Pov's Elsa

—Eu achava que não poderia ficar pior...-confessou Vovopapy atordoado-Mas estava enganado.

Quando eu e as meninas acordamos com o pedido de socorro da Anna,colocamos os uniformes o mais rápido possível e viemos para o laboratório.

Mas quando chegamos,já era tarde demais.O Prodigiuns já havia sido levado,sem deixar rastros e Olaf havia sido morto,ao tentar impedir.

Vovopapy havia ficado arrasado e eu chorei bastante junto com as meninas quando vimos o corpo dele.Não acreditava que ele havia morrido tão jovem.Ele tinha nossa idade.Tinha uma vida inteira pela frente.

Havíamos chamado Stoico e seus homens para ajudar a descobrir mais detalhes da invasão e Soluço veio junto.

—Como acharam o Prodigiuns?-deduzi angustiada.

—Sei como-encaramos Soluço,que analisava as imagens das câmeras no computador-Alguém seguiu vocês.

—Malditos!-xingou Merida revoltada-Vão pagar caro por terem matado Olaf!

—Vingança não leva a lugar nenhum,Fire Orange-garantiu Astrid suspirando derrotada-Eu sei disso mais do que ninguém.

—Vocês colocaram um rastreador no Prodigiuns?-questionou Stoico.

—Sim,mas o destruíram-lamentou Soluço esfregando as pontas dos dedos nas têmporas.

—Estamos de mãos atadas-afirmou Heather atordoada-Precisamos de um esconderijo novo.

—Pode ser a base secreta do papai-sugeriu Seeylfe dando de ombros.

—Sim-concordou Stoico-Ficará em absoluto segredo,não se preocupem.

Desviei meu olhar para Anna,que estava afastada para um canto,cabisbaixa e tristonha.

Caminhei até ela.

—Ei-chamei fazendo-a me encarar-Tudo bem?

Seus olhos se encheram de lágrimas.

—Olaf usou seu último suspiro para se declarar pra mim,mana-declarou me fazendo arregalar os olhos-Eu não sentia o mesmo,obviamente,mas ele era meu amigo.Ele morreu e eu não pude fazer nada.

—Não se culpe.Você estava fraca e Olaf sabia dos riscos-alertei repreensiva-Vem cá-envolvi meus braços ao seu redor e dei um beijo no topo da sua cabeça.

(...)

No dia seguinte...

Fizemos um funeral simples e rápido em homenagem ao Olaf.Não faltou lágrimas,afinal,ele esteve conosco desde do início e foi ele quem fez nossos uniformes.Foi muito difícil nos despedirmos.

Vovopapy e todo o seu equipamento foi transferido para a base militar de Stoico.E eu com as meninas,tivemos que prosseguir com as nossas vidas,apesar dos recentes acontecimentos.

Anna,voltou pra casa e ficou lá.Informou que não iria pra escola e respeitei isso.Ela ainda se sentia culpada pela morte do Olaf.

Bom,eu retornei pra faculdade e não entrei em contato com minha mãe.Ainda estava reunindo coragem o suficiente para conversar com ela sobre tudo o que descobri no jantar.

Desci as escadas,apressada,ajeitando o meu vestido e caminhei pelo corredor.Jack havia me mandado uma mensagem,marcando comigo no refeitório da faculdade e estava indo pra lá agora.

—Elsa!

Parei de andar na hora e me virei,me chocando ao ver Breu vindo em minha direção.

—Como soube que eu estudava aqui?-perguntei incrédula.

—Eu tenho os meus contatos-sorriu.

Rolei os olhos,me virando pra ir embora.

—Ei,Elsa!Espere!-pediu segurando meu braço-Eu só quero conversar.

—Não temos nada pra conversar!-afirmei revoltada puxando meu braço-Você perdeu todas as suas chances de ter uma conversa civilizada quando armou aquele circo na minha casa.

—Elsa,eu não tive culpa.Sua mãe mentiu tanto pra mim quanto pra você.Eu só quero...

—Fica longe de mim!-ordenei fazendo-o parar-Pode dizer quem diz ser,mas eu não tenho nada pra conversar com você!Mesmo com a confissão da minha mãe,eu exigo um exame de DNA!

Virei-me novamente e me afastei,a passos duros.

(...)

No refeitório...

Adentrei o enorme local e me surpreendi ao ver Jack sentado na mesa,junto com Punzi e Soluço.Fui imediatamente até eles.

—Bom dia gente-sorri e em seguida dei um selinho em Jack,antes de me sentar-O que está fazendo na faculdade agora,Soluço?Você estuda de tarde.

—Eu nem vou vir hoje assistir aula-afirmou num suspiro-Passei a noite acordado tentando descobrir aonde o Prodigiuns está.

—Ele me contou o que houve-alertou Jack em lamento me fazendo encará-lo-Meus pêsames.

Sorri fraco.

—Mas então,Soluço?Conseguiu alguma pista?-questionei me virando para o Strondus.

—Bom,como destruíram o rastreador que Vovopapy havia colocado no Prodigiuns,tentei achá-lo de outra forma-explicou-Com o sangue de vocês.

Franzi a testa confusa.

—Nosso sangue?-indagou Punzi tão confusa quanto eu.

—Sim,vocês possuem o DNA do Prodigiuns e Vovopapy tinha amostras de sangue de cada uma vocês guardado-completou Soluço passando a mão nos cabelos-Mas foi inútil.Nenhuma de vocês tem células dele o suficiente para rastreá-lo.

Bufei frustada.

—Droga-resmunguei-Mas obrigada por avisar,Soluço.As meninas já sabem?

—Contei para Astrid e Seeylfe.Ainda preciso falar com a Merida e a Astrid vai falar com a Heather-respondeu-Pode falar isso pra Anna?

Assenti.

(...)

Pov's Punzi

Atravessei os portões da faculdade,enquanto olhava distraída ao redor.

Foi então que de repente,um rapaz passou por mim e puxou minha bolsa com tudo,correndo pra longe.

—EI!-me revoltei-VOLTA AQUI!-comecei a segui-lo.

Por sorte,como combatia o crime frequentemente,eu não era sedentária e rapidamente,já estava alcançando o ladrão.

Quando dobramos a rua e fomos para um beco escuro,fiz um cabo de planta surgir do chão e prender o pé dele,o que o fez cair com tudo.

Me aproximei,pegando a bolsa e me choquei quando ele me encarou.

—Flynn!?!-me espantei.

—Espera!Você me conhece?-questionou confuso se levantando e arregalou os olhos ao encarar minha pulseira-Não pode ser...Bright Flower!?!

Arregalei os olhos assustada.

—Não!-neguei na hora.

—Sua expressão revelou tudo!-riu-Nossa!Descobri uma das identidades secretas das Super-Girls!E se me permite dizer,você é uma garota bem bonita.

Minhas bochechas coraram.

—Tá,eu sou uma Super-Girl-confirmei a contra gosto-Mas não pode contar pra ninguém.Existem pessoas que preciso proteger.

—Vai confiar seu segredo à mim?-indagou arqueando uma sobrancelha.

—Se contar,te denuncio pra polícia-ameacei-Afinal,já é a segunda vez que você tenta me roubar!

—Pois é,que coisa né?-comentou maroto-É o destino!

Rolei os olhos,me virando para ir embora.

—Posso pelo menos saber seu nome de verdade?-perguntou.

O encarei por cima do ombro.

—Rapunzel-respondi-Mas pode me chamar de Punzi.

Caminhei pra fora do beco e me afastei,indo embora.

Pov's Heather

Eu estava no apartamento com Astrid.Daqui a pouco iríamos pra faculdade,só estávamos esperando Seeylfe e Dag chegarem do almoço.Soluço não iria pra faculdade por estar bem exausto de ter ficado acordado a noite inteira.

—Astrid-chamei fazendo-a me encarar-Lembra quando o Vovopapy disse que fortes emoções despertam nossos poderes secretos?

—Lembro-respondeu intrigada.

—Bom,você teve um ataque de raiva e despertou o controle do clima-relatei-Elsa teve uma surpresa traumática e seus poderes duplicaram violentamente.Eu sofri uma forte emoção quando soube da morte do meu pai,mas ainda não sei meu poder secreto.

Ela arqueou uma sobrancelha.

—E você quer que te ajude a descobrir?-questionou.

—Sim!-confirmei sorridente.

Ela riu.

—Tudo bem,eu te ajudo-cedeu.

(...)

No restaurante...

Pov's Seeylfe

—Oi amor-sorri quando me aproximei de Dag e lhe dei um selinho,me sentando na mesa.

—Oi-sorriu-Leu a minha mensagem?

Assenti.

—Então?-indaguei juntando as mãos-O que você quer me falar?

Ele suspirou abaixando o olhar.Parecia nervoso.

—Lembra daquele dia em que Elsa quase congelou o país?-indagou me encarando e eu confirmei com a cabeça-Eu não estava trabalhando,mas sim num jantar com o seu pai.Eu menti pra você.

Franzi a testa.Não estava gostando do rumo daquela conversa.

—Seu pai me ofereceu um cargo de tenente para governar tropas pra lutar na Síria durante algumas semanas-revelou me fazendo arregalar os olhos chocada-E eu aceitei.

Arfei incrédula.

—Você...você enlouqueceu?-questionei indignada-Porque você aceitou?Ficou maluco,Dag!?!

—Seeylfe,fala baixo-pediu.

—Eu falo do jeito que eu quiser!-rebati-Meu pai é outro doido!Porque vocês decidiram tudo isso sem falar comigo?

—Seu pai viu capacidade em mim e eu...quero ajudar as pessoas-explicou.

—Você pode ajudar aqui,Dag!-alertei alterada.

—Seeylfe,estou indo ajudar pessoas que estão presas na guerra-lembrou sério.

—Admiro sua bondade,admiro mesmo-afirmei chorosa-Mas em nenhum momento pensou em mim ou na Astrid?Você vai embora e é isso?Vai me deixar sem mais nem menos?

—Não estou terminando com você,Seeylfe,vou apenas sair do país por um tempo-corrigiu.

—Dag,se você morrer,como vai ser!?!-exclamei irritada com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto-Como eu vou ficar!?!Dag,se você morrer...eu não vou aguentar...

Ele se levantou e envolveu seus braços no meu corpo,enquanto eu chorava sem parar.

(...)

Dias depois...

Eu tentei mesmo.Tentei de todas as formas impedir a viagem de Dag para a Síria,mas não consegui.Astrid ficou muito receosa,mas não tentou impedir.Que inferno!De que lado ela estava?

—Aqui está a carta de indicação-disse papai entregando um envelope pra Dag-Boa sorte.

—Obrigado Sr.Strondus-meu namorado sorriu.

Estávamos no aeroporto e faltava alguns minutos para Dag ir pra longe de mim.Como eu estava?Desesperada,porém,não demonstrava.

—Se cuida viu?-alertou Soluço.

—Pode deixar-afirmou Dag sorrindo.

Astrid o abraçou com força.

—Por favor,volte vivo...-suplicou,o que fez as lágrimas que eu segurava escaparem.

Levei a mão à boca,tentando conter inutilmente os soluços.

Dag se aproximou e me abraçou com força,enquanto eu afundava o rosto em seu ombro.

—Eu não posso ter poderes incríveis como você,mas eu sou o seu herói e dos sírios que poderei salvar-alertou.

Suas palavras só me fizeram chorar ainda mais.

—Eu te amo...-eu disse aos prantos.

—Eu também te amo-afirmou se afastando para me encarar-Eu vou voltar,prometo.

Ele me deu um beijo na testa e então se afastou,arrastando sua mala e indo para o portão aonde levava ao avião.

—Seeylfe...-chamou papai tentando se aproximar.

—Não fala comigo-o cortei num tom rude e me afastei,pisando duro.