The Conjuring - Fanfic. escrita por Dyêgo
O conto de fadas é real, o diabo existe. Deus existe. E para nós, como povo, o nosso próprio destino depende de qual decidimos seguir.
—Ed Warren.
*Monroe, Connecticut - 1974*
— Pode parar, Drew. - Ed falou para seu assistente quando termina de passar o vídeo de um exorcismo presenciado por ele e sua esposa Lorraine em Londres dois anos antes. Drew apenas faz um sinal com a mão e desliga o aparelho. - Perguntas?
— Com que frequência vocês encontram esses casos? - Perguntou uma moça.
— Raramente quando nos chamam trata-se de possessão demoníaca.
— A maioria das vezes são só alguns problemas nas casas. E os moradores fazem um alarme enorme. - Falou Lorraine.
— É verdade que a boneca Annabelle vive em sua casa? - Perguntou um menino dessa vez.
— Vive? - Drew perguntou arrancando risos do pessoal que ali estava.
— Digo… Ela está em sua casa?
— Sim… Sempre que solucionamos algum caso nós levamos alguns objetos no qual o demônio em questão se apossou dele. - Lorraine respondeu.
— Como um troféu por mais uma vitória. - Ed concluiu.
— E vocês não tem medo de algum se manifestar na residência? - Um outro rapaz pergunta.
— É por isso que chamamos um padre uma vez por mês para abençoar nossa casa.
— E porque não jogam logo tudo no incinerador? - Uma jovem no canto fez a pergunta.
— Porque isso só destruiria o receptáculo. - Falou Lorraine. - O demônio sairia e continuaria por aí à espreita fazendo sabe lá Deus o que.
— E como chamamos vocês? - Um rapaz perguntou.
— Muitos nos chamam de paranormais… - Ed falou. - Demonólogos...
— Loucos. - Lorraine interrompe fazendo as pessoas rirem. - Mas somos mais conhecidos por Ed e Lorraine Warren.
Quando a música acabar. Você verá ele pelo espelho. Atrás de você.
— Senhor e Senhora Warren. - Uma mulher aborda o casal enquanto eles se aprontavam para sair do local e ir para casa.
— Pois não? - Ed falou virando-se para a mulher.
— Meu nome é Christine Martin. Eu venho em nome de meu marido e meus filhos. Está acontecendo algo em minha casa. Estamos vivendo momentos de pavor e muito desespero. Peço que por amor a Cristo vão até a minha casa e vejam se alguma força habita lá.
— Desculpe, senhora. Mas está tarde. Precisamos ir.
— Por favor, meus dois filhos, meu marido e eu não conseguimos dormir há dias por causa disso. Portas batem, janelas batem, objetos se movem. E…
— E…? - Lorraine pergunta.
— Meu filho Steven alega ter visto uma mulher pálida vestida de branco em seu quarto. - Ed e Lorraine se entreolham. - Estamos desesperados. Estou pedindo só para vocês darem uma olhada e comprovarem que não estamos enlouquecendo.
— O que você acha? - Ed pergunta para sua esposa que nada responde. Apenas respira fundo e solta.
— Leve-nos até a casa.
*
12 dias antes.
*
Middletown, Nova Iorque.
*
— Vai, gira, gira. - Uma menina negra dos cabelos lisos gritava descontroladamente para a próxima pessoa girar a garrafa e ver qual seria a pessoa em que ela deveria dar um beijo. Estavam em uma festa típica jovem. Bebidas, música alta, gargalhadas e muita pregação. - Lisa! - Ainda escandalosa a menina gritou pelo nome da pessoa pela qual a garrafa indicou para quem seria o beijo. Quando o menino se aproximava dela sedento pelo tão esperado beijo a polícia chega na frente da casa.
Depois de alguns instantes o anfitrião da festa anunciou o fim da mesma. Já passara das três da manhã e os vizinhos começaram a acionar as forças autoritárias por causa do alto som que incomodava seus sonhos.
Lisa pegou carona com uns amigos que estavam à caminho de suas casas e que por coincidência era caminho da casa dela.
— A gente se ver na terça? - Um rapaz perguntou enquanto ela saia do carro.
— Com certeza. - Ela sorriu, fechou a porta do carro e se despediu de seus amigos rumando a entrada da sua casa.
Ela pôs sua mão pálida e gelada no portãozinho e o empurrou devagar a fim de não fazer barulho algum. Não queria correr o risco de seus pais acordarem e a vissem chegando aquela hora da noitada.
Em vão… Ao empurrar o portão ele deu um rangido típico de portão enferrujado.
— Que saco. - Pensou ela.
Ela andou pouco menos de três metros até a escadinha de madeira que ficava antes da porta de entrada.
Caminhou em passos leves, mas novamente em uma tentativa frustrada de não fazer barulho, a escada também rangeu.
Ela deu de ombros e colocou a chave na fechadura e girou a maçaneta e entrou calmamente em uma terceira tentativa de não fazer barulho. Bingo. Desta vez ela consegue o que tanto almejou nas duas primeiras fracassadas tentativas.
Trancou a porta e guardou a chave em sua bolsa, quando se vira em direção a cozinha ela vê uma figura de média estatura olhando para ela. Não conteve o susto e gritou acendendo a luz. Não era ninguém menos que seu irmão mais novo.
— Mas que merda, Steven. O que você está fazendo acordado aqui em baixo? - Ela perguntou levemente irritada.
— Eu só vim tomar um copo de água, eu acordo com sede de madrugada as vezes. - O pequeno respondeu a observando. - São três e quarenta e sete da manhã. A mamãe sabe que você anda por aí a essa hora?
— Isso não te interessa, garoto. Já tomou sua água?
— Já.
— Agora sobe então. Já pra cama. - O menino a obedece e vai até a escada.
— Ah. A propósito. Tem outra festa na terça?
— Estava escutando minha conversa? - O garoto deu de ombros. - Tá brincando né? Vai dormir Steven. - Steven continua subindo as escadas e vai para o seu quarto tirar o resto da noite de sono.
O menino deita em sua cama, fecha os olhos e entra em sono profundo. Ele é acordado cerca de uma hora depois ouvindo passos correndo pelo corredor e risadas de crianças. Ele se senta em sua cama e olha ao seu redor. Nada. Deita-se novamente e ouve três batidas na porta. poc, poc, poc.
O barulho assusta o menino que se senta novamente na cama.
— Lisa, para de brincadeira e vai dormir. - Ele fala, mas não obtém resposta alguma.
Dessa vez ao deitar-se ele se cobre por inteiro, dos pés à cabeça.
*
“Foi o pior caso em que trabalhamos. Quando chegamos na casa, meu marido desceu no porão e foi derrubado. Em seguida sentiu algo como um cobertor quente cobrindo ele e que o impedia de respirar. Ed só conseguiu escapar depois que começou a rezar".
- Lorraine Warren sobre Amityville.
*
— Steven vai chamar a sua irmã para tomar café. - Christine falou para o filho enquanto colocava porções de pão de queijo na mesa do café da manhã.
— Ela ainda não desceu? - William falou aparecendo.
— Ainda não. Vai acabar se atrasando para a escola. - Ela falou dando um selinho em seu marido.
— Não precisa de alarme, eu já estou aqui. - Lisa apareceu com cara de sono.
— Bom dia, simpatia. - Seu pai falou dando um beijo em sua testa.
— Bom dia pai, bom dia família.
— Está com cara de quem dormiu mal. - Observou sua mãe.
— Talvez pouco. - Falou Steven.
— Oque?
— Só um pouco. - Disfarçou o menino.
— Já está quase na hora da escola. Então se apressem.
— Posso engasgar e morrer se eu comer depressa. - Lisa falou.
— Você entendeu o que eu quis dizer.
— Amor eu vou ter que ficar até mais tarde no trabalho, vou ter que fazer hora extra pra poder ganhar uma grana extra também. - Falou William.
— Ótimo. Estamos precisando mesmo.
— Esta casa está precisando de melhorias… De complexas como a fossa do quintal à bobas como uma mão de óleo no portão da frente. - Observou Lisa. - Ele está rangendo muito.
— Depois a gente ver isso. Com certeza temos coisas mais importantes para nos preocupar. Agora já pra escola se não vão se atrasar.
— Vem Stev.
— Como é que se diz meninos? - William perguntou.
— A bênção, mãe. A bênção, pai. - Os dois falaram juntos.
— Deus abençoe os dois.
— Deus ilumine vocês. - Christine deu um beijo em cada um. - Cuidado e comportem-se.
*
— Lisa. - Seu irmão à chamou enquanto caminhavam para o colégio.
— O que é?
— Você acredita que Deus existe?
— Não… Nem Deus, nem o diabo e nem nada disso.
— E como você explica a criação do mundo?
— Ué existem vários livros de ciências que diz. Você inclusive já deve ter estudado sobre isso.
— Então… Quem criou o bigbang?
— Eu não sei, Steve. Eu só acredito no que a ciência comprova e pronto.
— Está bem… Eu acredito que Deus existe.
— Que bom pra você. Continue assim e ore bastante. Porque se estiver correta, na Bíblia diz que se um membro de uma casa servir à Deus. Ele é capaz de salvar todo o resto.
— Claro.
Silêncio total novamente.
— A propósito Lisa.
— Fale.
— Você foi ao meu quarto ontem antes de ir dormir?
— Não. Eu só cheguei, tomei um banho, cai na cama e capotei. Nessa ordem e bem rápido.
— É que eu… Eu pensei ter ouvido passos e risadas de crianças…
— Você devia estar sonhando.
— É… Devia mesmo.
*
Com a morte de Ed Warren em 2006, o braço direito de Lorraine passou a ser Tony Spera. Ele é seu assistente psíquico e cuida da NESPR e do Museu do Oculto.
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