.

Sonhava com nuvens de algodão doce e ovelhinhas pulando de uma para outra, quando um grito estridente ecoou por toda casa, fazendo-me pular na cama em um rompante.

Com os olhos arregalados, avistei Edward saindo do banheiro com uma toalha presa na cintura e metade do rosto com espuma branca de barbear. Olhamo-nos por cerca de cinco segundos antes de corrermos feitos loucos para fora, suspeitando de que algo grave acontecia.

Assim que pusemos os nossos pés no corredor, vimos uma loira vestida apenas com uma camisola correr desvairadamente escada abaixo. Emmett, vestido apenas com um samba-canção, tinha uma expressão confusa no rosto, parado na soleira da porta do quarto que ambos dividiam.

— Onde é fogo? – Perguntou Jasper, saindo feito foguete do quarto com Alice a sua cola. Ambos estavam vestidos de uma forma um tanto... Pervertida. Jasper vestia uma cueca de couro com uma coleira do mesmo material, enquanto Alice estava fantasiada de dominatrix.

— Que merda é essa? – Edward questionou lentamente e nós até nos esquecemos do real motivo daquela pequena reunião no corredor.

Jasper corou violentamente enquanto Alice soltou uma risada escandalosa.

— Acho que não vamos querer saber. – Fiz uma careta, tentando bloquear qualquer imagem metal das perversidades daqueles dois.

— Para quem demorou séculos para afogar o ganso, Jasper tá se saindo melhor que a encomenda. – Zombou Emmett, gargalhando logo em seguida.

O seu irmão bufou e Alice ao seu lado revirou os olhos.

— Vamos ver o porquê de Rosalie está berrando feito uma louca. – Jasper desviou o assunto para o foco inicial, e os gritos de Rosalie ganharam destaque outra vez.

Assentimos e juntos descemos as escadas, encontrando Rosalie correndo de um lado para o outro com as mãos na cabeça e soltando gritos de vez em quando.

— Que merda você fez com ela? Deu energético? – Franzi o cenho, estranhando a agitação da minha irmã.

— Eu não sei. Ela estava muito tarada ontem, tivemos uma noite radical com...

— Poupe-nos dos detalhes. – Pediu Jasper, cortando a divagação do grandão.

Emmett deu língua para ele.

— Que barulheira é essa? – Reclamou Claire, aparecendo atrás de nós com Alyssa no colo.

— Oh, bebê, a tia Rose te acordou, foi? – Arrulhou Alice, pegando sua filha no colo.

A menina foi de bom grado enquanto Claire fitava sua irmã loira com uma careta cômica.

— O que vocês fizeram com a Rose? Ela está louca!

— Ninguém sabe. Apenas acordamos com ela assim. – Explicou Edward, olhando para a irmã mais nova.

Ao ver o rosto dele, Claire caiu na risada. Edward franziu o cenho, sem entender, mas logo Emmett, Alice e Jasper se juntaram as risadas, notando o que tinha de errado no rosto do Edward. Os gritos de Rosalie continuaram, incrementando a sinfonia louca daquela casa.

— Que foi? – Perguntou.

— Cara! Você estava se fantasiando para ser o papai Noel desse ano? – Zombou Emmett.

Edward grunhiu.

— Estava fazendo a barba, até a louca de a sua mulher sair berrando pela casa. – Irritado, ele desceu o último degrau e parou em frente a Rosalie, freando-a com a mão. – Pode explicar porque você está fazendo isso?

— Que merda é essa na sua cara? Estava em alguma fantasia erótica com a Bella que envolvia chantilly? – Sorriu maliciosamente.

Edward bufou impaciente.

— Isso é creme de barbear, doida. Agora desembucha o porquê da gritaria.

E, como se recordasse do motivo de está gritando, Rose começou a chorar. Meu namorado ficou sem reação e eu tive que intervir, claro.

— Rose, estamos preocupados – disse, apontando para o pessoal em pé na escada. – Quer nos falar o que aconteceu?

— Estou grávida. – Murmurou por fim, jogando seis testes no chão e sorrindo enormemente para mim.

Não deu tempo nem de ter uma reação, pois logo o baque de Emmett caindo no chão foi escutado.

|Flashback – OFF|

Rose riu timidamente.

— Você sabe como são hormônios de grávida.

— Ok, chega dessa ladainha. – Rony empurrou Rose e eu, pegando um dos palitinhos. Ele chegou o resultado e sorriu – O primeiro é positivo. – passou para o segundo. – O segundo também. O terceiro também, o quarto e o quinto. – Finalizou, com os cinco palitinhos em mãos. – Parabéns, fady! Você vai ter mais outro pontinho de luz no mundo. – Comemorou, rodopiando no lugar.

Então o cômodo explodiu em gritinhos de felicidade, abraços e lágrimas. Mamãe só faltava derrete-se com tantas lágrimas que saiam dos seus olhos.

— Eu amo tanto que vocês estejam expandindo a família. Eu amo família grande! – Trouxe as mãos juntas para perto do seu rosto, com um brilho sonhador em seus olhos.

— Se mamãe pudesse, ela teria uma creche em casa – disse Rose, revirando os olhos de forma divertida.

— E teria mesmo, mas minhas filhas lindas fazem o trabalho de me dá netinhos agora. – Sorriu amorosamente.

— Agora só falta Bella nos dá um pequenino. – cutucou-me Annabeth, voltando para o velho assunto.

Levantei as mãos à altura dos ombros. Lá vem a ladainha de novo...

— Opa, vamos com calma, senhoras. Curtam o novo bebê Swanllen que já está de bom tamanho.

— Estou tão feliz! Jasper vai amar a notícia. – Comemorou, pegando o celular em seu bolso, pronta para discar o número do amado.

Claire tomou o celular de suas mãos.

— Tá doida, mulher? Quer que o loirinho despenque para cá antes do tempo? Nada disso, hoje teremos uma festinha. – Sorriu, gostando da ideia de festinha.

A garota tinha o fogo no rabo para festas desde cedo. Acho que era alguma coisa com a família.

— Sim, Clay tem razão. Quero beber margaritas tranquila, já que meu bebê está com o pai. – Apoiou Rose, piscando um olho para a irmã mais nova.

Elas trocaram um high-five e Alice fez um biquinho.

— É por isso que eu gosto dessa mundiça da gandaia. Irrá, que hoje eu quero ser laçada por um peão! – Maliciou Rony, imitando o giro de uma corda no ar.

— Abaixa teu fogo, criatura. – Cutuquei-o com o dedo.

— Querida, eu sou um fogão sem botões. O fogo só acaba quando eu morrer! – Gargalhou, fazendo com que as outras também rissem do seu comentário.

Eu revirei os olhos, não me surpreendendo com a loucura típica do Roniquito.

***

As bebidas estavam sobre a mesinha de centro. Vinho, champanhe, tequila, suco de limão para Alice e Clay, e as famosas margaritas. Os salgadinhos e outros alimentos também estavam por ali, afinal, beber de barriga vazia não dá. A música também já estava tocando, um pendrive cheio de músicas dos mais variados estilos, pertencente à Alice. As garotas também estavam por ali, rindo, bebendo e curtindo o som que tocava. Eu as convencia de fazermos algo em casa mesmo, simples, um tempo só para as garotas.

— Faz um tempo bom que não frequento uma boate. – Refletiu Rose, olhando para um ponto distante. – Às vezes bate uma saudade da vida de solteira. – Suspirou, tomando de vez seu shot de tequila.

— O grande segredo é saber conciliar as coisas, querida. Pode escolher um dia da semana para ir para balada com seu marido e/ou irmãos e amigos, e deixar o Dylan com uma babá. – Aconselhou Esme, sendo mais chique ao tomar sua taça de champanhe.

— Odeio deixar Dylan com babás. – Suspirou, pegando outro shot.— Eu sinto como se estivesse abandonado meu filho de alguma forma. – Colocou uma mão sobre o coração.

Ih, que paranóia. – Sussurrou Alice, bebendo seu suco de limão – Quando eu quero sair com o Jazz, deixo a Alyssa mesmo com alguém. Amo meu bebê, mas amo sair também. – Deu de ombros.

— Ela é assim porque ele é novinho ainda, Lice. Mães costumam ter esse senso de proteção mesmo. – Esme afagou o ombro da filha, que sorriu para ela.

— Sério que vocês vão passar a noite falando sobre filho e blábláblá? – Perguntou Claire ceticamente, intrometendo-se antes que alguém falasse mais alguma coisa.

Eu sorri para ela, agradecendo. Eu realmente não queria passar a noite focada naquele assunto.

— O que você sugere, espertinha? – Desafiou vovó, olhando de forma incisiva para Clay.

A garota sorriu diabolicamente.

***

Party Rock Anthem — LMFAO

O som estava nas alturas, diferente de uma hora atrás, e as mulheres e Rony tinham ficado loucas. Elas dançavam em cima do sofá, com os seus copos em mãos e seus cabelos no ar. Elas cantavam a música de forma embolada e riam das suas coreografias malucas. Até Alice que não estava bêbada, dava à louca.

Eu estava deitada no chão, rindo da loucura que acontecia ao meu redor, quando Clay apareceu com um celular em meu rosto.

— O que é isso? – Perguntei debilmente.

Snapchat. Mande um oi para o pessoal. – Instruiu

— Oi pessoal. – Sorri, mandando um tchauzinho idiota para a câmera frontal do celular.

Claire riu alto, pulando até onde Rose estava se requebrando. Algo me dizia que a coluna dela poderia quebrar a qualquer instante. Alice apareceu correndo e gritando, deitando-se ao meu lado logo em seguida. Ela estava ofegante.

— Acho melhor se acalmar ai, pulga elétrica. Deixe que seu filho venha ao mundo. – Aconselhei.

Ela riu, assentindo.

— EU SOU MARAVILHOSA! – Gritou Annabeth e Rony ao seu lado bateu palminhas, apreciando a fala.

— NÓS SOMOS MARAVILHOSAS, BICHA! ARRASAMOS, BRILHAMOS E DOMINAMOS!

Eles gritaram juntos e improvisaram uma dancinha esquisita. Mamãe assistia a tudo gargalhando, com um copo de uísque em sua mão. Não me pergunte onde ela encontrou. Esme pareceu desenvolver um bom faro para uísques desde a despedida de solteira de Rose.

— A gente vai tá só o bagaço amanhã. – Sussurrou Alice ao meu lado, no momento em que uma nova música começou a tocar. – Mas foda-se. Eu vou rebolar minha bunda ao som de Rihanna agora. – Decidiu, levantando-se do chão.

Eu continuei no chão, exausta demais para levantar-me, mas rindo muito da doidinha da Alice.

Minha família era louca, e isso era um fato comprovado há séculos.

Enquanto isso em Los Angeles...

|Narrador|

— Uau. – Murmura Emmett, totalmente perdido no rebolado de sua querida esposa através do snap feito pela irmã mais nova.

Jasper, do outro lado da mesa de sinuca, cutuca o irmão com o taco. Os homens Cullen estavam na sala de jogos da mansão, curtindo a despedida de solteiro de Edward com cervejas, pizza, rock antigo e partidas de sinuca.

Ao que parece, nenhuma das partes queria algo elaborado demais para despedida. Estavam convivendo juntos há tanto tempo que eles eram praticamente casados, o dia seguinte só daria a Bella e a Edward um papel para oficializar perante o Estado. Também tinha o fato dos rapazes terem ficado responsáveis pelas crianças.

Emmett resmungou de dor segundos mais tarde, mas não deu atenção ao irmão. Estava curioso para ver o que as mulheres estavam aprontando, e os snaps de Clay pareciam muito bons. Até o bumbum rebolante de Annabeth aparecer na tela, fazendo Emmett dá um berro e largar o celular.

Carlisle, Edward e Jasper lançaram olhares assustados ao grandão.

— Que merda é essa, Emmett? – Questionou Edward, colocando uma mão no peito.

Estão querendo me matar antes que eu possa subir ao altar! Isso será algum tipo de conspiração divina? Questionou-Se o ruivo, com um olhar distante.

— Olhem os snaps da Clay. – O moreno mandou simplesmente, ainda chocado com a imagem que se repetia em sua mente.

Sem entender, os três confusos da sala pegaram o celular de Emmett, checando os tais snaps que o assustaram. De início, divertiram-se ao observar a bagunça das garotas, até o último vídeo aparecer. E, assim como Emmett, saltaram no lugar com um grito estranho.

— É a minha mãezinha rebolando? – Carlisle perguntou abismado.

— Cara, quem diria que a vovó ainda levava jeito pro swing. – Murmurou Jasper, revivendo a imagem em sua cabeça contra a sua vontade.

— Eu tô sem palavras. – Balbuciou Edward, deixando sua cerveja em cima da mesa de sinuca.

Um silêncio estranho caiu entre eles, até o som de um bebê chorando chegar aos ouvidos dos três, assustando-os outra vez. O pensamento anterior de Edward ocorreu-lhe outra vez, enquanto ele olhava para a babá eletrônica ali. Dylan estava reivindicando a presença do pai, mesmo em um quarto junto com seu mini-tio e prima.

Emmett abriu a porta para ir em busca do filho, enquanto Carlisle, Jasper e Edward voltavam para seu estado normal. Então, naquele momento, um presente gigante começa a entrar na sala não muito espaçosa.

Carlisle e Edward pareceram surpresos com o que vinha, enquanto Jasper e Emmett trocavam um olhar travesso. E a imagem da vovó rebolando tinha sido jogada de lado.

— SURPRESA, NOIVINHO! – Gritaram duas garotas, saindo da caixa. Elas estavam fantasiadas de coelhinhas da playboy.

Edward lançou um olhar mortal para o irmão mais velho. Esse só deu um sorrisinho amarelo.

— Emmett... – Rosnou.

|Bella|

Depois da loucura ocorrida na noite anterior, o dia chegou agitado. Mesmo depois do porre de ontem, Rose, Beth, Rony e mamãe estavam na ativa, prontos para ajustar os últimos detalhes, assim como Alice.

Esme tinha ligado para Carlisle quando estávamos na nossa sessão de massagem, e ele informou que estavam aqui duas horas antes da cerimônia e que Adam e Megan estavam vindo com eles. Como Meg estava grávida de nove meses, e podendo ter o pequeno Nicholas a qualquer momento, meu amigo estava com medo de ir sozinho com ela na estrada. Nada melhor do que ir com uma trupe de patetas que conta com dois médicos no meio, hm?

As horas se passaram de forma arrastada, fazendo com que a minha expectativa crescesse a cada segundo passado. Eu comi meu almoço de forma ansiosa e desejando tirar aqueles malditos bobs do meu cabelo. Alice colocou tudo para fora cinco minutos após o término da refeição, fazendo com que eu dispensasse minha sobremesa antes que o meu almoço seguisse o mesmo rumo.

As coisas continuavam a fluir bem quando eu fui colocada em dos quartos para ser devidamente preparada. O dia estava brilhando no mais puro sol, as garças vieram fazer uma visita no lago, a decoração do casamento estava perfeita, assim como o Buffet. A animação era crescente em cada cantinho da fazenda e isso fazia com que eu relaxasse de certo modo. Claire, Lizzie e Jake invadiram o quarto quando o meu cabelo estava sendo feito, falando empolgadamente de como tudo estava lindo e dando uma fuxicada no meu vestido, seguindo com a procissão de elogios, o que me deixou feliz.

Mas, como nem tudo é perfeito, quando eu vi mamãe entrar no cômodo com um olhar disfarçadamente assustado para minhas irmãs, eu sabia que tinha algo errado.

|Edward|

O dia tinha se apresentado na melhor das condições. Quer dizer, cuidar de três crianças não era moleza e descobrimos isso na hora do café da manhã, quando Dylan abriu o berreiro, Cam fez birra com as frutas e Alyssa choramingava por falta da mãe. Em contrapartida, Emmett cantava para o seu filho, Carlisle passava um sermão em Cam sobre boa alimentação e Jasper tentava consolar a filha de alguma forma.

Eu quase arranquei meus cabelos fora com a sinfonia de vozes durante a refeição e agradeci aos céus por não ter nenhuma criança. Não que eu não quisesse, mas eu ainda ansiava por um pouco de saúde mental.

Tirando isso, o dia se seguiu tranquilo. Levamos os três para piscina e por volta das onze horas, Megan ligou avisando que ela e Josh estavam vindo para ir conosco para fazenda. O seu marido temia que ela desse à luz no meio da estrada, o carro quebrasse, o apocalipse começasse e ele não pudesse fazer nada. Digamos que o Josh estava um pouco surtado com a gravidez de Meg.

Faltando três horas para o inicio da cerimônia, colocamos o pé na estrada, já que o trajeto daqui até lá durava cerca de uma hora. Carlisle se ofereceu para dirigir e o restante se encarregou de lotar o carro de conversas, música e convencionais brigas. Coisinhas típicas do nosso cotidiano. Meg parecia enorme em um vestido florido e pés inchados, mas o seu rosto trazia um sorriso feliz. Ela queria muito um bebezinho.

Estava entretido com um dos pezinhos de Dylan, que sorria enormemente para mim, quando um estouro foi escutado, seguido de uma leve desgovernada do carro. Alarmado, coloquei a cabeça entre os bancos onde Carlisle e Jasper estavam. Percebi que os outros ocupantes pareciam da mesma forma que eu.

— O que foi isso? – Indaguei, vendo meu pai guiando o carro para o acostamento.

— Acho que o pneu furou. Vou descer para dá uma olhada – disse meu pai, franzindo o cenho.

— Quer ajuda? – Ofereceu Jasper, ganhando o consentimento do nosso pai.

Um som de pé batendo insistentemente no chão do carro me chamou a atenção, fazendo com que eu procurasse o dono dele. Era Josh. Ele roia uma unha também.

— Eu sabia, eu sabia, eu sabia. – Murmurava para si mesmo com um ar louco.

Emmett arqueou uma sobrancelha para ele.

— Sabia de que?

— Eu sabia que algo de errado ia acontecer. Eu podia sentir! – Dramatizou, fechando os olhos e colocando uma mão no coração.

Megan revirou os olhos para o marido, e Emmett riu na cara de pau, aproximando-se de mim. Eu mantinha um olhar desacreditado para Josh.

— O ex-namoradinho da Bella é um maricas. – Cochichou Emmett para mim.

Revirei os olhos para a forma que ele se referiu a Josh.

— É pessoal – começou Carlisle – O pneu estourou e o macaco não está no porta-malas. – Concluiu, olhando friamente para Jasper no final.

Meu irmão sorriu sem jeito.

— SEU ANIMAL! – Berrou Emmett, assustando a todos. – Agora vamos todos morrer! – escandalizou.

Então, o novo papai surtou na batatinha – mais do que já estava.

— EU NÃO QUERO MORRER! EU VOU BUSCAR AJUDA. EU VOU TE SALVAR E SALVAR NOSSO FILHO, MEU AMOR – Gritou Josh, olhando para Megan – Isso daria uma boa música... – Refletiu e saiu basicamente correndo pela estrada.

Carlisle, Meg, Jasper e eu lançamos um olhar mortal para Emmett. Meu irmão olhou com cara de taxo para nós quatro.

— O que?

Ajudei Jasper a desafivelar as crianças de suas respectivas cadeiras e peguei Dylan no colo. Jasper pegou nas mãos de Alyssa e de Cam, ajudando-os a descer enquanto Emmett ajudava Meg. Juntamo-nos a Carlisle na lateral do carro, observando Josh correndo de um lado para o outro com as mãos na cabeça.

— Estamos no meio do nada! Do nada! — Parou de repente com as mãos ainda na cabeça e os olhos em pratos.

— Joshua Ryan McLean, se você não parar com esta merda agora eu juro que... — Meg se interrompeu, colocando as mãos sob a barriga e fazendo uma careta.

— A tia Meg fez xixi! – exclamou Lyssa, apontando para o líquido abaixo dos pés de Meg.

Carlisle e eu nos entreolhamos, alarmados. Minha amiga teria aquele bebê em breve, muito em breve.

— OH MEU DEUS! MEU FILHO VAI NASCER NO MEIO DO NADA! – Berrou Josh, se descabelando ao aproximar-se de nós outra vez.

Irritado, Emmett segurou Josh pelos ombros e lhe deu uma tapa no rosto. O vocalista calou a boca, arregalando os olhos.

— Tua mulher tá parindo. Agora é o momento de ela surtar. — Resmungou.

— AAAAAAAAAAAAAH! — Gritou Meg, apertando com força o braço do meu pai ao seu lado.

Meu pai fez uma careta de dor, mas a ajudou a entrar no carro outra vez. Eu os segui, preocupado com a minha amiga.

— Há quanto tempo está sentindo cólicas, Megan? — Questionou meu pai, colocando seu lado médico em ação.

Meg fechou os olhos com força antes de responder.

— Eu acordei assim, mas eu pensava que era bobagem, pois não seria a primeira vez que o Nick nos daria um alarme falso. — Contou.

— Parece que esse alarme é bem verdadeiro, hein. — Sorri de lado, passando a mão em sua cabeça.

Megan lançou um olhar mortal para mim, e eu rapidinho tirei minha mão da sua cabeça com medo de que ela, sei lá, me mordesse. Dylan escolheu justamente aquele momento para soltar uma risada gostosa de bebê e eu sorri para ele, decidindo deixá-lo no bebê conforto dentro do carro.

— Eu não sou obstetra, mas acho melhor darmos um jeito logo com esse carro, ou esse bebê nascerá na estrada. — Sentenciou Carlisle, voltando os olhos para mim. — Edward, peça para que Jasper ligue para um mecânico.

Assenti, dando a volta no veículo para falar com Jasper. Antes mesmo que eu pudesse dizer algo, meu mano já estava com o celular na orelha. Ele não parecia feliz.

— Essa droga de lugar não tem sinal. — Grunhiu Jasper, apertando o celular com força em mãos.

— Isso parece um maldito Déjà Vu. — Divagou Emmett, balançando a cabeça logo depois. — Droga, o que vamos fazer?

Meus irmãos e eu nos entreolhamos, sem saber o que fazer. Josh, percebendo as nossas expressões, começou a se descabelar outra vez.

— Vamos ser comidos vivos. Vivos! Provavelmente por alguma tribo de canibais que vivem nessa mata à espreita de jovens e bonitos rapazes com um bom fígado para degustar e... — Ele calou-se, olhando para o horizonte. Meus irmãos e eu seguimos o seu olhar, vendo um veículo aproximar-se de nós de forma rápida.

— OVNI! — Gritaram Cam e Lyssa juntos, apontando para o veículo em questão.

Jasper olhou confuso para eles.

— Ovni? Que ideia é essa?

— Tio Emm mostrou para gente um documentário outro dia sobre óvni — disse Alyssa, dando de ombros.

Jasper e eu voltamos o olhar para o nosso irmão.

— O que? Eu também sou cultura, tá legal?

O veículo que vinha em nossa direção diminuiu a velocidade ao se aproximar de nós, prendendo a nossa atenção a isso. Como estava mais perto, notamos que era uma van e...

— NÃO! — Gritamos Jasper e eu.

Emm sorriu e Josh ficou nos olhando de forma maluca.

— É agora, é agora. Eu vou morrer sem conhecer o meu filho. — Josh choramingou.

— E aí galera — disse o motorista, ainda mascando um maldito chiclete. — Sempre nos encontrando nas estradas da vida, hein? — Gargalhou.

Emmett o acompanhou na gargalhada, aproximando-se da janela aberta da van dos maconheiros. Incrível como eles sempre apareciam quando estávamos no sufoco na estrada.

— Sabe como é. Gostamos de viver ‘’la vida loca’’ de vez em quando. — Deu seu típico sorriso de covinhas.

— Onde estão as garotas? — Indagou, percebendo a falta das meninas.

— Estão na fazenda. Esse cara aqui — Emm apontou para mim — Vai se casar hoje. Na verdade, daqui a... — olhou o relógio em seu pulso. — Menos de duas horas.

Meus olhos se arregalaram. Puta que pariu! Menos de duas horas e ainda estávamos na metade do caminho?

— Bella vai me matar. — Balbuciei para mim.

O carinha do chiclete riu alto.

— Boa sorte então aí, cara.

— Acho que o cabeçudo tá se livrando de uma roubada. — Opinou Emmett se achando o dono da verdade.

Abri a boca para protestar, mas um novo grito de Meg nos fez acordar para realidade.

— Será que você não tem um macaco, aí? — Perguntou Jasper, fitando-o esperançosamente.

***

A nossa van, agora com o pneu trocado, seguia a todo vapor pela estrada. Nós tínhamos apenas uma hora para chegar à fazenda. O automóvel estava sendo conduzida insanamente por Emmett, pois meu pai teve que ficar no banco de trás, auxiliando Meg em seu parto. Sim, o pequeno Nicholas era apressado e não estava a fim de esperar até que chegássemos a um hospital. Sorte que no carro tinha alguns lençóis e a maleta de médico que papai sempre carregava por aí.

— Força! — disse Carlisle para Meg, que já suava bastante.

— Argh! — Soltou minha amiga, fechando os olhos ao colocar força. Ela já estava completamente vermelha, suada e descabelada.

— Tem certeza que você sabe fazer um parto, Carlisle? — Indagou Josh, aflito, ao lado da esposa. Ele segurava firmemente a mão dele.

Estavam apenas os três no último banco. Jasper ficou no banco da frente com o Emmett, as crianças ficaram na terceira fileira e eu na quarta, olhando para o parto que ocorria ali.

— Não, Josh. A verdade é que todos nós iremos morrer. — Ironizou papai.

Eu ri baixinho, mas Josh arregalou os olhos para ele, voltando com os pensamentos de morte.

— Oh, Deus.

— Mais um pouquinho de força, querida. Está quase lá — disse papai docemente, olhando para o local em que o bebê saía.

Meg colocou tudo de si naquele momento, apertando com força a mão do marido que ficou vermelho na hora. Ambos gritaram e finalmente a criança nasceu chorando com todas as forças de seus pequeninos pulmões.

E foi nesse exato momento que Josh desmaiou, caindo feito jaca podre para o lado oposto a esposa. Megan nem ligou para o marido, olhando encantada para o pequeno bebê que recebia prévios cuidados do meu pai. Nicholas nasceu um bebê grande e com uma leve penugem loira em sua cabeça. Provavelmente ele seria como a mãe.

— Dê-me o meu bebê aqui. — Pediu Meg, estendendo os braços.

Com cuidado, papai depositou o bebê no colo dela, que o acolheu com o rosto cansado, mas feliz.

— CHEGAMOS! — Anunciou Emmett segundo depois, parando a van. Olhei para fora, vendo que estávamos em frente a um hospital.

— Deixa de drama, Joshua. — Reclamou Megan para o marido, cutucando-o com o cotovelo.

Aos poucos, o mais novo papai do pedaço despertou e fitou o filho com os mesmos olhos amorosos que a mãe. Sorri para eles, sentindo-me feliz pelo meu casal de amigos.

Carlisle pigarreou, tomando a atenção dos dois.

— Temos que levá-los ao médico, para que Meg e Nick tenham os cuidados adequados. E, claro, que ele possa receber algumas vacinas...

— Vacinas? — Josh interrompeu Carlisle, parecendo horrorizado. — Porque caralho vão enfiar uma agulha no meu filho? Ele é apenas um recém-nascido!

— Relaxa, cara. Isso é procedimento normal com os bebês. Vacinas são boas para prevenir doença. — Expliquei, colocando meu lado médico em ação.

— Meu filho não é doente! Ele é saudável – voltou o olhar desesperado para meu pai – Ele é, não é Carlisle? Diga que meu filho é saudável e que não precisa de uma agulha de um metro e vinte! – Pegou pelos ombros do loiro, sacudindo-o.

Gentilmente, meu pai tirou as mãos do Josh de si, com um sorriso complacente no rosto.

— Filho, acalme-se. Seu bebê ganhará imunização, não uma passagem só de ida para a guilhotina.

Emmett soltou uma gargalhada alta lá do banco da frente, ganhando um olhar feroz do mais novo papai.

— Vamos parar de conversa fiada e agilizar as coisas, pois temos menos de uma hora para chegarmos à fazenda e nos arrumar. — Jasper nos acordou para o mundo.

— Vou chamar a equipe médica. — Anunciou Carlisle, deixando a van.

Megan arregalou os olhos para mim.

— Droga, Edward, o seu casamento! — Exclamou, parecendo nervosa ao lembrar-se do fato.

Eu sorri para ela, tranqüilizando-a.

— Relaxe, ok? Você e o Josh ficam aqui para se certificarem que tudo ficará bem com você e o pequeno Nicholas.

— Explique a situação para a B, ok? — Pediu Josh. — Eu detesto perder o momento de vocês, mas...

— É necessário. Eu entendo isso, a Bella também entenderá, mas não se preocupem. Vocês vão fazer falta, claro que vão, mas o motivo é nobre.

— Toda felicidade do mundo para vocês. — Desejou Meg, beijando-me a bochecha.

Josh deu duas tapinhas em meu ombro no mesmo momento em que Carlisle abria a porta da van. Dois profissionais estavam do lado de fora com uma maca e, com cuidado, colocaram mãe e filho nela, levando-os para dentro. Josh os seguiu, acenando para nós antes de desaparecer através das portas duplas. Acenamos de volta para eles e Carlisle entrou na van.

— Toca para fazenda, Emm. — Ordenei com um sorriso no rosto.

— É para já, noivinho.

|Bella|

— O que aconteceu? — Mandei na lata.

Rose, Esme e Alice olharam-me com os olhos arregalados.

— Porque teria que ter acontecido alguma coisa, querida? — Sorriu amorosamente, aproximando-se de mim.

Semicerrei os olhos.

— Mãe...

Esme suspirou, sentando-se na cadeira ao meu lado.

— Ok, ok. Não surte, tudo bem? — Pediu. Eu respirei fundo, assentindo. — Bom, os rapazes ainda não chegaram e eu não consigo falar com ninguém. — Contou olhando das minhas irmãs para mim.

Fechei os meus olhos, contando de um até três mentalmente. Respire fundo e não surte. Respire fundo e não surte. Respire fundo e não surte.

— AAAAAAAAAAAAAAAH! — Berrei, dando pelo quarto apenas na minha lingerie. As únicas coisas que faltavam era o meu vestido, sapatos e véu. — COMO ASSIM ELES NÃO CHEGARAM? EDWARD MALDITATMENTE FUGIU PARA O MÉXICO!

— Meu bem, se acalme. — Pediu mamãe, pondo as mãos em meus ombros. — Deve ter acontecido algum imprevisto, mas em breve eles estarão chegando.

— Ele fugiu, ele fugiu, ele fugiu. — Comecei a me desesperar, andando de um lado para o outro. — Não acredito que ele me fez armar isso tudo para fugir justamente no dia! Eu vou matar o Edward.

— Bella, se o Edward quisesse fugir, ele já teria feito isso há tempos. — Comentou Alice, revirando os olhos.

Fulminei-a com o olhar, fazendo-a se encolher em seu canto.

— Vou ver como estão às flores — disse com a voz fininha, praticamente evaporando do quarto.

— Porcaria! — Resmunguei, sentindo as lágrimas se acumularem nos meus olhos. — Eu não quero chorar — disse com a voz embargada, abanando meus olhos com as mãos.

— Vamos colocar o vestido, querida. Edward logo estará aqui. — Esme tentou me persuadir com a voz tranquila.

O choro passou com um passe de mágica, dando passagem outra vez para a irritação total. Irritada e determinada, sentei-me de volta na cadeira, cruzando as pernas e os braços.

— Eu só visto a maldita roupa depois que Edward estiver aqui. — Decretei.

Rose e Esme trocaram um olhar.

— Quanto tempo falta? — Perguntei, balançando a perna.

Rose olhou as horas em seu celular, fazendo uma careta logo em seguida.

— Cinquenta minutos.

Cinquenta minutos. Cinquenta fodidos minutos para começar a cerimônia. Pela janela, eu olhava o movimento intenso do jardim com a chegada dos convidados. Vovó estava por ali junto com Rony, recepcionando a todos. Agoniada, levei minhas unhas — perfeitamente feitas — a boca, mas Rose logo deu uma tapa em minha mão. Olhei irritada para ela.

— Deixe-me em paz. — Resmunguei

A porta foi aberta em um rompante e dela passou Alice com Claire a sua cola. Ambas estavam ofegantes. Aproximei-me delas, ansiosa pelo o que tinham a dizer.

— O que? O que?

— Eles chegaram! — Anunciou Claire entre arfadas.

Suspiros aliviados saíram das bocas de Esme e Rose. Eu apenas fechei os olhos, sentindo-me mais calma.

— Porque demoraram tanto? As crianças estão bem? — Perguntou mamãe com uma pitada de raiva e preocupação em sua voz.

— Em resumo: O pneu furou na estrada, não tinha o macaco, porque o lerdo do meu marido não colocou, Meg entrou em trabalho de parto...

— O que? — Interrompemos a explicação, chocadas.

— Pois é, eu sei. Ela e Josh ficaram para trás no hospital. Eles mandaram dizer que sentem muito e desejam felicidades. — Fez um muxoxo. — Ficamos desfalcadas de um casal de padrinhos... — Divagou Alice.

Fiquei triste e feliz por aquela notícia. Triste, pois eu não teria meus amigos em meu casamento, e feliz pelo novo bebê deles.

— Ainda temos você, eu, Lizzie e Claire. É um número bom, Alice, continue. — Pediu Rose, ansiosa.

— Continuando... — Retornou Alice. — Eles foram salvos pelos mesmos ripongas que nos socorreram anos atrás. — Alice lançou um olhar conhecedor para Rose e eu.

Rose e eu trocamos olhares surpresos. De novo a trupe de hippies? Oh, esses caras são os meus salvadores pessoais. Talvez eles sejam anjos da guarda patrocinados pela maconha.

Claire riu.

— Gente, esses caras vivem pelo mundo!

— Que ripongas? — Indagou mamãe, totalmente perdida nas nossas loucas aventuras.

— Nada, mãezinha. — Desconversou Rose. — Vamos colocar Bella no vestido, pois não temos mais tempo a perder!

***

Eu estava perfeita em meu vestido branco que era justo até as panturrilhas, abrindo na área os pés para que pudesse me locomover. O busto era de renda, com um generoso decote na frente, costas nuas e mangas rendadas cobrindo o meu braço. Ele não era volumoso com os vestidos normais de noivas, mas era tão lindo quanto qualquer um deles. Rony e Alice tinham mãos de fada, e eu não poderia agradecer menos pela aquela peça incrível.

Eu fitava-me através no espelho, checando se minha maquiagem ainda estava boa, se o coque desfiado em meus cabelos não estava fora dos trilhos e se o véu posto por Alice estava bem colocado em minha cabeça. Vendo que tudo estava ok, sorri para minha imagem no espelho, sentindo-me deslumbrante como nunca.

— Você está linda! — Elogiou Lice, parando ao meu lado com os olhos marejados. — Eu vou chorar. — Anunciou, deixando uma lágrima cair.

Eu fiz um bico, sentindo meus olhos lacrimejarem também.

— Para de chorar, sua anã buchuda. — Resmunguei com a voz embargada.

— Maquiagem, meninas. — Alertou Rose, aproximando-se de nós com o meu buquê em mãos. — O toque final para esta linda noiva, que só não é mais bonita do que eu, claro. — Deu um sorrisinho travesso para mim.

Eu acabei dando a língua para ela, sorrindo logo após.

— Convencida.

Ela riu, beijando-me o rosto e colocando o buquê de flores azuis em minhas mãos. Eu queria que ele fosse da cor da pedra que tinha em meu anel de noivado, mas ele ainda era um pouco mais escuro, o que era bom, de qualquer forma.

Esme entrou no quarto, levando as mãos ao peito a me ver pronta. Ela quase correu em minha direção, colocando-me de frente para ela a fim de analisar tudo.

— Oh, meu Deus! Você está tão linda de noiva quanto suas irmãs foram.

— Nós somos maravilhosas. — Deu de ombros Alice, nem um pouco modesta.

— Já está tudo pronto? — Indaguei com ansiedade.

Esme sorriu.

— Cam e Lyssa já estão esperando para entrar com você, todos já estão em seus lugares, inclusive a nossa família e o noivo, apenas esperando por você, meu bem.

Respirei fundo.

— Então é isso. — Afirmei, sentindo todo o peso do que viria a seguir me esmagar.

Eu iria me casar.

Com o Edward.

Hoje.

Depois de oito anos, depois de loucuras, brigas, mágoas, reencontro e alegrias nós chegamos a este momento. Eu tive vontade de chorar até desidratar, mas respirei fundo. Não era momento para aquilo. Era o momento para casar.

— Vamos — disse por fim.

Alice e Rose tomaram a frente, a fim de tomarem os seus lugares no altar. Mamãe ficou para trás, um pouco antes do tapete branco que me levaria até Edward. Ela se colocou em minha frente, olhando bem em meus olhos.

— Dará tudo certo. — Afirmou com tanta certeza que não tinha como não acreditar.

Ela me deu um beijo na testa e foi para o lado de Cam e Lyssa, que pareciam ansiosos no começo do percurso. Respirei fundo. Decidida, caminhei até onde eles estavam. O pianista contratado começou a tocar Turning Page, música selecionada por mim e Edward para aquele momento. Os convidados se levantaram, olhando em minha direção. Eu não seria levada por ninguém ao altar, preferi seguir só, agradecendo por Carlisle não ter se ofendido pela minha decisão, afinal, ele tratava a mim e as minhas irmãs como suas filhas também.

Cam e Lyssa começaram a andar graciosamente a minha frente, minha sobrinha espalhando flores e Cam levando a caixinha com as alianças. Eu sorri para eles, mas assim que subi os meus olhos para o altar, fiquei momentaneamente sem fôlego ao avistar Edward lindamente dentro do seu fraque. Ele deu um sorriso amplo, majestoso e feliz ao olhar para mim também. Eu sorri da mesma forma, baixando rapidamente a vista ao sentir a timidez me abater. Quantas vezes a Bella de dezoito anos pensou em se casar com o irritante ladrão de vinhos Edward Cullen? Isso certamente soaria insanidade aos ouvidos dela, mas lá estava a Bella de vinte e sete anos, sorrindo, e de cabeça erguida para os braços daquele ruivo irritantemente maravilhoso.

Quando finalmente eu alcancei Edward no altar, ele me estendeu a mão, ajudando-me a subir o pequeno batente. Rose pegou o meu buquê no processo. Edward e eu nos reconectamos com o olhar outra vez, o verde era puro líquido amoroso, fitando-me como se eu fosse à pedra mais preciosa do mundo.

— Você está linda. — Elogiou com um sussurro.

Eu sorri para ele, morrendo de vontade de beijá-lo sem pudor. Viramo-nos para o juiz de paz, vendo-o fazer um movimento com as mãos para que os convidados se sentassem.

— Estamos aqui hoje para testemunhar a união de Edward Cullen e Isabella Swan. — Começou o seu discurso.

Edward e eu ficamos um de frente para o outro, com as mãos unidas. Estávamos tão focados um no outro que só voltamos à realidade quando foi pedido que fizéssemos os nossos votos para poder trocar as alianças.

Edward pegou minha mão esquerda, tomando à dianteira.

— Bella, você e eu sabemos que foi um longo percurso até que chegássemos a hoje, a este momento. — Eu assenti, sabendo muito bem. — Bem, eu não acreditava que algo de bom sairia daquele dia no Thriftway. — Ele olhou para os convidados. — Ela simplesmente me perseguiu com uma garrafa de vinho, gente. — Os convidados riram da sua verdadeira (e exagerada) fala. — Mas, mesmo com todas as loucuras e brigas que acometeram o nosso intrigante relacionamento, nós seguimos firmes, sempre deixando o amor que nos unia falar mais alto. A verdade é que, por mais que tenhamos nos desencontrado no meio do caminho, o que for para ser, será, e nós fomos para ser, Bella. E eu não poderia agradecer menos por isso, pois eu tenho uma vida extraordinária ao seu lado. Obrigado por todas as coisas que fez por mim ao longo desses anos e por está aqui, aceitando ser a minha esposa. Amo você. — Finalizou, deslizando a aliança pelo meu dedo anelar.

Funguei, tentando conter as lágrimas que teimavam em cair pelo meu rosto. Não tive sucesso, obviamente, mas logo passei a mão pelo rosto, secando-as. Peguei a mão esquerda de Edward, preparando-me para o meu discurso.

— Edward Anthony Cullen me irritou desde o primeiro minuto que eu coloquei os meus olhos nele. — Iniciei, causando risadinhas nos convidados e um revirar de olhos do noivo. — E até hoje eu não sei como eu fui acabar me apaixonando por este ser de grande cabeça. Talvez ele seja algum mago do mal que lançou um feitiço em mim. — Continuei com a brincadeira, arrancando mais risadas.

— Assim você me magoa, querida.

Eu ri baixinho, beijando-o na bochecha rapidamente antes de continuar com a minha fala.

— Você sabe que as brincadeiras são a minha forma mais especial de dizer ''eu te amo''. E, por mais que você bata o pé e bufe, um sorriso sempre estará estampado em seu rosto no final das contas. — baixei os olhos rapidamente, engolindo em seco. — Eu não sei nem por onde começar a dizer por que eu te amo, Edward. Você é esse cara com um bom coração, atencioso, insistente e que cuida de mim e me atura mesmo quando estou atirando as coisas em você. — Ele sorriu torto. — Você quem me fez perder o medo do mar, quem me irritou mais do que qualquer coisa, e quem me ensinou o que é verdadeiramente amar uma pessoa apaixonadamente. Eu estou verdadeiramente ansiosa para viver o resto dos meus dias ao seu lado. — Finalizei, deslizando a aliança em seu anelar.

Uma lágrima escorreu do olho esquerdo de Edward e ele rapidamente a limpou com o ombro.

— Edward Anthony Cullen, você aceita Isabella Marie Swan como sua legítima esposa, na pobreza e na riqueza, na saúde e na doença e pelo resto dos seus dias? — Indagou o juiz.

— Aceito.

— Isabella Marie Swan, você aceita Edward Anthony Cullen como seu legítimo esposo, na pobreza e na riqueza, na saúde e na doença e pelo resto dos seus dias?

— Sim.

— E pelo poder a mim investido, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Sem mais delongas, lancei-me nos braços do meu agora marido, atacando-lhe os lábios com todo amor que morava em meu coração. Edward respondeu a altura, enlaçando a minha cintura e puxando-me para mais perto de si. Os convidados explodiram em aplausos e eu podia jurar que os assobios e risadas sacanas vinham de Emmett.

Então, era isso. Edward e eu estávamos finalmente casados.


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Notas finais do capítulo

Oi? Alguém vivo depois disso?
??”
Gente, eu me diverti muito escrevendo isso. Principalmente com o Josh surtando no meio da estrada. Quem diria que aquele cara todo com pinta de galã daria um chilique desses, hein? A família tirando onda com Beward, Alice grávida outra vez, as famosas brigas Rose e Rony, os novos integrantes da família... E eu quase me derreti com esse final, o casamento deles foi maravilhoso - principalmente os votos :p!
Eu espero do fundo do meu coração que tenham gostado desse bônus como eu gostei. E, por favor, comentem. Não me deixem no vago, please.
Um super beijo, obrigada por tudo e não se esqueçam de passar na minha história ''Outra Vez'' e deixar o seu comentário!