Terceira pessoa escrita por LadyB


Capítulo 1
A primeira vez que Juvia disse...Juvia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734106/chapter/1

Magnolia – x791

 

— Juvia, você sempre falou em terceira pessoa? — A expressão de Mirajane é levemente curiosa, bem como a da maioria das pessoas da guilda, que pararam de conversar para escutar a resposta.

Juvia olha para Gajeel, que está fazendo um leve movimento na cabeça que significa “Não responda, mulher da chuva, se eles insistirem eu acabo com todos”. Juvia dá um sorriso agradecido, mas responde vagamente:

— Acho que sim, Mira-san. Juvia sempre falou assim — Dá um sorriso forçado, que só Gajeel nota, o que faz com que Levy também fique desconfiada.

— Ah, nossa, mas você sempre foi única — Bisca responde por todos.

O “única” queria dizer estranha, mas Juvia não se importa, não depois de tanto tempo com esse estigma.

A conversa, então, se dá por encerrada.

Magnolia – x792 Poucos dias depois da batalha contra alvarez

— Fairy Tail — Mestre Makarov chama a atenção da guilda — quero que conheçam um mago que está aqui para nos ajudar na reconstrução definitiva “espero” da guilda — Ele aponta para um mago velho de aparência exótica e roupas extravagantes.

O Mago, Magnus, levanta uma mão em saudação.

— Só que para isto ele está cobrando um valor...simbólico. Ele quer memórias daqueles que julga como os mais especiais de Fairy tail. Então, vocês concordam?

— Como assim “memórias”? —Natsu pergunta.

Magnus responde:

— Eu quero momentos de suas vidas. Das pessoas que eu considero interessantes. Eu tenho o poder de perceber mais ou menos como foi à vida de uma pessoa, o que me deixa curioso para conhecer os detalhes, só que, desta vez, eu quero compartilhar com todos os seus companheiros, pra que eles também conheçam.

— Bem, é isto. Quero que estejam cientes que os momentos mais difíceis de suas vidas estarão expostos para todos que carregam a marca de Fairy tail.

Por um minuto todos fazem um silêncio sepulcral, enquanto entendem a dimensão do que acontecerá caso sejam o escolhido. Só que, no fim, todos sabem que vale a pena, porque Fairy Tail não é só uma guilda, é uma família e família quer dizer estar junto nos bons e péssimos momentos.

— Eu aceito — Diz um coro.

Então Makarov fala que depois do horário oficial do jantar o homem vai escolher as pessoas que acha interessante, fazendo todos irem para suas respectivas casas/dormitórios.

Depois do jantar todos estão tensos e nervosos, temendo ser um dos escolhidos. Juvia está um pouco tensa, mas não acha que será uma das escolhidas, afinal, existem pessoas na guilda com histórias mais importante do que a dela.

A primeira pessoa a ser chamada é Cana. As imagens estão no meio da guilda como se estivessem em um telão gigante. Cana aparece uma criança, uma criança que aparenta estar cuidando de uma mulher debilitada.

A história continua, mostrando como a doença e morte de Cornélia afetou a pequena Cana, como ela veio para Fairy Tail em busca do pai, mas nunca se achou o suficiente para falar a Guildarts. De como ela se sentia incapaz cada vez que não passava no teste, da vontade de sair da guilda em todo exame para classe S e, no fim, mostra ela dando a volta por cima e contando tudo para o pai.

Todos estão segurando o lencinho, e  Guildarts está chorando abraçando a filha, que finge está chateada com tudo aquilo, mas está deixando algumas lagrimas caírem.

Depois mostra a história de Mirajane, em seguida a de Gray, fazendo Juvia abraçar e confortar o nakama, que, desta vez, aceita o consolo de bom grado. Então, contrariando todas as possibilidades, o mago chama Juvia.

Juvia fica em choque, não acreditando quando vê a si mesma com certa de 4/5 anos aparecendo na tela.

 

Moira – x772

A pequena criança está chorando, fazendo birra por não ter ganhado um brinquedo novo. Um belo homem de cabelos castanhos está sorrindo, falando suavemente com ela.

— Minha Juaviazinha, não chores. Papai promete que amanhã vai comprar um brinquedo para você.

Ela para de chorar instantaneamente enquanto coloca as mãozinhas no rosto.

— De bolinha de sabão? — pergunta, com a voz abafada.

— De bolinha de sabão colorida.

Juvia solta uma gargalhada gostosa enquanto se joga nos braços do pai.

— Papaiiiiiiii!

— A comida está mesa, com direito a biscoito de chocolate e teru teru bozu de recompensa.

A mulher tem cabelos azuis claros e um sorriso caloroso, enquanto mostra para filha um teru teru bozu colorido, o preferido da menina.

— Ebaaaaaaaa! Mamãe vai me ensinar a costurar, papai — Corre para mesa, pegando a sobremesa e escondendo no bolso.

Eles jantam na mesa escutando o monologo da adorável garotinha, enquanto soltam risadas pela tenacidade e o jeito dela.

 

Moira – x776

Está chovendo, como sempre esteve desde que Juvia perdeu os pais. A garotinha está costurando um teru teru bozu, enquanto espera o tio terminar de conversar com o professor, que fica com ela enquanto o tio está viajando, o que significa que ele fica com ela e mais vinte crianças durante onze meses do ano. Seu tio é bem ocupado e, infelizmente, não pode dar a atenção necessária a ela.

E não adianta tentar ir lá fora, porque, além de se molhar, vai fazer as outras pessoas ficarem com raiva por ela trazer a chuva. Juvia decide fazer alguns biscoitos, sua segunda atividade favorita.

— Senhor Jacques, posso ir para cozinha? — Pergunta, baixinho.

— Hum — Ele olha para ela — Já terminou todos os seus afazeres?

Juvia acente.

— Bem, então pode ir... Como é o seu nome? — O senhor Jacques sempre esquece o nome dela.

— É Juvia, senhor.

— Pode ir, Julia.

 

Hoje a tempestada está muito violenta, o que quer dizer que a culpa não é de Juvia, e sim do tempo, o que deixa a menina aliviada.

— Posso ir comprar algumas linhas, senhor Jacques?

Ele olha para Juvia, arqueando uma sobrancelha.

— Não acha que já saiu demais hoje?

Ele, além de não saber o nome dela, ainda a confunde com outras crianças.

— Não foi eu que saiu hoje, senhor Jacques.

Ele a encara mais alguns segundos, tentando lembrar do rosto da garota de mais cedo, então fala:

— Pode, mas aí de você se estiver me enganando, ouviu?

Ela solta um suspiro cansado enquanto concorda.

 

— Senhor Jacques, o senhor me deu uma advertência hoje, só que eu não fiz nada.

Juvia se mantém firme enquanto recebe um olhar desdenhoso.

— Se eu lhe dei uma advertência, você, certamente, mereceu.

— Não fui e...

— Espero que não insista, caso contrario vai levar outra.

 

— Levante, Sara, eu sei que foi você que quebrou o meu vaso favorito.

Juvia acorda com o Jacques gritando em sua porta om muita força. Ela abre a porta e dá de cara com um senhor Jacques furioso e com a cara mais vermelha que um pimentão.

— Sara, como você ousou...

— Meu nome não é Sara, é Juvia.

Quantas vezes ela terá que repetir até que ele aprenda?

Ele olha para outra criança, que responde:

— O nome dela não é Sara.

O senhor Jacques fica envergonhado, mas não dá o braço a torcer.

— De qualquer modo, não é hora de estar dormido, vá varrer a cozinha.

 

— Senhor Jacques, quando meu tio chega?

— Quem é o seu tio?

— É o Ichigo.

— Ainda faltam quatro meses, então espere que no tempo ele virá.

— Não, senhor, já passou mais de onze meses. O senhor está confundindo o pai da Mary, que também se chama Ichigo, com o meu tio.

— Ele virá quando poder, e pare de me atormentar!

 

Juvia precisa comprar novas roupas, mas o dinheiro não está com ela e a ideia de ter que explicar – mais uma vez –, quem é, é muito cansativa. Ela teve uma ideia ontem para não precisar fazer mais isso e vai colocar em pratica na hora do jantar.

— Senhor Jacques, Juvia pode ir comprar uma nova capa?

— Quem diabos é Juvia?

— Sou eu.

...

—... Ah, sim, claro.

 — Juvia vai dar um passeio, senhor — Avisa, enquanto passa correndo pela porta.

As crianças ainda a ignoram, mas o senhor Jacques aprendeu seu nome e agora a chuva não cai mais tão intensamente, porque Juvia chora menos a noite. Ela agora tem uma pessoa que não a ignora completamente, já que ela a única que ele lembra, porque ela é especial, certo? Ela agora tem alguém que gosta dela.

Falar em terceira pessoa fez com que ela ganhasse um amigo, mesmo que ele ainda seja grosso com ela, Juvia sabe que é só o jeito dele.

 

— Juvia está tão feliz em saber que o senhor gosta dela! — Dá um sorriso bonito e envergonhado — Juvia fez biscoitos pra você!

 

Magnolia – X792

A tela ainda mostra Juvia saindo do lar do senhor Jacques e entrando na Phanton, mostra como ela ganhou o apelido “Juvia das profundezas”, como entrou na quatro elementos, como ficou amiga de Gajeel. A batalha contra Fairy Tail, e a batalha contra alvarez.

Juvia não consegue notar nada disso, porém. Seus olhos ainda lembram de como foi duro perceber que nunca teve a afeição do senhor Jacques, de como ele a mandou embora sem nem pensar duas vezes. A chuva começa a cair em uma torrencial pela cidade.

Mais três pessoas são mostradas, mas ela ainda está alheia. Quando tudo termina, ela sai correndo, não deixando nem mesmo Gray se aproximar.

Deitada no quarto ela percebe, com angustia, que está repetido a mesma ilusão com seu Gray-sama. Talvez seja diferente, mas parece assustadoramente igual. Confusa, ela deixa as lagrimas caírem com intensidade, provocando mais chuva por toda magnólia. Juvia está refletindo sobre tudo e a chegada do sol a faz tomar uma decisão.

— Mulher chuva, eu fiquei preocupado — Gajeel vem em sua direção. Levy está logo atrás, embora não esteja se aproximando.

“Gajeel-kun deve ter pedido para ela esperar, enquanto conversa comigo.”

— Desculpa, Gajeel-kun, Juvia só estava... Eu só estava pensando na vida.

Ela fala em primeira pessoa com certa dificuldade, surpreendendo Gajeel, que por um minuto fica sem palavras. Gajeel olha para sua melhor e mais velha amiga e percebe que algo nela está mais suave, tranquilo.

— Mulher chuva? — A voz dele sai suave, como raramente se faz.

Ela olha para o céu, de um azul tão límpido e vivo.

— Veja como o sol brilha, como é quente. Por muito tempo Ju...atribuí ele a Gray-sa... Gray, sendo grata demais, mas ontem Ju...eu percebi que não adiante forçar uma afeição, ela precisa ser verdadeira e mutua. Agora Juv... eu vou ser meu próprio sol.

Ela olha para ele e volta a olhar para o céu.

— Claro que ainda com os amigos de Fairy Tail, com você. Não dá pra ser feliz sozinha, mas vou começar a fazer eu mesma a minha lareira. Vou ser o foco principal, vou brilhar por mim.

— Vai refletir seu próprio brilho, como um lago translucido. — ele murmura.

— Sim, vou ser meu próprio sol e lua e vou deixar vocês serem meu lago, aquilo que me ajuda a refletir. Bela analogia, aliás. Vou deixar de transferir esta responsabilidade para alguém.

Gajeel também olha para o céu com um sorriso divertido.— Então mais nada de streaper...?

Juvia solta uma risada tranquila.

— Bem, nada mais de correr atrás.

Eles ficam em silencio por alguns segundos. Gajeel faz uma careta ao perceber que precisa defender certo mago.

— Eu não acredito que vou fazer isto — Ele grunhi —, mas preciso defender o streaper. Ele se importa mesmo com você, mulher chuva. Ele... ele tem os olhos brilhando ao olhar para você, e se ele conseguia aceitar toda aquela sua maluquice por seis meses, bem, ele pode até não se um completo bocó.

— Gajeel-kun defendendo Gray-sam... Gray-san? Que coisa surpreendente.

— Não me provoque, mulher. E se alguém me perguntar sobre isso: eu vou negar, entendeu? — ameaça.

Juvia solta uma risada.

— Se Gray-san quiser alguma coisa comigo, ele que terá que dar o passo desta vez.

— Eu tô doido pra ver isso. Gihihi

— Obrigada por vir até aqui, Gajeel-kun. Obrigada por não me deixar, você é o meu melhor amigo.

Gajeel fica desconfortável.

— Pare com isso, mulher!

— Gajeel-kun é um docinho — Juvia provoca — Ah, Olhe, um arco-íris — A voz dela sai animada — Dizem que representam os bons momentos, a calmaria depois da tempestade, e bem, é verdade: Nunca vou esquecer nunca do que você faz por mim!

Ela abraça o amigo fortemente. Gajeel não gosta muito de demonstrações de afeto, mas, foda-se, aquela é a mulher chuva, sua primeira amiga, aquela que lutou por ele e o trouxe para Fairy Tail, a primeira pessoa que não desistiu dele.

— Eu também gosto de você, mulher chuva, e eu sempre vou estar aqui — Ele retribui o abraço sem jeito.

Eles ficam contemplando a vista em um momento tranquilo, até que Juvia vira para falar alguma coisa e vê Levy parada, olhando para eles.

“ Oh, meu... Levy-chan não pode pensar que...”

 

— Levy-chan — Dá um grito estridente, quebrando o momento poético — Juvia não é rival do amor!

Algumas coisas não mudam. Algumas coisas não devem mudar.

 

 

 

 

 

— Juvia, não é rival do amor. É que nós somos amigos e Gajeel é um irmão... — A voz dela sai profusa, mas Levy interrompe.

— Juvia-chan, eu sei, não se preocupe.

— E Gajeel foi o me... — Ela olha para levy — sabe mesmo?

— Sim.

Gajeel está se divertindo com amiga. Bem que seria engraçado ver sua pequenina com ciúmes, contanto que não fosse com Juvia.

— Ah, Levy-chan, Você é tão legal. Abraço em grupo! — Puxa os dois para um abraço apertado.

— Mulher chuva, já tá bom.

— Gajeel! — Levy repreende.

Eles ficam abraçados e sorrindo, enquanto Levy e Juvia provocam o dragon slayer.

— Eu vou ser a madrinha e garantir uma lua-de-mel dos sonhos, com direito a muito prazer.

— Mulher Chuva!

— Juvia!!! — O casal dá um grito, enquanto a maga d’gua solta uma gargalhada, pensando que seria uma boa hora para o tempo parar.

Como se estivesse lendo seus pensamentos, Phanter Lily tira uma foto do trio, que está sorrindo como se não houvesse amanhã, então eternizando o belo momento.

— Digam “XISSSS”.   


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

♠ História não revisada, se encontrarem qualquer erro, por favor, me avisem.
♠ Obrigada por ter lido até aqui.

☠ Mashima, seu fudido, pare de cagar a minha Juvia.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Terceira pessoa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.